Portugueses compram mais livros. Vendas sobem 20% até julho
A pandemia e o confinamento, com o fecho das livrarias, levaram no ano passado a uma queda das receitas das editoras. Este ano, até julho, há uma recuperação de vendas e receitas face ao ano anterior.
Depois de um trambolhão de 17% nas receitas de vendas de livros o ano passado, os portugueses estão a comprar mais livros. Até julho venderam-se 5,5 milhões de unidades (+17%), tendo gerado receitas de 70,6 milhões de euros, uma subida de 20% em relação a igual período do ano passado, segundo os dados da Gfk, a que o ECO teve acesso.
A pandemia e o confinamento, com o fecho das livrarias, levaram no ano passado a uma queda das receitas das editoras. Venderam-se 9,8 milhões de unidades, menos 17,65% dos que os 11,9 milhões de livros vendidos em 2019. Uma descida que se refletiu nas receitas: num ano os proveitos recuaram de 154,3 milhões para 128,7 milhões. E o canal alimentar — o único que não encerrou nunca durante 2020 — ganhou peso ao nível da quota de unidades vendidas: uma subida de 3,2 pontos percentuais, de 33,1% (em 2019) para 36,3%, no fecho do ano.
Este ano, o canal alimentar perdeu quota. Se até julho do ano passado, os super e hipermercados chegaram a representar 40% das vendas de livros, os dados da GfK referentes a janeiro-julho deste ano mostram uma descida: foram responsáveis por 38,2% das unidades vendidas. Já as livrarias e outros canais pesam 61,8% (uma subida face aos 60% de há um ano) nas vendas.
Para esta descida de peso do canal alimentar terá, certamente, contribuído a proibição de venda dos livros nos super e hipermercados determinada pelo Governo este ano, para evitar situações de concorrência desleal do canal alimentar em relação a outros estabelecimentos comerciais encerrados por causa da pandemia, como foi o caso das livrarias.
E o que compram os portugueses? Literatura, com 23,4%, continua a concentrar as opções de compras nos leitores nacionais, seguida de ficção infantil/juvenil (21,2%) e não ficção infantil/juvenil (13,9%). Vida prática/lazer/atualidades (10,1%), dicionários/idiomas e/apoio escolar (7,1%) fecham o top 5 de categorias de vendas mais procuradas.
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