Só 2% das vacinas administradas em todo o mundo foram para África
Já foram administradas mais de 5,7 mil milhões de doses de vacinas contra a Covid a nível mundial. Contudo, apenas 2% deste total foram administradas em África, alertou o diretor-geral da OMS.
Em todo o mundo, já foram administradas mais de 5,7 mil milhões de doses de vacinas contra a Covid. Contudo, apenas 2% deste total foram administradas em África, lamentou esta terça-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
As metas da OMS são claras. O objetivo é “vacinar 40% da população mundial até ao final deste ano e 70% até ao metade do próximo ano”, reiterou Tedros Adhanom Ghebreyesu, em conferência de imprensa. Contudo, o diretor-geral da OMS alerta que “apenas dois países de África alcançaram já os 40%”.
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Neste contexto, o responsável culpabiliza os países de altos rendimentos pelo fraco ritmo de vacinação em África. “Não é porque os países africanos não têm capacidade ou experiência, mas porque os restantes os deixaram para trás. Mais de 5,7 mil milhões de doses foram administradas em todo o mundo e apenas 2% delas foram administradas em África”, lamenta.
Assim, o diretor-geral da OMS reitera que “quanto mais persiste a a desigualdade de acesso às vacinas” mais o vírus vai circular e mais vai sofrer mutações. Nuna altura em que vários países estão já administrar uma dose de reforço da vacina contra a Covid, a OMS tem-se desdobrado em apelos para que os países esperem até ao final do ano para efetuarem este reforço, por forma os países de baixo rendimento consigam também vacinar as suas populações.
Farto de promessas diretor-geral da OMS exige ação na distribuição de vacinas
Nesse sentido, também esta terça-feira, o diretor-geral da OMS afirmou que tem havido “muita conversa” sobre a distribuição equitativa de vacinas no mundo, mas “muita pouca” ação.
“Não queremos desculpas, não queremos promessas, queremos vacinas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus ao intervir, através de uma mensagem de vídeo, num debate promovido pela Amnistia Internacional, à margem da 48.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“As pessoas estão a morrer, quando não deviam estar. Tem havido muita conversa sobre a vacinação equitativa, mas muito pouca ação”, criticou o dirigente.
Por fim, Tedros Adhanom Ghebreyesus recordou que os países desenvolvidos prometeram doar mais do que mil milhões de doses de vacinas, mas que muito menos de 25% dessas doses foram materializadas, não estando a ser cumpridas as promessas para priorizar o mecanismo Covax nos territórios menos desenvolvidos. “Os países e as empresas que controlam o fornecimento global de vacinas parecem pensar que o resto do mundo deve contentar-se com sobras”, lamentou.
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