Rio acusa Governo de “esturricar” 8 milhões de euros “sem critério” na Dielmar
"Temos um Governo que meteu lá à volta de oito milhões de euros sem ter monitorizado esse dinheiro", disse o social-democrata, referindo-se à empresa Dielmar.
O presidente do PSD acusou esta quarta-feira em Castelo Branco o Governo de “esturricar” oito milhões de euros “sem critério” e monitorização na empresa Dielmar, que acabou por pedir a insolvência.
No final da terceira ‘arruada’ do dia de campanha autárquica, agora em Castelo Branco, Rio deixou críticas também à autarquia (governada pelo PS desde 1997) por ter, segundo as contas de 2020, “100 milhões de euros à ordem no banco”. “Significa que não se investiu ou então que se podia baixar mais os impostos, por exemplo devolver o IRS às pessoas”, afirmou, em declarações aos jornalistas.
Rio considerou que, fruto das divisões do PS no concelho, “o PSD tem uma oportunidade de se bater taco a taco” e até vencer esta câmara nas autárquicas de 26 de setembro. “É um concelho que está estagnado face àquilo que podia estar. Os eleitores têm de perceber que precisam de uma câmara mais dinâmica, que utilize melhor os fundos públicos”, defendeu, considerando que se “gastar é mau, não investir o que se tem também”.
Ainda em matéria de dinheiros públicos, Rio apontou ainda baterias ao Governo pela forma como atuou no caso da empresa Dielmar, fundada em 1965 e localizada em Alcains, em Castelo Branco. “Temos um Governo que meteu lá à volta de oito milhões de euros sem ter monitorizado esse dinheiro. Por um lado, não apoia às empresas, por outro mete oito milhões numa empresa para esturricar, no sentido em que agora está falida”, criticou.
Sobre esta empresa, Rio até admitia que pudesse ter tido esse apoio estatal, “mas com algum critério, considerando a importância da empresa para o emprego local”.
Questionado sobre a escolha do PSD para a autarquia imposta pela direção nacional, Rio defendeu que, quando não existe unanimidade localmente, a direção nacional “tem de arbitrar”. “O meu pai dizia-me às vezes [a ver um jogo de futebol]: andam ali 22 homens a correr atrás de uma bola, porque não se dá uma bola a cada um? Aqui é a mesma coisa, não sei se querem mudar a lei e haver três ou quatro candidatos por partido, enquanto não mudarem assumimos aqui uma opção pelo Dr. João Belém”, justificou.
À pergunta se tem “linhas vermelhas” para coligações pós-eleitorais autárquicas, Rio reiterou que “o presidente da câmara é completamente livre de dar pelouros a quem quer”, recordando que a direção impôs a ausência de coligações pré-eleitorais com o partido Chega.
Em Castelo Branco, nas eleições de 2017, o PS conquistou cinco mandatos, enquanto o PSD elegeu dois vereadores. Concorrem à presidência da autarquia, além de João Belém (PSD/CDS-PP/PPM), Luís Correia (MI – Sempre – Movimento Independente), Rui Amaro Alves (MI – Castelo Branco Merece Mais), Felicidade Alves (CDU), Leopoldo Rodrigues (PS), Margarida Paredes (BE) Rui Paulo Sousa (Chega).
O antigo presidente da Câmara, Luís Correia, candidata-se como independente, depois de, em março de 2021, a Comissão Política Concelhia do PS ter decidido anunciar o nome do professor e atual presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, como candidato socialista à Câmara Municipal.
Na base desta decisão está a perda de mandato decretada pelo Tribunal Constitucional, em julho de 2020, por o autarca ter assinado, na qualidade de presidente da Câmara, dois contratos com uma empresa detida pelo seu pai. O autarca decidiu abandonar a militância do partido e avançar com uma candidatura independente.
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