Colombiana Clever Leaves já exporta canábis alentejana para os EUA
Dona de um terreno de cultivo em Odemira e de uma unidade de secagem, corte e embalamento em Setúbal, a Clever Leaves fez o primeiro envio de 30 quilos de canábis para uma farmacêutica americana.
Uma remessa de 30 quilos de flor seca de canábis produzida no Alentejo assinala o primeiro envio da Clever Leaves para o mercado norte-americano, a partir de Portugal, onde entrou em 2019 e conseguiu no ano seguinte uma licença do Infarmed para produzir, comercializar e exportar canábis para fins medicinais.
É em São Teotónio, no concelho de Odemira, que tem uma propriedade com perto de 84 hectares, onde dispõe de 10 mil metros quadrados de cultivo em estufa e capacidade para expandir até aos 25 mil. O primeiro centro de produção de flor seca na Europa para esta gigante de origem colombiana, que tem também operações e investimentos na Alemanha e nos Estados Unidos.
Na altura em que obteve a autorização do Infarmed, o presidente executivo da Clever Leaves, Kyle Detwiler, sublinhou a “oportunidade de se tornar num dos maiores exportadores de canábis medicinal na Europa”, evidenciando que Portugal tem “um microclima indicado para produção eficiente e em larga escala”.
Já este ano, a multinacional anunciou a instalação de uma unidade de transformação no BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal. A secagem, corte e embalamento da flor de canábis cultivada no Alentejo vai criar 25 postos de trabalho e ocupar uma área de 2.800 metros quadrados naquele espaço gerido pela AICEP Global Parques, onde terá como vizinhas empresas de aeronáutica, metalomecânica de precisão, agroindústrias e logística automóvel.
“Grande oportunidade” no maior mercado
Num comunicado enviado esta quarta-feira às redações, o presidente executivo da Clever Leaves, Kyle Detwiler, fala numa operação que “confirma a robustez da estratégia” que está a implementar a nível global e destaca a “grande oportunidade” que é a entrada naquele que é o maior mercado mundial de canábis para fins medicinais.
O destinatário desta encomenda inaugural é a Biopharmaceutical Research Company (BRC), licenciada pela Drug Enforcement Administration (DEA) e que desenvolve ingredientes farmacêuticos ativos compatíveis com a legislação dos EUA para terapias à base de plantas. George Hodgin, CEO, destaca uma parceria que proporciona “oportunidades de investigação estimulantes, que um dia farão a diferença na vida dos doentes”.
"Esta exportação de produção da Clever Leaves em Portugal para o mercado norte-americano confirma a robustez da estratégia que a empresa está a implementar a nível global.”
“Exportar flor THC para uma empresa licenciada pela DEA demonstra a nossa capacidade de atender aos rigorosos requisitos regulatórios dos EUA. Ao nos tornarmos uma das primeiras [a fazê-lo], estamos a abrir o caminho da Clever Leaves para a indústria de canábis medicinal dos EUA. Estamos honrados em fornecer à BRC o produto de alta qualidade de que precisa para avançar nas suas áreas de investigação, desenvolvimento e produção”, conclui Kyle Detwiler.
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