Governo aponta para crescimento de 4,6% este ano e de 5,5% no próximo
O cenário macro económico com que o Governo está a trabalhar na proposta de Orçamento do Estado para 2022 é de 4,6% este ano e de 5,5% no próximo, revelou João Oliveira no final do encontro com Leão.
O PCP revelou que o Governo inscreveu na proposta de Orçamento do Estado para 2022 uma previsão de crescimento de 4,6% para este ano e de 5,5% no próximo. No final da reunião com o ministro das Finanças, João Oliveira criticou a opção do Executivo em não aumentar os funcionários públicos tendo em conta as previsões de crescimento com que está a trabalhar. Uma previsão que é, aliás, mais pessimista do que o Banco de Portugal que esta quarta-feira reiterou a previsão de progressão de 4,8% da economia nacional este ano.
João Oliveira precisou que o cenário macro económico com que o Governo está a trabalhar é de 4,6% este ano e de 5,5% no próximo. Recorde-se que a ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, na segunda-feira, disse que o cenário macroeconómico do país não permite avançar com aumentos salariais generalizados para os funcionários públicos, em 2022, após a reunião com os três sindicatos que representam os trabalhadores do Estado. Uma opção que para o PCP é incompreensível tanto mais que os trabalhadores da Administração Pública tiveram uma perda de 11% do seu poder de compra, frisou o deputado. Uma perda que resulta da ausência de aumento e do efeito da inflação. De acordo com o governador do Banco de Portugal, a inflação é passageira e “é expectável que abrande em 2022”, depois de disparar este ano.
O PCP alertou por diversas vezes que a resposta para os problemas do país “vai muito além do Orçamento do Estado”, mas isso não significa que o partido não esteja preocupado. “Não nos foi transmitido pelo Governo nada que nos permita afastar essa preocupação. Os elementos de preocupação que tínhamos mantêm-se exatamente nos mesmos termos, reconheceu João Oliveira, com um encolher de ombros. “Neste momento, só podemos sublinhar a nossa preocupação com falta de consideração pelo Governo com os problemas globais do país, que integram o Orçamento, mas vão muito para além disso”, disse o deputado comunista no final do encontro que tinha por objetivo apresentar aos partidos as linhas gerais do OE2022.
João Oliveira sublinhou que os sinais não têm sido positivos tendo em conta a rejeição no Parlamento por parte do PS, na sexta-feira da proposta do PCP para aumento do salário mínimo ou ainda a rejeição das alterações ao arrendamento urbano, há três semanas. “Matérias que vão além do Orçamento, matérias em relação às quais precisávamos de ter sinais do posicionamento do Governo e do PS que parece estar muito longe de poder ter”, reconheceu o deputado do PCP.
Este é já o sétimo Orçamento que o PCP está a fazer com o Executivo socialistas e João Oliveira lembra que já não estão a partir do zero no que diz respeito às respostas de que o país precisa. “A epidemia tornou alguns problemas mais evidentes e agravou outros”, disse. “Não podemos partir para a discussão com se todos os problemas que a epidemia trouxe estivessem para trás das costas. Não podemos voltar à grelha de 2019 e à vida como era antes da epidemia, os problemas sociais que se agravaram com a epidemia precisam ser considerados com a relevância e extensão que merecem“, frisou.
Para o PCP tão importante como os aumentos salariais dos funcionários público é também o aumento das pensões contributivas superiores a 658 euros que “também precisam ser valorizadas com aumentos, porque foram pessoas que descontaram a vida inteira”.
À semelhança do PSD e do Bloco, o PCP também não quer avançar para já com o seu sentido de voto do documento que vai ser apresentado na segunda-feira.
(Notícia atualizada)
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