Terceira dose da vacina contra a Covid arranca na próxima semana
Os maiores de 80 anos e os utentes dos lares começam a ser vacinados na próxima semana. Autoridades aguardam parecer da OMS sobre se podem administrar este reforço ao mesmo tempo que a da gripe.
A Diretora-Geral da Saúde confirmou esta sexta-feira que a terceira dose da vacina contra a covid-19 vai começar a ser administrada “a partir da semana que vem” às pessoas com 65 ou mais anos, com prioridade aos maiores de 80 anos e aos residentes em lares de idosos.
Em conferência de imprensa, Graça Freitas explicou que ainda não pode indicar o dia concreto para o início desta operação porque aguarda o parecer da Organização Mundial de Saúde (OMS), que deve sair nos próximos dias, sobre a possibilidade de administrar esta dose de reforço ao mesmo tempo que a vacina da gripe.
“A coadministração seria ótima para as pessoas porque é mais confortável ir vacinar-se numa única ocasião – e também para os nossos serviços e para a logística. Mas esta vontade ainda não está concretizada, esperamos ansiosamente esse documento da OMS”, sublinhou a responsável.
Se não houver autorização para a coadministração, avança o esquema do intervalo de 14 dias entre a vacina da gripe e a da Covid, sendo que “ir por um caminho ou outro, implica logísticas diferentes”. “O que dava jeito era a coadministração”, reconheceu, ressalvando, porém, que “está tudo preparado para avançar o plano B”, se for necessário.
"Esperamos que este estímulo, pelo menos, reponha a imunidade no valor máximo que tinha sido atingido anteriormente.”
Como já tinha sido adiantado pelo Ministério da Saúde, a terceira dose da vacina covid e a da gripe vão ser administradas tanto em centros de saúde como em 339 pontos de vacinação que se vão manter abertos, consoante a densidade populacional e as características da população. O regime de convocatória será “muito parecido” com o que vigorou para as primeiras duas doses da vacina.
Questionada sobre os potenciais resultados, Graça Freitas disse que espera que “este estímulo, pelo menos, reponha a imunidade no valor máximo que tinha sido atingido anteriormente”. “Noutras vacinas até ultrapassa o valor anterior, por vezes é muito potente, mas esta vacina é nova, vamos ver os resultados”, acrescentou.
Na segunda-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) indicou que as doses de reforço da vacina anticovid-19 da BioNTech/Pfizer “podem ser consideradas” para pessoas com mais de 18 anos, após seis meses da segunda dose, para aumentar os anticorpos.
Quem já começou a levar uma dose adicional da vacina contra a covid-19 foram as pessoas com imunossupressão, tendo já sido inoculadas 12 a 13 mil pessoas, nas contas da Diretora-Geral da Saúde. No que toca aos recuperados, que tomaram apenas uma dose, a comissão técnica de vacinação ainda está a analisar a hipótese de uma dose de reforço.
Menos perda de efetividade nos casos graves
Segundo os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a efetividade da vacina contra infeção sintomática (doença ligeira) tem decaído com o tempo, nomeadamente na população com mais de 65 anos. Do máximo de 70% a 80% no primeiro mês após a segunda dose, decaiu para cerca de 30% a 40% ao final de quatro a cinco meses.
Já no que toca à efetividade contra hospitalização, a redução verificada entre estes dois períodos passou de 80% para 60%, sendo ainda menor (embora não tão observado) a quebra da proteção contra a morte: passou de 87% ao final do primeiro mês para 75% decorridos quatro a cinco meses da segunda toma. Os dados foram apresentados por Baltazar Nunes, responsável pela Unidade de Investigação Epidemiológica do INSA.
Recorde de compras na vacina da gripe
Já no que toca à campanha da gripe, que começou no dia 27 de setembro, com a vacinação nos lares, dos trabalhadores do setor social e das grávidas, estão registadas até à data um total de cerca de 130 mil inoculações, 63 mil das quais em pessoas com 80 ou mais anos de idade.
Graça Freitas destacou o “grande reforço de compra de vacinas no SNS”, num total de 2,5 milhões de doses, a que se juntam as mais de 700 mil doses no setor privado. E frisou que “o país nunca teve tantas vacinas como este ano – mais de 3 milhões – que se destinam a quem mais necessita delas, não à população total”.
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