Redução de impostos não é a “bala de prata” para as empresas, diz Pedro Nuno Santos
Dizer que baixar os impostos é a única solução para “salvar as empresas” é uma “visão pequena da política económica” que “atrasou o país durante muitos anos”, disse o ministro as Infraestruturas.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação considerou esta segunda-feira ser uma “visão pequena da política económica” achar que a redução de impostos é a “bala de prata” que vai “permitir às empresas produzir, vender e ganhar dinheiro”.
“Quem faz a crítica, correta, de que o país tem tido um crescimento baixo, ao mesmo tempo não tem a capacidade de apresentar uma estratégia para o desenvolvimento que não passe quase exclusivamente por redução de impostos, como se fosse a bala de prata que permitirá às nossas empresas produzir, vender e ganhar dinheiro”, afirmou Pedro Nuno Santos na conferência “Fundos Europeus: O Minho e a Galiza”, organizada pela Confederação Empresarial do Minho, em Braga.
Para o responsável das Infraestruturas, achar que baixar os impostos é a única solução para “salvar as empresas” é uma “visão pequena da política económica” que “atrasou o país durante muitos anos”.
Pedro Nuno Santos partiu da necessidade de Portugal renovar a frota de comboios para exemplificar a sua visão de como se pode desenvolver a Economia e o país.
“O nosso país foi sempre muito bom a importar, compramos muito bem. Não damos é oportunidade a que se faça cá”, disse, explicando a estratégia que o Governo está a seguir no caso da compra de carruagens de comboios.
“O que é que nós estamos a fazer? O caderno de encargos [da compra de novas carruagens] está a ser trabalhado para que, não incumprindo a legislação europeia, garanta que quem quer fornecer comboios a Portugal os tenha que fazer cá, os tenha que montar cá, tenha que incorporar produção nacional no fabrico desses comboios”, enumerou.
“Não apenas porque nós queremos que naqueles comboios em particular os empresários participem, mas porque queremos que em Portugal a indústria nacional ganhe competências num setor que está a crescer, para que amanhã, quando houver concursos de fornecimento, nós tenhamos as nossas empresas lá a apresentar trabalho já feito”, salientou.
“E é assim que nós podemos desenvolver uma economia, é assim que podemos desenvolver uma país”, finalizou o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
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