Putin diz que preços altos da energia provam falência do capitalismo
Putin defende que a atual crise do mercado de energia é uma manifestação de que o capitalismo não funciona, porque os elevados preços do gás provam que o setor não se consegue regular.
O Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu esta quinta-feira que a atual crise do mercado de energia é uma manifestação de que o capitalismo não funciona, porque os elevados preços do gás provam que o setor não se consegue regular.
“O que podemos ver agora nos mercados de energia … é uma manifestação de que o capitalismo não funciona”, disse Putin, durante a sua intervenção na 18.ª reunião anual do clube de debates Valdai, em Sochi.
“O mercado pode regular-se por si mesmo. Mas, 1.500 dólares (cerca de 1.300 euros) por mil metros cúbicos de gás! Como se pode regular com estes preços?” deixou a pergunta Putin, que concluiu que o atual modelo de capitalismo atingiu o seu limite, está esgotado.
“Em todos os lugares, mesmo nos países e regiões mais ricos, a distribuição desigual da riqueza leva ao agravamento das desigualdades”, denunciou o Presidente russo, que referiu que, quando tudo vai bem, “quase todas as economias do mundo e os atores da atividade económica exigem mais liberdade e menos participação do Estado”.
“Só quando esses atores enfrentam dificuldades globais é que, todos eles, pedem a intervenção do Estado”, acrescentou Putin.
“Lembro-me muito bem do que sucedeu quando enfrentámos a crise financeira global em 2008-2009”, sublinhou o Presidente, que nessa altura era o primeiro-ministro russo, mencionando os resgates de grandes empresas.
Putin disse que será necessário “olhar para a experiência de outros” para comparar as capacidades do Estado e as do mercado. Para o Presidente russo, a China é um bom exemplo, “porque o Partido Comunista Chinês tem um papel de liderança, mas as instituições económicas ainda funcionam, ainda assim, de maneira muito eficaz”.
“Não há receitas fáceis. O capitalismo selvagem também não funciona. Acho que confirmei isso com exemplos”, concluiu Putin, para quem “o conservadorismo moderado é o princípio mais razoável” nas condições atuais.
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