Lagarde diz ser “muito improvável” BCE subir juros no próximo ano
Presidente do BCE voltou a garantir que o BCE não deverá subir as taxas diretoras em 2022, isto apesar da desconfiança dos mercados, que estão a pressionar os juros da dívida.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, voltou a afastar esta quarta-feira uma subida dos juros diretores no próximo ano, vendo esse cenário como “muito improvável” de acontecer.
Nos últimos dias, os investidores colocaram em dúvida as posições defendidas pela francesa, pressionando as yields da dívida da periferia, incluindo Portugal, apostando numa subida das taxas de referência do BCE para fazer face à escalada da inflação. Lagarde voltou a rejeitar essa hipótese.
“Nas nossas orientações para as taxas de juro, temos claramente três condições que precisam de ser satisfeitas antes de as taxas começarem a subir“, começou por dizer a presidente do BCE na sua intervenção na sessão solene comemorativa do 175.º aniversário do Banco de Portugal, em Lisboa.
“Apesar da atual subida da inflação, as perspetivas para a inflação no médio prazo permanecem moderadas e, portanto, é muito improvável que essas três condições sejam satisfeitas no próximo ano“, sublinhou.
Depois de alguma pressão nos últimos dias, sobretudo depois da reunião da última quinta-feira, os juros da dívida portuguesa a dez anos estão a cair esta quarta-feira pelo segundo dia, com a yield a negociar nos 0,414%, abaixo dos 0,561% de segunda-feira.
"Apesar da atual subida da inflação, as perspetivas para a inflação no médio prazo permanecem moderadas e, portanto, é muito improvável que essas três condições sejam satisfeitas no próximo ano.”
Lagarde também abordou o programa de emergência de compra de ativos, adotado para fazer face à pandemia de Covid-19. “Por agora” o BCE continuará a usá-lo “para salvaguardar as condições de financiamento favoráveis e assegurar que os custos do crédito para todos os setores da economia não apertam indevidamente”, assegurou a responsável francesa, adiantado que o banco central irá anunciar a recalibragem do programa em dezembro.
“Um aperto indevido das condições de financiamento não é desejável numa altura em que o poder de compra já está a ser comprimido por maiores contas na energia e nos combustíveis, e representaria um vento contrário sem garantia para a recuperação”, afirmou Christine Lagarde.
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