“Temos um pipeline muito grande de potenciais unicórnios”, diz André de Aragão Azevedo
Em termos de rácio de unicórnios por milhão de habitantes, Portugal tem mais de duas vezes o que tem por exemplo a França ou a Alemanha, destaca André de Aragão Azevedo.
“Temos um pipeline muito grande de potenciais unicórnios que ao longo dos próximos meses vão chegar a esse patamar“, garante André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, em declarações ao ECO à margem da apresentação da startup vencedora do programa Road 2 Web Summit.
A Remote é o 5.º unicórnio com ADN português e o mais recente a juntar-se à Farfetch, Talkdesk, Feedzai e Oustystems. “Portugal compara muito bem, porque temos em termos de rácio de unicórnios por milhão de habitantes, mais de duas vezes o que tem por exemplo a França ou a Alemanha, o que demonstra que, à nossa escala, estamos com uma performance de ecossistema melhor”, refere o secretário de Estado.
“Mas não há nenhuma obsessão. O ecossistema de empreendedorismo é muito mais do que os unicórnios. Vai desde o seed stage, até scale ups e unicórnios e o nosso objetivo é cobrir todas essas vertentes com programas específicos que permitam acelerar em todas as fases”, refere ainda.
“Agora há uma coisa indiscutível: batemos o recorde de captação de investimento. Os mil milhões de dólares de captação investimento captados por parte de venture capitalists até setembro era um objetivo que tínhamos para o ano todo em 2023. O que demonstra que tivemos aqui um efeito de enorme aceleração e que o nosso ecossistema está com uma vitalidade como nunca esteve”, diz ainda.
O unicórnio é “um indicador tangível e palpável, muitas vezes usado como indicador de maturidade de um ecossistema de empreendedorismo. É, por exemplo, uma das métricas que a UE no seu conjunto definiu para o objetivo da década: duplicar o número de unicórnios na Europa”, lembra.
O desenvolvimento do ecossistema passa igualmente por uma estratégia de internacionalização, através de mecanismos como a Web Summit ou a ESNA, defende.
E-residency “continua a ser uma prioridade política”
Atrair talento para Portugal, onde o E-Residency surge, “continua a ser uma prioridade política.” Ter o dossier do E-Residency fechado até ao final do ano chegou a ser apontado pelo Governo. Mas agora, “há esta circunstância específica que necessita agora de ser ultrapassada no curto espaço de tempo, vamos ver qual é o desfecho e sobre isso não irei fazer qualquer comentário”.
“A prioridade mantém-se. O programa do E-Residency foi redesenhado, em termos de reflexão interna que o Governo fez, numa perspetiva mais ampla. Estava muito dirigido ao conceito de residência digital, de estrangeiros que vivendo fora do país queriam desenvolver aqui alguma espécie de atividade profissional. Concluímos que era preferível, e mais ambicioso, ter uma abordagem transversal que visite todos os perfis de necessidades de pessoas se deslocarem para o nosso país, de atrairmos talento de todas as formas, seja pessoas que não querem vir viver fisicamente para Portugal, mas querem abrir empresa, pagar impostos, contratar pessoas. Queremos garantir que o programa Tech Visa, o programa Startup Visa e todo o fluxo de chegada de pessoas que querem vir para cá fisicamente é também simplificado“, diz.
“O conceito de E-Residency serve também para isso, uma plataforma única que simplifica todo o processo de entrada, mas isso tem uma complexidade grande, implica uma colaboração entre várias áreas governativas que têm de ser envolvidas, desde ao MNE, ao MAI, à Modernização e Administração Pública, à Economia”, continua.
“Em termos de timings não lhe consigo precisar, temos esta especificidade conjuntural. O que posso dizer é que, para nós, no plano de transição digital é o que está com mais dificuldade em termos de prazo de implementação face ao que era a nossa expectativa inicial.“
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