Efacec assinou este ano contratos internacionais de valor superior a 220 milhões de euros
Em comunicado, a Efacec diz apresentar "resultados alinhados com o plano de negócio para este período, superando em mais de 35 milhões de euros o período homólogo".
A Efacec assinou este ano novos contratos internacionais de valor superior a 220 milhões de euros na Europa, América Latina e Emirados Árabes Unidos, numa carteira global “superior a 500 milhões de euros”, anunciou a empresa esta segunda-feira.
Em comunicado, a Efacec – que atua nos setores da energia, engenharia e mobilidade e está em processo de reprivatização – diz apresentar “resultados alinhados com o plano de negócio para este período, superando em mais de 35 milhões de euros o período homólogo”. “Os projetos comprovam a competitividade da empresa e o reconhecimento da sua excelência em território nacional e além-fronteiras”, sustenta.
Em Espanha, a Efacec recorda estar “presente há mais de 20 anos de forma significativa, com uma relevante quota de mercado junto das ‘utilities’ espanholas” e “contratos emblemáticos com as principais operadoras”, tendo atualmente em curso o fornecimento e instalação de dois transformadores de 165 MVA (megavolt-ampere) e 185 MVA 132/30 kV (quilovolt), destinados a um parque solar que vai beneficiar 50.000 famílias com energia limpa”.
Segundo salienta, trata-se de “um projeto que representa mais uma grande contribuição para a produção de energia renovável, evitando a emissão de gases nocivos e apoiando a transição energética sustentável”.
Ainda no mercado espanhol, a Efacec diz estar a executar um contrato iniciado em 2021 e associado ao fornecimento de vários transformadores de potência “para uma das maiores empresas na área”, perfazendo um total superior a 30 milhões de euros, a ser concluído até dezembro de 2024. “Estes contratos de longa duração refletem o reforço da confiança nas competências da marca Efacec, assim como na capacidade de entrega de equipamentos, fator crítico para a rede de energia do mercado espanhol”, considera.
Em França, onde atua “há mais de 30 anos” com projetos nas áreas de aparelhagem, transformadores, automação, mobilidade elétrica e ‘service’, a Efacec contratou com “uma empresa de referência” o fornecimento de transformadores de potência até 2027, num projeto orçado em cerca de 100 milhões de euros.
Ainda no negócio dos transformadores, a empresa portuguesa de energia, engenharia e mobilidade diz ter assinado contratos no Reino Unido, Holanda e Portugal de valor superior a 30 milhões de euros e que “têm vários tempos de execução, desde 2023 a 2027”.
Já no âmbito da estratégia de exportação da área de transformadores para os mercados da América Latina, onde afirma ter vindo a construir “fortes relações com diversas ‘utilities’ na Argentina, Colômbia, Chile e Panamá”, a Efacec “foi contratada para modernizar várias subestações da rede de distribuição até 2023”.
No mercado italiano, a Efacec vai estrear-se com a execução de “um contrato na área de aparelhagem acima dos 20 milhões de euros”, enquanto em Portugal diz estar a “fortalece[r] a sua atuação no mercado da automação com o fornecimento de sistemas de comando e proteção para a remodelação de subestações de energia”. Ambos os contratos serão executados em 2022.
No seguimento do recente lançamento de uma nova gama de soluções para mobilidade elétrica, a Efacec reporta ainda a assinatura de três novos contratos no Luxemburgo, Portugal e Emirados Árabes Unidos, para fornecimento de “produtos mais sustentáveis e preparados para a digitalização e indústria 4.0”. “Estas soluções são cruciais para um mundo mais sustentável e vão ao encontro das maiores exigências do mercado, marcando o futuro da sociedade”, assegura.
Citado no comunicado, o administrador da Efacec responsável pela área comercial, Michael Silva, afirma: “Todos estes projetos são um orgulho para a empresa e reforçam a nossa presença em Portugal e no mundo. Comprovam o reconhecimento do nosso ‘know-how’ junto dos maiores players nas áreas da energia, mobilidade e ambiente e motivam-nos a trabalhar sempre para a excelência”.
Os trabalhadores da Efacec anunciaram na passada sexta-feira novas greves para os dias 30 de novembro, 9 e 16 de dezembro, exigindo ao Governo a compra de matérias-primas, contestando a reprivatização e reclamando a demissão da administração da empresa.
Segundo avançou à agência Lusa fonte do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), as greves decorrerão entre as 14 e as 16 horas, à semelhança do que já aconteceu na paralisação do passado dia 10. As novas greves surgem na sequência das paragens de laboração vários setores da empresa reportadas pelos trabalhadores e que o sindicato atribui à falta de liquidez para adquirir matérias-primas e pagar a fornecedores.
O Site-Norte tem vindo a reclamar a intervenção do Governo, enquanto “dono da Efacec”, para garantir que a empresa dispõe das matérias-primas necessárias para retomar a atividade com normalidade. Num comunicado divulgado na sequência da greve do passado dia 10, a administração da Efacec garantiu, contudo, que a empresa continua “a responder aos pedidos de clientes, a prestar serviço e a desenvolver novos projetos”.
“A empresa tem sentido o impacto global em todos os setores e áreas, devido à disrupção nas cadeias de abastecimento, causada pela pandemia, mas a produção mantém um ritmo variável dependendo das encomendas que tem em curso”, sustentou na altura.
O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído antes do final do ano, tendo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou a terceira fase do processo de reprivatização, admitindo a participação dos dois grupos que apresentaram propostas vinculativas – DST SGPS e Sing – Investimentos Globais –, sido publicada em 08 de setembro em Diário da República.
Ao jornal Público, a Parpública adiantou que a terceira fase de negociações “iniciou-se no passado dia 28 de setembro, com diversos encontros com os investidores interessados na aquisição da referida participação social, devendo as propostas finais ser recebidas dentro de cerca de três semanas”.
A aprovação em Conselho de Ministros do decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.
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