Audiovisual deve ser prioridade nacional num “futuro próximo”
Indústria do cinema e do audiovisual deve ser considerada “uma prioridade nacional” pelo Governo num "futuro próximo", diz secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva.
A indústria do cinema e do audiovisual deve ser considerada “uma prioridade nacional” pelo Governo num “futuro próximo”, afirmou o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, no encontro ONSeries Lisboa, esta quinta-feira.
Falando neste primeiro encontro internacional dedicado à produção de ficção televisiva, Nuno Artur Silva disse que Portugal vive um “princípio de possibilidade” de uma “época de ouro” no audiovisual e no cinema, mas para tal o setor precisa de ser encarado como uma prioridade não só na tutela da Cultura, mas a nível nacional.
Na justificação dessa ideia de desígnio nacional, Nuno Artur Silva deu como exemplo a aposta que Espanha tem estado a fazer no audiovisual, com o próprio primeiro-ministro, Pedro Sánchez, a anunciar em março a criação do plano “Espanha – ‘Hub’ Audiovisual da Europa”, com mais de 1.600 milhões de euros a investir no setor até 2025.
“Não é comparar realidades, os espanhóis há muitos anos têm uma indústria que não temos, mas o sinal que foi dado, de ser uma iniciativa que parte de um Governo como um todo, é um exemplo de que devemos seguir num futuro próximo”, disse Nuno Artur Silva.
Para reforçar a ideia dos ganhos económicos do audiovisual no mercado nacional, o secretário de Estado disse ainda que “por cada euro investido em Portugal por uma produtora estrangeira há um retorno quatro vezes superior para a economia portuguesa”.
Nuno Artur Silva assumiu funções em 2019, quando foi criada a secretaria de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, sob a alçada do Ministério da Cultura, liderado por Graça Fonseca. O governante considera que a existência da secretaria de Estado é “uma forma de sinalizar” que é possível trabalhar em conjunto “dossiês que até aqui estavam separados e que poderiam contribuir para uma indústria do audiovisual em Portugal”.
Com eleições legislativas anunciadas para janeiro, Nuno Artur Silva falou esta quinta-feira em jeito de balanço de atividade da área que tutela, recordando que há ainda matérias em fase de conclusão e que deverão ser desenvolvidas “pelo próximo Governo”. “Não nos passa pela cabeça que isso não aconteça”, sublinhou.
Entre esses instrumentos de desenvolvimento do setor estão o próximo plano estratégico para o cinema e audiovisual, que “está quase terminado”, o contrato de concessão da RTP, em fase de conclusão, e o prolongamento do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema, considerado uma alavanca importante de atração de investimentos para o setor.
“Queremos trabalhar num meio em que haja produção regular de formatos diversos”, onde sejam dadas “condições aos argumentistas para escreverem as histórias” e onde se aposte mais na coprodução, equilibrando “um sistema mais de arte e ensaio com um sistema de cultura pop”, elencou o secretário de Estado.
“Só poderemos ganhar escala, orçamento e possibilidade de internacionalização se nos juntarmos a outros países. […] Temos que encontrar a nossa Escandinávia, isto é, quais os países com os quais podemos estabelecer relações estáveis, fixas, duradouras para poder ganhar uma escala internacional”, disse.
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