PS acusa Rio de se aproximar da extrema-direita, CDS e IL consideram que falta “ímpeto reformista”
Para o número dois do PS, o PSD de Rio "está a aproximar-se da extrema-direita e não do posicionamento político ao centro como o país precisa”.
O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, acusou este domingo o PSD de estar a aproximar-se da extrema-direita, escusando-se a esclarecer se os socialistas podem vir a viabilizar um Governo minoritário social-democrata.
“O PS é o grande partido do centro político e do centro-esquerda em Portugal. O único partido que sempre deu provas de se entender mesmo com a extrema-direita foi precisamente a liderança do PSD quando aceitou o acordo com o Chega nos Açores e quando chegou a este congresso e disse que era um partido contra o sistema”, declarou José Luís Carneiro após assistir à sessão de encerramento do 39.º Congresso do PSD, no Europarque em Santa Maria da Feira (Aveiro).
Para o número dois do PS, o PSD de Rio “está a aproximar-se da extrema-direita e não do posicionamento político ao centro como o país precisa”. José Luís Carneiro considerou que “há uma agenda que apenas aparece nas entrelinhas e que tem de ser clarificada pelo PSD”. “A garantia que damos aos portugueses é que o PS sempre colocou o interesse do país acima dos interesses partidários. É preciso lembrar que quem colocou os interesses partidários acima dos interesses do país foram aqueles que chumbaram o Orçamento do Estado”, sustentou.
CDS e IL consideram que falta “ímpeto reformista” a sociais-democratas
O CDS e a Iniciativa Liberal consideraram este domingo que falta “ímpeto reformista” ao PSD, com os liberais a afirmarem que querem “mudar o rumo do país” e os centristas a apelarem ao voto dos “portugueses que querem uma alternativa”.
Após assistir à sessão de encerramento do 39.º Congresso do PSD, que terminou com um discurso de Rui Rio, a cabeça de lista do CDS pelo Porto às legislativas e membro do Conselho Nacional, Filipa Correia Pinto, afirmou que ficou claro que o “ímpeto reformista que o PSD quer trilhar para as próximas eleições está solteiro”.
“Não se percebe se o Dr. Rui Rio pretende implementar estas reformas com colaboração e uma coligação com o PS, ressuscitando o antigo chamado Bloco Central, ou pelo contrário prefere fazer essas reformas à direita com o seu parceiro de sempre”, salientou.
Correia Pinto disse assim que os “portugueses que querem uma verdadeira alternativa, “que estão cansados de socialismo” e que se apercebem que “o momento de mudança chegou” só “têm um voto verdadeiramente seguro, que é o voto no CDS”. “É o único que garante que o PSD, se ganhar as eleições, governa à direita e não à esquerda”, salientou.
Falando em nome de uma delegação centrista também composta pelo vice-presidente Miguel Barbosa e pelo membro da Comissão Política Nacional Adriano Santos, Filipa Correia Pinto rejeitou que o facto de o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, não se ter deslocado ao congresso social-democrata possa ter uma leitura política.
“O PSD é como se sabe um parceiro histórico do CDS, com quem o CDS tem relações privilegiadas muito antigas, e por quem tem imenso respeito, e não é sinal de menor respeito a circunstância de o presidente do partido hoje não ter aqui vindo, muito pelo contrário”, afirmou, justificando a ausência de Rodrigues dos Santos com os “momentos agitados na vida dos partidos”, que se encontram em pleno “processo de elaboração de listas”.
Pela Iniciativa Liberal, o tesoureiro Bruno Mourão Martins também salientou que, no congresso democrata, notou-se que “faz falta o espírito reformista” que o seu partido propõe para “efetivamente fazer crescer Portugal e mudar Portugal”, assegurando que o “voto útil no próximo dia 30 de janeiro é na Iniciativa Liberal”.
“A IL quer mudar o rumo do país e, se quer mudar o rumo do país, está disponível para que sejam implementadas medidas reformistas que façam essa mudança, não está disponível para medidas que haja mudança de cores em que as políticas são as mesmas”, apontou.
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