CDS diz que se chegar ao Governo a TAP será privatizada “no dia seguinte”
"Portugal é um dos últimos países cuja companhia de bandeira é ainda uma empresa pública", defende o líder do CDS.
O presidente do CDS-PP considerou esta quarta-feira que a TAP “é um buraco negro para os contribuintes” e indicou que se o partido chegar ao governo nas eleições legislativas de janeiro a empresa “será privatizada no dia seguinte”.
“A TAP voltou a provar que é uma birra do ministro Pedro Nuno Santos, e que é um buraco negro para os contribuintes. Com o CDS-PP no governo a TAP será privatizada no dia seguinte“, afirmou o líder centrista.
Numa nota divulgada a propósito da aprovação pela Comissão Europeia do plano de reestruturação da TAP, Francisco Rodrigues dos Santos argumentou que “o atraso português também se verifica na teimosia com que a esquerda insiste que o serviço público só pode ser garantido por uma empresa detida pelo Estado”.
“Não é verdade. Portugal é um dos últimos países cuja companhia de bandeira é ainda uma empresa pública”, defendeu.
Apontando que “passados seis anos da renacionalização feita por António Costa, a TAP já recebeu cerca de 1.200 milhões de euros” e que “as ajudas públicas vão continuar e ultrapassarão os 3.000 milhões de euros”, o presidente do CDS-PP salientou que “estas ajudas não caem do céu”.
“Saem dos bolsos dos portugueses que, mais uma vez, serão chamados a tapar o buraco deste ruinoso negócio socialista“, criticou, questionando: “Quantos hospitais se poderiam construir com 3.000 milhões de euros? Em quanto se poderiam baixar os impostos às famílias? Em quanto poderíamos reduzir a nossa dívida pública? Quantos medicamentos se poderiam comprar e distribuir aos idosos mais pobres? Quantas ajudas poderíamos dar aos jovens em início de vida?”.
Na terça-feira, a Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo, porém, algumas condições, entre elas que a companhia aérea disponibilize até 18 ‘slots’ por dia no aeroporto de Lisboa.
O plano “estabelece um pacote de medidas para racionalizar as operações da TAP e reduzir os custos”, nomeadamente a divisão de atividades entre, por um lado as da TAP Air Portugal e da Portugalia (que serão apoiadas e reestruturadas), e por outro a alienação de “ativos não essenciais” como filiais em atividades adjacentes de manutenção (no Brasil) e restauração e assistência em terra (que é prestada pela Groundforce)”.
Além disso, a TAP ficará “proibida de quaisquer aquisições” e reduzirá a sua frota “até ao final do plano de reestruturação, racionalizando a sua rede e ajustando-se às últimas previsões que estimam que a procura não irá aumentar antes de 2023 devido à pandemia”, ressalva a instituição.
O Governo entregou à Comissão Europeia, há um ano, o plano de reestruturação da TAP, tendo, entretanto, implementado medidas como a redução de trabalhadores.
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