Portugal continua longe dos países mais competitivos em talento. Mantém o 26.º lugar do ranking

O baixo investimento das empresas na formação dos colaboradores continua a ser o fator onde Portugal regista a pior posição (60.ª).

Portugal continua afastado das economias mais competitivas a nível mundial no que toca a desenvolvimento, atração e retenção de talento. Depois de dois anos consecutivos a perder terreno, o país mantém-se no 26.ª posição no ranking “Talento Mundial do IMD World Competitiveness Center 2021″, divulgado esta quinta-feira. Em três anos, desceu quase dez posições. No pódio está a Suíça, a Suécia e o Luxemburgo, os países mais competitivos em talento.

“Num ano em que todas as economias foram impactadas pelos efeitos da pandemia, Portugal não conseguiu tornar-se mais competitivo. Os líderes e gestores das empresas devem perceber a sua responsabilidade no aumento da motivação dos colaboradores, que é seguramente impactada por fatores como o salário, a segurança ou a qualidade de vida, mas também pelas condições que são dadas aos profissionais a nível de flexibilidade, reskilling e utilização da tecnologia mais avançada”, afirma Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School, parceira da IMD para a elaboração deste ranking, em comunicado.

De 17.º lugar, em 2018, Portugal passou para o 23.º, em 2019, e para o 26.º, em 2020, a mesma posição que ocupa no ranking deste ano. Os resultados de 2021 são acentuados pela descida do país no que respeita aos fatores de “Investimento & Desenvolvimento” e “Preparação”, que o colocam ainda mais longe das três economias consideradas mais competitivas a nível mundial, no total de 64 analisadas.

No indicador que mede o “Investimento & Desenvolvimento”, onde o país desceu da 22.ª para a 25.ª posição, o principal fator para a baixa competitividade continua a ser a falta de aposta das empresas na formação dos colaboradores. Esta é, aliás, apontada como a principal fraqueza de Portugal (que ocupa a 60.ª posição). Pela positiva destaca-se a forte percentagem que o país apresenta ao nível da força de trabalho do sexo feminino (49,5%), relativamente à sua força laboral total.

Já no fator “Preparação”, a economia nacional perdeu apenas uma posição, para a 25.ª. Aqui, a principal fraqueza registada foi ao nível do crescimento da força de trabalho, enquanto a fortaleza é a qualidade da formação em gestão e as competências linguísticas.

Finalmente, no fator “Atratividade” — que, juntamente com o “Investimento & Desenvolvimento” e a “Preparação” determinam o resultado final de cada país –, Portugal, apesar de ter subido do 33.º para o 30.º lugar, continua a ser penalizado devido à baixa classificação nos critérios de justiça, motivação dos colaboradores e saída de pessoas com boa formação e qualificação.

Países europeus reforçam liderança

Ocupando todas as posições do top 10, as economias europeias reforçaram a sua posição de liderança no ranking deste ano. A Suíça mantém o primeiro lugar do pódio, como resultado do seu desempenho sustentado em todos os três fatores. “O desempenho deste país é fortemente apoiado pela despesa pública em educação, a implementação de aprendizagens, a priorização da formação dos colaboradores e a eficácia global do sistema de saúde”, pode ler-se.

Já a Suécia, que vinha do quinto lugar, ocupa agora o segundo, graças às melhorias no seu desempenho em “Atratividade” e “Preparação”. “O seu desempenho na avaliação educacional PISA [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes], a sua disponibilidade de mão de obra qualificada, as suas competências financeiras, e a abundância de gestores superiores competentes e gestores com experiência internacional são fundamentais”, refere a Porto Business School, da Universidade do Porto.

A completar o pódio está o Luxemburgo, já habituado a este lugar no ranking. Este ano, o país regista um forte desempenho nos indicadores que compõem o fator “Investimento & Desenvolvimento” e também nos indicadores da “Atratividade”, tendo alcançado o segundo lugar em ambos. “Goza de um desempenho particularmente forte na despesa pública total em educação por estudante e na sua qualidade de educação (medida pelo rácio aluno-professor). À semelhança da Suíça e da Suécia, a ‘Atratividade’ do Luxemburgo é reforçada pela elevada qualidade de vida que oferece, combinada com o reduzido impacto da ‘brain drain‘ e a disponibilidade de pessoal estrangeiro altamente qualificado.”

Do lado oposto do ranking, estão o Peru (62.ª posição), África do Sul (63.ª) e Venezuela (64.ª), as três economias menos competitivas em matéria de atração, retenção e desenvolvimento do talento. A Venezuela, em particular, foi, ao longo deste ano, muito penalizada ao nível da atratividade, onde também ocupa o último lugar da lista.

Analisando um total de 64 países, o “IMD World Talent Ranking” avalia o estatuto e o desenvolvimento das competências necessárias para que as empresas e a economia alcancem a criação de valor a longo prazo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Variante Ómicron pode ser quatro vezes mais transmissível do que a Delta

A variante Ómicron é 4,2 vezes mais transmissível na sua fase inicial do que a variante Delta, conclui um estudo feito pelo cientista japonês Hiroshi Nishiura, que ainda não foi revisto por pares.

A variante Ómicron é 4,2 vezes mais transmissível na sua fase inicial do que a variante Delta, segundo um estudo do cientista japonês Hiroshi Nishiura, que analisou dados do genoma do vírus em pacientes sul-africanos da província de Gauteng, avança a Bloomberg (acesso pago).

A variante “escapa mais à imunidade adquirida naturalmente e através das vacinas ainda mais”, apontou Nishiura, que assessora o governo japonês, durante a apresentação das conclusões do estudo numa reunião do painel consultivo do Ministério da Saúde do Japão na quarta-feira. Este estudo ainda não foi revisto de forma independente por pares nem publicado numa revista científica.

Em África do Sul, menos de 30% da população tem a vacinação completa contra a Covid-19 e “muitas pessoas provavelmente foram infetadas naturalmente”, pelo que o cientista japonês sublinha que é preciso prestar atenção “às tendências futuras para ver se o mesmo acontecerá em países onde as vacinas de mRNA são amplamente usadas”.

Em causa está a variante B1.1.529, também designada por Ómicron, que foi identificada pela primeira vez na África Austral e que está gerar preocupação na comunidade científica por ter um número “extremamente elevado de mutações”. Esta estirpe apresenta 32 mutações na proteína “spike”, também conhecida por proteína do “espinho”, que serve de base ao nome coronavírus e é a parte do vírus usada por muitas das vacinas para proteger as pessoas contra a Covid-19.

Apesar das preocupações em torno desta nova variante, que tem levado a uma subida de casos de infeção por Covid-19 na África do Sul, este aumento não tem gerado uma pressão significativa sobre os hospitais, pelo que os cientistas estão otimistas de que esta estirpe possa desencadear apenas sintomas ligeiros.

A Pfizer e a BioNTech revelaram esta semana que uma dose de reforço da sua vacina pode fortalecer a proteção contra esta variante. Em Portugal, há já 34 casos identificados e associados a esta estirpe.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fitch diz que Evergrande falhou pagamentos aos credores

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

A Evergrande não cumpriu as suas responsabilidades junto dos credores, anunciou a agência de notação financeira Fitch, concretamente um reembolso de 82,5 milhões de dólares.

A empresa de imobiliária chinesa Evergrande, afetada por uma dívida de grandes dimensões e que preocupa os mercados financeiros, não cumpriu os pagamentos aos credores, anunciou esta quinta-feira a agência de notação Fitch.

No passado dia 6 de novembro, o grupo deveria ter reembolsado 82,5 milhões de dólares (73,1 milhões de euros). O prazo foi dilatado até terça-feira passada mas os pagamentos não foram efetuados, refere a agência de notação com sede em Nova Iorque.

Na sexta-feira, a empresa que se confronta com uma dívida de 310 mil milhões de dólares (274 mil milhões de euros), já tinha avisado que poderia vir a ficar sem dinheiro para “cumprir as suas obrigações financeiras”.

O Grupo Evergrande está com dificuldade em obedecer à pressão oficial para reduzir o seu endividamento, o que tem alimentado ansiedade com um seu possível incumprimento, por poder desencadear uma crise financeira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revolut já é oficialmente um banco em Portugal

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

A partir desta quinta-feira, os clientes em Portugal que decidirem passar o seu dinheiro para o Revolut Bank "passam a ter os seus depósitos protegidos pelo fundo de garantia de depósitos".

A ‘fintech’ Revolut lança esta quinta-feira o seu banco em Portugal e tem como ambição vir a tornar-se um operador de referência do setor bancário português, segundo o presidente executivo.

A Revolut lançou-se como banco em maio de 2020 na Lituânia e desde então tem já licença bancária para 18 países europeus. Além de Portugal, o Revolut Bank é lançado esta quinta-feira também em Itália e França.

O Revolut Bank não terá balcões físicos, apenas presença digital.

Em resposta a questões da Lusa, por escrito, o presidente executivo da Revolut, Joe Heneghan, disse que a empresa tem 500 mil clientes em Portugal e que, a partir desta quinta-feira, os que decidirem passar o seu dinheiro para o Revolut Bank “passam a ter os seus depósitos protegidos pelo fundo de garantia de depósitos”.

O gestor afirmou que um inquérito feito a clientes em Portugal indicou que 56% estariam disponíveis para receber o salário na Revolut e usariam mais serviços da Revolut se houvesse a proteção de depósitos.

“É por isso que estamos a trazer este produto em primeiro lugar e continuaremos a desenvolver a nossa oferta bancária”, disse à Lusa o presidente executivo desta empresa tecnológica de serviços financeiros (‘fintech’).

Segundo Joe Heneghan, em cada mercado, a Revolut “quer tornar-se um operador bancário chave e Portugal não é exceção”. Para isso, disse, vai ao encontro das expectativas dos clientes ao oferecer serviços financeiros “rápidos, transparentes e eficientes”.

Sobre novos serviços financeiros que o banco disponibilizará, disse que haverá mais em breve mas que, de momento, não pode indicar quais são.

A Revolut também não indica os resultados financeiros do seu negócio em Portugal nem os objetivos a médio e longo prazo.

Sobre as críticas que os bancos que operam no mercado português fazem frequentemente, acusando os novos operadores ‘fintech’ de não terem de cumprir as mesmas exigências, Joe Heneghan disse que o Revolut Bank é um banco especializado licenciado pelo Banco Central Europeu e regulado pelo Banco Central da Lituânia, pelo que cumpre “com os mesmos requisitos regulatórios europeus como qualquer outro banco”.

Questionada sobre o acesso da Revolut à rede Multibanco, fonte oficial da empresa disse à Lusa que não há novidades e que a empresa mantém conversações com a SIBS (gestora da rede Multibanco) e o Banco de Portugal nesse sentido.

A Revolut tem considerado que a falta de acesso à rede da SIBS a coloca “em desvantagem comparando com os bancos locais”.

A Revolut existe há seis anos e tem mais de 16 milhões de clientes em todo o mundo. Em Portugal tem cerca de 200 trabalhadores e um centro de trabalho em Matosinhos, no distrito do Porto. Em 2020, a Revolut triplicou o lucro bruto para 123 milhões de libras (quase 144 milhões de euros ao câmbio atual).

Fonte oficial explicou que o lucro bruto é a “diferença entre a receita que uma empresa tem em relação aos seus custos variáveis” e que a empresa apresenta este indicador (em vez de lucro líquido) devido a especificidades do seu negócio. Já as receitas ajustadas subiram 57% para 261 milhões de libras (quase 305 milhões de euros).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: Amazon, Renfe e Ómicron

A Amazon foi multada pela autoridade da concorrência italiana por alegado abuso de posição dominante do mercado. As queixas contra a Renfe por supressão de comboios dispararam mais de 400% desde 2018.

A autoridade da concorrência de Itália aplicou uma multa de 1,13 mil milhões de euros à Amazon por abuso de posição dominante. As queixas contra a espanhola Renfe subiram mais de 400% desde 2018. Na Covid-19, destaca-se um estudo que aponta que a variante Ómicron é 4,2 vezes mais transmissível do que a Delta. Conheça estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional esta quinta-feira.

Reuters

Amazon multada em 1,13 mil milhões de euros em Itália

A autoridade da concorrência de Itália disse esta quinta-feira que multou a Amazon em 1,13 mil milhões de euros por abuso de posição dominante, alegando que a empresa prejudicou os operadores concorrentes no mercado de logística do comércio eletrónico. Além disso, o regulador italiano vai impor à Amazon um conjunto de medidas corretivas.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso pago/conteúdo em inglês).

El Confidencial

Disparam queixas contra a Renfe por supressão de comboios

As queixas de passageiros contra a Renfe (equivalente à CP em Espanha), referentes à supressão de comboios, dispararam nos últimos anos. O rácio de reclamações por passageiro aumentou mais de 400% desde 2018, ano em que o Executivo liderado por Pedro Sánchez mudou a liderança do operador ferroviário estatal.

Leia a notícia completa no El Confidencial (acesso pago/conteúdo em espanhol).

Bloomberg

Ómicron pode ser quatro vezes mais transmissível do que a Delta

A variante Ómicron é 4,2 vezes mais transmissível na sua fase inicial do que a variante Delta, de acordo com um estudo preliminar do cientista japonês Hiroshi Nishiura, que analisou dados do genoma de sul-africanos da província de Gauteng. A Ómicron “escapa mais à imunidade construída naturalmente e através das vacinas”, concluiu Nishiura nas suas descobertas, que foram apresentadas numa reunião do painel consultivo do Ministério da Saúde do Japão na quarta-feira. O estudo ainda não foi revisto de forma independente.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso pago/conteúdo em inglês).

El Economista

Seguradoras espanholas vão pagar mais por mortes na estrada

O Governo espanhol pretende começar o próximo ano com um sistema atualizado de avaliação de lesões corporais por acidentes na estrada. Esta atualização vai provocar um aumento substancial das indemnizações por danos corporais a serem pagas pelas seguradoras. Em causa está um aumento médio de cerca de 8,8% nas indemnizações por perda de rendimentos no caso de morte por acidente de viação, o que equivale a compensar a família da vítima pelo salário e benefícios económicos que obteria se a pessoa acidentada não tivesse perdido a vida no acidente. O Executivo pretende que esta lei entre em vigor já no dia 1 de janeiro de 2022.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre/conteúdo em espanhol).

TechCrunch

Twitter está a testar funcionalidades parecidas às do TikTok

O Twitter anunciou na quarta-feira que está a testar uma funcionalidade que transformaria a a aba “Explorar” numa espécie de TikTok. A funcionalidade está a ser testada quer no sistema Android, quer no iOS, com utilizadores de determinados países que usam a rede social em inglês. “Estamos a testar uma página de exploração renovada e mais personalizada para facilitar o acesso, encontrar novos interesses e ver o que está a acontecer”, disse um porta-voz do Twitter ao site especializado TechCrunch.

Leia a notícia completa no TechCrunch (acesso livre/conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Siza Vieira: “Os momentos de crise e incerteza são momentos de investimento”

Esta quinta-feira - no auditório da Abreu Advogados - foram apresentadas as conclusões do estudo “Portugal M&A: Moving Forward After Covid-19”, também exibido em formato online, em parceria com o ECO.

Conferência Abreu Portugal M&A: Moving Forward After Covid-19 - 09DEZ21

“Se vimos que 2020 e 2021 foram momentos de incerteza que condicionaram o valor dos movimentos no mercado de M&A, a tendência de aumento está aí e vai-se manter. Há uma lição que as empresas que têm memória sabem: os momentos de crise e incerteza são momentos de investimento“. As palavras são do ministro da Economia, esta quinta-feira — no auditório da Abreu Advogados — na abertura da apresentação das conclusões do estudo “Portugal M&A: Moving Forward After Covid-19”, também exibido em formato online, em parceria com o ECO.

A Abreu Advogados juntou-se à plataforma Transactional Track Record (TTR) e apresentou um retrato do mercado de M&A em Portugal ao longo de todo o período de pandemia, desde o momento de maiores restrições e confinamento aos últimos meses de abertura e recuperação da economia.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira defendeu ainda que “o mercado de fusões e aquisições dinâmico é sinal de uma economia dinâmica. Temos de olhar para trás e ver o que aprendemos, numa altura de grande mudança internacional. O setor está mais dinâmico do que estava. A abundância de liquidez do mercado, com taxas de juros baixas, com os fundos de private equity e retornos que possam ser encontrados através da busca de ativos. Esta abundância é a justificação para uma atividade global. Mas há outro motivo: investidores estrangeiros com decisões estratégicas ao usarem o mercado de M&A para se adaptarem à economia”.

“Os protagonistas dos próximos tempos serão os vencedores dos anos seguintes”, disse o membro do Governo. O ministro disse ainda que os protagonistas estarão à procura de ativos onde possa estar o máximo de retorno e as empresas à procura de encontrarem modelos de negócio na economia global.

Mas há também outras características específicas que são mais próprias de Portugal e de um país europeu. Siza Vieira explicou que a primeira tem a ver com a recomposição de ideias e valor global e a forma como as organizações se posicionam no mercado. Quando falamos de reindustrialização da Europa, da produção de bens e serviços na UE, assistimos a uma recomposição dessas cadeias de valor. Portugal tem sido um destinatário significativo de investimento estrangeiro direto. Temos visto que já em 2021 atingimos o máximo de investimento agregado pela AICEP. Portugal em o ais elevado nível de stock de investimento estrangeiro da sua história. E de captação de investimento estrangeiro Crescemos para o 9º lugar do país que mais capta investimento estrangeiro. Com a Indústria e tecnologias mo topo.

O ministro explicou ainda que “muito do investimento vem em busca dos nossos recursos humanos. São altamente valorizados pelos investidores estrangeiros. Hoje já já não temos um deficit de qualificações e somos o terceiro país europeu que mais engenheiros tem. A segurança, a estabilidade política são outros fatores. Tal como o facto de termos uma economia com margem de progressão em termos da sua atividade económica. (11,6% do PIB contra os 7% da Europa)”.

E destacou ainda que Portugal tem competências e capacidades a nível de tecnologias que vão ser valorizadas. Nomeadamente os sistemas de energia. Iniciamos a sua transição energética muito mais cedo do que o resto da Europa. “E isso criou um grande dinamismo e capacidades que são muito necessárias nos próximos tempos. Também na Inteligência Artificial temos essa dinâmica”.

Os próximos tempos vão ser de recomposição do nosso tecido empresaria e aceleração de tendências que vinham de trás. Temos consolidação, algumas empresas estão a ficar para trás, incapazes de sobreviver com mais exigências. E outras com a capacidade de crescer e de orientarem mais para os mercados externos. Consolidação intra setores que vai gerar nas transações de menor dimensão algum processo de consolidação. E depois é olhar para o setor financeiro (formas diferentes como consolidações, joint ventures) e tudo isso vai gerar atividade nos próximos tempos.

“A próxima década vai ser uma década de transformação da economia europeia e mundial” e “os protagonistas dos próximos tempos serão os vencedores dos anos seguintes”, disse o membro do Governo”, concluiu Pedro Siza Vieira.

Qual a evolução do número e volume de operações durante a pandemia e como se compara com os últimos cinco anos? Quais os setores mais ativos do mercado? Como se comportou o investimento estrangeiro no setor? Estes e outros dados relevantes sobre o mercado de M&A em Portugal foram apresentados na sessão que contou com Pedro Siza Vieira, Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, a participação de Rita Araújo, Executive Board Member da AIECEP, Isabel Duarte Lima, managing partner da HCapital, Marco Lourenço, managing Director e Head of M&A and ECM, na Caixa Banco de Investimento e moderado pelo jornalista António Costa, Publisher do ECO. Da parte da Abreu Advogados os dados foram explicados pelos sócios Ana Sofia Batista, José Maria Corrêa de Sampaio, Manuel Santos Vítor, Marta Romano de Castro e Hugo Teixeira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Europa prepara-se para longo e frio inverno com preços da energia em máximos históricos

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

As associações de vários setores têm avisado que a situação está insustentável para as empresas, perspetivando aumentos nos preços finais dos produtos e reclamando a descida das taxas e impostos.

O aumento da procura de gás natural depois dos confinamentos para combater a pandemia fez disparar os preços da energia e deixou a Europa a braços com mais uma crise, à medida que se aproxima um longo e frio inverno.

Numa conhecida série de televisão norte-americana, uma frase era repetida para avisar sobre os tempos difíceis e perigosos que se avistavam: “o inverno está a chegar”. Assim está a Europa, a preparar-se para um inverno que se perspetiva frio, longo e dispendioso, com os preços da energia em máximos históricos e que só a chegada da primavera deverá suavizar.

O problema resulta de uma conjugação de fatores, além da explosão da procura após a contenção durante a pandemia, que passam também pela pressão sentida em toda a cadeia logística e as restrições por parte dos grandes exportadores de petróleo.

A União Europeia (UE) depende fortemente das importações de gás natural, que é o segundo combustível mais utilizado nos 27 Estados-membros, a seguir ao petróleo e derivados, sendo a Rússia o maior exportador.

Vários especialistas e agentes políticos ocidentais têm defendido que a Rússia agravou propositadamente a escassez de energia na UE, como forma de pressionar a Alemanha a aprovar o funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 (que os Estados Unidos tentam travar), que liga os dois países através do Mar Báltico, deixando de ser necessário que o transporte se faça através da Ucrânia, até agora a porta de entrada do gás russo na Europa.

Alguns receiam que a Ucrânia fique novamente ‘na mira’ do Presidente russo, Vladimir Putin, quando deixar de ser essencial como país de trânsito para o gás natural, depois de em 2014 a Rússia ter anexado ilegalmente a região ucraniana da Crimeia.

Em Portugal, os primeiros sinais da crise energética europeia fizeram-se sentir no anúncio de aumentos violentos dos combustíveis, levando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a fazer um outro prognóstico, citando pareceres da Comissão Europeia: a inflação energética deve estabilizar e arrefecer com a chegada da primavera, no final do primeiro trimestre do próximo ano.

Atualmente a viver o período com preço de gasóleo e gasolina mais caros dos últimos três anos, Portugal viu em meados de outubro, pela primeira vez, o preço de venda ao público de um combustível ultrapassar a barreira dos dois euros por litro em alguns postos de abastecimento das áreas de serviço nas autoestradas.

Face aos sucessivos aumentos semanais dos preços dos combustíveis, surgiram nas redes sociais apelos a um boicote ao abastecimento, com os camionistas a admitirem também aderir aos protestos.

Com o descontentamento a subir de tom, o Governo decidiu compensar a subida dos preços dos combustíveis com a devolução aos comercializadores de um montante que atinge os 90 milhões de euros (63 milhões pelo IVA arrecadado e 27 milhões de euros pelo arredondamento do alívio do Imposto sobre Produtos Petrolíferos – ISP).

A escalada do preço dos combustíveis tem motivado preocupação, alertas e protestos nos mais diversos setores da economia portuguesa, da metalurgia e metalomecânica ao transporte de passageiros e de mercadorias e da agricultura à distribuição, pedreiras, madeira e mobiliário.

As associações representativas dos vários setores têm avisado que a situação se está a tornar insustentável para as empresas, perspetivando aumentos nos preços finais dos produtos e reclamando a descida das taxas e impostos sobre os combustíveis e a energia.

O Governo respondeu, no entanto, com a criação de um apoio de 10 cêntimos por litro de combustível até a um máximo mensal de 50 litros – apelidado de ‘AUTOvoucher’ – com a duração de cinco meses e que se traduz na transferência para a conta dos consumidores registados na plataforma IVAucher de um valor de cinco euros por mês a partir do primeiro abastecimento de combustível mensal.

O custo desta medida está avaliado em 132,5 milhões de euros.

No caso dos táxis o apoio extraordinário é de 190 euros por veículos e no dos veículos pesados licenciados para transporte público é de 1.050 por autocarro, pagos de uma vez, em 2021.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fim do “roaming” na União Europeia prolongado até 2032

Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia chegaram a um acordo para prolongar por mais dez anos a medida que determinou o fim do roaming nas telecomunicações na UE, em vigor desde 2017.

A medida que determinou o fim das taxas de roaming na União Europeia (UE) foi renovada por uma década, ao abrigo de um acordo “informal” entre o Parlamento Europeu e a presidência eslovena do Conselho da UE. Assim, os cidadãos europeus vão continuar a poder usar o telemóvel enquanto viajam noutro Estado-membro da UE como se estivessem no seu próprio país, sem pagarem mais por isso.

O acordo foi anunciado esta quinta-feira e prolonga por dez anos a medida que entrou em vigor em 2017. Na altura, as empresas europeias de telecomunicações opuseram-se fortemente ao fim do roaming na UE, um programa que foi batizado de “Roam like at Home” e que, de outra forma, iria expirar a 30 de junho de 2022.

Noutra nota de imprensa, a Comissão Europeia congratula-se com o prolongamento da medida até 2032 e ressalva que os europeus não podem ser sujeitos a pagamentos adicionais por chamadas ou dados [móveis] usados enquanto viajam dentro da UE”. “Os cidadãos vão poder fazer chamadas, enviar mensagens e usar dados móveis enquanto viajam na UE sem custos adicionais e com a mesma qualidade de que beneficiam em casa”, acrescenta a Comissão.

A medida introduz ainda alguns benefícios adicionais. As operadoras vão ter de interromper automaticamente os serviços de comunicações eletrónicas aos clientes em roaming sempre que a conta ultrapasse os 50 euros (ou outro limite predefinido). Isto porque, apesar do fim das taxas, existem políticas de utilização responsável, após as quais os clientes passam a ter de suportar custos extra.

Ao nível grossista — ou seja, aquilo que as operadoras têm de pagar umas às outras pela utilização das suas redes por clientes em roaming –, a nova regulamentação impõe limites nos preços: 2 euros por GB em 2022, 1,8 euros em 2023, 1,55 euros em 2024, 1,3 euros em 2025, 1,1 euros em 2026 e 1 euro de 2027 em diante. Nas chamadas de voz, o limite é de 0,022 euros por minuto entre 2022 e 2024 e 0,019 euros a partir de 2025. Nas mensagens, o limite é de 0,004 euros por SMS entre 2022 e 2024, e de 0,003 euros por SMS de 2025 em diante.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Plataformas de contratação pública vão pagar taxa anual de 10 mil euros ao IMPIC

Portaria do Governo publicada no Diário da República fixa as taxas a pagar pelas plataformas eletrónicas de contratação pública, incluindo uma taxa anual de 10 mil euros por ano.

As plataformas eletrónicas de contratação pública vão passar a pagar anualmente uma taxa de 10 mil euros ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC). A taxa diz respeito à “monitorização e fiscalização da respetiva atividade” e tem de ser liquidada “durante o mês de janeiro do ano a que respeita”.

Em causa está uma portaria do ministro de Estado e das Finanças, João Leão, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Moreno Delgado, conhecida esta quinta-feira, que fixa as “taxas devidas pelas empresas gestoras de plataformas eletrónicas licenciadas” pelo IMPIC. O pagamento dessas taxas já estava previsto na lei de 2015 que regulou a disponibilização e a utilização destas plataformas, mas ainda estava “em preparação”, indica uma informação disponibilizada no site do IMPIC.

Com efeito, é designada uma taxa anual de 10 mil euros a pagar por estas empresas ao IMPIC, bem como uma taxa de 500 euros pelo licenciamento das referidas plataformas.

“Com a emissão da licença, para além do pagamento da taxa de licenciamento referida (…), deve ser simultaneamente paga a taxa [de 10 mil euros] no montante proporcional ao número de meses completos por decorrer até à conclusão do ano civil em curso”, lê-se na portaria. Ou seja, uma plataforma que obtenha a licença em junho, tem de pagar, além dos 500 euros, o montante de 5.000 euros, metade da taxa anual, correspondente ao semestre.

Por fim, está prevista ainda uma taxa “pela emissão de certidões ou declarações, até cinco páginas”, no valor de 25 euros, a que acresce um euro “por cada página a mais”.

A lei de 2015 determinava que “as empresas gestoras de plataformas eletrónicas licenciadas pelo IMPIC estão sujeitas ao pagamento de taxas destinadas a cobrir os encargos com a gestão do sistema de licenciamento, bem como a monitorização e a fiscalização da respetiva atividade em território nacional”. O diploma refere que o produto das taxas reverte para os cofres do IMPIC.

O site do IMPIC lista uma série de plataformas eletrónicas de contratação pública. Entre elas, AnoGov, ComprasPT, SaphetyGov, e VortalGov.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sobrecusto com biocombustíveis disparou para o dobro em 2020, diz a ERSE

"As cotações nos mercados internacionais registaram em 2020 valores 38% abaixo, motivados pela quebra da procura decorrente do confinamento imposto pela pandemia de Covid-19", concluiu o regulador.

No Relatório “Análise do Mercado de Biocombustíveis 2018 – 2020”, publicado esta semana, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) conclui que “os sobrecustos para os consumidores com a incorporação de biocombustíveis em Portugal têm vindo a subir de 2018 para 2020, muito motivados por uma maior ambição nas metas de incorporação e, também, pelo contexto atípico do ano de 2020, no qual as cotações internacionais dos gasóleos e das gasolinas rodoviárias registaram valores muito baixos”.

Ainda assim, dada a expressão dos grandes operadores no mercado nacional, as metas de incorporação de biocombustíveis estabelecidas na legislação são essencialmente cumpridas: Petrogal, Repsol, BP, Cepsa, Prio e OZ, em agregado representam mais de 95% das introduções a consumo de gasolinas e gasóleos rodoviários em Portugal.

Já o mesmo não se pode dizer dos operadores de pequena dimensão, que incumprem nas suas obrigações, revela a ERSE. O regulador constatou também que a grande fatia dos biocombustíveis incorporados no gasóleo advém da produção nacional, mas o cumprimento das metas nacionais obrigatórias faz-se maioritariamente com recurso a títulos de biocombustíveis.

Começando pelo gasóleo, no que diz respeito à evolução do sobrecusto com a incorporação de biocombustíveis ao longo do período analisado, verificou-se uma estabilização dos valores médios mensais em 2018 e 2019, na ordem dos 0,023 €/litro e dos 0,022 €/litro, respetivamente. No entanto, o valor médio em 2020 disparou para 0,054€/litro, mais do dobro dos valores registados nos anos anteriores.

Na gasolina, e no que diz respeito à evolução do sobrecusto de incorporação física de bioetanol, verificou-se ao longo do período analisado uma tendência crescente, com valores médios mensais de 0,021 €/litro, 0,033
€/litro e 0,062 €/litro, em 2018, 2019 e 2020, respetivamente, representando o valor médio de 2020 quase o dobro do valor registado em 2019.

Diz a ERSE que apesar de se ter verificado uma atualização da meta obrigatória de incorporação de biocombustíveis de 2019 para 2020, de 7% para 10% (em teor energético), “tal aumento não explica a amplitude do acréscimo observado no sobrecusto de incorporação de biocombustíveis nesse período”, mas sim “uma queda acentuada das cotações do gasóleo nos mercados internacionais”.

“As cotações nos mercados internacionais registaram em 2020 valores cerca de 38% abaixo dos registados em 2019, motivados pela quebra da procura decorrente das medidas de confinamento impostas pela pandemia de Covid-19, associada a um excesso de oferta. O sobrecusto resultante da incorporação de biocombustíveis registou o valor mais elevado em abril de 2020, coincidente com o mês em que as cotações internacionais registaram os valores mais baixos”, refere o relatório da ERSE.

Conclusão: quando o preço do petróleo e dos seus derivados está mais baixo, aumenta o sobrecusto de incorporação de biocombustíveis, mesmo num ambiente de estabilidade ou até de recessão no setor dos biocombustíveis. Em sentido inverso, um contexto de preços elevados do petróleo atenua o efeito da incorporação no que a custos diz respeito.

Já em janeiro de 2021, a meta foi revista em alta para os 11% de incorporação obrigatória em teor energético. Além disso, as diretivas europeias limitam já a incorporação de 7%, em teor energético, da contribuição dos biocombustíveis produzidos a partir de cereais e de outras culturas ricas em amido, de culturas açucareiras e oleaginosas e de culturas feitas como culturas principais essencialmente para fins energéticos em terrenos agrícolas.

A esta limitação acresce a obrigação de incorporação, a partir de 2021, de uma meta vinculativa de
0,5%, em teor energético, relativa aos biocombustíveis avançados.

“A atual capacidade produtiva nacional permite limitar as necessidades de importação de biocombustíveis, designadamente os substitutos do gasóleo. Para além de mostrar evidências da sua importância e competitividade no setor dos biocombustíveis per se, a capacidade produtiva nacional de biocombustíveis assume já uma relevância assinalável no tecido empresarial português, contribuindo não só para a descarbonização do setor dos transportes, como também para a vitalidade e o desenvolvimento de indústrias paralelas através do crescente aproveitamento e valorização de resíduos, no contexto de uma economia circular”, conclui a ERSE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo britânico aciona “Plano B” para controlar surto de Ómicron

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

Boris Johnson decidiu avançar com novas medidas, incluindo a recomendação do teletrabalho sempre que possível e a introdução do passe sanitário para acesso a discotecas e grandes eventos.

O Governo britânico vai acionar o “plano B” para tentar controlar o avanço da variante Ómicron, introduzindo a recomendação para o teletrabalho e o uso de passes sanitários em discotecas e grandes eventos, anunciou o primeiro-ministro, Boris Johnson.

O chefe do Governo disse numa conferência de imprensa ser “proporcional e responsável passar para o Plano B” perante o avanço da nova variante do coronavírus, cujos dados mostram que o número de infeções está a duplicar cada dois a três dias.

As medidas aplicam-se a Inglaterra, enquanto as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm sido mais apertadas, são da responsabilidade dos respetivos governos autónomos.

O Reino Unido registou 161 mortes e 51.342 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, dos quais 131 com a variante Ómicron. Ao todo, o total de casos identificados com a nova variante do coronavírus é de 568, contra 32 há uma semana atrás, tendo Johnson confirmado esta semana existirem “indícios de que é mais transmissível” do que a variante Delta.

“Sabemos que a lógica implacável do crescimento exponencial pode levar a um grande aumento das hospitalizações e, portanto, infelizmente, das mortes”, admitiu Johnson.

O contágio de oito jogadores e cinco membros da equipa técnica do clube de futebol Tottenham, que joga na quinta-feira contra o Rennes na Liga Europa, simboliza o agravamento da situação no Reino Unido.

Porém, o deputado do Partido Conservador William Wrag avisou no Parlamento que a decisão de introduzir novas restrições poderia ser vista como uma “tática de diversão” para combater a polémica sobre uma alegada festa de Natal em Downing Street que terá violado as regras do confinamento da altura.

A história domina a agenda há uma semana, apesar de se referir a uma festa no ano passado, e voltou a complicar-se esta quarta-feira, devido à divulgação de um vídeo onde assessores do primeiro-ministro gracejam sobre uma alegada festa.

Nas redes sociais o anúncio de novas restrições está a ser descrito como “dead cat” [gato morto], o nome pelo qual é conhecida a estratégia de anunciar algo importante para tentar encobrir um assunto incómodo e controverso. “A população britânica consegue ver a importância da informação médica que estamos a dar”, defendeu Boris Johnson.

Wragg disse também que “passes sanitários não vão aumentar a aceitação da vacina, mas criarão uma sociedade segregada”, mostrando que muitos do partido do Governo são contra esta medida.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SNS recebe mais 745 milhões até ao fim do ano

O Executivo vai reforçar a dotação do Serviço Nacional de Saúde em mais 745 milhões de euros até ao fim do ano. Deste montante, 630 milhões são destinados aos hospitais e 115 milhões às ARS.

O Governo vai reforçar a dotação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em mais 745 milhões de euros até ao fim do ano. Com esta injeção, o Executivo tem como objetivo reduzir a dívida e aumentar a capacidade de resposta e de produção do SNS.

Num comunicado, o Ministério da Saúde explica que, do montante global de 745 milhões de euros, “630 milhões de euros destinam-se aos hospitais e 115 milhões às Administrações Regionais de Saúde (ARS)”.

Este investimento público surge depois de, em agosto, o Executivo ter avançado com uma injeção de 350 milhões de euros no SNS, pelo que, no total, para este ano, o SNS vai ter um reforço superior a mil milhões de euros. O objetivo é ter “um SNS melhor preparado, mais robusto e com mais respostas para os cidadãos”, lê-se na nota de imprensa.

Por fim, o Ministério da Saúde sinaliza que este reforço surge “num ano de grande esforço financeiro” devido à Covid-19, nomeadamente na recuperação da atividade assistencial”.

Segundo o Executivo “até outubro tinham sido realizadas quase 30 milhões de consultas médicas em cuidados de saúde primários e 590 mil cirurgias, os valores mais elevados de sempre”, bem como “mais de dez milhões de consultas hospitalares”. Este reforço adicional vai também servir para financiar os testes de despiste à Covid e para suportar “o esforço adicional de vacinação”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.