Vendas a retalho caem na UE em fevereiro. Portugal regista a maior queda

  • Lusa
  • 12 Abril 2021

As vendas a retalho caíram 2,9% na Zona Euro e 2,2% na União Europeia em fevereiro, face a igual período do ano passado. s, Portugal registou o maior recuo homólogo (-15,4%), seguido da Eslováquia.

As vendas a retalho recuaram 2,9% na Zona Euro e 2,2% na União Europeia (UE) em fevereiro, face ao mês homólogo, com Portugal a registar a maior quebra (15,4%) entre os Estados-membros, segundo o Eurostat.

Já na variação em cadeia, o índice das vendas a retalho aumentou, em fevereiro, 3,0% na Zona Euro e 2,9% na UE.

Entre os Estados-membros, Portugal registou o maior recuo homólogo (-15,4%), seguido da Eslováquia (-14,7%) e Malta (-8,9%), enquanto as maiores subidas foram observadas na Bélgica (11,0%), Áustria (5,2%) e Croácia (5,1%).

Na comparação com janeiro, as maiores subidas nas vendas a retalho foram observadas na Áustria (28,2%), na Eslovénia (16,4%) e em Itália (8,4%). Os principais recuos em cadeias foram assinalados em Malta (-1,5%), em França e Hungria (-1,2% cada) e em Portugal (-0,7%).

Recorde-se que uma nova fase de confinamento, nomeadamente com o encerramento do comércio de retalho, se iniciou em Portugal em 15 de janeiro, como medida para controlar a pandemia da Covid-19.

A pandemia de Covid-19 – doença transmitida por um novo coronavírus – provocou, pelo menos, 2.929.563 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal morreram 16.916 pessoas dos 827.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ESG: “Adotar estas novas políticas é também uma questão de sobrevivência” para as empresas

  • Capital Verde
  • 12 Abril 2021

Três sócios e co-coordenadores do serviço de ESG da Abreu Advogados exploram os impactos dos critérios ESG no panorama empresarial em mais um episódio da série PodcastLab.

Este ano assistimos a uma aceleração na área das finanças sustentáveis, as quais estão a marcar a agenda europeia. São vários os regulamentos que entram em vigor, alguns já a partir de 30 de junho, e que as empresas terão de cumprir, nomeadamente os critérios ESG – Environmental, Social and Governance.

Como explicar de forma simples o que são os critérios ESG? Em que medida é que esta mudança, que impactará o panorama empresarial e economia mundial, é realmente inevitável? De que forma se materializa a passagem da realidade “nice to have” para um “must have”? Dentro dos diferentes critérios, quais são os que colocam maiores desafios às empresas portuguesas? E como é que esta exigência se coordena num período pós-pandémico?

Estas foram algumas das questões abordadas no novo episódio da série WebcastLab, uma iniciativa que tem o apoio da Abreu Advogados, em parceria com o ECO, e que juntou os sócios que coordenam o novo serviço da sociedade dedicado aos ESG: Alexandra Courela, que lidera nos temas de governance e co-coordena a equipa de Direito Fiscal, José Eduardo Martins, lidera nos temas de ambiente e co-coordena a equipa de Direito Público, e Pedro Pais de Almeida, lidera nos temas sociais e co-coordena a equipa de Sustentabilidade. A moderação ficou a cargo de Bárbara Silva, editora do Capital Verde.

“Continuamos a olhar para o ESG como critérios abstratos, sem percebermos o que significa. Tentando simplificar, os critérios ESG são um conjunto de standards que devem guiar a atuação de uma empresa”, explica Alexandra Courela. “O pilar ambiental é o que mais relacionamos com a sustentabilidade”, e inclui temas como “as alterações climáticas, a biodiversidade, as emissões de carbono, o financiamento verde”. No pilar social, são exemplos a “escravatura dos tempos modernos, a diversidade, os direitos humanos, as relações entre colaboradores ou clientes, a seleção de fornecedores.“.

No caso do pilar de governance, este talvez seja o menos visível. “Tem a ver com evitar os subornos, a corrupção, existir compliance, transparência, gestão de risco, garantias de que os acionistas estão a agir em prol da empresa”, esclarece Alexandra, e tem como objetivo “trazer à empresa uma maior amplitude e uma consideração global de valor”.

Nenhum destes temas é particularmente novo e alguns deles já estavam previstos na lei, “mas estavam dispersos”, refere. Na opinião da sócia, em termos de governance, “o processo também vai acelerar” e a resolução do Parlamento Europeu de final de 2020, centrada na questão de governance numa lógica global de sustentabilidade, já “dá muitas pistas”.

A adoção dos critérios de ESG passará de um nice to have para um must have já este ano. “Vivemos numa economia global e as empresas, quer nacionais, quer internacionais, têm uma reputação a defender. E nos dias de hoje não é possível defender essa reputação sem que as empresas adotem uma série de práticas de sustentabilidade“, explica Pedro Pais de Almeida. A própria sociedade de advogados diz-se “pioneira em Portugal” nesta matéria, já que lançou o seu relatório de sustentabilidade em 2009, onde incluiu as demonstrações financeiras, “por uma questão de transparência”, o que em Portugal não é obrigatório, no caso das sociedades de advogados não comerciais.

Olhando para o tecido empresarial português, em que a grande maioria são pequenas e médias empresas (PME), os desafios para implementar esta mudança são enormes e existe uma necessidade de assessoria jurídica, entre outras. A criação do novo serviço dedicado à ESG na Abreu Advogados “também partiu de solicitações de alguns clientes, sobretudo do setor financeiro”, explica José Eduardo Martins.

Para “ajudar os nossos clientes entre esta volatilidade entre critérios de soft law – princípios valorizados pelos consumidores – e de em algumas situações já termos legislação, o primeiro serviço que faz sentido é o de diagnóstico: ajudar a empresa a entender onde é que está nos critérios de ESG“, exemplifica Alexandra Courela.

Pela experiência da sociedade de advogados nestas matérias, no universo empresarial das PME, existe ainda uma “falta de preparação, de conhecimento e de sensibilização”, ou seja, “há um caminho muito longo a percorrer” e “muito provavelmente esse caminho vai ser forçado por via legislativa”, refere a sócia.

A verdade é que muitas destas empresas se encontram já em contextos difíceis, dada a crise económica causada pela pandemia. Como conseguirão ter capacidade para se adaptarem a estes critérios? “Temos empresas muito grandes, sobretudo no setor da distribuição, a braços com um conjunto de obrigações de hard law que não são fáceis para o ano de 2021 em termos de custos de contexto”, adianta José Eduardo Martins.

E deixa um exemplo concreto: “não há empresa de retalho alimentar, distribuição e supermercado que não tenha pelo menos duas obrigações muito impactantes (…): a transposição da diretiva dos plástico de uso único e tudo aquilo que queremos fazer para subir os consumíveis na escala da sustentabilidade. Isto coloca desafios enormes às empresas“.

Mas o sócio que lidera nos temas sociais, Pedro Pais de Almeida, recorda os subsídios europeus, a denominada “bazuca” europeia, na ordem dos 2,8 mil milhões de euros, “parte deles a fundo perdido, que são uma oportunidade para as empresas” e “talvez a única nos tempos mais próximos”, dado o contexto atual.

“Quando uma empresa está em risco de sobrevivência, adotar estas novas políticas é também uma questão de sobrevivência. Por isso, o meu conselho seria que, dentro do seu plano de contingência, a empresa aproveite esta oportunidade e o momento difícil para tentar dar a volta. A adoção dos critérios de ESG pode ser uma forma de a empresa se destacar das demais”, acrescenta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal passou zero multas ao abrigo do RGPD no “ano perdido” de 2020

A Comissão Nacional de Proteção de Dados não aplicou qualquer coima ao abrigo do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) em 2020. O contraste é grande com a vizinha Espanha, que aplicou 134.

Portugal não aplicou qualquer coima em 2020 ao abrigo do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). O cenário nacional contrasta com o de outros países da União Europeia (UE), como é o caso de Espanha, onde foram aplicadas 134 coimas a empresas e organizações ao abrigo dessa lei europeia.

A conclusão resulta da análise dos dados recolhidos pela sociedade de advogados CMS, que criou uma plataforma pública, de acesso gratuito, para centralizar este tipo de informação. O RGPD entrou em vigor em 2018 para proteger os dados pessoais dos cidadãos europeus, conferindo-lhes novos direitos, como o direito ao consentimento para tratamento dos seus dados pessoais por terceiros, e impondo regras apertadas para os dados sensíveis.

Coimas do RGPD aplicadas em 2020:

Eslovénia, Eslováquia e Luxemburgo sem dados. Fonte: GDPR Enforcement Tracker (CMS)

Para o advogado João Leitão Figueiredo, sócio da CMS, “2020 foi um ano perdido” em Portugal em matéria de proteção de dados. “A ausência de enforcement no nosso país é gritante e pode facilitar a entrada de agentes estrangeiros que veem [Portugal como] um território seguro, onde o laxismo pode compensar”, comenta o especialista ao ECO.

Os dados da plataforma permitem aferir que, sendo Espanha o país líder destacado no número de coimas aplicadas a entidades por causa do RGPD, é seguido de longe pela Roménia (26 coimas) e Hungria (16). Já Portugal surge no fundo da tabela, acompanhado por dois outros Estados-membros sem qualquer coima registada em 2020: Malta e República Checa.

Ainda assim, para João Leitão Figueiredo, ainda é cedo para dizer que o RGPD é ineficaz, ou que as ameaças de pesadas multas que eram feitas antes da entrada em vigor foram manifestamente exageradas. Pelo contrário: o advogado alerta que “é muito cedo”, pois “basta sair uma decisão” mais pesada para “inverter esta lógica”.

Aliás, o certo é que, noutros países, decisões desse tipo já começaram a surgir. A 21 de janeiro de 2019, França multou a Google em 50 milhões de euros. Já em meados de novembro de 2020, o Carrefour foi alvo de uma multa de 2,25 milhões de euros por alegadas violações ao RGPD. Na Alemanha, em outubro, a H&M foi multada em quase 35,26 milhões e, já este ano, uma loja online de venda de portáteis foi alvo de uma multa de 10,4 milhões de euros.

A ausência de enforcement no nosso país é gritante e pode facilitar a entrada de agentes estrangeiros que veem [Portugal como] um território seguro, onde o laxismo pode compensar.

João Leitão Figueiredo

Advogado, CMS

Em Portugal, a aplicação do RGPD está a cargo da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), que aplicou três coimas em 2019 e uma em 2018. O advogado explica que a CNPD não publica a identidade das organizações alvo das multas, mas é público que a maior coima foi aplicada ao Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, no valor de 400 mil euros.

“Pode ter constituído um statement da CNPD, por ser uma entidade pública [e envolver] uma total ausência de cuidado no tratamento de dados de saúde. Há uma componente política nessa decisão, de disciplinar o setor público”, considera o especialista.

João Leitão Figueiredo, advogadoCMS

Para João Leitão Figueiredo, a ausência de coimas em Portugal, que não estará relacionada com uma maior conformidade das empresas portuguesas, gera dois tipos de problemas. O primeiro é ilustrado pela multa de França à Google, em que, como “Irlanda não se ia mexer” contra a multinacional, “França avocou o processo, julgou-o e aplicou a coima”. “Há um risco de outras autoridades avoquem competência por CNPD não fazer nada. E podem haver sanções ou alertas contra Portugal, para que reforce [a aplicabilidade da lei europeia]”, aponta.

O segundo prende-se com o facto de algumas empresas portuguesas estarem em risco noutros mercados, como acontece em Espanha. É o caso da EDP. No ano passado, a empresa portuguesa foi alvo de duas coimas de 75 mil euros cada uma no país vizinho, por alegadas violações do RGPD, de acordo com a ferramenta da CMS. Uma foi aplicada diretamente à EDP España e outra à EDP Comercializadora.

A CNPD é a autoridade responsável pela aplicabilidade do RGPD em Portugal e é presidida por Filipa Calvão. A entidade responde à Assembleia da República (AR) e já se queixou no passado de falta de meios e recursos para fazer cumprir a lei. Em maio de 2019, um ano após a entrada em vigor da legislação europeia, a presidente, em entrevista ao ECO, disse que a dotação do Parlamento “não é suficiente”. “Nós, com sete especialistas, não vamos conseguir garantir uma aplicação efetiva do regulamento”, avisou Filipa Calvão na altura.

O ECO enviou um conjunto de questões à CNPD sobre o enforcement do RGPD em Portugal, assim como acerca da ausência de coimas aplicadas pela entidade em 2020. Não obteve resposta até ao fecho deste artigo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Remessas de emigrantes da Suíça superam as de França pela primeira vez

  • ECO
  • 12 Abril 2021

Em 1996, o primeiro ano da série de dados do Banco de Portugal, os valores da Suíça eram cerca de metade do montante do valor de França.

As remessas da Suíça atingiram 1.037 milhões de euros em 2020, um aumento de 4,9% face a 2019. Pela primeira vez, superaram as remessas de França, que totalizaram 1.036,6 milhões, menos 5,2% face ao ano anterior, avança o Público citando dados do Banco de Portugal

Em 1996, o primeiro ano desta série de dados, os valores da Suíça eram cerca de metade do montante do valor de França. O crescimento da Suíça, que tem menos emigrantes portugueses do que França, ocorre num ano em que, no total, o valor de remessas para Portugal diminuiu, uma inversão da tendência registada ao longo da última década. Na terceira posição está o Reino Unido, seguido logo de Angola que viu um grande crescimento e foi responsável por remessas de 245,5 milhões de euros.

Inês Vidigal, do Observatório da Emigração, disse ao Público que a geral descida das remessas “está provavelmente ligada aos efeitos da pandemia, visto que o volume de remessas e de migrações estão fortemente ligadas”. “O aumento do desemprego e da inatividade, em consequência dos confinamentos impostos por muitos países, afeta a capacidade e disponibilidade financeira dos emigrantes para enviarem remessas para Portugal”, explicou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA estão a crescer “muito mais rapidamente”. Nova vaga de Covid-19 é ameaça

  • ECO
  • 12 Abril 2021

Em março, a taxa de desemprego diminuiu ligeiramente. Vacinação está a ajudar à recuperação, mas presidente da Fed avisa que ainda é preciso manter o distanciamento social e usar máscara.

O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, disse, em entrevista à CBS, que a economia do país está prestes a começar a crescer “muito mais rapidamente”, mas um ressurgimento de casos Covid-19 pode atrapalhar o progresso. Segundo Powel, a economia está a ganhar força “por causa da vacinação generalizada, o forte apoio orçamental e o forte apoio da política monetária” da Fed.

“Sentimos que estamos num lugar onde a economia está prestes a começar a crescer muito mais rapidamente e a criação de empregos a chegar muito mais rapidamente. O principal risco para a nossa economia agora é realmente que a doença se espalhe novamente. Será inteligente se as pessoas puderem continuar a distanciar-se socialmente e a usar máscaras “, disse na entrevista.

Já em março houve sinais positivos, tendo a taxa de desemprego caído de 6,2% para 6%, coincidindo com as previsões, mas ainda muito acima da taxa pré-pandemia de 3,5%.

Apesar de haver mais emprego, o presidente da Fed já admitiu, no início deste mês, que algumas pessoas podem ter dificuldades para se adaptar à economia permanentemente alterada pela pandemia. Por isso, a Fed continuará a fornecer apoio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DGS admite que a 2.ª dose da AstraZeneca pode ser substituída por outra vacina

  • Lusa
  • 12 Abril 2021

Todas as vacinas usam a mesma proteína, pelo que do ponto de vista da imunologia, à partida, será equivalente a resposta imunitária se a segunda dose for de outra marca.

A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS) admite que, abaixo dos 60 anos, quem recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca poderá receber a segunda dose de qualquer outra marca.

Citando declarações de um dos membros da comissão técnica, Luís Graça, a rádio TSF explica que esta é uma hipótese que ainda está em estudo e que a DGS ainda aguarda estudos para que seja tomada uma decisão.

“Todas as vacinas usam a mesma proteína, pelo que do ponto de vista da imunologia, à partida, será equivalente a resposta imunitária induzida com uma vacina de uma marca diferente”, explica Luís Graça.

Na semana passada, a DGS passou a recomendar que esta vacina fosse administrada apenas a pessoas acima dos 60 anos. Segundo a TSF, cerca de 200 mil portugueses, de várias idades, já foram vacinados com a primeira dose desta vacina.

Segundo explica Luis Graça, uma vez que o intervalo entre as doses da vacina da AstraZeneca é de 12 semanas, as autoridades têm até maio para ver o que se está a passar nos outros países, quais são as alternativas e aguardar por mais dados, sobretudo pelo trabalho que está a ser feito pela Universidade de Oxford para estudar a eficácia da vacina e a segurança de fazer uma segunda dose de marca diferente.

O investigador diz ainda que quando chegar a altura em que Portugal tem de começar a dar a segunda dose, em maio, as autoridades estarão mais seguras da “estratégia mais segura e eficaz”.

“Do ponto de vista do sistema imunitário, na segunda dose aquilo que se pretende é expor o nosso organismo às proteínas do vírus que estavam na primeira dose e todas as vacinas usam a mesma proteína — a proteína spike –, pelo que do ponto de vista da imunologia, à partida, será equivalente a resposta imunitária induzida com uma vacina de uma marca diferente”, refere o especialista do Instituto de Medicina Molecular (IMM).

De qualquer forma, Luís Graça refere que, como até agora os estudos não avaliaram esta solução, é mais seguro ter resultados que confirmem que tudo se comporta como se prevê e que a resposta da segunda dose é igualmente robusta.

Adianta ainda que noutros países já se optou por dar uma segunda dose de outra marca, independente dos estudos que as autoridades portuguesas aguardam.

“Isto é uma mensagem de segurança também para estas pessoas de que não se está a tomar uma medida precipitada com base em dados incompletos, esperando algum tempo por dados mais robustos”, acrescenta.

O jornal Público noticiou no domingo que Portugal vai receber na quarta-feira um primeiro lote de 30 mil vacinas da Janssen contra a Covid-19, acrescentando que com a chegada destes fármacos de dose única, o país fica com 1,9 milhões de doses disponíveis para administrar durante o mês de abril.

Segundo os dados divulgados na semana passada, perto de 580 mil pessoas têm a vacinação completa contra a Covid-19, o que representa 6% da população, das quais cerca de 300 mil idosos com 80 ou mais anos.

Segundo o relatório semanal da DGS, 579.069 portugueses já receberam as duas doses da vacina contra o SARS-CoV-2.

O relatório, com dados até dia 04 de abril, indicava que tinham sido vacinadas com a primeira dose 1.334.338 pessoas (13% da população).

Já no final da semana, a task-force do plano de vacinação revelou que Portugal tinha alcançado a marca de dois milhões de vacinas contra a Covid-19 administradas à população desde o dia 27 de dezembro de 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Se ficar no regime simplificado no IRS, quando posso optar pela contabilidade organizada?

Para os contribuintes que ainda não entregaram o IRS e que querem saber como aumentar o seu reembolso, o ECO escolheu 20 dicas do Guia Fiscal da Deco para o ajudar. Será partilhada uma dica por dia.

A campanha do IRS ainda agora começou, mas existem já muitas dúvidas na mente dos contribuintes. Para todos aqueles que veem o preenchimento do IRS como um “bicho-de-sete-cabeças” e que querem saber como podem “engordar” o seu reembolso, o Guia Fiscal 2021, da Deco Proteste, oferece respostas para muitas destas questões.

Os portugueses têm até ao final de junho para entregarem as declarações de IRS relativas a 2020. Num ano em que mais 250 mil contribuintes passaram a estar abrangidos pelo IRS Automático, para um total de 3,6 milhões de pessoas, o Fisco tem agora até 31 de julho para devolver às famílias os valores que lhes são devidos a propósito do IRS.

Assim, o ECO selecionou 20 das dicas disponibilizadas pela Deco para o ajudar a esclarecer todas as suas dúvidas. Cada uma será partilhada num dia diferente deste mês de abril.

Se ficar no regime simplificado, quando posso optar pela contabilidade organizada?

Cada regime vigora durante um ano e pode ser prolongado por igual período. Para mudar para contabilidade organizada, tem de contratar um contabilista e é este que entrega uma declaração de alterações, até ao final de março. A mudança de regime pode ainda ser acionada de forma automática em 2021 se, em 2020 e 2019, tiver registado rendimentos anuais brutos superiores a 200 mil euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: vacina, recuperação e venda de imóveis

  • ECO
  • 12 Abril 2021

China estuda misturar vacinas para aumentar proteção contra a Covid-19. Nos EUA espera-se uma rápida recuperação económica a partir de agora. Em plena pandemia, venda de imóveis de empresas cresceu.

A pandemia de Covid-19 continua a marcar a realidade internacional, estando agora a China a estudar misturar vacinas para aumentar a proteção dos cidadão contra o vírus. Já nos Estados Unidos espera-se que a economia comece a crescer rapidamente, devido à acelerada campanha de vacinação. Por cá, na Europa, a Comissão Europeia ainda não chegou a consenso sobre a forma de angariar recursos próprios para pagar a dívida gerada com o Fundo de Recuperação, criado para a pandemia. Destaque ainda para o ritmo de venda de imóveis por parte das empresas, que atingiu recorde em 2020 e para o setor de aluguer de aviões que, com a pandemia, tem uma oportunidade para crescer.

Reuters

China estuda misturar vacinas para aumentar proteção

As vacinas chinesas contra a Covid-19 estão a gerar resultados menos satisfatórios do que as norte-americanas, como a da Pfizer e a da Moderna. Por isso, as autoridades chinesas estudam agora a possibilidade de misturar vacinas para aumentar a proteção. Segundo o diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da China, Gao Fu, administrar diferentes vacinas é uma forma de melhorar as vacinas que “não têm taxas muito altas de proteção”. “Está a ser considerado inocular [os cidadãos] usando vacinas de diferentes linhas técnicas”, disse o responsável numa conferência na cidade de Chengdu.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Business Insider

Maior risco para a recuperação económica dos EUA é nova vaga de Covid-19

O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, diz que a economia do país está prestes a começar a crescer “muito mais rapidamente”, mas um ressurgimento de casos Covid-19 pode atrapalhar o progresso. Powell diz que a economia está a ganhar força “por causa da vacinação generalizada, o forte apoio orçamental e o forte apoio da política monetária” da Fed. A taxa de desemprego de março já deu sinais positivos, tendo caído de 6,2% para 6%, coincidindo com as previsões, mas ainda muito acima da taxa pré-pandemia de 3,5%.

Leia a notícia completa no Business Insider (acesso livre, conteúdo em inglês).

Financial Times

Bruxelas sem consenso para angariar recursos próprios

A Comissão Europeia enfrenta sérias divisões entre os Estados-membros sobre a forma de angariar recursos próprios para pagar a dívida gerada com o Fundo de Recuperação. A proposta que está em cima da mesa tem três pilares para angariar entre 13 mil milhões a 15 mil milhões de euros por ano. Prevê que metade deste valor provenha do novo esquema de licenças para emissões, que obriga as empresas que emitam gases com efeito de estufa a comprarem licenças transacionáveis; outra parte deverá vir do mecanismo para obrigar que as emissões de algumas importações no bloco sejam taxadas ao mesmo custo do que as equivalentes europeias; e uma última fatia deverá ser proveniente de impostos digitais. O desafio, agora, é alcançar um consenso entre os vários países da União Europeia, o que ainda não existe.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Bloomberg

Empresas estão a vender imóveis ao ritmo mais rápido de sempre

As empresas venderam um número recorde de imóveis, apesar da pandemia da Covid-19. Segundo um relatório da corretora Jones Lang LaSalle, as empresas na Europa, Médio Oriente e África venderam 27 mil milhões de euros em imóveis empresariais, pouco mais do que em 2019. Pouco mais de um terço destas vendas foram de escritórios, mais 10% em relação ao ano anterior. De acordo com o relatório, muitos dos acordos de venda permitiram às empresas terem acesso ao capital ao mesmo tempo que mantiveram as suas instalações, mas agora como arrendatários.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

El País

Setor de aluguer de aviões quer aproveitar-se da fragilidade das companhias provocada pela Covid-19

Perante mais de um ano de pandemia, em que o turismo e a aviação saíram devastados, as encomendas de novas aeronaves abrandaram e até foram canceladas: a Norwegian reverteu a compra de 88 aeronaves da Airbus e outras companhias seguiram o mesmo caminho. Porém, cada avião parado, com os seus custos de manutenção e taxas, torna-se um “fardo”. Assim, a alternativa de alugar aviões aparece como mais apetecível por ser mais flexível e ter menos impacto nas contas das companhias e o setor que aproveitar-se do momento. Estima-se, por exemplo, que cerca de 40% da frota da IAG e Ryanair seja alugada.

Leia a notícia completa no El País (acesso condicionado, conteúdo em espanhol).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guy Villax, CEO da Hovione, é o vencedor do prémio EY Entrepreneur of The Year

  • ECO
  • 12 Abril 2021

O líder da Hovione vence, aos 60 anos, a 8.ª edição do prémio EY Entrepreneur of The Year. António Oliveira (OLI) e Rupert Symington (Symington) também foram distinguidos.

O prémio EY Entrepreneur of The Year foi atribuído este ano a Guy Villax, CEO da farmacêutica portuguesa Hovione. Receber este prémio “é um reconhecimento que dá muita satisfação”, afirma o empresário, realçando que “esta é uma distinção importante para a empresa, mas sobretudo importante para as pessoas que ali trabalham e é a elas, por isso, que agradeço em primeiro lugar”. Representará Portugal no EY World Entrepreneur of the Year, em junho. Nesta 8.ª edição, foram também distinguidos António Oliveira, da OLI – Sistemas Sanitários S.A., que recebeu o prémio Inovação, e Rupert Symington, da produtora de vinhos e vinhos do Porto Symington Family Estates, distinguido com o prémio Internacional.

Guy Villax, 60 anos, considera que as empresas precisam de saber reinventar-se: “Uma empresa se é estática, morre. Tem de estar constantemente a ver as oportunidades, constantemente a ver o que é que tem de fazer para estar à frente da concorrência, e a inovação é central”. No caso da Hovione, “uma empresa de 60 anos tem tradição, tem valores, mas a inovação estava lá no primeiro dia”, diz, acrescentando: “Podemos ser conservadores na área financeira, mas em tudo o que seja tecnologia, acho que somos os primeiros a ir para a parte funda da piscina”.

Antes de conhecer o resultado da votação do júri, o gestor disse ao ECO que o que fez crescer a Hovione, “e fazê-lo no estrangeiro, foi um forte espírito de empreendedorismo ligado a um sentido de oportunidade e a um acreditar que a Europa estava em declínio e que devíamos encontrar uma alternativa”.

Sobre o vencedor, João Alves, Country Managing Partner da EY Portugal, afirma que ficaram “muito satisfeitos com a escolha do júri, pois a Hovione é um excelente exemplo de como, a partir de Portugal, há empresas que se conseguem afirmar em áreas muito exigentes e competitivas, tornando-se referências mundiais nos seus setores de atividade”. “Tenho por isso toda a confiança que o Guy Villax será um belíssimo representante de Portugal no prémio internacional que terá lugar no próximo mês de junho”, conclui.

João Alves destaca a importância deste prémio que “existe há praticamente quatro décadas a nível global, há 16 anos em Portugal, e que é uma forma de a EY celebrar a importância do empreendedorismo, celebrando os bons empreendedores”.

Guy Villax representa a segunda geração da sua família, enquanto gestor executivo da empresa farmacêutica há cerca de 20 anos. Durante este período, “criou um novo estádio de desenvolvimento para a Hovione”, nota António Gomes Mota, presidente do júri e Presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG). “Uma empresa com clara afirmação internacional, uma empresa diversificada, uma empresa inovadora, apostando muito em Investigação & Desenvolvimento, sendo hoje player mundial e unidade de referência em termos industriais no setor farmacêutico”, comenta o responsável pela votação.

António Gomes Mota reconhece que, tal como nas edições anteriores, a escolha do EY Entrepreneur of the Year foi difícil, porque “qualquer um dos cinco candidatos podia ter ganho qualquer um dos prémios”. Além de Guy Villax, estavam nomeados António Oliveira (OLI – Sistemas Sanitários, S.A.), António Carlos Rodrigues (Grupo Casais), Carlos Mendes Gonçalves (Mendes Gonçalves) e Rupert Symington (Symington).

Gomes Mota sinaliza “uma particularidade” na entrega do prémio este ano. Devido à crise pandémica, o processo de decisão foi dilatado em cerca de um ano. O que, “na prática, nos permitiu ver também como é que estes empresários e como é que estas empresas se comportaram na crise em termos de resiliência, de transformar dificuldades em oportunidades, de ter também alguma consciência social importante. Pudemos revisitar, reavaliar e revalidar ainda com maior intensidade a qualidade destas mesmas candidaturas”, refere.

O júri desta edição – composto ainda por Clara Raposo, Presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, Vera Pinto Pereira, CEO da EDP Comercial e da EDP Soluções Comerciais, António Rios Amorim, Presidente da Corticeira Amorim, Steven Braekveldt, CEO da AGEAS Portugal; Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde e Dionísia Ferreira, ex-Administradora dos CTT – considerou o percurso profissional dos vencedores, avaliando seis parâmetros: espírito empreendedor, desempenho financeiro, estratégia, impacto nacional e global, inovação e integridade pessoal.

António Oliveira (OLI) e Rupert Symington (Symington Family Estates) distinguidos

António Oliveira, da OLI – Sistemas Sanitários S.A., foi também distinguido com o prémio Inovação, e Rupert Symington, da produtora de vinhos e vinhos do Porto Symington Family Estates, recebeu o prémio Internacional.

Só com inovação é que nos conseguimos diferenciar e criar valor”, acredita António Oliveira, da OLI, vencedor do Prémio Inovação. Para tal, defende, tem de haver condições para distribuir esse valor e “é preciso continuar a criar boas condições para todos aqueles que trabalham connosco”. O segredo para conseguir reunir as condições para chegar ao valor? “Imaginar, nunca desistir dos desafios, sejam eles quais forem. Todos os desafios são possíveis de serem ganhos, desde que consigamos criar, inovar, encontrar soluções, dar a volta aos problemas. Todos os dias há novos desafios e oportunidades de crescimento e de surpreender. Determinação, rigor e nunca desistir”, recomenda o empresário.

No capítulo da inovação, a OLI está associada à criação do autoclismo de dupla descarga, “hoje standard na Europa”. “Fomos pioneiros nisso e foi de facto um momento importante na vida económica da empresa”, disse António Oliveira ao ECO.

Rupert Symington, vencedor do prémio Internacional destaca-se pela sua atividade nos mercados externos. “O nosso produto primário não se pode produzir em mais lado nenhum, só aqui”, lembra o líder da Symington Family Estates. O empresário, cuja carreira profissional na Symington começou na empresa da família em São Francisco, refere que a imagem dos vinhos portugueses no estrangeiro não é a melhor e que esse tem sido o seu desafio nos últimos vinte anos – acrescentar valor à imagem portuguesa ao nível dos vinhos. Além das suas qualidades enquanto empreendedor e do crescimento sustentado da empresa que representa, é igualmente por este trabalho que foi distinguido.

No “complicadíssimo” ano de 2020, como o classificou Rupert Symington, os resultados foram, no entanto, “muito bons”. “As previsões pareciam um desastre em abril do ano passado, mas as coisas correram bem”. Saíram, crê, beneficiados pelas boas relações com Europa e EUA. “Nos mercados de exportação é verdade que vendemos mais”, disse ao ECO.

Nas suas oito edições em Portugal, o prémio EY Entrepreneur of The Year analisou cerca de 40 candidaturas. Os vencedores foram Belmiro de Azevedo (Grupo Sonae), Carlos e Jorge Martins (Grupo Martifer), Carlos Moreira da Silva (BA Glass), Dionísio Pestana (Grupo Pestana), Manuel Alfredo de Mello (Nutrinveste), Bento Correia e Miguel Leitmann (Vision-Box) e António Amorim (Corticeira Amorim).

O prémio foi criado nos EUA em 1986 e distingue empresários criativos, projetos, visão e sucesso das empresas. Foram premiados, entre outros, Jeff Bezos, da Amazon, Howard Schultz, da Starbucks, Michael Dell, da Dell Computer Corporation. A nível mundial, um dos vencedores foi Guy Laliberté, fundador do Cirque du Soleil. Há um ano, o galardão foi entregue à empresária indiana Kiran Mazumdar-Shaw, CEO e fundadora da Biocon Limited. O EY Entrepreneur of The Year cresceu e está hoje em 145 pontos do globo e mais de 60 países.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp produz menos petróleo. Refinação cai, mas margens sobem

Pandemia teve um forte impacto na produção de petróleo, especialmente no Brasil. As refinação encolheu com a descontinuidade de Matosinhos, mas a subida do Brent ajudou nas margens.

A Galp Energia produziu menos petróleo no arranque deste ano. Registou uma redução de 5% na exploração da matéria-prima por causa da pandemia, enquanto o negócio da refinação apresentou uma quebra ainda maior por causa da descontinuidade das atividades de refinação em Matosinhos. Ainda assim, a margem neste negócio cresceu.

De acordo com o “trading update” enviado à CMVM, a produção “working interest”, que inclui todos os custos decorrentes das operações da exploração da matéria-prima, encolheu em 5% no primeiro trimestre, para 125,2 mil barris por dia. A produção net entitlement” registou uma quebra na mesma proporção.

A petrolífera explica esta evolução com o impacto das “restrições operacionais e logísticas que afetam as atividades offshore, o que explica que o Brasil tenha apresentado a maior quebra. A geografia onde a Galp obtém a maior percentagem de petróleo — que está a ser fortemente afetada pela pandemia do novo coronavírus — apresentou uma quebra de 20% em comparação com o arranque de 2021. No caso de Angola, a quebra na produção foi de 5%.

A empresa produziu menos matéria-prima, por isso, também refinou menos. As matérias-primas processadas caíram 26% em termos homólogos, sendo que parte desta quebra deve-se à “decisão de descontinuidade das atividades de refinação em Matosinhos”. Ou seja, os “indicadores referentes a 2021 refletem apenas as operações da refinaria de Sines”, diz a Galp Energia.

Ao mesmo tempo que refinou menos matérias-primas, a margem de refinação da Galp Energia aumentou em 9%, ascendendo a dois dólares, beneficiando da recuperação das cotações do petróleo nos mercados internacionais. Nos primeiros três meses deste ano, o Brent negociou a um valor médio de 61,1 dólares, uma valorização de 22% face ao mesmo período do ano passado.

As vendas de produtos petrolíferos caíram 13%, sendo a quebra ainda mais expressiva no caso da vendas de produtos petrolíferos a clientes que encolheram em 25%, sendo que aqui a quebra registada no gás natural ofusca o aumento de 6% nas vendas de eletricidade.

Evolução das ações da Galp em Lisboa

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsa de Lisboa segue quedas na Europa com pressão da EDP Renováveis

Os mercados acionistas arrancaram a semana a perder valor e a bolsa de Lisboa desvaloriza, pressionada pela EDP Renováveis.

As bolsas europeias seguiram a tendência dos mercados asiáticos e recuam ao início desta semana. Os investidores preparam-se para o arranque das apresentações de resultados do primeiro trimestre, que irão mostrar se o preço elevado das ações de algumas empresas é justificado face às perspetivas de lucros.

Enquanto o Stoxx 600 cai 0,2%, o britânico FTSE 100 e o espanhol IBEX-35 recuam 0,3%. O francês CAC-40 cai 0,1% e o alemão DAX negoceia praticamente inalterado face à última sessão. Em Portugal, porém, as perdas acentuam-se: com a maioria das cotadas em terreno negativo, o PSI-20 perde 0,48%, para 4.999 pontos.

A bolsa de Lisboa está a ser pressionada pela queda de 1,75% da EDP Renováveis, cujas ações negoceiam a 18,57 euros, mas também pelo BCP, cujos títulos estão mais expostos ao sentimento económico no Velho Continente. Ora, o aumento dos casos de Covid-19 assusta os investidores e leva as ações do banco a caírem 0,93%, para 11,78 cêntimos.

Evolução do preço das ações da EDP Renováveis

Também há perdas a registar no setor petrolífero. A Galp Energia cede 0,72% e vê as ações cotarem a 9,65 euros, numa altura em que o barril de petróleo desvaloriza nos mercados internacionais. Em Londres, o preço do Brent, referência para as importações portuguesas, cai 0,62%, para 62,56 dólares.

Em sentido inverso, os CTT destaca-se com uma subida de 0,70%, para 3,58 euros, impedindo uma desvalorização maior do índice nacional. A principal subida é, porém, a da Ramada Investimentos, que vê os seus títulos valorizarem 1,82%, para 5,58 euros cada.

Quanto ao mercado da dívida soberana, os investidores aguardam os dados da inflação e das vendas a retalho nos EUA, que serão conhecidos esta semana. A yield da dívida portuguesa a 10 anos recua 2,6 pontos base, para 0,262%, acompanhando a tendência das Treasuries norte-americanas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

10 maiores emissores de CO2 em Portugal poluíram menos 28% em 2020

  • Capital Verde
  • 12 Abril 2021

De acordo com a Zero, o ranking das instalações/empresas mais poluentes de Portugal em 2020 no que respeito às emissões de CO2 passou a ser liderado pela refinaria da Galp em Sines.

A lista dos 10 maiores poluidores em Portugal mudou significativamente no espaço de apenas um ano e a responsabilidade é, sobretudo, da pandemia de Covid-19, conclui a associação ambientalista Zero com base nos dados mais recentes do registo de emissões associado ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).

O ranking das instalações/empresas mais poluentes de Portugal em 2020 no que respeita às emissões de dióxido de carbono (CO2) — principal gás de efeito de estufa causador das alterações climáticas — passou a ser liderado pela refinaria da Galp em Sines (que destronou pela primeira vez a vizinha central a carvão da EDP, entretanto encerrada em 2021) e a TAP registou a maior quebra nas emissões (-76%), descendo nove posições na lista e deixando mesmo de integrar o top 10.

Somou-se ainda uma forte redução no uso de carvão para a produção de eletricidade, que foi substituído pelo gás natural e pelas centrais termoelétricas, que passaram assim a produzir mais e também a poluir mais. Além de mudar a ordem de quem mais polui, as emissões totais das 10 unidades com maiores emissões também caíram 28% entre 2019 e 2020: de 14,6 milhões de toneladas para 10,6 milhões e toneladas, segundo os dados do Comércio Europeu de Licenças de Emissão que integra as principais unidades de setores fortemente emissores de emissões de carbono, nomeadamente centrais térmicas, refinação, cimento, pasta de papel, vidro, entre outras.

“Entre 2019 e 2020, a seriação entre os maiores emissores nacionais sofreu uma das maiores mudanças de sempre por dois motivos: o fim do uso do carvão na produção de eletricidade em 2021, com uma redução já muito significativa em 2020 e a redução da atividade económica em 2020 associada ao impacte da pandemia”, disse a Zero em comunicado, sublinhando que a Central Térmica de Sines, que encerrou a 15 de janeiro de 2021 e que recorria à queima de carvão para a produção de eletricidade, foi sempre a instalação que ocupou o primeiro lugar nas emissões até 2019 inclusive, tendo em 2020 sido agora substituída pela refinaria de Sines.

Em 2020, o top 10 dos maiores poluidores em Portugal foi assim dominado pelo setor da refinação, produção eletricidade a partir da queima de gás natural, produção de eletricidade em Sines recorrendo a carvão e o setor cimenteiro. Nas dez maiores unidades estão agora presentes três cimenteiras (CIMPOR – Alhandra, CIMPOR – Souselas e SECIL – Outão), o que mostra a relevância deste setor em termos de emissões.

De acordo com os números recolhidos pela Zero, a maior subida no ranking entre 2019 e 2020 foi da Central Térmica de ciclo combinado do Pego (a gás natural), que subiu cinco posições e entrou diretamente para o top 10.

Já as maiores descidas foram as da Central Térmica a carvão do Pego (-68%) e também da TAP (-76%, apenas contabilizadas as emissões de voos intraeuropeus), que caíram oito e nove lugares, respetivamente, e saíram da lista das dez mais poluidoras em 2020.

“Se considerarmos o total das empresas nos dez primeiros lugares em 2020, verifica-se um decréscimo de 28% das suas emissões em relação ao ano anterior, o que é uma consequência direta do efeito da pandemia. Várias unidades industriais sobem no ranking mas têm menores emissões em 2020 comparando com 2019”, conclui a Zero.

Na visão dos ambientalistas, “serão as centrais de ciclo combinado a gás natural, a refinaria de Sines, o setor cimenteiro e eventualmente o setor petroquímico que dominarão a seriação das unidades empresariais maiores emissoras de dióxido de carbono”.

O Comércio Europeu de Licenças de Emissão integra as principais unidades de setores fortemente emissores de emissões de carbono, nomeadamente centrais térmicas, refinação, cimento, pasta de papel, vidro, entre outras. Em Portugal há 225 unidades que estão integradas no CELE.

No caso das centrais térmicas utilizando combustíveis fósseis, todas as licenças de emissão têm de ser adquiridas, enquanto noutros setores, parte das licenças é oferecida gratuitamente e parte tem de ser adquirida. O custo da tonelada de dióxido de carbono atingiu um recente máximo absoluto de 44,14 Euros no passado dia 6 de abril de 2021, informou a Zero.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.