Trabalhadores eslovacos sem certificado de vacina ficam sem salário

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

Quem não tenha um certificado de vacina, passará à situação de férias não remuneradas ou podem, em certas circunstâncias ficar a trabalhar de casa.

O Governo da Eslováquia, país que registou esta quarta-feira um recorde de contágios diários de covid-19 desde o início da pandemia, anunciou que deixará de pagar salário aos trabalhadores sem certificado oficial de vacinação.

A medida, que abrange os trabalhadores não vacinados contra a covid-19, que não tenham tido e recuperado da doença ou não tenham ainda feito um teste de despistagem, inclui a fiscalização com controlos policiais para garantir que se cumprem as restrições.

As forças policiais, segundo o Governo eslovaco, têm o poder suficiente para encerrar as empresas que entrem em incumprimento.

A norma geral estabelece que, quem não tenha um certificado de vacina, passará à situação de férias não remuneradas, embora as empresas que não o desejem possam acordar condições particulares para que os seus funcionários possam trabalhar a partir de casa, sem a necessidade de se deslocarem para os respetivos locais de trabalho.

Segundo dados do Ministério da Saúde eslovaco, a Eslováquia, país com cerca de 5,45 milhões de habitantes, tem um índice de vacinação completa de 45%.

Os dados desta quarta indicam que, das 2.478 pessoas contaminadas – 438 em unidades de cuidados intensivos –, 80% não foram vacinadas nem com a primeira dose.

A medida anunciada pelo Governo terá ainda de ser aprovada pelo Parlamento, que o analisará no quadro de um debate de urgência, algo que não apresenta problemas para o executivo, integrado por conservadores, liberais e populistas.

Terça-feira, a Presidente eslovaca, Zuzana Caputova, exigiu ao Governo “coragem” para legislar com urgência medidas “impopulares”, lembrando as “projeções catastróficas” feitas pelos especialistas.

No inverno passado, a Eslováquia foi um dos países mais atingidos pela segunda onda de covid-19, maioritariamente com a variante Delta, liderando a lista de mortalidade mundial com mais de 16 mortes diárias por milhão de habitantes em sete dias.

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Óculos inteligentes, realidade aumentada e 5G revolucionam fábrica da Sumol+Compal

Soluções com base na nova geração móvel permitem melhorar rendimento das linhas de produção e acelerar intervenções técnicas. Rede começou a ser implementada em março.

A máquina que embala packs de sumos de três unidades, como os que encontramos nos supermercados, pára subitamente. De imediato, o técnico coloca uns smart glasses que permitem ao colega da manutenção ver, à distância e em tempo real, o mesmo que o colega está a ver. Vai-lhe dando indicações sobre onde clicar no painel da máquina, com indicações a amarelo. Círculos e setas em realidade aumentada surgem no campo de visão indicando ao técnico o que tem de verificar, que portas abrir e em que peças mexer. Há um tubo solto que é recolocado no seu lugar. “Problema corrigido”, gritam no fim.

Foi um mero exercício da aplicação da quinta geração móvel na unidade fabril da Sumol+Compal em Almeirim, a primeira fábrica 5G do país, mas podia ser real. E o técnico de manutenção que estava noutro local dentro da fábrica, podia estar a milhares de quilómetros de distância ou mesmo noutro país.

Tratar informação em tempo real, agir com celeridade na correção de estrangulamentos nas linhas de produção ou ter acesso a manuais de manutenção e guias interativos em realidade aumentada são algumas das novas possibilidades à disposição de quem trabalha nos 70.000 m2 da fábrica da Sumol+Compal em Almeirim, onde são processadas anualmente cerca de 25 mil toneladas de fruta. Tudo graças à rede de quinta geração que desde março tem vindo a ser implementada nesta unidade, numa parceria com a Nos.

Fábrica da Sumol + Compal é a 1ª fábrica 5G em Portugal - 10NOV21
Técnico a utilizar realidade aumentada, através da rede 5G, na fábrica da Sumol+Compal em Almeirim.Hugo Amaral/ECO

Com a implementação desta tecnologia “abre-se um novo ciclo nesta unidade industrial”, afirma Duarte Pinto, CEO da Sumol+Compal. “Vamos introduzir mais tecnologia nas nossas operações para que a Sumol+Compal se afirme como uma empresa de vanguarda e desenvolver e potenciar a indústria 4.0”.

Mais à frente na visita, outra demonstração. Um técnico equipado com smart glasses tem a palma da mão virada para si e com a outra tecla num painel virtual à sua frente. Pontos de manutenção aparecem no seu campo de visão em realidade aumentada, dizendo-lhe o que tem de verificar. Em cada um desses pontos pode indicar se está tudo “ok” ou “not ok”. A informação é comunicada para os sistemas de informação da fábrica, tudo sem papel, num processo mais rápido e fiável.

Jaime Alves Cardoso, administrador da Sumol+Compal, “vê ganhos de eficiência nas linhas” e um “imenso potencial” na aplicação do 5G. “Vai massificar a conectividade e vai-nos permitir ganhar um conjunto de desenvolvimentos que não se restringem ao campo industrial e podem migrar para uma interligação de toda a cadeia logística, garantindo uma forma mais dinâmica de gerir esta cadeia, que em todo o mundo está tão desbalanceada”. “Sabemos que a tecnologia 5G vem transformar as regras do jogo”, sublinhou.

A Sumol+Compal implementou o Nos Augmented Worker e o Nos Remote Support, que funcionam ambos com smart glasses, capazes de projetar informação, ligados a smartphones 5G. A primeira solução disponibiliza aos técnicos manuais de procedimento e guias interativos em realidade aumentada. A segunda permite obter suporte remoto de especialistas, com anotações de realidade aumentada em tempo real.

“Poucas coisas nos dariam mais satisfação do que ter este marco e poder fazê-lo tão bem acompanhados. O meu agradecimento por esta oportunidade única de fazer este projeto com a Sumol+Compal”, afirmou Manuel Ramalho Eanes, administrador executivo da Nos.

“Não é um projeto 5G, é um caso real de 5G, com duas aplicações, suporte remoto e realidade aumentada para melhorar a manutenção preditiva. Em breve permitirá monitorizar em tempo real todo o processo produtivo”, salientou o responsável da operadora. “Acreditamos que este conjunto de aplicações que o 5G permite será o caminho para a indústria portuguesa melhorar a sua eficiência, produtividade e competitividade”, acrescentou.

Fábrica da Sumol + Compal é a 1ª fábrica 5G em Portugal - 10NOV21
Jaime Alves Cardoso, administrador da Sumol+Compal, Manuel Ramalho Eanes, administrador da Nos e Duarte Pinto, CEO da Sumol+Compal seguram uma placa com a indicação da primeira fábrica 5G.Hugo Amaral/ECO

A Sumol+Compal tem em curso um projeto de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), com a instalação de sensores que permitirão uma monitorização constante dos indicadores de performance das linhas de produção. O 5G será estendido também à fábrica de Pombal e às fábricas de águas do grupo, no prazo de “dois anos a dois anos e meio”, apontou Jaime Alves Cardoso. Questionado sobre o valor do investimento na quinta geração móvel, o administrador não quis indicar um valor. Quanto aos benefícios, afirma que “é fácil atingir crescimentos de 10% na eficiência”.

Manuel Ramalho Eanes acrescenta que os estudos apontam que os ganhos de eficiência podem chegar aos 20% e 30%. “Nos momentos seguintes com os modelos corretos de inteligência artificial conseguiremos prever os problemas e atuar antecipadamente”, exemplifica. A operadora está a trabalhar com outras empresas neste domínio. “As soluções que estamos a desenvolver podem ser usados noutros setores da indústria, no retalho ou na saúde”.

A Sumol+Compal inaugurou em outubro um novo armazém automático, também em Almeirim, num investimento de 15 milhões de euros, que permitiu duplicar a capacidade de armazenagem no centro logístico para 12.000 m2 e aumentar a rapidez de expedição. A nova infraestrutura insere-se no plano de investimento de 45 milhões de euros previsto para o período 2019-2022.

A automação é bem visível no enorme chão de fábrica da unidade de Almeirim, onde as máquinas e linhas de enchimento trabalham com um pessoal muito reduzido. Com a adoção de novas tecnologias vem também a necessidade de formação e contratação de recursos qualificados. “Estamos a semear hoje para colher melhores colheitas mais à frente”, remata o CEO da Sumol+Compal.

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“Não vou fingir que está garantido” o sucesso da COP26, diz Boris Johnson

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

As questões em aberto incluem definir um prazo comum para serem apresentados os compromissos nacionais de redução de emissões e a metodologia para os países relatarem as suas ações climáticas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu esta quarta-feira que as boas intenções registadas nos primeiros dias da COP26 deram lugar a uma “situação difícil” para alcançar um acordo que mantenha o aquecimento global nos termos do Acordo de Paris.

Numa conferência de imprensa onde apelou para o consenso dos líderes mundiais no sentido de limitar o aumento da temperatura média global do planeta a 1,5 graus celsius (ºC) acima dos valores médias da era pré-industrial, Boris Johnson admitiu que vai ser difícil consegui-lo nos próximos dias, até ao final da COP26, previsto para sexta-feira.

“Acho que está em aberto. Tivemos um surto de atividade nos primeiros dias, as coisas mudaram. (…) Andámos em frente. Agora estamos a descobrir que as coisas estão difíceis”, disse.

O resultado, afirmou, depende de “líderes de todo o mundo telefonarem agora aos negociadores e pedirem que avancem da maneira que sabem que podem e devem avançar”.

“Ainda acho que é possível, mas não vou fingir que está garantido”, vincou, numa conferência de imprensa destinada a apelar para que os países façam cedências e aceitem compromissos.

O primeiro-ministro britânico reconheceu que a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) “não vai parar” as alterações climáticas, mas que acrescentou que, “se as coisas correrem bem nas 48 horas, 52 horas que restam” existe a possibilidade de ser definido um roteiro com alguns tipos de soluções que os países precisam de adotar.

Criticado na semana passada por ter viajado de avião entre Glasgow e Londres, desta vez Johnson chegou de comboio à cidade escocesa.

Nos primeiros dias, os líderes mundiais fizeram uma série de promessas para o corte de emissões de gases com efeito de estufa, prometendo o fim do carvão como fonte de energia, financiamento a tecnologias limpas e a reversão da desflorestação.

Mas os quase 200 países participantes na COP26 ainda estão longe de se entenderem na totalidade.

Questões em aberto incluem definir um prazo comum para serem apresentados os compromissos nacionais de redução de emissões e a metodologia para os países relatarem as suas ações climáticas.

Outro ponto de discórdia é o financiamento e as promessas não cumprida dos países ricos de darem mais dinheiro aos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, geralmente nações em desenvolvimento.

Rascunhos dos textos com as decisões finais foram publicados esta manhã, mas serão as consultas políticas dos próximos dias que vão ditar a versão final.

A presidência britânica mantém-se determinada em concluir a COP26 na sexta-feira, mas tal seria inédito já que as negociações destas conferências têm um histórico de se prolongarem para lá da data prevista.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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Presidente da AHP acredita que haverá um novo aeroporto em 2025

Raul Martins diz estar "disponível para apostar" com Pedro Nuno Santos que haverá um novo aeroporto antes de 2029. Presidente da AHP aponta para 2025.

O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) está confiante de que haverá um novo aeroporto na região de Lisboa antes de 2029, contrariando as expectativas que têm sido criadas. Raul Martins aponta mesmo para 2025 e, se estiver certo, apontou, isso permitirá cumprir os objetivos traçados pelo Governo no programa para relançar o turismo até 2027.

“Estou disponível para apostar com o ministro [Pedro Nuno Santos]” que haverá um novo aeroporto antes de 2029, disse Raul Martins esta quarta-feira, em resposta a uma questão do ECO durante uma conferência de imprensa no âmbito do 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo. “A minha expectativa é que haverá um novo aeroporto em 2025”, afirmou.

Neste ponto, questionado pelo ECO sobre as datas que têm sido apontadas pela própria ANA – Aeroportos de Portugal, o responsável da AHP respondeu estar “disponível” para apostar na existência dessa infraestrutura antes de 2029. “Quando o presidente da ANA refere essa data longínqua, é para provocar uma resposta do ministro [Pedro Nuno Santos]. A minha expectativa, como português, é que isso ocorra no prazo de três anos“, disse.

“Se em 2025 não tivermos um novo aeroporto, falhamos outra vez”, continuou o representante do setor hoteleiro, notando que, assim, será impossível ultrapassar o número de turistas alcançados em 2019, que foi um ano recorde para o setor. Raul Martins disse mesmo estar disponível para liderar uma task-force, caso esta venha a ser criada.

O responsável notou que o “problema” do novo aeroporto da capital “não está resolvido por culpa política”, sublinhando a urgência de uma decisão para que seja possível cumprir as metas estipuladas pelo Governo no Plano Reativar o Turismo, que prevê 6.000 milhões de euros para o setor até 2027.

“No programa do Governo, que tem números muito ambiciosos, e que vem na sequência dos números que estavam anunciados em 2019, naturalmente falta uma condição que é haver um novo aeroporto“, disse Raul Martins, afirmando que se não houver um novo aeroporto, será impossível cumprir essas metas do Plano Reativar o Turismo.

O Governo pediu em março uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), colocando em cima da mesa três opções — duas incluindo Portela e Montijo e uma terceira prevendo a construção de um novo aeroporto em Alcochete. Pedro Nuno Santos já afirmou que isso vai obrigar a “esperar mais um ano ou ano e meio por uma decisão”. O mesmo afirmou o secretário de Estado Adjunto das Comunicações, apontando para 2023 a entrega da AAE.

Entre as três hipóteses em cima da mesa, Raul Martins diz que, na ótica da AHP, a opção mais viável seria Portela+1. “A hipótese do Montijo com hub é a mais correta e conveniente, porque também estamos preocupados com a situação ambiental”, disse.

(Notícia atualizada às 19h23 com mais informação)

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EIOPA planeia testes de stress climático nos seguros

  • ECO Seguros
  • 10 Novembro 2021

Efeitos de eventos climáticos sobre seguros têm consequência diferenciada consoante especificidades das regiões, tipo de riscos e setores económicos, diz presidente do organismo europeu de Supervisão.

A seguradoras do espaço europeu (UE) poderão ser submetidas a testes de stress climático num horizonte não além de 2024, mas o regulador europeu admite antecipar calendário logo que esteja definido o enquadramento e as linhas gerais do exercício.

A indústria de seguros está exposta à mudança climática e muitas ainda subscrevem riscos no setor dos combustíveis fósseis ou são vulneráveis através das suas próprias carteiras de investimento, sendo por isso necessário aferir a sensibilidade do setor aos riscos, justificou Petra Hielkema.

Participando no painel Future of Insurance Europe, um evento da agência Reuters, a presidente da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA na sigla anglo-saxónica) confirmou que os testes de stress climático estão na agenda do organismo europeu de supervisão, embora ainda sem a previsão de que de concretizem, pelo menos, até 2023.

A EIOPA encontra-se a concluir de stress tests no setor, cujos resultados deverão ser conhecidos em dezembro. No próximo ano haverá testes de esforço focados no setor dos fundos de pensões, referiu durante o webinar. A seguir, o mais tardar em 2024, embora o enquadramento preliminar dos testes possa acontecer antes, haverá lugar à abordagem para dar perspetiva da sensibilidade do setor à questão os riscos climático e a transição energética.

Hielkema corrobora ideia de que a taxa de carbono – que por exemplo em Portugal passou a ser cobrada também ao passageiros de vários modos de transporte – é mais eficaz para incentivar o compromisso com a emergência climática do que a imposição de requisitos de capital.

Quanto ao que se pode esperar dos testes de resiliência às alterações climáticas, ao invés de objetivos de avaliação dos requisitos de capital das seguradoras, a presidente da EIOPA adiantou que serão definidos cenários de sensibilidade aos efeitos dos eventos climáticos, que têm consequências diferenciadas consoante as especificidades das regiões, tipo de riscos e os setores impactados, registou um vídeo do evento virtual.

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Ranking seguradoras: Fidelidade reforça liderança no 3º trimestre

  • ECO Seguros
  • 10 Novembro 2021

O sucesso dos produtos unit link levou as seguradoras com importante componente do ramo Vida a crescimentos significativos e subidas no ranking. Veja aqui a lista dos 22 maiores grupos ou seguradoras

O grupo segurador Fidelidade aumentou a sua quota de mercado para 31% durante os primeiros nove meses deste ano por comparação com igual período do ano passado. As companhias ou grupos com forte presença no Ramo Vida aumentaram as suas vendas devido ao explosivo crescimento dos produtos Vida unit linked, com valorização ligada a fundos de investimento e sem rendimento nem capital garantido, que os bancos decidiram apostar em força desde o início deste ano.

O ranking foi estabelecido com base em dados da ASF, entidade supervisora do setor, que indicou uma subida geral do mercado de 40% nos primeiros nove meses deste ano atingindo 8,8 mil milhões de euros, quando no ano passado tinha ficado por 6,35 mil milhões. Este valor coloca o mercado 5,4% acima de igual período de 2019, um ano de cruzeiro pré-Covid-19.

O crescimento do ramo Vida foi de 83% nos nove primeiros meses relativamente a 2020 totalizando 5,1 mil milhões de euros, valor 2,2% superior ao registado em 2019. Já no Ramo Não Vida o crescimento foi mais estável 5% relativamente a 2020 e 10,1% em relação a 2019. Destaque para os seguros doença que cresceram 18% em dois anos, para 778 milhões de euros de produção nos 9 primeiros meses do ano.

Os crescimentos dos seguradores com importante atividade no ramo Vida foi significativo. O grupo Fidelidade aumentou a sua produção em 52% passando a sua quota de mercado total de 29% para 31%. O Grupo Ageas cresceu 41%, com a Ocidental Vida a aumentar 81%, mas manteve a sua quota de 18%. Já a Tranquilidade – Generali, cresceu 25%, mas como não conta com elevada proporção do ramo Vida na sua carteira e assim reduziu a sua quota total de 13% para 10%.

Aproveitando a onda de crescimento do setor, o BPI Vida & Pensões ganhou dois lugares na tabela, quase duplicando as suas vendas (+95%) e elevou a sua quota de mercado global de 5,2% para 7,3%. A GamaLife, mais que duplicou a produção (+111%) e a Zurich Vida foi mais longe com 118% de subida em relação a 2020. A Real Vida ganhou 4 lugares no ranking ao subir vendas em 89%, ocupando agora a 11ª posição.

De entre as especializadas em ramos Não Vida destaque para a Caravela que subiu 18% para 87 milhões de euros de produção, enquanto a Mudum (ex-GNB Seguros) cresceu 1% para 56 milhões de euros.

O ranking é apresentado por grupos seguradores inclui as 37 companhias que operam em Portugal sob supervisão da ASF, agregadas em 22 grupos ou seguradoras autónomas identificadas por ECOseguros. Não estão incluídas, como é caso da listagem habitualmente distribuída pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores, as companhias que não estão sob jurisdição portuguesa. Este facto implica que companhias muito ativas no mercado nacional não estejam a ser analisadas neste ranking, como é o caso da Zurich Seguros, onde são registadas todas as vendas Não Vida da companhia suíça que foi incorporada na filial irlandesa da Zurich Insurance em 2010. Também ausente está toda a produção da Liberty Seguros que foi incorporada em 2018 na Liberty Espanha e a MetLife que, em 2013, transferiu a carteira portuguesa do ramo Vida para a sucursal irlandesa e a sua carteira Não Vida para a sucursal de Espanha. A Europ Assistance, que internacionalmente integra o grupo Generali, também não está incluída na tabela compilada pela ASF uma vez que em novembro de 2019 foi incorporada na sucursal francesa.

O ranking dos maiores grupos ou seguradoras com base portuguesa, nos nove primeiros do ano e em relação a igual período de 2020, é como segue:

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Sonae inverte resultados. Passa de prejuízos a lucros de 158 milhões de euros até setembro

O volume de negócios consolidado da Sonae atingiu um valor recorde, fixando-se nos 5.014 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2021.

A Sonae conseguiu inverter os resultados nos primeiros nove meses do ano, passando de prejuízos de 4 milhões a lucros de 158 milhões até setembro. Estes resultados superam também aqueles registados em 2019, mas o grupo sublinha ainda assim que foi impactado por restrições relacionadas com a Covid-19.

O volume de negócios consolidado atingiu um valor recorde, fixando-se nos 5.014 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2021, o que se traduz num crescimento de 4,7% em termos homólogos. Este resultado foi “sustentado principalmente pelos contributos positivos da Sonae MC e da Worten”, segundo sinaliza a empresa no comunicado enviado à CMVM.

Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) “cresceu 23,1% em termos homólogos e atingiu 531 milhões de euros nos 9M21 (239 milhões no 3T21), beneficiando adicionalmente das mais-valias significativas no período provenientes da gestão do portefólio e da melhoria do desempenho das empresas consolidadas pelo método de equivalência patrimonial”, adianta a Sonae.

A dívida líquida reduziu 375 milhões, situando-se agora abaixo de mil milhões de euros (857 milhões). Já o investimento atingiu 355 milhões, “com o capex operacional a aumentar 10,1% para 182 milhões”, adiantam.

Em virtude também da pandemia, o comércio digital registou um aumento, com as vendas consolidadas online a crescerem 29% face a 2020. Olhando para os números das subsidiárias, a Sonae MC (que detém a cadeia de supermercados Continente) atingiu um volume de negócios de 3.883 milhões até setembro, mais 5,3% que no período homólogo, enquanto o volume de negócios da Worten cresceu 3,6%.

Quanto à Sonae Sierra, o volume de negócios foi de 107 milhões até setembro, um crescimento homólogo de 4,2%. “O desempenho dos nossos centros comerciais melhorou significativamente à medida que as restrições à atividade foram sendo atenuadas, em alguns casos atingindo já níveis de desempenho superiores a 2019, e o negócio de serviços deu sinais importantes de retorno a uma atividade mais normalizada”, sublinha Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, citada em comunicado.

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Turismo de Portugal lança programa de sustentabilidade Empresas Turismo 360

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

O objetivo do programa é "acelerar o processo de incorporação dos indicadores ESG" - ambientais, sociais e de governação.

O Turismo de Portugal lançou esta quarta-feira o programa Empresas Turismo 360, parte do programa ‘Reativar o Turismo, Construir o Futuro’, visando a transformação sustentável das empresas do setor, num projeto que envolve 19 entidades públicas e privadas.

De acordo com o Turismo de Portugal, o objetivo do programa é “acelerar o processo de incorporação dos indicadores ESG (Environmental, Social and Corporate Governance [governança ambiental, social e corporativa]) nas respetivas organizações, desafiando as empresas a, ativamente, reequacionarem as suas práticas” nesses campos.

Assim, o programa pretende a “capacitação das empresas do turismo para a incorporação dos indicadores ESG nos respetivos processos de gestão, a disponibilização de instrumentos de monitorização, de modelos de relatórios de sustentabilidade e a promoção do reconhecimento público das organizações”.

Na cerimónia de apresentação do projeto, que decorreu no Observatório Astronómico de Lisboa, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, relevou que “as questões da sustentabilidade vão ser críticas” para o setor do turismo.

“É um setor que assenta, essencialmente, nas deslocações de pessoas, e cada vez maiores deslocações. Pessoas que visitam territórios, cidades, que por isso sofrem o impacto deste grande número de visitantes”, disse Pedro Siza Vieira, vincando que em Portugal também “ocorrem as pressões que decorrem das alterações climáticas”, nomeadamente sobre os recursos hídricos e paisagens.

Para as empresas, o acesso ao financiamento também “cada vez mais está a ser alvo, por parte das entidades supervisoras, relativamente ao setor financeiro, a uma maior atenção para que as entidades financeiras sejam capazes de avaliar o risco climático associado à sua carteira de crédito e portefólios de investimento”.

“Portanto, lidar com os desafios da sustentabilidade é uma necessidade estrutural do nosso turismo”, vincou, também para se “apresentarem ao mercado”, pois “os consumidores vão preferir cada vez mais destinos e equipamentos sustentáveis”.

Já o anfitrião da sessão, o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, salientou que o tema da sustentabilidade “não é só uma questão de ‘marketing'”, mas é sim “essencial que as empresas se convertam a estes fatores”.

O responsável afirmou que o programa Empresas Turismo 360 consiste em quatro pontos essenciais, sendo “o primeiro a definição e estabilização de um conjunto de indicadores essenciais para as empresas, e que vai ser muito suportado nos indicadores base da gestão de uma empresa e na metodologia Global Reporting Initiative”, também em colaboração com os 19 parceiros signatários do programa.

Depois, em segundo lugar, o objetivo é “desenvolver um modelo de relatório de sustentabilidade que poderá ser utilizado por qualquer empresa do setor do turismo”, e também a integração de “uma componente muito importante de capacitação das empresas e das pessoas”.

“Finalmente, uma componente de reconhecimento e de divulgação”, cujo objetivo é “reconhecer publicamente as empresas que aderirem”, reconhecendo-as “com os prémios Empresas Turismo 360”.

Também presente esteve a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, que no encerramento da sessão deixou uma “palavra de agradecimento, mas sobretudo de alento”, às 19 entidades parceiras e às cerca de 2.000 empresas que o programa espera captar.

Atrás das 2.000 empresas vêm muitos milhares de trabalhadores, e provavelmente muitos milhares de fornecedores, muitos milhares de clientes, e eu penso que é esse efeito de onda, mimético, que se pretende imprimir com esta abordagem 360, olhando para todo o ecossistema e trabalhando em rede”, salientou.

A partir de janeiro do próximo ano, “o Turismo de Portugal compromete-se a capacitar o setor no que à sustentabilidade diz respeito, através de ações de formação periódicas que irão manter-se ao longo de todo o programa”.

Para 2022 está também previsto o lançamento de uma plataforma Empresas Turismo 360, para permitir que as empresas consigam monitorizar diretamente o seu compromisso com os indicadores ESG definidos e, assim, obter o seu Relatório de Sustentabilidade”, detalha, em comunicado, o Turismo de Portugal.

Está ainda prevista a criação da distinção “Empresa Turismo 360”, que será “um selo atribuído pelo Turismo de Portugal às empresas que demonstrem o seu compromisso com a sustentabilidade, em todas as suas vertentes, verificado por um Relatório de Sustentabilidade”.

As 19 entidades envolvidas no programa são a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), a Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE), o Global Compact Network Portugal, a Euronext, o Banco Português de Fomento, o Millennium BCP, o Novo Banco, o Banco Português de Gestão, o BPI, o Santander, o Crédito Agrícola, o Montepio Geral, a Caixa Geral de Depósitos, o Abanca, o Bankinter, o EuroBic, a GoParity, a Ordem dos Contabilistas Certificados e o Turismo de Portugal.

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Mondelez contrata direção-geral na Coca-Cola Portugal

Em Portugal, a direção-geral da Coca-Cola está a ser assegurada interinamente pelo direção-geral ibérica da companhia.

Sandra Leal Vera-Cruz é a managing director da Mondelez Portugal.

Sandra Leal Vera-Cruz é a nova diretora-geral da Mondelez Portugal. A profissional transita da direção-geral da Coca-Cola Portugal que, neste momento, até haver uma decisão final, está a ser assegurada internamente por Juan Ignacio de Elizalde, diretor-geral ibérico da companhia de bebidas, adiantou fonte oficial da Coca-Cola à Pessoas.

“Durante este período de transição, até a uma decisão, a direção geral da Coca-Cola Portugal está a ser assegurada interinamente por Juan Ignacio de Elizalde, diretor-geral ibérico da Coca-Cola“, adianta fonte da empresa de bebidas quando contactada pela Pessoas.

Durante 14 anos ligada à Coca-Cola, Sandra Leal Vera-Cruz era desde janeiro do ano passado a nova diretora-geral da Coca-Cola Portugal, a primeira vez que empresa contava com liderança local de nacionalidade portuguesa.

A profissional transitou para a Mondelez para a direção-geral da sua unidade em Portugal. Terá como missão fortalecer o negócio em território nacional, com uma aposta no crescimento, inclusão e colaboração.

“Integrar a Mondelez International é tanto um prazer como um privilégio, que encaro com responsabilidade e compromisso. É também um desafio que reflete a minha procura contínua de desenvolvimento e aprendizagem, que pretendo passar às equipas apoiando-os no seu próprio desenvolvimento, enquanto juntos fortalecemos o negócio em Portugal com uma mentalidade de crescimento, inclusão e colaboração”, afirma Sandra Leal Vera-Cruz, em comunicado.

Sandra Leal Vera-Cruz conta com experiência em cargos de gestão e direção em empresas multinacionais ligadas ao setor de FMCG, contando mais de 20 anos de carreira.

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Oposição considera insuficientes propostas do Governo para travar preços dos combustíveis

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

PSD acusou o Governo de estar "desorientado" e perdido na resposta à crise do preço dos combustíveis, numa crítica acompanhada pelos partidos à direita e esquerda.

O parlamento discutiu esta quarta-feira na generalidade a proposta do Governo que reduz o IUC e prolonga a majoração da dedução dos custos com combustíveis, com a oposição a considerá-la insuficiente, reclamando soluções mais estruturais e amigas do ambiente.

Em causa está o prolongamento até 31 de dezembro de 2026 da medida que permite às empresas de transportes de mercadorias e de passageiros deduzirem um valor equivalente a 120% dos gastos suportados com a aquisição, em território português, de combustíveis para abastecimento de veículos.

A proposta do Governo prevê ainda uma redução para metade do Imposto Único de Circulação (IUC) suportado pelos veículos da categoria D.

Na abertura do debate, o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, referiu que esta proposta integra um pacote mais vasto de medidas excecionais de resposta ao aumento do preço dos combustíveis, destacando nomeadamente o subsídio de 10 cêntimos por litro de combustível dado às famílias através do ‘AUTOvoucher’ e o apoio equivalente por litro (mas de maior alcance) destinado às empresas de transporte público e passageiros.

Durante o debate, além de mostrarem a sua discordância com as soluções do Governo, os partidos da oposição consideraram-nas insuficientes, injustificadas ou injustas.

A primeira nota negativa veio através do deputado Alexandre Poço, do PSD, que acusou o Governo de estar “perdido” e “desorientado” na resposta à crise do preço dos combustíveis que, defendeu, deveria ser ‘atacada’ com uma descida da carga fiscal.

“Estas medidas que aqui apresentam são totalmente insuficientes”, referiu para precisar não conseguir perceber o motivo da recusa do Governo “em baixar a carga fiscal no preço dos combustíveis”.

Antes, numa referência ao desconto de 10 cêntimos por litro até um máximo de 50 litros por mês que começa esta quarta a poder ser usado pelas famílias, considerou tratar-se de uma medida que “desrespeita os portugueses”.

Cecília Meireles, do CDS-PP considerou, por seu lado, que a proposta do Governo “chega tarde”, “passa muito ao lado” daquilo que é necessário, sendo “muito pouquinho” face às necessidades.

“Temos um problema de aumento de preço dos combustíveis que decorre do aumento do preço do petróleo – pelo qual o Governo não é responsável – e carga fiscal”, referiu a deputada, sublinhando que, perante este quadro, o Governo apresentou um conjunto de medidas “cirúrgicas”, ao invés de acabar com o aumento do ISP operado “em 2016”.

Também Duarte Alves, do PCP, sublinhou o alcance “profundamente limitado” das medidas, acentuando ainda a sua injustiça por deixar de fora setores como o dos reboques e as micro e pequenas empresas dos setores do comércio e serviços, defendendo soluções que passem pela conjugação de um alívio fiscal com um regime de fixação de preços máximos e o fim do adicional ao ISP.

Para a deputada Isabel Pires, do BE, agir sobre os mecanismos de fixação de preços é uma forma mais eficaz para por “limites a estes aumentos brutais dos preços” dos combustíveis que “favorecem” a especulação, pelo que a solução do Governo “não é suficiente” além de deixar sem resposta alguns setores como o dos reboques, as escolas de segurança ou os veículos e emergência.

Nélson Silva, do PAN, criticou, por seu lado, o facto de a proposta do Governo consubstanciar um “subsídio aos combustíveis fósseis” estando, por isso, “completamente em contraciclo com a retórica do Governo” sobre a necessidade de serem adotadas soluções mais sustentáveis e amigas do ambiente.

Já André Ventura, do Chega, referiu que as medidas são “pura propaganda” e sublinhou que o Governo devia ter seguido o exemplo da Madeira na redução da taxa do ISP.

O pacote aprovado pelo Governo como forma de mitigar o impacto da subida dos preços dos combustíveis contempla ainda um apoio ao transporte público rodoviário de passageiros (táxis e autocarros) no valor de 10 cêntimos por litro de combustível até ao limite de 380 litros por mês para os táxis de 2.100 litros por mês para os autocarros.

A medida vigora entre 1 de novembro e 31 de março, traduzindo num ‘cheque’ que será de 190 euros para os táxis e de 1.050 euros no caso dos autocarros.

Foi ainda decidido alargar o limite anual de litros elegíveis de gasóleo profissional para a devolução integral do ISP, atualmente balizado nos 35 mil litros por ano para as transportadoras de mercadorias.

Também as famílias vão receber, através do IVAucher, 10 cêntimos por litro de combustível até um limite de 50 litros por mês, sendo este valor de 5 euros mensais disponibilizado durante cinco meses, entre novembro deste ano e março de 2022. A proposta do Governo é votada na generalidade esta sexta-feira.

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Parlamento aprova revogação do cartão do adepto

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

O projeto de lei da Iniciativa Liberal teve a abstenção de PSD e PS, com os restantes partidos a votar a favor do fim do cartão do adepto.

O projeto de lei proposto pela Iniciativa Liberal (IL) para revogar o cartão do adepto foi esta quarta-feira aprovado pelo parlamento, em sessão plenária, cerca de três meses após a implementação efetiva.

A votação, que contou com 202 deputados inscritos, teve a abstenção de PSD e PS, à exceção dos deputados socialistas Pedro Bacelar de Vasconcelos, Isabel Moreira, Rosário Gamboa, Tiago Barbosa Ribeiro, André Pinotes Batista, Joana Lima, Carlos Braz e Constança Urbano de Sousa, que votaram a favor, como os restantes partidos com assento parlamentar.

Por seu turno, os projetos de lei lançados pelo Partido Comunista Português (PCP) e pelo Chega, que visavam a mesma revogação do cartão do adepto, foram rejeitados.

O cartão do adepto foi, efetivamente, implementado nesta temporada, depois de a interdição de público nos recintos desportivos, devido à pandemia de covid-19, ter adiado a aplicação da portaria, publicada em 26 de junho de 2020.

Este documento, que tem custo de 20 euros e validade de três anos, visa identificar os adeptos que pretendam ocupar as zonas dos estádios habitualmente ocupadas pelas claques dos clubes.

Para a sua obtenção são requeridos nome completo, morada, documento de identificação, número do documento de identificação, data de nascimento, número de identificação fiscal, endereço de correio eletrónico, número de telefone e promotores de espetáculos desportivos que apoia.

Em causa estava, ainda de acordo com a legislação, “controlar e promover as boas práticas de segurança e combater ao racismo, xenofobia e intolerância nos eventos desportivos”.

De acordo com o portal dedicado ao documento, foram emitidos até hoje 2.949 cartões do adepto e registados 111 promotores de eventos.

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Siza Vieira iliba administração pela crise na Efacec

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

O ministro da Economia reconhece dificuldades no acesso a matérias-primas e diz que o Estado vai "assegurar que a empresa mantém tesouraria disponível para funcionar" até ser vendida no final do ano.

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, defendeu esta quarta-feira que a administração da Efacec não tem responsabilidades na situação de impasse que a empresa atravessa enquanto não é concluído o processo de reprivatização.

“Francamente, acho que não é a administração atual que tem responsabilidades na situação que se está a viver. De facto, há dificuldades no acesso a matérias-primas, estamos a trabalhar no sentido de assegurar que a empresa mantém tesouraria disponível para funcionar nestes próximos tempos“, disse Pedro Siza Vieira, à margem da apresentação do programa Empresas Turismo 360, que decorre no Observatório Astronómico de Lisboa.

O ministro da Economia reconheceu aos jornalistas que “o processo de reprivatização tinha-se estimado concluir em menos tempo, vai demorar mais algum tempo, e já está a demorar”.

“Como disse, antes do final do ano é que é o nosso objetivo. É preciso assegurar os meios financeiros para isso se continuar a fazer, e estamos a aguardar propostas dos interessados para podermos encontrar aquilo que é essencial, que é que a Efacec encontrar alguém que tenha capacidade de gestão e recursos financeiros”, frisou o governante.

O objetivo, insistiu Pedro Siza Vieira, é que “a empresa continue a servir o país e a ser um polo de excelência na nossa engenharia e na eletrificação da nossa economia”.

A paralisação dos trabalhadores da Efacec realizada esta quarta-feira registou uma “adesão maciça” e levou à paragem total da produção, segundo fonte sindical, que interpreta a participação inédita de alguns setores da empresa como “um ato de grande responsabilidade”.

Houve uma adesão maciça dos trabalhadores, nunca vi nada igual. Conseguimos abrir [o protesto] a trabalhadores que nunca participavam, como pessoal de escritório, administrativos, engenheiros e chefias”, avançou Miguel Moreira, em declarações à agência Lusa no final da greve.

Assegurando que “a fábrica não trabalhou, parou completamente” durante as duas horas da greve, entre as 14:00 e as 16:00, o dirigente sindical considera que o nível de adesão registado representa “um ato de grande responsabilidade por parte dos trabalhadores”.

Em 28 de outubro, os trabalhadores decidiram, em plenário, avançar para a greve, após uma paragem forçada de vários setores da empresa, que atua nos setores da energia, engenharia e mobilidade, por falta de verbas para adquirir matérias-primas.

Dias antes, em 22 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) tinha já reclamado a intervenção do Governo, enquanto “dono da Efacec”, para garantir que a empresa dispõe das matérias-primas necessárias para retomar a atividade com normalidade.

O Estado, como dono da empresa, deve assumir o controlo da empresa com transparência e deve comprar matérias-primas para pôr a Efacec a trabalhar e a satisfazer as encomendas que tem em carteira”, defendeu o dirigente do Site-Norte Miguel Moreira, em declarações à agência Lusa, no dia 4 de novembro.

De acordo com o dirigente sindical, a “falta de dinheiro para pagar aos fornecedores e para comprar matérias-primas é uma situação recorrente na Efacec, que se vem arrastando há muito tempo, mas nos últimos meses agravou-se”, levando à paragem de vários setores da empresa.

“Isto é algo que nós estranhamos bastante, porque não pretendemos que o Governo ponha lá dinheiro e que não queira saber para onde ele vai. Isto é uma empresa do Estado e o que nós defendemos é que a Efacec deve continuar na esfera do Estado e o Governo disponibilizar uma verba para comprar matérias-primas, mas ter o controlo dessa verba e fiscalizar para onde vai o dinheiro”, afirmou Miguel Moreira.

O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído antes do final do ano, tendo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou a terceira fase do processo de reprivatização, admitindo a participação dos dois grupos que apresentaram propostas vinculativas – DST SGPS e Sing – Investimentos Globais – sido publicada em 08 de setembro em Diário da República.

Ao jornal Público, a Parpública adiantou que a terceira fase de negociações “iniciou-se no passado dia 28 de setembro, com diversos encontros com os investidores interessados na aquisição da referida participação social, devendo as propostas finais ser recebidas dentro de cerca de três semanas”.

A aprovação em Conselho de Ministros do decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso Luanda Leaks, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

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