Patrões estão a fazer “birra” e leis do trabalho de 2012 são para mudar, diz UGT

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

“Será que os patrões acham que o acordo patriótico de 2012 é para se manter eternamente?”, questionou o Secretário-Geral da UGT.

O secretário-geral da UGT acusou esta sexta-feira as confederações patronais de estarem a fazer “uma birra” ao suspenderem a sua participação na concertação social e defendeu que é tempo de alterar as leis laborais de 2012.

Estas posições foram transmitidas por Carlos Silva à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, em Lisboa, que excecionalmente foi aberta a todos os deputados socialistas e que analisará o estado das negociações do Orçamento do Estado para 2022 entre Governo, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN.

Questionado sobre a decisão das confederações patronais de suspenderem a sua participação na concertação social em protesto pelas alterações às leis do trabalho aprovadas no último Conselho de Ministros, na quinta-feira, o secretário-geral da UGT considerou essa reação “um exagero”.

“Diria mais, foi uma birra da parte dos patrões. Patrões, UGT e CGTP-IN, enquanto parceiros sociais, apresentaram todos em devido tempo os seus contributos para a Agenda do Trabalho Digno e sobre valorização dos jovens no mercado de trabalho. Não sei a razão para haver tanto espanto da parte dos patrões, quando sabiam que alguns dos contributos tiveram pelo Governo uma aceitação que está prevista no conjunto de medidas agora a implementar”, apontou Carlos Silva.

O secretário-geral da UGT deixou depois uma pergunta: “Será que os patrões acham que o acordo patriótico de 2012 é para se manter eternamente?”

“Já passaram nove anos. Vamos manter exatamente o mesmo nível de indemnizações compensatórias por despedimento? Vamos manter os dias de férias sem chegar aos 25?”, questionou ainda.

Interrogado se o Governo atuou em matéria de leis laborais nas costas das confederações patronais, tal como se queixam as confederações patronais, Carlos Silva contrapôs que o assunto já foi levado pelo executivo à concertação social.

Aquilo que o Governo recebeu [da parte das confederações patronais] foi uma nega em relação à Agenda para o Trabalho Digno. Ora, o Governo não podia ficar de mãos atadas”, defendeu.

Questionado sobre o facto de PCP e Bloco de Esquerda considerarem insuficientes as medidas do Governo em matéria de revisão das leis laborais, o secretário-geral da UGT respondeu que a solução está na “diplomacia negocial, aquilo que o Governo está a fazer”.

“Ouvi a ministra [de Estado e da Presidência] Mariana Vieira da Silva dizer que nada está encerrado. Percebi também, da parte da ministra da Modernização e da Administração Pública [Alexandra Leitão] que ainda há capacidade para contentar os sindicatos. Ainda a procissão vai no adro. Até dia 27 ainda há muito a fazer”, acrescentou, numa alusão à data da votação na generalidade, no parlamento, da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022.

As quatro confederações empresariais disseram que foi com “surpresa” que viram aprovadas no último Conselho de Ministros, alterações à lei laboral que não estavam contempladas na Agenda do Trabalho Digno apresentada na Concertação Social, nomeadamente o aumento das compensações por cessação dos contratos a termo e o aumento do valor a pagar pelas horas extraordinárias.

Segundo os representantes dos empregadores, o Governo deu por concluída a discussão da Agenda do Trabalho Digno no dia 20 de outubro e, no dia seguinte, aprovou o documento no Conselho de Ministros contendo “novas medidas”, o que consideraram ser um desrespeito pelos parceiros sociais.

O Presidente da República anunciou esta sexta-feira que vai receber na próxima sexta-feira os parceiros económicos e sociais, tanto patronais como sindicais, e recusou, antes de os ouvir, comentar a situação da concertação social.

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, considerou grave a decisão das confederações patronais de suspenderem a participação nas reuniões da Concertação Social e assegurou que vai desenvolver diligências para que a situação seja ultrapassada rapidamente.

“Este assunto é grave, mas tem de ser ultrapassado (…) deve haver um equívoco”, disse Francisco Assis à agência Lusa, considerando ser seu papel fazer com que a situação seja ultrapassada rapidamente.

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Presidente do CES considera “grave” patrões abandonarem concertação social

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

"Este assunto é grave, mas tem de ser ultrapassado", disse Francisco Assis, antes de adiantar que vai contactar as confederações empresariais para a marcar uma reunião.

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, considerou esta sexta-feira grave a decisão das confederações patronais de suspenderem a participação nas reuniões da Concertação Social e assegurou que vai desenvolver diligências para que a situação seja ultrapassada rapidamente.

“Este assunto é grave, mas tem de ser ultrapassado (…) deve haver um equívoco”, disse Francisco Assis à agência Lusa, considerando ser seu papel fazer com que a situação seja ultrapassada rapidamente.

As quatro confederações patronais anunciaram esta sexta-feira que decidiram suspender a participação nas reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) depois de o Conselho de Ministros ter aprovado na quinta-feira alterações laborais que não foram discutidas com os parceiros sociais.

O presidente do CES disse à Lusa que vai contactar as confederações empresariais para a marcação de uma reunião e vai também pedir audiências, com caráter de urgência, ao primeiro-ministro, António Costa, e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Esta não é uma situação de não retorno e será certamente resolvida com o patrocínio do primeiro-ministro e do Presidente da República“, afirmou.

Segundo Francisco Assis, António Costa tem dado ao longo da sua vida política “grande importância ao diálogo social”, por isso pretende esclarecer este assunto com ele.

A Marcelo Rebelo de Sousa, vai pedir que intervenha junto das confederações patronais, que já solicitaram uma audiência ao Presidente da República.

“Estamos a falar de pessoas e entidades responsáveis que têm dado provas disso em momentos de dificuldades. Uma atitude tão radical deve ser alterada“, disse o presidente do CES, acrescentando que respeita os envolvidos neste processo e, por isso, e pela importância do diálogo social para o país, vai desenvolver diligências para que a situação seja rapidamente ultrapassada.

As quatro confederações empresariais disseram que foi com “surpresa” que viram aprovadas no último Conselho de Ministros, alterações à lei laboral que não estavam contempladas na Agenda do Trabalho Digno apresentada na Concertação Social, nomeadamente o aumento das compensações por cessação dos contratos a termo e o aumento do valor a pagar pelas horas extraordinárias.

Segundo os representantes dos empregadores, o Governo deu por concluída a discussão da Agenda do Trabalho Digno no dia 20 de outubro e, no dia seguinte, aprovou o documento no Conselho de Ministros contendo “novas medidas”, o que consideraram ser um desrespeito pelos parceiros sociais.

O Presidente da República anunciou esta sexta-feira que vai receber na próxima sexta-feira os parceiros económicos e sociais, tanto patronais como sindicais, e recusou, antes de os ouvir, comentar a situação da concertação social.

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Wall Street fecha em baixa com Intel a pesar

O vermelho pintou Wall Street na última sessão da semana, com as tecnológicas a liderarem as perdas. Intel caiu mais de 11%, após falhar previsões trimestrais de vendas.

As cotadas tecnológicas pressionaram a bolsa de Nova Iorque, esta sexta-feira, tendo o Nasdaq terminado a sessão em “terreno negativo”, com a Intel e a Snap Inc. a pesarem. Também o S&P 500 fechou no “vermelho”, enquanto o Dow Jones escapou às perdas.

O índice de referência em Wall Street, o S&P 500, terminou a sessão a cair 0,11% para 4.544,98 pontos. Também no “vermelho”, o tecnológico Nasdaq recuou 0,83% para 15.090,20 pontos. Acima da linha de água, ficou, por outro lado, o industrial Dow Jones, que avançou 0,21% para 35.677,25 pontos.

Este desempenho dos mercados norte-americanos foi registado num dia em que o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse que o banco central está “no caminho” para a redução da compra de ativos, o que deixou os investidores em alerta.

A pressionar as bolsa esteve também a evolução das receitas da Snap Inc., que foi pior do que os analistas estavam à espera e pode sinalizar algum enfraquecimento do mercado da publicidade digital. Os títulos desta cotada desvalorizaram, assim, 26,66% para 55,14 dólares.

Os títulos do Facebook e do Twitter, tecnológicas também muito dependentes de publicidade, acompanharam o sentimento negativo, tendo recuado, respetivamente, 5,05% para 324,61 dólares e 4,83% para 62,24 dólares.

Também na tecnologia, a Intel viu as suas ações caírem 11,68% para 49,46 dólares, depois desta cotada ter anunciado que não conseguiu cumprir as previsões de vendas para o terceiro trimestre do ano, à boleia da escassez de chips, e de ter alertado para uma redução das margens de lucro.

A contrariar, os títulos da American Express somaram 5,41% para 187,08 dólares, depois desta cotada ter superado as estimativas de lucro, pelo quarto trimestre consecutivo. Esta sexta-feira, a puxar pelos mercados estiveram ainda os dados que mostram que a atividade económica acelerou em outubro, à boleia de um desagravamento da pandemia. Isto ainda que a falta de mão-de-obra e de matérias-primas esteja a prejudicar a indústria norte-americana.

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Marcelo vai receber parceiros patronais e sindicais na próxima sexta-feira

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

O chefe de Estado adiantou que já tencionava "receber os parceiros económicos e sociais na próxima sexta-feira, de hoje a uma semana".

O Presidente da República anunciou que vai receber na próxima sexta-feira os parceiros económicos e sociais, tanto patronais como sindicais, e recusou, antes de os ouvir, comentar a situação da concertação social.

Marcelo Rebelo de Sousa falava no final de uma sessão comemorativa dos 250 anos do Grupo Pinto Basto, no antigo picadeiro real, depois adaptado a Museu dos Coches, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

Questionado sobre o pedido de audiência das confederações patronais, que decidiram suspender a sua participação nas reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social, o chefe de Estado respondeu que “já tinha tencionado receber os parceiros económicos e sociais na próxima sexta-feira, de hoje a uma semana”.

“Portanto, quando soube do pedido de audiência – e por acaso acabei de encontrar aqui alguns dos representantes dos parceiros sociais patronais, no caso, mas eu vou receber os patronais e sindicais – disse-lhes que já tinha antecipado a vantagem de os ouvir sobre a situação económica e social que se vive. Portanto, receberei uns e outros na sexta-feira da semana que vem”, acrescentou o Presidente da República.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação do Turismo Português (CTP) decidiram suspender a sua participação na concertação social na sequência das alterações à legislação laboral aprovadas na quinta-feira em Conselho de Ministros.

Num comunicado conjunto, as quatro confederações patronais acusam o Governo de desconsideração e de “claro atropelo a um efetivo processo de concertação social”.

Questionado sobre a gravidade que atribui à situação da concertação social, Marcelo Rebelo de Sousa recusou fazer comentários, por enquanto: “Eu vou ouvir os parceiros, não faz sentido estar a pronunciar-me antes de os ouvir”.

“Depois, se for caso disso, me pronunciarei”, disse.

Sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2022, o Presidente da República reiterou que está a trabalhar num cenário de viabilização da proposta do Governo, que será votada na generalidade na próxima quarta-feira, defendendo que “é o melhor para o país”.

No seu entender, “tudo o que contribua para a certeza é bom”, na atual conjuntura global de “incerteza e insegurança”.

Interrogado se não se arrepende de ter dispensado acordos escritos que suportassem o atual Governo minoritário do PS, o chefe de Estado evitou responder a essa questão.

“Eu continuo a entender que é possível, também neste Orçamento – como foi possível durante quatro anos, é certo que nos dois últimos da legislatura anterior com dificuldades acrescidas, como foi possível nos dois primeiros desta legislatura – chegar-se a uma passagem do Orçamento“, reafirmou apenas.

Na intervenção que fez na sessão comemorativa dos 250 do Grupo Pinto Basto, o Presidente da República considerou que os portugueses são “muito bons para salvar apertos”, mas “menos bons para garantir previsibilidade e perspetiva de longo prazo”.

Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou que essa fosse uma referência ao atual momento político, dizendo que “estava a falar de uma realidade diversa”.

(atualizado com mais informação às 21h55)

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PCP recusa argumento das “contas certas” para viabilizar orçamento

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

"Fazem mal, erram, aqueles que pensam que este partido é manobrável", avisou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, deixou esta sexta-feira um aviso ao Governo de que não aceita o argumento do primeiro-ministro das “contas certas” para viabilizar o Orçamento de Estado (OE) para 2022.

Não se venha, como temos assistido insistentemente nestes últimos dias, com o argumento da necessidade de uma política de ‘contas certas’ assente em anacrónicos critérios em relação ao défice e à dívida, longe das necessidades de um País e em seu prejuízo”, disse Jerónimo de Sousa num comício em Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal.

Para o líder comunista, as ‘contas certas’ de que fala o primeiro-ministro “servem para favorecer os negócios que o grande capital monta à mesa do Orçamento do Estado, como é o caso do negócio da saúde, cada vez mais nas mãos do grande capital monopolista e em detrimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do direito à saúde dos portugueses”.

Contas certas que nunca são uma preocupação quando se trata de garantir os milhões para a banca, mas que nunca batem certo chegada a hora de dar resolução aos problemas dos trabalhadores e do povo”, acrescentou Jerónimo de Sousa, argumentando que tem sido esta a política de ‘contas certas’ dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS-PP.

No comício em Alcácer do Sal, o líder comunista defendeu que o OE “tem de se inserir numa resposta global aos reais problemas que se colocam ao desenvolvimento do País”, mas acrescentou que o Governo do PS “parece não querer percorrer esse rumo que o País precisa”.

A situação do País reclama medidas concretas que traduzam um sinal claro de se agir para abrir um caminho capaz de responder ao que é preciso. Agir, desde logo para garantir um desenvolvimento económico e social sustentado, objetivo em que o aumento geral dos salários e a valorização das carreiras e profissões se afirma como emergência nacional e decisiva para o futuro do País”, disse Jerónimo de Sousa.

Travar a saída de milhares de trabalhadores para o estrangeiro, garantir o povoamento do território nacional, promover uma melhor distribuição da riqueza, para estimular a economia, e a fixação do Salário Mínimo Nacional nos 850 euros, foram outras prioridades enunciadas pelo líder comunista.

A fechar o comício em Alcácer do Sal, Jerónimo de Sousa garantiu ainda que o “PCP não é um partido manobrável”.

Fazem mal, erram, aqueles que pensam que este partido é manobrável, que este partido se esquece, durante os 100 anos da sua existência, de estar sempre do lado certo, do lado dos trabalhadores e do povo, dos que mais sofrem, dos mais discriminados, dos que sofrem as injustiças e as desigualdades. Não mudamos de campo, seja por que razão for”, assegurou o líder do PCP.

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BE diz que respostas do Governo às propostas são inexistentes ou insuficientes

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

"Do lado do Governo parece haver um otimismo que manifestamente do nosso lado não há", disse Pedro Filipe Soares.

O líder parlamentar do BE adiantou esta sexta-feira à Lusa que as respostas do Governo às nove propostas orçamentais são inexistentes ou insuficientes, criticando a falta de empenho e vontade do executivo cujo otimismo sobre as negociações não partilha.

Dos nove pontos, vários ainda estão sem resposta, outros têm respostas manifestamente insuficientes. O balanço disto, não há forma de o ver como positivo”, afirmou Pedro Filipe Soares em declarações à agência Lusa a propósito das negociações com o Governo para o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

Em causa estão as nove propostas, nas áreas da saúde, segurança social e legislação laboral, que o BE fez chegar ao Governo, por escrito, para as negociações do OE2022, documento cuja viabilização não está ainda garantida e em relação ao qual haverá nova reunião entre o partido e o primeiro-ministro, António Costa, no sábado.

“Constatamos é que há esta dificuldade em causa. Se a vemos com otimismo ou com pessimismo, do lado do Governo parece haver um otimismo que manifestamente do nosso lado não há. Não há porque nós estamos a ver o tempo a chegar ao fim e não vemos avanços que nos permita ter um desfecho diferente daquele que nós já anunciamos há uma semana e meia atrás”, afirmou, referindo-se ao aviso feito pelo BE de que votaria de novo contra o orçamento caso ele fique como está.

Na perspetiva do dirigente bloquista, “ninguém pode estar otimista com esta informação”, enfatizando o “impasse” nas negociações depois de fazer uma descrição pormenorizada do estado negocial de cada um dos nove pontos.

“Isto mostra as dificuldades que estão atualmente em cima da mesa e, na nossa opinião, a falta de empenho, de vontade a que nós estamos a assistir do lado do Governo para ser aproximar das posições do Bloco de Esquerda”, criticou.

De acordo com Pedro Filipe Soares, as nove propostas dos bloquistas têm um “custo bastante modesto face ao valor global do Orçamento do Estado e com opções políticas que o próprio Governo diz publicamente que não se distancia delas”.

“Ora, se não se distancia delas, então depois porque é que na prática não se aproxima das propostas no concreto? Essa é a nossa dificuldade ao longo deste processo”, explicou.

Questionado sobre o motivo pelo qual tem evitado falar ou responder a perguntas a propósito da possibilidade de eleições legislativas antecipadas em caso de chumbo do orçamento, o deputado do BE explicou que o partido está “focado no processo negocial”.

“E não queremos que ele seja intoxicado por questões que neste momento podem ser evitadas e não estão, pelo menos agora, em cima da mesa”, justificou.

Na perspetiva de Pedro Filipe Soares, “o discurso de eleições antecipadas tem duas motivações diferentes e qualquer uma delas não ajuda ao processo negocial que está em curso”.

“Uma motivação, de quem não quer que o processo negocial tenha sucesso ou chegue a bom porto, é a ideia da chantagem, é criar um pântano de confusão e acima de tudo de chantagem, sabendo que normalmente a chantagem em política funciona mal, tende a afastar mais do que une”, afirmou.

Quando se faz chantagem, continuou o dirigente do BE, “não é para criar pontes”, mas sim para as destruir já que “ninguém vai coagido tomar uma decisão sobre essa chantagem”.

“O outro também não é um sentimento positivo que é por medo, que é a ideia de uma crise política instalada e o medo tomar conta das relações em geral”, acrescentou.

Para Pedro Filipe Soares nem chantagem nem medo ajudam a “qualquer processo negocial”.

Num documento de trabalho do executivo ao qual a agência Lusa teve hoje à tarde acesso, o Governo considerou que há avanços negociais em sete das nove propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda como fundamentais para a viabilização do Orçamento do Estado e apenas em duas assume que não se registam aproximações.

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Starlink de Elon Musk anuncia expansão da cobertura a todo o território português

A Starlink enviou um email aos clientes e interessados onde anuncia que "está agora a prestar serviço em todo o Portugal". Empresa fornece internet por satélite, mas adesão custa 560 euros.

A operadora de internet por satélite Starlink anunciou que “está agora a prestar serviço em todo o Portugal”. A mensagem foi enviada por email a clientes e pessoas interessadas na oferta da empresa.

“A Starlink expandiu-se e está agora a prestar serviço em todo o Portugal! Pode verificar a disponibilidade no seu endereço de serviço e saber mais em Starlink.com. Se a Starlink estiver em capacidade na sua área, pode fazer uma pré-encomenda para manter o seu lugar na fila para serviço futuro”, lê-se no email a que o ECO teve acesso.

Na sexta-feira, pouco depois do anúncio, o ECO usou a ferramenta da empresa para verificar a cobertura em várias regiões do país e encontrou zonas onde o site indica ainda estar a ser “programada” a cobertura.

Captura de ecrã do email enviado pela Starlink esta sexta-feiraD.R.

A Starlink é uma empresa detida pela SpaceX, a empresa privada de transporte e exploração espacial fundada pelo multimilionário Elon Musk. A SpaceX tem vindo a lançar centenas de satélites em órbita na expectativa de fornecer cobertura de internet por satélite em regiões onde não existem opções mais comuns, como a rede móvel e a fibra ótica.

Em meados de agosto, o ECO noticiou que a Starlink já estava a fornecer internet por satélite em Portugal com “oferta limitada” e para um grupo restrito de utilizadores.

Na altura, os preços cobrados pela empresa, que se mantêm, foram a grande surpresa: os consumidores interessados têm de adquirir o hardware proprietário da Starlink por 499 euros (parabólica, tripé, router Wi-Fi e fonte de alimentação); depois, ao valor da encomenda, somam-se portes de envio e custos de manuseamento no valor total de 61 euros, o que perfaz um custo de entrada de 560 euros.

Além deste valor, os utilizadores ficam a pagar 99 euros por mês por um acesso à internet que, segundo a empresa, nesta primeira fase, tem um débito que varia entre os 50 e os 150 Mbps (megabits por segundo), uma latência entre 20 e 40 ms (milissegundos) e pode enfrentar “breves períodos sem nenhuma conexão”.

A expectativa de Elon Musk é a de que, à medida que o serviço e a tecnologia se vão desenvolvendo, a Starlink acabe por se tornar uma opção mais económica.

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Novas medidas laborais respondem a preocupações dos parceiros sociais, diz Governo

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

O Governo garante que as novas medidas laborais, aprovadas, em Conselho de Ministros, "correspondem a tentativas de fazer refletir, em parte, preocupações reiteradas por alguns dos parceiros".

O Ministério do Trabalho garantiu esta sexta-feira que as novas medidas laborais incluídas na proposta de lei aprovada no Conselho de Ministros de quinta-feira correspondem a preocupações reiteradas, no dia anterior, pelos parceiros sociais, na reunião da Concertação Social.

As novas medidas incluídas na proposta de lei em Conselho de Ministros correspondem a tentativas de fazer refletir, em parte, preocupações reiteradas por alguns dos parceiros na última reunião de Concertação Social, na passada quarta-feira”, diz fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, numa nota enviada à Lusa.

O comentário do gabinete da ministra Ana Mendes Godinho surge depois de as quatro confederações patronais terem anunciado esta sexta-feira que suspenderam a sua participação na Concertação Social, acusando o Governo de associar a discussão da Agenda do Trabalho Digno à negociação política do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), com vista à sua viabilização.

As confederações patronais dizem que as novas medidas aprovadas na quinta-feira pelo Governo no pacote da Agenda do Trabalho Digno não foram apresentadas aos parceiros sociais, nomeadamente o aumento do valor das horas extraordinárias e das indemnizações por cessação dos contratos a termo.

Segundo o ministério, a discussão da Agenda para o Trabalho Digno “tem sido dinâmica, o que tem resultado na introdução de novas propostas e na melhoria das 64 propostas inicialmente apresentadas”.

Tal como tem acontecido ao longo dos últimos meses, novas medidas têm sido incluídas, procurando acompanhar propostas e preocupações expressas pelos parceiros, algumas de forma recorrente, ao longo do tempo”, continua o gabinete ministerial.

Na última reunião da Concertação Social, na quarta-feira, “tendo ficado claro de que não haveria possibilidade de negociar um acordo relativamente à Agenda, o Governo procurou, até à aprovação em Conselho de Ministros, construir soluções de equilíbrio que pudessem responder a preocupações reiteradas e ir, pelo menos em parte, ao encontro dessas propostas, como foi o caso da proposta de reposição parcial do pagamento de horas extraordinárias ou da compensação nos contratos a termo e a termo incerto”, sublinha a fonte oficial.

De acordo com o ministério de Ana Mendes Godinho, as novas medidas aprovadas no Conselho de Ministros foram “parte da discussão nos últimos meses em Concertação Social e o Governo afirmou na última reunião com os parceiros, e publicamente no final, que aquele documento não estava finalizado até à aprovação em Conselho de Ministros.

As quatro confederações patronais anunciaram esta sexta-feira que decidiram suspender a sua participação nas reuniões da Concertação Social e solicitar uma audiência ao Presidente da República, perante a “desconsideração do Governo pelos parceiros sociais” na discussão sobre legislação laboral.

A posição foi tomada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), depois de o Conselho de Ministro ter aprovado na quinta-feira alterações laborais que incluíam novas medidas na Agenda do Trabalho Digno.

As quatro confederações empresariais dizem que foi com “surpresa” que viram aprovadas medidas como o aumento das compensações por cessação dos contratos a termo e a reposição parcial do valor a pagar pelas horas extraordinárias.

Esta situação “constitui um claro atropelo a um efetivo processo de Concertação Social”, consideram as confederações. “Estamos preocupados com esta menorização, com esta desconsideração do Governo pelos parceiros sociais e, em particular, pelas confederações empresariais e iremos avaliando a situação em função da sua evolução”, disse à Lusa o presidente da CCP, João Vieira Lopes.

Segundo os representantes dos empregadores, o Governo deu por concluída a discussão da Agenda do Trabalho Digno no dia 20 de outubro e, no dia seguinte, aprovou o documento no Conselho de Ministros contendo “novas medidas”.

Em causa está o alargamento da compensação para 24 dias por ano em cessação de contrato a termo ou termo incerto e a reposição dos valores de pagamento de horas extraordinárias em vigor até 2012 a partir das 120 horas anuais, sendo a primeira hora extra em dias úteis paga com acréscimo de 50%, a segunda hora com 75% e em dias de descanso e feriados 100%.

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Fenprof anuncia nova greve para dia 12 e concentração em frente à AR

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

Além da paralisação marcada para 5 de novembro, o secretário-geral da Fenprof anunciou também a adesão à greve nacional da administração pública convocada para 12 de novembro.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta sexta-feira a realização de uma concentração em frente à Assembleia da República no dia 5 de novembro e a adesão à greve nacional da administração pública marcada para dia 12.

A concentração, marcada para as 15h00, realiza-se no mesmo dia em que os professores e educadores estarão em greve, convocada por várias organizações sindicais, e em simultâneo com a audição do ministro da Educação no parlamento a propósito da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

Além da paralisação marcada para 5 de novembro, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, anunciou também a adesão à greve nacional da administração pública convocada para 12 de novembro pela Frente Comum.

Estas são algumas das ações de luta aprovadas esta sexta-feira durante o Conselho Nacional da Fenprof, que prossegue no sábado, e representam a resposta dos professores à proposta do Governo para o OE222 e àquilo que descrevem como um “bloqueio negocial” imposto pela tutela.

“Temos consciência que os problemas dos professores são problemas que não se resolvem num ano, nem de uma vez. O que não toleramos é que não haja um sinal de vontade de, pelo menos começar a dar resposta a esses problemas”, justificou Mário Nogueira em declarações à agência Lusa.

Além da das duas greves nacionais e da concentração no dia 5, o secretário-geral da Fenprof anunciou ainda que os professores irão retomar na segunda-feira a greve ao sobretrabalho, que ameaçam manter até ao final do ano letivo.

“Se o Governo insistir em manter os problemas que nós sabemos que existem na organização dos horários de trabalho que levam a que estes sejam muito superiores aos limites que a lei fixa, esta greve será mantida”, sublinhou, acrescentando que os professores recuarão se o Ministério da Educação aceitar negociar sobre o tema.

Por outro lado, a estrutura sindical vai também lançar uma petição pela “efetivação dos direitos e respeito do horário de trabalho”, que será entregue no parlamento no dia 10 de novembro, além de outras iniciativas e reuniões com partidos e autarquias, neste caso no âmbito do processo de municipalização.

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Farfetch lança primeira marca própria de roupa

As peças da coleção There Was One foram desenvolvidas com base nas pesquisas de compra dos consumidores da plataforma global para a moda de luxo. Os preços vão desde os 70 ao 985 euros.

A Farfetch acaba de lançar a sua primeira marca de roupa, a There Was One (TWO), garantindo que será produzida com materiais conscientes e certificados e que os produtos serão enviados em embalagens recicláveis e compostáveis, em quantidades limitadas de forma a evitar a superprodução.

Para chegar a esta primeira marca própria e para criar a coleção, a plataforma global para a moda de luxo liderada pelo português José Neves diz que aproveitou os insights e os dados recolhidos sobre o que os consumidores pesquisam e compram na Farfetch.

A coleção feminina, que conta com um portefólio de 126 peças, nasceu de uma parceria com o New Guards Group e reclama marcar a diferença por ter um “toque de sofisticação”, aliado à sustentabilidade e longevidade das peças.

Holli Rogers, chief brand officer da Farfetch, refere que a “There Was One é exatamente o que tantas pessoas estão à procura nos dias de hoje – moda duradoura que permanecerá imaculada nos próximos anos“. “Esta coleção nasceu da preocupação com o consumidor da Farfetch e com as fortes credenciais de moda e do design do NGG”, acrescenta, em comunicado.

Blazers, slip dresses, casacos de ganga, sobretudos, camisas e turtlenecks são algumas das peças que fazem parte da coleção. As peças são vendidas no site da Farfetch e os preços vão desde os 70 aos 985 euros.

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Leão ataca Bloco e tenta conquistar voto do PCP com “melhorias significativas” nas pensões

A audição foi a mesma, mas o discurso não podia ter sido mais diferente. Ao Bloco, Leão passou ao ataque. Ao PCP, tentou conquistar o voto prometendo "melhorias significativas" nas pensões.

A agressividade com que atacou o Bloco contrastou com o tom apaziguador com que respondeu ao PCP. Foi assim o desempenho de João Leão na audição desta sexta-feira na comissão de orçamento e finanças sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022). A Mariana Mortágua (BE), o ministro das Finanças questionava sobre se “era contra” várias medidas e como o explicaria ao seu eleitorado. A Duarte Alves (PCP), o mesmo ministro admitiu uma “melhoria significativa” na medida de atualização extraordinárias das pensões.

Ao mesmo tempo que a Lusa divulgava um documento interno do Governo onde este argumentava que mostrou avanços em sete das nove propostas do Bloco, o ministro das Finanças atacava os bloquistas: “Não vejo como é que o Bloco pode explicar ao seu eleitorado e ao povo de esquerda” como é que “é contra” as medidas que o Governo prevê no Orçamento para 2022 e “prefere um Orçamento da direita”. “É contra a medida?”, questionou Leão diversas vezes. “Não percebo como é que o Bloco é contra a medida”, repetiu também. E atirou ainda que o Bloco de Esquerda aprovou, no passado, Orçamentos do Estado onde não constavam “avanços”, como o englobamento de rendimentos especulativos, que estão incluídos na proposta apresentada para 2022.

Palavras de Leão num tom mais agressivo, que contrasta com o seu tom habitual mais calmo, que foram mal recebidas por Mortágua. Momentos antes, a bloquista criticava a falta de execução de medidas do passado e o que diz ser um impacto reduzido das medidas previstas para o próximo ano, como por exemplo a reforma do IRS. A deputada do Bloco começou logo por atacar Leão por anunciar medidas de alívio para os combustíveis no momento imediatamente anterior à audição e, entre as várias críticas, notou que o englobamento “não vai ter nenhum efeito prático”. “Não percebo o objetivo da medida a não ser fazer parecer aquilo que depois não faz“, criticou. Mais tarde, Mortágua garantiu que não estava contra as medidas, mas que quer “medidas sérias” e consequentes.

Logo depois deste duelo entre o ministro das Finanças e Mariana Mortágua, seguiu-se a intervenção do PCP. Pela voz de Duarte Alves, os comunistas discorreram uma série de críticas ao Orçamento e à política económica geral do Governo: criticou a “obsessão pelo défice”, a falta de prioridade dada aos salários no setor privado e no setor público, a escassez de medidas para reter os profissionais do SNS ou a baixa atualização extraordinária das pensões. Motivos que levam o partido a manter a avaliação negativa que fez na semana passada ao Orçamento: “Não se alterou”, garantiu Duarte Alves.

Ou seja, também o PCP não se inibiu de criticar o Governo, mas a reação que obteve do outro lado foi bem diferente da que recebeu o Bloco. No tom calmo e pausado que lhe é característico, Leão começou logo a resposta por dizer que o Governo tem dado “sinais significativos de melhoria” de propostas que são caras ao PCP, dando o exemplo do que foi aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros. Mas foi mais longe: “Estamos dispostos a dar passos significativos nesse âmbito, melhorando a atualização extraordinária de pensões“, anunciou, logo depois de enumerar vários números sobre a necessidade de manter a sustentabilidade das pensões em Portugal. Falta saber se tal passa por antecipar o aumento de agosto para janeiro ou se a abranger mais pensionistas além dos que recebem até 658 euros por mês — ou, quem sabe, as duas. Também esta sexta-feira o PS viabilizou uma proposta do PCP para se caminhar no sentido da gratuitidade das creches.

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Governo belga admite que pandemia está a ganhar força no país

  • Lusa
  • 22 Outubro 2021

"Nas próximas semanas, esperamos um aumento acentuado nas hospitalizações, apesar do alto índice de vacinação”, antecipam as autoridade de saúde do país.

A pandemia de covid-19 está novamente a “ganhar força” na Bélgica, onde os contágios e as hospitalizações estão a subir fortemente após semanas em que a situação pandémica se mostrou estável, afirmou esta sexta-feira fonte sanitária belga.

Depois de acalmar ao longo de mês e meio, a epidemia recuperou. Só se poderá perceber a importância dentro de poucas semanas. Nos últimos dias, tem-se registado um aumento das infeções em todo o país e em todas as faixas etárias. Está, infelizmente, a tomar um rumo fora do comum”, assumiu o virologista e porta-voz do Instituto de Saúde Pública (ISP) da Bélgica, Yves van Laethem.

Segundo os dados sanitários oficiais mais recentes, a Bélgica registou 358 novas infeções por cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, o que representa um aumento de 55% em duas semanas, tendo contabilizado cerca de 6.000 casos diários nos últimos dias. A taxa de incidência acumulada em Bruxelas chegou aos 514 casos.

São números que não eram alcançados há um ano, antes do início das campanhas de vacinação na União Europeia (UE).

Quarta-feira passada, e apesar de 73,9% dos adultos belgas estar vacinado com as duas doses contra o novo coronavírus, as hospitalizações tinham crescido 53% comparativamente aos sete dias anteriores, tendo-se contabilizado uma média de 93 internamentos entre os dias 15 e 21 deste mês.

Para aumentar as taxas de vacinação, o governo de Bruxelas, mas também o da região da Valónia (sul da Bélgica), implementou, a 15 deste mês, a obrigatoriedade de apresentação de um certificado de vacinação em bares e restaurantes.

Há sempre um atraso nos internamentos em relação às novas infeções. Por isso, nas próximas semanas, esperamos um aumento acentuado nas hospitalizações, apesar do alto índice de vacinação”, afirmou o porta-voz do ISP belga.

Em duas semanas, o número de mortes aumentou 50%, com uma média de 12 por dia, elevando o total de óbitos associados ao novo coronavírus na Bélgica para 25.835.

As infeções estão a aumentar em asilos e lares de idosos, embora os surtos pareçam vir principalmente de locais de trabalho (23%) e escolas (53%), acrescentou Van Laethem, que apontou, no entanto, que “oito em cada dez” centros educacionais não apresentam problemas.

O virologista e porta-voz do ISP belga recomendou aos maiores de 65 anos e os imunodeprimidos a toma de uma terceira dose da vacina, enquanto o Governo belga convocou a comissão de saúde para avaliar a situação na próxima semana.

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