Dezanove países da UE já têm “luz verde” aos seus planos nacionais de reformas

  • Lusa
  • 5 Outubro 2021

16 dos 19 países que tiveram "luz verde" aos seus Planos nacionais de Recuperação e Resiliência já receberam os primeiros desembolsos de Bruxelas.

Um total de 19 Estados-membros da União Europeia (UE) tiveram já “luz verde” aos seus Planos nacionais de Recuperação e Resiliência (PRR), para aceder às verbas pós-crise da Covid-19, 16 dos quais receberam os primeiros desembolsos de Bruxelas.

Este total surge depois desta terça-feira, reunidos presencialmente no Luxemburgo, os ministros das Economias e Finanças da UE terem endossado o PRR de Malta, que já tinha tido aprovação pela Comissão Europeia.

Em comunicado divulgado após a reunião do Ecofin, o Conselho da UE indica ter “adotado uma decisão de execução do sobre a aprovação do PRR para Malta”, sendo este o “passo final” para o país aceder ao fundo de recuperação da UE.

Além de Malta, são então 18 os Estados-membros com PRR aprovados tanto pela Comissão como pelo Conselho: Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Letónia, Luxemburgo, Portugal, Eslováquia, Espanha, República Checa, Irlanda, Croácia, Chipre, Lituânia e Eslovénia.

Destes 19 países, 16 já receberam o pré-financiamento previsto no seu plano, num total de 51,5 mil milhões de euros desembolsados pelo Executivo comunitário a estes países.

Quase todos os países da UE têm então já os seus PRR aprovados para aceder às verbas pós-crise da Covid-19, mas faltam por exemplo a Holanda e a Bulgária, que tiveram eleições, e a Polónia e a Hungria, que têm os processos suspensos devido ao necessário respeito pelo Estado de direito para aceder a verbas comunitárias.

Portugal foi o primeiro Estado-membro a entregar formalmente em Bruxelas o seu PRR para aceder aos fundos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência – elemento central do pacote “NextGenerationEU” acordado na UE para superar a crise da Covid-19 – e o primeiro a vê-lo aprovado, sendo também dos primeiros países a receber verbas.

No início de agosto, a Comissão Europeia desembolsou 2,2 mil milhões de euros a Portugal referente ao pré-financiamento de 13% do PRR, num montante global de 16,6 mil milhões de euros, aprovado no mês anterior.

O PRR português, que recebeu “luz verde” da Comissão em 13 de junho e foi formalmente aprovado pelo Conselho Ecofin exatamente um mês depois, tem um valor global de 16,6 mil milhões de euros, designadamente 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido e 2,7 mil milhões empréstimos em condições favoráveis.

Além de Portugal, outros 15 Estados-membros já dispõem de verbas iniciais para suportar a recuperação pós-crise da Covid-19 através dos seus PRR, sendo eles Luxemburgo (12,1 milhões), Bélgica (770 milhões), Grécia (quatro mil milhões), Itália (24,9 mil milhões), Lituânia (289 milhões), Espanha (nove mil milhões), França (5,1 mil milhões), Alemanha (2,25 mil milhões), Dinamarca (201 milhões), Chipre (157 milhões), Letónia (237 milhões), Eslovénia (231 milhões), Croácia (818 milhões), República Checa (915 milhões) e Áustria (450 milhões).

Até ao final do ano, a Comissão tenciona mobilizar um montante total máximo de 80 mil milhões de euros, sob a forma de financiamentos a longo prazo a ser complementados por obrigações a curto prazo da UE, com vista a financiar os primeiros desembolsos aos Estados-membros projetados no âmbito do instrumento “NextGenerationEU”.

As verbas vão financiar o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do “NextGenerationEU”, o fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020 para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia de Covid-19.

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PS saúda discurso de Marcelo. IL considera-o “correto”, mas “insuficiente”

  • Lusa e ECO
  • 5 Outubro 2021

"Somos, como o senhor Presidente da República, a favor de uma República viva", garante secretário-geral adjunto do PS. Já Iniciativa Liberal considera discurso do PR "francamente insuficiente".

O secretário-geral adjunto do PS saudou, esta terça-feira, o discurso do Presidente da República em que pediu que se faça do 05 de Outubro de 1910, dia da Implantação da República, uma “data viva” com um Portugal mais inclusivo.

Somos, como o senhor Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], a favor de uma República viva, o que significa também, no nosso entendimento, que é uma mensagem que corresponsabiliza a cidadania e que reafirma os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade”, declarou José Luís Carneiro, que falava na Federação do Partido Socialista da cidade do Porto em reação discurso do chefe de Estado.

O Presidente da República pediu esta terça-feira no seu discurso durante a cerimónia comemorativa do 111.º aniversário da Implantação da República, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa, que se faça do 05 de Outubro uma data viva, com um Portugal mais inclusivo e que entre a tempo no “novo ciclo da criação de riqueza”, aproveitando os fundos europeus.

José Luís Carneiro fez questão de sublinhar que o PS saudava a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa. “Uma intervenção, um discurso que queremos saudar, porque ela é uma intervenção de confiança e simultaneamente uma intervenção de responsabilidade”, disse, referindo que tal impunha uma “visão do desenvolvimento assente no conhecimento em que cada cidadão, e cada cidadã, possam participar na construção do devir coletivo, procurando uma sociedade que seja mais desenvolvida, que seja mais competitiva, e que seja simultaneamente mais inclusiva”.

“O discurso do senhor Presidente da República é francamente insuficiente”

A Iniciativa Liberal (IL) considerou, esta terça-feira, o discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações do 05 de Outubro, “correto” mas “francamente insuficiente”, defendendo que não se pode “ficar apenas pelo diagnóstico inconsequente”.

Em comunicado, a IL começa por afirmar que o discurso das comemorações do 05 de Outubro do Presidente da República “representa um diagnóstico globalmente correto da atual situação do país”, na medida em que “é urgente, de facto, abrir um novo ciclo económico” e promover a criação de riqueza. O partido também concorda com a necessidade de “alertas” sobre a necessidade de “transparência e a correta alocação de recursos” dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Porém, a IL considera que “o discurso do senhor Presidente da República é francamente insuficiente”. “Não podemos ficar apenas pelo diagnóstico inconsequente. É fundamental abrir caminhos de ação política”, sublinha o partido de João Cotrim Figueiredo. Segundo a IL, “não é possível” continuar a imputar “o atraso do país apenas a razões históricas mais ou menos longínquas”. “Mais uma vez, o político pragmático, preocupado com a sua popularidade, impôs a sua vontade sobre a do analista que identifica os problemas com lucidez”, critica o partido.

“O país precisa de uma mudança urgente de políticas. De abrir o tal novo ciclo que o senhor Presidente da República identifica, mas não concretiza e para o qual acaba por não estabelecer qualquer meta ou compromisso para o Governo”, frisa a IL.

Para o partido de Cotrim Figueiredo, “só políticas liberais que invertam a dependência da sociedade civil do Estado, que valorizem a iniciativa privada e o dinamismo económico, que devolvam aos cidadãos liberdade de escolha e autonomia, serão capazes de assegurar um novo ciclo de crescimento”.

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5 razões para não perder o “evento de mergulho mais importante do ano” em Tróia

  • Conteúdo Patrocinado
  • 5 Outubro 2021

Entre 8 e 10 de outubro, Tróia recebe o DIVING talks, o congresso de mergulho que permitirá a imersão total no meio subaquático e o encontro com mergulhadores e especialista de renome.

Diving Talks é o congresso de mergulho há muito esperado por mergulhadores e amantes dos oceanos. Considerado pela comunidade internacional de mergulho como “o evento de mergulho mais importante de 2021”, o congresso realiza-se de 8 a 10 de outubro, em Tróia, dando oportunidade a todos os interessantes de assistir a apresentações protagonizadas pelos principais exploradores e mergulhadores que virão partilhar as mais recentes conquistas em todo o mundo, avanços tecnológicos e descobertas subaquáticas.

Ao longo do fim de semana, vai poder conhecer mergulhadores especializados na exploração de grutas submersas, especialistas em medicina hiperbárica e em arqueologia, e testar equipamentos de mergulho.

Deixamos-lhe 5 razões para não perder o Diving Talks:

  1. Aprenda uma visão diferente dos tubarões. Cristina Zenato, que dedicou a vida inteira a mergulhar com tubarões, partilhará uma visão diferente sobre a natureza destas criaturas, como se organizam em sociedade e a sua luta pela sobrevivência;
  2. Descubra a adrenalidade do mergulho em gruta. Jill Heinerth, o primeiro mergulhador no mundo a mergulhar dentro de um iceberg, vai falar-nos do mergulho em gruta. Depois dos praticantes deste desporto terem sido rotulados como “viciados em adrenalina”, hoje são um recurso importante para os cientistas que estudam as mudanças climáticas globais, a arqueologia, os problemas da água e a biologia única que se encontra nestes locais submersos e inóspitos;
  3. Acompanhe um mergulho a mais de 330 metros de profundidade. Equipado apenas com o seu equipamento de mergulho, Ahmed Gabr demorou 12 minutos a atingir a incrível profundidade de -332.35 metros e 15 horas a regressar à superfície para não sofrer um acidente de descompressão;
  4. Mergulhe nas “Grutas Mais Nojentas do Planeta”. Foi assim que Natalie Gibb as descreveu. Assista à apresentação de José Pinto sobre robótica subaquática e à apresentação de Armando Ribeiro sobre o mergulho na nascente do Alviela, em que atingiu a incrível profundidade de -212 metros.
  5. Explore o Sado, a região e faça um test drive aos equipamentos. Mesmo não sendo mergulhador, poderá participar em inúmeras atividades ao longo do fim de semana: testar equipamentos de mergulho no mar ou em piscina, navegar o Sado, visitar as ruínas romanas na Península, a Aldeia Mineira do Lousal, ou outros pontos de interesse na região.

Conheça o prorgama completo do Diving Talks aqui.

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Filial da Airbus paga mais de um milhão de dólares aos EUA por cobrar sobretaxas

  • Lusa
  • 5 Outubro 2021

Devido à cobrança irregular de taxas a agências federais, uma filial da Airbus vai pagar mais de um milhão de dólares ao Governo norte-americano.

A Airbus US Space & Defense Inc., filial da empresa europeia nos Estados Unidos (EUA), vai pagar mais de um milhão de dólares ao Governo norte-americano devido à cobrança irregular de taxas a agências federais, informou esta terça-feira o Departamento de Justiça.

O acordo conclui um diferendo que remonta a 2016 e 2017, quando a filial da fabricante aeronáutica cobrou tarifas “não aprovadas” que não tinha o direito de exigir em contratos com órgãos do Governo, refere o comunicado do departamento federal, citado pela Efe.

As autoridades norte-americanas também alegaram que, entre 2013 e 2020, a Airbus US Space & Defense Inc. cobrou uma taxa adicional em alguns contratos, sem informar claramente o Governo acerca da sobretaxa.

Segundo o Governo dos EUA, a empresa cobrou a uma entidade subcontratada “uma taxa mensal excessiva para armazenamento de um sistema de radar para dar suporte a um contrato com a Marinha dos EUA”.

O procurador-geral adjunto da Divisão Civil do Departamento da Justiça, Brian Boynton, vincou, no mesmo comunicado, que “as empresas contratadas pelo Governo [norte-americano]” têm “a responsabilidade de faturar com precisão e transparência”. “As empresas que aumentem de propósito os seus custos ou cobrem indevidamente o Governo serão responsabilizadas”, alertou o responsável.

O caso teve origem num ex-funcionário da Airbus US Space & Defense Inc., que notificou as autoridades dos EUA sobre as práticas da empresa. De acordo com a nota, o informador vai receber mais de 157 mil dólares do Governo dos Estados Unidos na sequência do acordo, sujeito à Lei de Reivindicações Fraudulentas, uma das ferramentas disponíveis para contra a fraude por parte de entidades contratadas pelas autoridades federais.

A lei inclui uma cláusula que permite a pessoas não relacionadas com o Governo comunicar irregularidades em seu nome, especialmente se o informador for funcionário da organização acusada.

A Airbus US Space & Defense Inc. esclarece, no sítio oficial, que é fornecedora e parceira de longa data do governo dos EUA em “inteligência geoespacial e de satélite”, “missões de exploração espacial”, “helicópteros militares e aeronaves de asa fixa”.

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UE retira três países da lista de não cooperantes fiscais

  • Lusa
  • 5 Outubro 2021

Anguila, Dominica e Seicheles acabam de ser retiradas da lista de jurisdições não cooperantes para efeitos fiscais pelo Conselho da União Europeia.

O Conselho da União Europeia (UE) decidiu, esta terça-feira, retirar Anguila, Dominica e Seicheles da lista de jurisdições não cooperantes para efeitos fiscais, que enumera países terceiros que encorajam práticas fiscais abusivas.

A retirada da lista foi precedida pela decisão do fórum de conceder a estas jurisdições uma revisão suplementar sobre a aplicação das normas acordadas a nível internacional em matéria de transparência e de troca de informações elaboradas pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

Até estar concluída uma revisão suplementar, Anguila, Dominica e Seicheles passam a integrar um documento de ponto de situação, onde constam as jurisdições que ainda não cumprem todas as normas internacionais em matéria fiscal, mas que se comprometeram a realizar reformas.

As três jurisdições tinham sido colocadas na lista porque não cumpriam os critérios de transparência fiscal da UE para serem classificadas como pelo menos “largamente conformes” pela OCDE relativamente ao intercâmbio de informações a pedido. Na lista de não cooperantes constam a Samoa Americana, Ilhas Fiji, Guame, Palau, Panamá, Samoa, Trindade e Tobago, Ilhas Virgens dos Estados Unidos e Vanuatu.

Por outro lado, Costa Rica, Hong Kong, Malásia, Macedónia do Norte, Qatar, Turquia e Uruguai constam também do documento de ponto de situação (Anexo II), do qual saíram já a Austrália, Essuatíni (antiga Suazilândia) e Maldivas – que adotaram as necessárias mudanças fiscais.

A lista da UE de jurisdições não cooperantes para efeitos fiscais é um instrumento que visa combater a fraude ou evasão fiscais, ou seja, o não pagamento de impostos ou o pagamento abaixo do valor devido, em violação da lei, a elisão fiscal, que significa o recurso a meios legais para minimizar a dívida fiscal, e o branqueamento de capitais, isto é, a ocultação da origem de capitais obtidos ilegalmente. A lista e o documento de situação são revistos duas vezes por ano.

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“Falhar a entrada a tempo no novo ciclo económico é perder uma oportunidade que pode não voltar mais”, diz Marcelo

"Temos nos anos próximos uma ocasião única de reconstruir destinos, renovar sonhos a pensar em todos os portugueses", disse chefe de Estado, apelando também a um Portugal mais inclusivo.

O Presidente da República aproveitou o seu tradicional discurso comemorativo do 5 de Outubro para deixar o aviso de que “falhar a entrada a tempo” no novo ciclo económico é “perder uma oportunidade que pode não voltar mais”. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que os próximos anos são serão “uma ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, refazer esperanças e renovar sonhos“. Isto a pensar “em todos os portugueses”, disse.

“Desta vez, falhar a entrada a tempo é perder, sem apelo nem agravo, uma oportunidade que pode não voltar mais”, afirmou o chefe de Estado, num discurso marcado pelo apelo a que o 5 de Outubro seja uma “data viva”, não uma “memória sem futuro” nem um “ritual sem alma”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, conseguir essa “data viva” é, nomeadamente, ter “um Portugal mais inclusivo”, até porque o país, nas atuais condições, “nunca entrará a tempo no novo ciclo económico”, nem “nunca vencerá os desafios da economia e do conhecimento”. É preciso, por isso, defendeu o Presidente da República, saber assumir, “sem traumas nem complexos”, que “a nossa identidade nacional é feita da valorização” dos emigrantes, dos imigrantes, das raças, culturas e costumes, “com a sua diferença e o seu direito à não discriminação”.

O chefe de Estado frisou ainda que Portugal dispõe hoje de “meios de financiamento adicionais” — referindo-se ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — para o referido novo ciclo económico, meios que têm de ser “usados com rigor, eficácia e transparência“.

Traçado o cenário, Marcelo Rebelo de Sousa atirou que Portugal tem nos próximos anos uma “ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, refazer esperanças, renovar sonhos a pensar em todos os portugueses”, avisando que falhar essa oportunidade é castigar sobretudo os mais jovens. “Não podemos perder [a oportunidade]. Não a vamos perder”, rematou o Presidente da República.

União e convergência dominam discurso de Medina

Como é tradicional, também o presidente da Câmara de Lisboa fez um discurso comemorativo por ocasião do 5 de Outubro. Fernando Medina sublinhou que há “valores civilizacionais” que estão hoje “perigosamente” sob ameaça, “nas democracias e também na nossa”, por vozes que “exploram as fragilidades do sistemas” e procuram enfraquecer os seus fundamentos. “Não há radicalismo nem populismo que sejam bons para a democracia, ambos são caminhos para a desagregação”, frisou o autarca cessante.

Por outro lado, o socialista salientou que o “exemplo de união” registado durante a crise pandémica “não pode ser desperdiçado”. Antes, deve ser uma lição que deve ser “enaltecida e continuada”, num momento em que é preciso recuperar face ao impacto da Covid-19.

Aliás, disse Medina, essa união também deve ser usada na luta contra as alterações climáticas, o “maior desafio das nossas democracias”. “Não há combate mais urgente e indispensável“, afirmou o autarca. “Este é um combate que nos deve unir”, acrescentou, referindo, depois, a presença na cerimónia do novo presidente eleito da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, como sinal de “sentido de continuidade das instituições”, acima dos estados de espírito.

Fernando Medina enfatizou, além disso, que os últimos seis anos foram para si “um tempo de grande plenitude” e desejou “a todos os que vão prosseguir” na liderança da capital votos de sucesso.

(Notícia atualizada às 12h00)

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PS quer limitar poder das ordens profissionais

  • ECO
  • 5 Outubro 2021

O PS quer "eliminar as restrições injustificadas ao acesso às profissões reguladas", tendo apresentado um projeto de lei no Parlamento que reduz o raio de ação das ordens profissionais.

A bancada parlamentar socialista apresentou um projeto de lei que visa limitar os poderes das entidades representantes de profissionais reguladas, reduzindo, assim, o raio de ação das ordens profissionais, como a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Advogados, a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem dos Engenheiros, avança esta terça-feira o Público (acesso condicionado).

Segundo lembra o jornal, essa limitação chegou a ser recomendada pela troika há cerca de dez anos. A proposta do PS pretende reduzir os “entraves” existentes no acesso a profissões reguladas, nomeadamente através do estabelecimento de um limite máximo de 12 meses para os estágios profissionais.

No projeto-lei apresentado no Parlamento, os socialistas sublinham que pretendem “eliminar as restrições injustificadas ao acesso às profissões reguladas, estabelecem-se limites claros quanto aos estágios profissionais e eventuais cursos de formação e exames, que não devem incidir sobre matérias já lecionadas e avaliadas pelas Instituições de Ensino Superior, que estão sujeitas a processos de avaliação e acreditação rigorosos, que envolvem as associações públicas profissionais”. Há hoje cerca de 470 mil pessoas inscritas em ordens.

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Preços na produção industrial sobem em agosto na UE puxados pela energia

  • Lusa
  • 5 Outubro 2021

Os preços na produção industrial subiram 13,4% na Zona Euro e 13,5% na UE, face a agosto de 2020, com o setor da energia a registar um aumento de 32%.

Os preços na produção industrial aumentaram, em agosto, na Zona Euro e na União Europeia (UE) quer na comparação com o mês homólogo, quer face a julho de 2021, puxados pelos custos da energia, segundo o Eurostat.

Segundo o gabinete estatístico europeu, os preços na produção industrial subiram 13,4% na Zona Euro e 13,5% na UE, face a agosto de 2020, com o setor da energia a registar um aumento de 32,0%. Excluindo a energia, os preços do conjunto da energia tiveram um avanço homólogo de 7,4%.

Os preços na produção industrial aumentaram, na comparação homóloga, em todos os Estados-membros, tendo as maiores subidas sido registadas na Irlanda (54,8%), Bélgica (23,9%) e Dinamarca (23,8%).

Na variação em cadeia, o indicador aumentou 1,1% quer na Zona Euro, quer na UE, com a Bulgária (4,2%), a Dinamarca (3,1%) e a Letónia (2,6%) a registaram os maiores avanços e a Irlanda (-4,1%) e Malta (-0,1%) a apresentarem os únicos recuos mensais dos preços na produção industrial.

Em Portugal, o indicador aumentou 11,8% face a agosto de 2020 e 0,8% na comparação com julho.

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Apagão no Facebook “custa” seis mil milhões de dólares a Zuckerberg

  • Lusa e ECO
  • 5 Outubro 2021

Mark Zuckerberg desceu um degrau na lista dos mais riscos do mundo, devido à paralisação global que afetou o Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp..

A riqueza pessoal do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, caiu em mais de seis mil milhões de dólares, após terem sido registados vários problemas nas principais plataformas da empresa tecnológica, na segunda-feira, durante mais de seis horas. De acordo com a Bloomberg, Mark Zuckerberg desceu um degrau na lista dos mais riscos do mundo, devido à paralisação global que afetou o Facebook, Messenger, Instagram e WhatsApp.

Uma liquidação fez com as ações do gigante tecnológico caíssem na segunda-feira 4,9%, somando-se a uma queda de cerca de 15% registada desde meados de setembro. A queda das ações, na segunda-feira, fez com que o valor de Mark Zuckerberg descesse para 121,6 mil milhões de dólares, ficando abaixo do fundador da Microsoft, Bill Gates, na quinta posição no índice Bloomberg Billionaires. Mark Zuckerberg registava 140 mil milhões de dólares em setembro, segundo o índice.

A rede social Facebook disse que “a causa principal da interrupção foi uma alteração de configuração defeituosa“. A empresa indicou, na segunda-feira à noite, ainda não haver “provas de que os dados dos utilizadores tenham sido comprometidos como resultado” da interrupção, uma falha que impediu os utilizadores de aceder ao Facebook, Instagram, WhatsApp ou Messenger durante cerca de sete horas. “Pessoas e empresas em todo o mundo dependem de nós para se manterem ligadas. Pedimos desculpa aos que foram afetados”, afirmou o grupo.

Em 13 de setembro, o The Wall Street Journal começou a publicar uma série de histórias com base em documentos internos da rede social, revelando que o Facebook tinha conhecimento sobre problemas com os seus produtos – como os malefícios do Instagram à saúde mental em adolescentes e a desinformação sobre o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos da América (EUA).

Os relatórios – relativizados pelo Facebook em público – chamaram a atenção de congressistas e, na segunda-feira, uma ex-funcionária da empresa declarou-se como sendo a denunciante do caso à imprensa. Em resposta, o Facebook enfatizou que os problemas das suas plataformas, incluindo a polarização política, são complexos e, alertou, não são provocados apenas pela tecnologia.

“Penso que dá conforto às pessoas presumir que deve haver uma explicação tecnológica ou técnica para as questões de polarização política nos EUA”, referiu à CNN o vice-presidente de assuntos globais do Facebook, Nick Clegg. Com paralisação das redes sociais, não foi só Mark Zuckerberg a ressentir-se.

A organização não governamental NetBlocks, que se dedica à cibersegurança, calculou uma “estimativa aproximada” de que a economia global está a perder 160 milhões de dólares, devido a perda de receita do Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp. A economia mundial perdeu mais de 950 milhões de dólares, após as mais de seis horas de problemas técnicos na empresa de Mark Zuckerberg.

Em Portugal, os problemas nas plataformas começaram a ser sentidos sensivelmente desde as 16h30 (hora de Lisboa) de segunda-feira, tendo sido retomadas apenas a partir das 23h00.

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Panamá, Paradise e Pandora. Quem são os portugueses que aparecem nos “papers”?

Em cinco anos, é a terceira vez que uma grande fuga de informação com dados sobre paraísos fiscais vem a público. Relembre alguns portugueses que surgiram nos ficheiros.

Os Pandora Papers são a mais recente revelação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), a partir de 11,9 milhões de ficheiros de 14 prestadores de serviços offshore. Antes, em 2017, foram divulgados os Paradise Papers, depois de um fuga de informação da Appleby, com sede nas Bermudas. Um ano antes, os Panama Papers expuseram informação da Mossack Fonseca, com origem no Panamá. Em todos eles há portugueses, em alguns casos repetentes. O ECO recuperou os principais.

Ricardo Salgado

Os Panama Papers puseram a nu, em 2016, como muitos empresários, gestores e políticos de todo o mundo usaram paraísos fiscais para esconder património, de origem legal, mas também ilegal. Foram identificados mais de 240 cidadãos portugueses ou com residência em Portugal. Um dos mais proeminentes foi Ricardo Salgado. O antigo CEO do BES era também o presidente da Espirito Santo Enterprises, a offshore que ficou conhecida como o saco azul do Grupo Espírito Santo. Segundo os Panama Papers, a sociedade foi criada nas Ilhas Virgens Britânicas, em 1993. A ES Enterprises servia para pagamentos suplementares a membros da família, mas terá também sido alegadamente usada para transferir dinheiro para gestores do grupo e fora dele, como Zeinal Bava ou Henrique Granadeiro.

Os ficheiros ajudaram também a ligar o Universo Espírito Santo à Operação Marquês, já que Carlos Santos Silva, amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, foi um dos beneficiários das transferências. A Espirito Santo Enterprises foi apenas uma das offshore identificadas. Os cinco clãs da família, então representados por Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo, Manuel Fernando Espírito Santo, António Ricciardi e Mário Mosqueira do Amaral tinham todos sociedades em jurisdições não cooperantes.

João Rendeiro

O nome do antigo presidente do BPP, agora foragido à Justiça, não aparece nos Panama Papers, mas o Ministério Público apontou-o como o beneficiário efetivo da Penn Plaza, uma sociedade offshore que em 1998 comprou o lote 80 da Quinta Patiño. João Rendeiro é também proprietário do lote 81 do condomínio de luxo perto de Cascais.

A Penn Plaza começou por ser uma entidade do Grupo Espírito Santo, ligada a Ricardo Salgado, mas em julho de 2005 o poder para movimentar as contas bancárias passou para o BPP e os seus administradores, noticiaram na altura o Expresso e a TVI. Os lotes na Quinta Patiño foram arrestados pela Justiça para garantir pagamento de indemnização ao Estado e ao banco.

Ilídio Pinho

Nos ficheiros da Mossack Fonseca foi encontrada a IPC Management Inc, uma offshore incorporada nas Ilhas Virgens Britânicas e que terá sido usada pela Fundação Ilídio Pinho, criada pelo empresário no ano 2000. Segundo o Expresso noticiou em 2016, os documentos obtidos na fuga de informação dão conta de uma reunião da administração da Stardec Investments, em 2006, em que Ilídio Pinho e mais oito pessoas foram autorizadas a movimentar a conta bancária da IPC Management Inc no banco UBS no Luxemburgo. O semanário reproduziu os documentos. O empresário que fundou a COLEP negou, na altura, a criação de qualquer offshore. Ser titular ou beneficiário destas sociedades não é, por si só, ilegal.

Luís Portela

A Grandison International Group Corp, criada em 2003 através da Mossack Fonseca, serviu para movimentar uma conta de Luís Portela e da família no banco suíço UBS, segundo noticiaram o Expresso e a TVI. A sociedade manteve-se ativa, pelo menos, até 2012. O empresário afirmou na altura que “apenas a subsidiária da Bial na Suíça tem atualmente conta ativa na UBS SA” e que a sociedade Grandison Internacional Group Corp “foi encerrada há alguns anos”. A Bial justificou a criação transitória da offshore com a abertura da filial no Panamá em 2008, que ainda hoje existe e gere a atividade da empresa em 12 mercados da América Latina. Não é conhecida qualquer investigação suscitada pela divulgação dos Panana Papers em relação a Luís Portela e à família.

GES e BPN

Em 2017 foram divulgados os Paradise Papers, a maioria a partir de ficheiros da Appleby, com origem na ilha de Bermuda e sucursais noutros países. Entre os 1,4 terabytes de dados, foram identificados 70 nomes com ligação a Portugal, que não foram divulgados. Na altura, o Expresso noticiou que a Appleby teve como clientes dois grupos financeiros portugueses: GES e BPN. Em relação ao Grupo Espírito Santo foram identificados 17 administradores e acionistas, relacionados com sociedades nas Ilhas Caimão. Nos documentos surgem também cinco administradores do BPN, do período anterior à nacionalização, em 2008. No tempo de Oliveira e Costa, o BPN criou uma série de sociedades offshore que foram usados para esconder investimentos apoiados pelo banco.

Manuel Pinho

O ex-ministro da Economia do governo de José Sócrates, entre 2005 e 2009, é um dos três portugueses que surgem nos Pandora Papers, divulgados no domingo. A informação não é inteiramente nova. O antigo administrador do BES é arguido por suspeitas de favorecimento à EDP nos contratos de energia durante os governos de José Sócrates e no âmbito do processo já eram conhecidas três sociedades offshore de que era beneficiário: a Tartaruga Foundation, a Blackwade Holdings Limited e a Mandalay Asset Management Corp.

Manuel Pinho foi, de resto, um dos beneficiários da ES Enterprises, o saco azul do GES, que consta dos Panama Papers. Entre 2005 e 2012, o economista recebeu perto de 15 mil euros mensais da ES Enterprises através da Tartaruga Foundation.

Os Pandora Papers acrescentam que foi através da Blackwade que Manuel Pinho comprou em 2010 um apartamento no Platinum Condominium, a 100 metros da Times Square, por 1,2 milhões de dólares, segundo noticia o Expresso. Foi nesse ano que o economista começou a dar aulas na Universidade de Columbia, que recebeu um apoio financeiro da EDP.

Nuno Morais Sarmento

O advogado e vice-presidente do PSD é o titular da Magalia International Limited, registada nas Ilhas Virgens Britânicas em novembro de 2006, através da qual adquiriu participações em duas empresas moçambicanas: 49% da Tofomania Limitada e 98% da Maningue Limitada. O Expresso salienta que Nuno Morais Sarmento não teve “qualquer problema em falar abertamente e em detalhe ao Expresso sobre a companhia offshore de que foi beneficiário”.

O antigo ministro nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes justificou a utilização da sociedade offshore com as limitações em Moçambique relativas à detenção de sociedades por cidadãos estrangeiros. As aquisições, uma escola de mergulho e um pequeno hotel rústico, foram a “concretização de um sonho”. Segundo o próprio, as participações são atualmente detidas diretamente por si, graças à mudança da legislação moçambicana.

Vitalino Canas

O antigo deputado do PS não foi, nem é beneficiário de qualquer companhia offshore dos Pandora Papers. O seu nome surge, ao lado de um cidadão russo, numa procuração passada pela Secucom International Holding Limited, registada nas Ilhas Virgens Britânicas. A procuração, datada de fevereiro de 2012, quando ainda estava no Parlamento, confere-lhe poderes para “abrir e operar contas em dólares, ou qualquer outra moeda, em quaisquer bancos ou outras instituições financeiras em qualquer parte do mundo, nomeadamente China, Macau e o resto da área do Pacífico, em nome da empresa”. Ao Expresso, Vitalino Canas disse desconhecer a procuração mas assumiu que o seu escritório de advogados trabalhou com a Secucom, sem explicar porque lhe foram dados poderes para movimentar contas bancárias.

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Issuu mesmo. Informático traz gigante tecnológica para Braga

Pedro Araújo trabalhava à distância para a Issuu e ajudou a tornar a capital minhota na “escolha óbvia” para abrir um novo escritório. Americanos recrutam as primeiras 30 pessoas até dezembro.

Com as equipas de engenharia e de gestão de produto concentradas até agora em Copenhaga e em Berlim, a Issuu tem também várias pessoas em trabalho remoto. Pedro Araújo fazia-o a partir de Braga, onde cresceu e estudou Engenharia Informática. E numa altura em que a empresa precisava de expandir a área tecnológica e “estava à procura de um local que fosse um viveiro de talento”, o jovem minhoto acabou por ser decisivo na escolha da cidade minhota.

“A Issuu está a crescer rapidamente e temos de aumentar a nossa equipa de engenharia. Estávamos cientes do buzz [burburinho] em torno de Braga enquanto local para acolher start-ups e ter um funcionário local tornou-a numa escolha óbvia para integrar a nossa lista de finalistas. Visitámos a cidade e, através das nossas pesquisas, percebemos que seria um ótimo local para nós”, contou ao ECO o presidente executivo, Joe Hyrkin.

Formado na Universidade do Minho e no currículo com passagens pela Eurotux, WeDo Technologies, NovaWeb, Network Locum (Reino Unido) e pela start-up Attentive, de que foi cofundador, Pedro Araújo é um dos primeiros funcionários do novo escritório da empresa de origem americana, que reclama ter a maior plataforma SaaS (software as a service) de marketing e conteúdos em todo o mundo, com mais de 30 milhões de publicações alojadas e 4 mil milhões de pageviews por mês.

"Estamos entusiasmados com Braga e continuaremos a aumentar a equipa [portuguesa], num momento de grande expansão das oportunidades de negócio a nível global. Vemos Braga como um escritório estratégico para a Issuu.”

Joe Hyrkin

Presidente executivo da Issuu

 

Até ao final deste ano, a companhia sediada em Palo Alto, na Califórnia, espera contratar cerca de 30 pessoas no país, tendo neste momento vagas abertas para diferentes funções: full-stack developers, integration engineer, customer support, salesforce administration e UX/design. No entanto, recusa definir outras metas ou um “prazo rígido” para as alcançar em Portugal, com o argumento de que o mercado de recrutamento é “competitivo” nesta área.

Rejeitando estimar também o volume de investimento previsto para Portugal, Joe Hyrkin diz ao ECO que está “entusiasmado com Braga”, esperando que a Issuu se torne “parte da comunidade tecnológica local”, e assegura que vai continuar a aumentar a equipa na cidade portuguesa. Será “um escritório estratégico” e “fundamental” para o crescimento da empresa, “num momento de grande expansão das oportunidades de negócio a nível global”, insiste o CEO.

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Localizado no número 50 da Rua Cidade do Porto, muito próximo do centro da cidade e a cerca de um quilómetro do Altice Forum Braga, o escritório que vai “colaborar estreitamente” com as equipas na Dinamarca e na Alemanha era, até março de 2020, a sede da Attentive, passando depois na era da pandemia de Covid-19 a ser um espaço explorado pelo coworking Pé de Galo.

Numa publicação partilhada na rede social Facebook, em que dá “as boas-vindas a uma empresa inovadora”, o autarca Ricardo Rio, reeleito nas eleições de 26 de setembro, destacou que “os investimentos na Startup Braga e na Invest Braga estão a fazer crescer rapidamente o ecossistema de tecnologia e start-ups” na cidade.

“Fiquei entusiasmado quando ouvi que a Issuu estava a chegar a Braga. Em círculos profissionais e académicos, a transferência de PDF deu lugar a hiperligações na Issuu, e eu já me deparei com a empresa muitas vezes”, sublinhou o presidente da Câmara, eleito numa coligação entre PSD, CDS-PP, PPM e Aliança.

Milhões frescos para investir

É precisamente em “escalar as equipas em toda a empresa, investir na expansão de novos produtos e prosseguir o crescimento acelerado” que a Issuu vai aplicar os 31 milhões de dólares (26,6 milhões de euros) de financiamento recolhido junto da Capital IP, anunciado na semana passada. A primeira ronda desde que, em julho de 2014, recebeu dez milhões de dólares da Heartcore Capital e da operadora de telecomunicações japonesa KDDI.

Num comunicado de imprensa, a empresa refere que em 2020 teve um crescimento de 840% nas vendas digitais, muito graças aos criadores independentes que usam a Issuu para vender o seu conteúdo em plataformas de social media. “Centenas de milhões de empresas em todo o mundo estão a sentir a necessidade de distribuir o seu conteúdo digitalmente e a Issuu estará aqui para ajudá-las”, diz Joe Hyrkin.

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Banca carrega nas comissões para transferir dinheiro

Comissão de manutenção de conta está mais cara, mas foi nas transferências que os valores médios mais subiram. Enviar dinheiro ao balcão, pela internet ou via telemóvel ficou mais caro este ano.

Cêntimo a cêntimo, as comissões cobradas pelos bancos não páram a aumentar. Praticamente todos os serviços disponibilizados estão mais caros, desde a simples manutenção da conta aos levantamentos, mas o custo mais elevado sente-se particularmente na hora de fazer transferências de dinheiro.

Em 2020, ano que ficou marcado pela chegada da pandemia, o custo de ter uma conta desceu em 1% para um valor médio de 57,60 euros anuais. Este ano, contudo, a tendência voltou a ser de aumento. De acordo com dados do Banco de Portugal, na primeira metade do ano assistiu-se a um aumento de 2,67% no valor médio desta comissão.

Entre 108 instituições financeiras, o encargo médio cobrado aos clientes pelos bancos estava no final de junho em 59,14 euros por ano, sendo o mais habitual um custo de 62,40 euros. Este aumento fez-se sentir nas contas ditas normais, mas também nas chamadas “contas base”, embora de forma menos expressiva, sendo que no caso das contas de serviços mínimos o custo médio manteve-se nos 3,58 euros anuais.

Nos levantamentos de dinheiro que os clientes têm nas contas bancárias, se feitos ao balcão, o valor voltou a subir no primeiro semestre, em 0,42%, mas isto depois de ter disparado quase 20% no ano passado. O custo médio vai já nos 4,44 euros, ainda assim bem menos do encargo suportado por quem dá uma ordem de transferência recorrendo ao mesmo balcão: custo ascende a 7,14 euros, em média.

É nas transferências que se regista um aumento generalizado dos encargos para os clientes, de acordo com os dados do Relatório de Supervisão Comportamental. Em todas as formas de fazer uma operação destas houve aumentos de preços que chegam a duplicar a taxa de inflação.

Se no caso das operações realizadas ao balcão, as mais caras, o encargo médio subiu 1,28%, as transferências realizadas através da internet, no homebanking, sem intervenção de qualquer funcionário, subiram ainda mais. Depois do aumento de 3,39% em 2020, na primeira metade deste ano ficou 1,64% mais caro enviar dinheiro para outra qualquer conta.

Mais caro do que usar o homebanking é usar o telemóvel para fazer estas operações. Segundo o Banco de Portugal, considerando as 16 instituições que oferecem este serviço aos seus clientes, o custo médio vai já em 85 cêntimos por operação, sendo o mais normal que um qualquer cliente tenha de suportar um custo superior a um euro de cada vez que transfere.

Recorrer ao smartphone para enviar dinheiro a outra pessoa custa agora 3,66% mais do que o valor médio que era cobrado pelos bancos no final do ano passado.

O agravamento dos custos nestas transferências que são cada vez mais comuns, pela facilidade que apresentam, tem sido uma constante. Basta olhar para o Relatório de Supervisão Comportamental de 2020 para perceber que, nesse ano, houve um aumento de 1,23% no encargo médio com estas operações.

Uma das formas de fazer essas transferências através do telemóvel é através do MB Way, sistema da SIBS cujos encargos foram limitados no verão do ano passado, entrando em vigor a 1 de janeiro deste ano. A lei que veio alterar estas comissões trouxe a isenção de custos em operações até 30 euros, num máximo de 150 euros ou 25 transferências por mês.

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