Malparado na banca cai para novo mínimo antes do fim das moratórias

Bancos tinham mais de 13 mil milhões de euros em empréstimos não produtivos no final de junho. Rácio de NPL continua a cair desde o pico de 2016. Moratórias deverão inverter trajetória.

Os bancos continuam a limpeza dos seus balanços e isso tem-se refletido numa melhoria dos níveis de crédito em incumprimento, apesar do impacto da pandemia. O rácio de NPL (non performing loans) atingiu os 4,3% no final de junho, menos 0,6 pontos percentuais em relação ao final de 2020. Ainda assim, os empréstimos não produtivos ascendiam a 13,5 mil milhões de euros.

Os dados foram avançados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, poucas horas depois de ter adiantado que os créditos em situação de moratória totalizavam os 36,3 mil milhões de euros em agosto, parte dos quais poderão se transformar em malparado.

As moratórias acabam esta quinta-feira para a grande maioria dos clientes beneficiários, mas as entidades oficiais rejeitam um cenário de catástrofe com o fim da medida que suspendeu os pagamentos dos créditos aos bancos desde o início da pandemia, em março de 2020, tendo sobretudo em conta a retoma da economia e as medidas anunciadas para o período pós-moratórias.

O malparado tem mantido uma trajetória de queda nos últimos anos depois do pico em 2016 (17,9%), tendência que a pandemia de Covid-19 ainda não travou, embora a redução se tenha feito a um ritmo menos intenso nos últimos trimestres.

Nos últimos quatro anos e meio os bancos nacionais já limparam mais de 30 mil milhões de euros de malparado dos seus balanços e conseguiram alcançar um rácio abaixo de 5% que é exigido pelas autoridades nacionais. O rácio de NPL está hoje em dia no nível mais baixo desde 2008, de acordo com as estatísticas oficiais.

Se contarmos com as imparidades, o rácio de malparado é ainda mais baixo: 1,9%, traduzindo-se em cerca de 5,99 mil milhões de euros em empréstimos tóxicos.

Malparado em mínimos

Fonte: Banco de Portugal

Rentabilidade da banca volta a subir

Depois do impacto inicial da Covid-19 ter feito baixar os lucros da banca no ano passado, 2021 parece estar a marcar nova tendência nos indicadores de rentabilidade. Tanto a rendibilidade do ativo (ROA) como a rendibilidade do capital próprio (ROE) aumentaram na primeira metade do ano, segundo os dados sobre Sistema bancário português divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

“No primeiro semestre de 2021, o ROA aumentou 0,37 pontos percentuais (pp), face ao primeiro semestre de 2020, para 0,44%. O ROE aumentou 4,3 pp, situando-se em 5,2%”, revelou o supervisor.

A contribuir para o aumento do ROA esteve o “crescimento dos resultados com operações financeiras e, em menor grau, a uma diminuição das provisões e imparidades”, explica o Banco de Portugal.

O custo do risco de crédito diminuiu 0,59 pp, para 0,33%, após o aumento significativo em 2020 devido à pandemia, devido ao registo de provisões e imparidades para crédito. Quanto ao rácio cost-to-income, que mede a eficiência do banco, situou-se em 53,2%, tendo diminuído 7,8 pp face ao período homólogo. “Esta evolução deveu-se maioritariamente ao aumento do produto bancário”, justifica o regulador.

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Rio quer demissão de “quem colocou na praça pública” substituição do CEMA

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

“Quem colocou isto na praça pública, uma vez percebido quem foi, esse tem de se demitir”, defendeu Rui Rio, dizendo não ter essa informação, mas admitindo que o Presidente da República já a tenha.

O presidente do PSD pediu esta quinta-feira a demissão de “quem colocou na praça pública” o tema da demissão do atual Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) e sua substituição pelo vice-almirante Gouveia e Melo.

No final da reunião da bancada do PSD, Rui Rio foi questionado sobre a polémica que tem marcado os últimos dois dias e considerou “inadmissível” que essa matéria tenha vindo a público e “injusto” para o ex-coordenador da task force da vacinação.

“Quem colocou isto na praça pública, uma vez percebido quem foi, esse tem de se demitir”, defendeu, dizendo não ter essa informação, mas admitindo que o Presidente da República já a tenha.

Questionado se estava a pedir a demissão do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, Rio reiterou não saber quem foi o responsável pela antecipação da notícia.

“Se foi o ministro da Defesa que colocou… Se não foi o ministro da Defesa que colocou, estou a pedir a demissão de quem colocou. Quem o fez é inadmissível”, respondeu.

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Benfica: Abertura dos estádios leva à venda do Red Pass

O líder das 'águias' reagiu com satisfação ao fim dos limites à lotação nos recintos desportivos e revelou que o Red Pass vai voltar a ser vendido ainda esta temporada.

Com fim dos limites à lotação nos recintos desportivos, aprovado esta quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o presidente do Benfica, Rui Costa, mostrou-se satisfeito com a medida e revelando que essa medida o clube vai, ainda este ano, voltar a vender o Red Pass, dando aos sócios a possibilidade de comprar um lugar anual no estádio da Luz.

“É um momento que todos nós estávamos à espera, seja no futebol ou outras áreas. É um bom sinal. É um sinal que a pandemia está felizmente a deixar-nos. No Benfica temos sofrido muito com isso, pois vivemos muito para os nossos adeptos e sabemos a mais-valia de tê-los no nosso estádio,” referiu o líder do emblema ‘encarnado’ em conferência de imprensa.

Após uma temporada de ausência, o dirigente das ‘águias’ afirmou que, com o fim das restrições nos estádios, o Red Pass vai estar novamente à venda até “ao final do ano”.

“Até ao final do ano vamos colocar o Red Pass à venda. Estávamos à espera que esta notícia chegasse para avançarmos com esta questão”, explicou Rui Costa aos jornalistas.

Para entrar nos estádios e outros recintos desportivos abertos, no entanto, vai continuar a ser necessária a apresentação de certificado digital de vacinação ou de uma prova de teste negativo à Covid-19, cabendo ao organizador desenhar um plano para verificar o cumprimento dessa obrigação.

Também o “uso adequado” de máscara facial permanece obrigatório, sendo que cabe ao organizador do evento desportivo garantir que “todos os colaboradores e público” dispõem deste tipo de material de proteção individual, no momento de entrada no recinto, no decorrer do evento e no momento de saída.

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Portugal regista mais sete mortes e 749 novos casos de Covid

  • ECO
  • 30 Setembro 2021

Desde o início da pandemia, o país soma mais de 1,06 milhões de casos. Até ao momento, contam-se 1,02 milhões de pessoas recuperadas da doença.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 749 novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 1,06 milhões o número de infetados desde o início da pandemia. O boletim desta quinta-feira indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram sete pessoas com a doença, perfazendo um total de 17.975 óbitos desde a chegada do coronavírus ao país.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 366 (-20) pessoas estão internadas em unidades hospitalares, das quais 66 (-2) nos cuidados intensivos. Há mais de 27 mil sob vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com outras pessoas entretanto diagnosticadas com a doença.

O número de recuperados está, atualmente, nos 1.020.693, mais 626 pessoas face ao balanço anterior. Portugal regista ainda 30.611 casos ativos.

Boletim epidemiológico de 30 de setembro

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela que concentrou a maioria das novas infeções registadas nas últimas 24 horas. Dos 749 novos casos registados em todo o país, 276 foram nesta região, seguindo-se o Norte com 214.

(Notícia atualizada às 14h24 com mais informação)

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Vai estudar para o Reino Unido? British Council esclarece todas as suas dúvidas

Entre os dias 4 e 8 de outubro, o evento online promovido pelo British Coucil vai esclarecer os jovens que pretendem ir estudar para Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte ou País de Gales.

Quer ir estudar para Inglaterra, mas tem dúvidas sobre os novos procedimentos associados à viagem depois do brexit? Entre os dias 4 e 8 de outubro, o British Coucil vai esclarecer os jovens que pretendem ir estudar para Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte ou País de Gales, através do evento online e gratuito “Study UK: The Essentials”.

“Esta é uma oportunidade única para os jovens portugueses: tanto podem esclarecer dúvidas relacionadas com logística ou burocracia como aprender a escrever uma carta de candidatura que é algo que não se vê em Portugal e que é muito característico do acesso ao ensino superior no Reino Unido”, adianta Richard Fleming, diretor para a educação e cultura do British Council em Portugal, citado em comunicado.

Quais os custos associados, como tratar dos vistos ou seguros de saúde são apenas alguns dos temas a esclarecer. Mas também se irão dar dicas sobre como criar uma carta de candidatura e há ainda sessões de perguntas e respostas, bem como possibilidade de contactar diretamente com os professores e alunos das universidades.

“O Reino Unido é a casa de algumas das melhores universidades do mundo. A maioria dos estudantes europeus pensará em Oxford, Cambridge ou Londres quando pensam em estudar no Reino Unido. E, sim, Londres foi nomeada outra vez como a melhor cidade no mundo para se ser estudante. Mas há tantos cursos de qualidade em mais de 400 universidades e instituições de ensino superior por todo o país”, lembra Almut Caspary, diretora europeia para a educação superior do British Council.

The University of Cambridge

“Os estudantes podem conversar com as universidades e perceber na primeira pessoa como estas instituições britânicas são acessíveis. Terão umas calorosas boas-vindas”, acrescenta a responsável.

O programa completo está disponível online e basta fazer inscrição no site para participar.

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Ordem dos Advogados preocupada com imagem da Justiça devido à ineficácia do sistema no caso BPP

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

"Perante casos com esta repercussão pública, a Procuradoria-Geral da República e o Conselho Superior de Magistratura deveriam explicar publicamente o que se passou", disse o bastonário da OA.

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) afirmou esta quinta-feira que a ordem “está muito preocupada com a imagem que se está a criar na opinião pública relativamente a sucessivos casos que demonstram a ineficiência da justiça” portuguesa.

“Não comento processos concretos, pelo que não falarei sobre o caso João Rendeiro. Em geral, poderei apenas dizer que a Ordem dos Advogados está muito preocupada com a imagem que se está a criar na opinião pública relativamente a sucessivos casos que demonstram a ineficiência da nossa justiça”, disse à agência Lusa Luís Menezes Leitão.

O bastonário da OA entende que, “perante casos com esta repercussão pública, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Conselho Superior de Magistratura (CSM) deveriam explicar publicamente o que se passou“. Luís Menezes Leitão considera também que, perante o caso do ex-banqueiro do BPP João Rendeiro, não é correto, “em face do princípio da separação de poderes, que no parlamento se discutam processos judiciais, permanecendo os órgãos de gestão das magistraturas em silêncio”.

Forças policiais nacionais e internacionais já receberam os mandados de detenção contra João Rendeiro, para que o ex-banqueiro, ausente no estrangeiro e em paradeiro incerto, cumpra a medida de coação de prisão preventiva.

De acordo com o despacho do Tribunal criminal de Lisboa, datado da tarde de quarta-feira, a que a agência Lusa teve acesso esta quinta-feira, os mandados de detenção europeu e internacional foram emitidos depois de a juíza ter considerado que João Rendeiro demonstrou, através de requerimentos datados de julho e setembro, não ter intenção de revelar o seu paradeiro no estrangeiro.

Segundo o tribunal, o ex-banqueiro, que está condenado a cinco anos e oito meses de prisão num processo e esta semana foi condenado a mais três anos e seis meses de prisão por burla qualificada em outro caso, “contornou ostensivamente” a obrigação legal de informar sobre o lugar onde poderia ser encontrado, limitando-se a informar que podia ser contactado nas representações diplomáticas de Portugal na Costa Rica e no Reino Unido.

A juíza tinha determinado a data de 1 de outubro [sexta-feira] para a audição presencial de João Rendeiro, para eventual aplicação da prisão preventiva, mas o ex-banqueiro informou que era sua intenção não regressar a Portugal, pelo que a magistrada emitiu os mandados de detenção.

Fonte policial referiu à Lusa que os mandados de detenção contra João Rendeiro já são do conhecimento das diversas polícias, nomeadamente Interpol, Europol, PSP, GNR, Polícia Judiciária, com inserção dos elementos identificativos do arguido no sistema de informação policial SIRENE.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da pequena dimensão do BPP, o caso teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

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Câmara de Lisboa continua a pagar testes gratuitos pelo menos mais um mês

  • ECO
  • 30 Setembro 2021

Protocolo com farmácias para comparticipar testes mantém-se pelo menos até ao final de outubro. Depois, decisão caberá ao novo presidente da Câmara, Carlos Moedas.

Apesar de o Governo ter decidido deixar de comparticipar os testes rápidos de antigénio à Covid a partir de outubro, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai continuar a pagar estes testes, avança o Público (acesso condicionado). O protocolo com as farmácias para comparticipar os testes rápidos mantém-se pelo menos até ao final do mês de outubro, sendo que depois a decisão caberá ao novo presidente da Câmara, Carlos Moedas.

O programa municipal de testagem à Covid-19 em Lisboa arrancou no dia 31 de março e, atualmente, oferece um número de testes ilimitados, gratuitos, independentemente de ser ou não residente no município. O protocolo tem vindo a ser renovado e está garantido até ao último dia de outubro, apontou fonte oficial da autarquia ao Público.

A CML paga cerca de 15 euros por cada teste neste protocolo. Após outubro, é Carlos Moedas, que foi eleito presidente da Câmara nas eleições de 26 de setembro, que irá decidir se a iniciativa se prologa por mais tempo. Já o Governo decidiu deixar de comparticipar os testes, decisão que justifica com a elevada taxa de vacinação, que faz com que população abrangida por esta medida seja “residual”.

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89% dos portugueses estão disponíveis para trabalhar a partir de outro município

É no Porto que esta tendência é mais sentida, com 91% dos portugueses que residem e trabalham no Porto a mostrarem disponibilidade para trabalhar remotamente a partir de outro município.

Uns mais, outros menos, mas a grande maioria dos portugueses afirma que a pandemia mudou a forma como encaram o trabalho e como vivem as suas vidas. Em Portugal, 89% dos profissionais mostram-se disponíveis para trabalhar remotamente a partir de um município diferente daquele em que vivem agora, caso a oportunidade surgisse e encontrassem as condições ideias nesse local.

“Estes dados são reveladores dos efeitos da pandemia no estilo de vida e na forma como os portugueses olham para a sua atividade profissional, uma visão que não se limita a um pequeno ajuste conforme as regras, restrições e necessidade de adaptabilidade em certos momentos desta situação em que vivemos, mas sim a uma profunda mudança que influenciará as decisões de onde viver, onde trabalhar e, acima de tudo, a exigências aos executivos locais para que os locais onde vivem e trabalham correspondam às novas expectativas”, comenta Filipe Roquete, diretor-geral da Bloom Consulting Portugal, citado em comunicado.

Esta é, de facto, uma das principais conclusões dos estudos da empresa, que envolveram mais de mil inquéritos a profissionais dos 18 distritos portugueses, com o objetivo de entender a dimensão e os contornos destes impactos. De acordo com os dados da Bloom Consulting, é no Porto que esta tendência é mais sentida: 91% dos portugueses que residem e trabalham no Porto mostram disponibilidade para trabalhar remotamente a partir de outro município.

One size doesn’t fit all

Já no que toca ao modelo de trabalho esperado pelos profissionais portugueses, o trabalho híbrido parece ser a solução que junta mais adeptos, sobretudo entre os grupos etários mais jovens, entre os 18 e 24 anos, entre os 25 e 34 anos e entre os 35 e 44 anos. As gerações acima dos 45 mostram-se, por sua vez, mais resistentes a esta tendência laboral.

Apesar das diferenças entre escalões etários, 73% dos portugueses afirmam que não querem voltar a ter um trabalho 100% presencial. No entanto, os moldes variam: 42% gostaria de ver implementado um sistema híbrido na sua empresa, combinando escritório e trabalho remoto; e 27% afirma que gostaria de trabalhar de forma 100% remota.

Mas há também quem deseje voltar a trabalhar no seu escritório a tempo inteiro, é o caso de 31% dos cidadãos portugueses, o que demonstra, uma vez mais, que a ideia de “one-size-fits-all” não poderia estar mais ultrapassada.

“Poder-se-á dizer que há também uma grande vontade para que se mude o paradigma, com apenas 23% a afirmar que gostaria que o seu local de trabalho voltasse exatamente ao que era antes do período da pandemia”, detalha a empresa sobre os resultados dos inquéritos.

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BCE deve manter a monitorização da inflação e estar pronto para agir, diz Centeno

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

"No que diz respeito à política monetária, a melhor resposta à incerteza é manter o monitoramento próximo, uma mão firme e estar pronto para agir de forma flexível", diz Centeno.

O governador do Banco de Portugal (BdP) considerou, esta quinta-feira, que a incerteza em relação à subida da inflação requer a monitorização próxima por parte do Banco Central Europeu (BCE), que deve “estar pronto para agir de forma flexível”. Mário Centeno falava na conferência anual do Centro de Investigação em Regulação e Supervisão do Sector Financeiro (CIRSF).

“No que diz respeito à política monetária, a melhor resposta à incerteza é manter o monitoramento próximo, uma mão firme e estar pronto para agir de forma flexível“, disse Mário Centeno. Para o governador do BdP, o BCE tem ferramentas para responder “com agilidade e eficácia”.

O BCE, sediado em Frankfurt, aponta para uma inflação de 2,2% na Zona Euro no final deste ano, um número que deverá baixar para 1,7% em 2022 e 1,5% em 2023, de acordo com as previsões económicas da instituição.

Para Mário Centeno, o crescimento da Zona do Euro vai continuar “com força e rapidamente”, excedendo seu nível pré-crise no quarto trimestre, superando as projeções.

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CMVM defende que bolsa deve ser alternativa “viável e atraente” de financiamento da economia

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

Presidente da CMVM alerta para o aumento significativo da incerteza no que diz respeito ao ritmo de recuperação económica e ao comportamento dos mercados.

A presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriela Figueiredo Dias, considerou esta quinta-feira que o mercado de capitais deve apresentar-se como uma alternativa “viável e atraente” de financiamento da economia real.

A responsável falava na conferência anual do Centro de Investigação em Regulação e Supervisão do Setor Financeiro (CIRSF), onde alertou para os riscos do aumento do crédito malparado após o fim dos apoios públicos e consequente diminuição do crédito na economia.

“Olhando para o futuro, parece altamente provável que os níveis de dívida permaneçam altos, as perspetivas de crescimento real permaneçam incertas, e que possamos observar correções significativas do mercado”, disse.

Gabriela Figueiredo Dias citou, a propósito, a situação do chinês Evergrande que veio relembrar os riscos das economias, “mesmo que os seus efeitos sejam, pelo menos por enquanto, circunscritos principalmente aos mercados asiáticos”.

Assim, embora não sejam esperadas interrupções no setor bancário – uma vez que os bancos entraram na crise atual em melhor forma do que em 2008 – “é provável que a descontinuação das medidas de apoio público traga mais empréstimos não realizados que, por sua vez, possam induzir o aperto de crédito nas nossas economias”, disse.

“É, portanto, de extrema relevância afirmar o papel do mercado de capitais como uma fonte alternativa viável e atraente de financiamento para a economia real”, disse a presidente da CMVM, sublinhando que um setor financeiro não bancário em crescimento traz não apenas novas opções de financiamento, mas também, do ponto de vista macroprudencial, benefícios em termos de aumento da partilha de riscos em todo o sistema financeiro.

“Estando bem cientes dos riscos e vulnerabilidades, acredito que este pode ser um momento fundamental para os mercados de capitais na Europa, impulsionando uma União de Mercado de Capitais que coloca os investidores a retalho nas suas prioridades”, acrescentou.

Com o aumento da taxa de poupança global na União Europeia, mas também a perda de rendimentos de muitas famílias, a responsável receia que, “em muitos casos, a descontinuação das medidas de apoio público resultará em diferenças financeiras e de rendimentos agravadas entre investidores e empresas”.

Isso significa que, sem uma forte recuperação económica, os investidores mais impactados pela crise enfrentam o risco de serem deixados para trás, disse.

Para Gabriela Figueiredo Dias, será, por isso, “essencial” que os investidores ofereçam alternativas adequadas de poupança, com bons retornos e que cumpram as suas metas de investimento, como é o caso de aumentar a poupança para a reforma que responda aos desafios demográficos que estão por vir na União Europeia.

Na sua intervenção, a responsável referiu o aumento significativo da incerteza no que diz respeito ao ritmo de recuperação económica e ao comportamento dos mercados, devido à “heterogeneidade das capacidades financeiras dos agentes económicos nos diferentes países, regiões e setores económicos no rescaldo da pandemia”.

“Diante desses desafios, uma recuperação equilibrada com um forte papel para o mercado de capitais é fundamental”, concluiu.

A maioria das moratórias de crédito terminam esta quinta-feira, tendo os clientes de retomar o pagamento das prestações dos empréstimos a partir de outubro, designadamente créditos à habitação, podendo muitos não ter capacidade para o fazer.

Clientes particulares que tiveram significativos cortes de rendimento (pois perderam emprego, tiveram de reduzir as suas atividades ou viram salários reduzidos, por exemplo, por terem deixado de ter horas extra) ou empresas cujas atividades ainda não recuperaram estarão entre os que terão dificuldades em retomar o pagamento das prestações ao banco.

O decreto-lei do Governo, que saiu em agosto, diz que os bancos devem ser diligentes na sinalização de clientes em dificuldades e apresentar melhorias das condições contratuais nos créditos de clientes que beneficiaram das moratórias públicas (as moratórias privadas já acabaram anteriormente), facilitando o seu pagamento.

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Preço da eletricidade chega esta sexta-feira aos 216 euros/MWh, um novo máximo histórico

O preço da eletricidade no mercado grossista ibérico não pára de subir e, esta sexta-feira, 1 de outubro, vai ultrapassar largamente a meta de 200 euros por MWh, o valor mais alto de sempre.

A eletricidade está cada vez mais cara no mercado grossista ibérico e, esta sexta-feira, 1 de outubro o preço médio em Portugal e Espanha vai bater um novo recorde: 216,01 euros por MWh. Este valor corresponde a um disparo de 13,73% face ao preço de mercado desta quinta-feira (189,83€/MWh).

Depois de vários recordes em agosto e setembro, o mês de outubro arranca assim com um novo máximo bem acima da meta nunca antes ultrapassada de 200€/MWh. O último recorde tinha sido registado dois dias antes, a 29 de setembro: 189,90€/MWh.

Esta subida acontece depois de oito recordes em setembro, mês em que a eletricidade custou, em média, 156,53 euros por MWh.

O horário mais caro será entre as 21h e as 22h, quando o preço da eletricidade no mercado intradiário chegará aos 230 euros por MWh, enquanto o horário mais barato será às 17h, quando o preço ficará nos 198,77 euros por MWh.

 

Em termos anuais, de acordo com o Data Hub da REN, o preço médio no Mibel está nos 78,60 euros por MWh em Portugal e ligeiramente abaixo em Espanha (78,52 euros por MWh).

Este fenómeno de escalada de preço que se vem prolongando ao longo de vários meses de 2021, e não parece dar sinais de alívio, continua a explicar-se com a drástica diminuição da geração de eletricidade a partir do vento, obrigando as centrais de ciclo combinado a gás natural a serem chamadas ao mix energético para compensar esse efeito.

A energia elétrica que estas centrais fósseis produzem é mais cara (e é a que dita os preços do Mibel neste momento) por causa dos preços do gás natural que também estão em máximos históricos e dos preços das licenças de emissão de CO2, também em ascensão.

De acordo com a Bloomberg, esta quinta-feira os preços do gás natural negociados nos mercados holandeses para o próximo mês (que serve de barómetro para a Europa) bateram recordes pelo quinto dia consecutivo, aumentando 13,4% para os 98,23 euros por MWh. Também no Reino Unido o preço do gás aumentou 17,4%. Em ambos os mercados os preços mais do que duplicaram no último mês.

Com a “época do inverno” a começar esta sexta-feira, 1 de outubro, são temidas falhas gravas no abastecimento de gás à Europa, com os preços já bem perto dos 100 euros por MWh.

Esta escalada de preços do gás natural tem atirado o valor da energia elétrica nos mercados para máximos históricos não só na Península Ibérica, mas também noutros países europeus, como o Reino Unido, onde 10 comercializadoras já fecharam portas mos últimos dois meses, obrigando 1,7 milhões de consumidores a mudar de fornecedor de luz.

Na Alemanha, os preços da energia para o próximo ano já aumentaram 12% para 132 euros por MWh e em França o aumento foi de 10,3% para 135,5 euros, com recordes batidos esta quinta-feira.

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Economia mantém recuperação na última semana

  • ECO
  • 30 Setembro 2021

Indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal sinaliza uma estabilização da recuperação em linha com as últimas semanas, marcadas pelo regresso das férias e avanço no desconfinamento.

A economia portuguesa manteve a tendência de ligeira recuperação que vem registando em setembro, à boleia dos progressos na vacinação que tem permitido aliviar as restrições da pandemia e do regresso das férias.

“Na semana terminada a 26 de setembro, o indicador diário de atividade económica (DEI) evoluiu em linha com as semanas anteriores”, sinaliza o Banco de Portugal esta quinta-feira.

A 26 de setembro, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento homólogo do indicador foi de 3,3% — compara com os 10,8% da semana anterior. Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 23 de setembro e regista uma subida homóloga de 4,8% — compara com 3,8%.

Na comparação com a média dos últimos dois anos (2019 e 2020), o indicador diário registou uma taxa marginalmente positiva de 0,4% a 5 de setembro (5% na semana anterior), enquanto a média móvel semanal face ao acumulado de dois anos a 23 de setembro foi de 2,1% (0,1% na semana anterior).

Este indicador visa apurar o andamento da economia através de indicadores de alta frequência como o tráfego diário de camiões, consumo de eletricidade e gás natural, carga e correio que chega aos aeroportos nacionais e compras com cartões por parte de residentes e não residentes.

A próxima divulgação do DEI está marcada para 7 de outubro.

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