Sunak mantém Jeremy Hunt nas Finanças

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

O novo primeiro-ministro nomeou também Dominic Raab para ministro da Justiça e vice-primeiro-ministro.

O novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, decidiu esta terça-feira manter em funções o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, nomeado em meados de outubro para acalmar a turbulência financeira causada pelo programa económico da anterior chefe do Governo, Liz Truss.

Político experiente com experiência à frente das pastas da Saúde e Negócios Estrangeiros, Hunt, de 55 anos, cancelou poucos dias após entrar em funções quase todos os cortes fiscais que tinham sido anunciados pelo governo Truss. O ministro recuou também na promessa de não serem feitos cortes na despesa pública e antecipou “muitas decisões difíceis” para poupar milhares de milhões de libras, fazendo surgir receios de um regresso a políticas de austeridade.

Um plano fiscal a médio prazo está agendado para ser apresentado por Hunt no parlamento a 31 de outubro. Hunt foi candidato vencido em 2019 e 2022 na corrida para suceder a Theresa May e Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e primeiro-ministro, mas decidiu não concorrer a esta última eleição a favor de Rishi Sunak.

O novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu corrigir os “erros cometidos” por Liz Truss, colocando a “estabilidade económica” no centro de um governo que quer liderar com “integridade, profissionalismo e responsabilidade”. Num discurso no exterior da residência oficial, em Downing Street, após ser indigitado pelo Rei Carlos III, Sunak assumiu que foram cometidos alguns erros” e que foi eleito “em parte para os corrigir”.

Sunak prometeu “colocar a estabilidade económica e a confiança no centro da agenda deste governo” e isso, avisou, “significará tomar decisões difíceis”.

O novo primeiro-ministro iniciou a formação de um novo Governo, tendo nomeado já Dominic Raab para ministro da Justiça e vice-primeiro-ministro, cargo que desempenhou sob Boris Johnson até ser despedido por Liz Truss.

Entretanto, anunciaram as demissões os ministros da Economia, Jacob Rees-Mogg, do Nivelamento [Levelling Up], Simon Clarke, do Ambiente, Ranil Jayawardena, e do Trabalho, Chloe Smith, entre outros.

Rishi Sunak é o terceiro primeiro-ministro britânico desde o início do ano e o quinto a ocupar ao cargo em seis anos. Descendente de imigrantes indianos, é também o primeiro líder de ascendência indiana da história do Reino Unido e o primeiro praticante da religião hindu. Sunak, de 42 anos, é ainda o líder britânico mais jovem em mais de 200 anos, um ano mais novo do que David Cameron em 2010 e Tony Blair em 1997.

Foi escolhido líder do Partido Conservador depois de se ter tornado o único candidato a reunir os 100 apoios requeridos de colegas deputados.

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Benefício para residentes não habituais faz disparar despesa fiscal

"Entre 2020 e 2023, a despesa fiscal em sede de IRS deverá aumentar 1.062 milhões de euros (68,6%)", diz o CFP, num crescimento impulsionado pelo regime fiscal para os estrangeiros.

O regime fiscal para os residentes não habituais vai fazer crescer a despesa fiscal em sede de IRS entre 2020 e 2023, sendo que em 2020 já representou mais de metade dos gastos com este imposto, revela o relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) de Análise da Proposta de Orçamento do Estado para 2023.

“Entre 2020 e 2023, a despesa fiscal em sede de IRS deverá aumentar 1.062 milhões de euros (68,6%)“, indica o CFP, um crescimento que “ficará a dever-se, essencialmente, ao incremento da despesa relacionada com os contribuintes beneficiários do regime de tributação destinado aos residentes não habituais que, de acordo com os dados mais recentes da AT, se situou já em 56,25% do total da despesa fiscal deste imposto em 2020″.

Este regime permite uma redução de IRS a novos residentes estrangeiros ou cidadãos portugueses que tenham estado emigrados mais de cinco anos, sobre rendimentos provenientes de trabalho qualificado, passivos e pensões.

Os beneficiários têm acesso a uma taxa de IRS de 20% sobre os rendimentos do seu trabalho ou da sua atividade profissional, em vez das taxas progressivas deste imposto que vão até 48%.

O CFP nota também que “ainda neste triénio, espera-se um crescimento da despesa fiscal em sede de IRC de 166 milhões de euros (15,1%) por via, maioritariamente, do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento II aprovado em 2020, do Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial e do Regime de Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos”.

Olhando para o bolo total, “segundo a informação presente na POE/2023, a despesa fiscal do Estado, em contabilidade pública, deverá ascender a 16.181 milhões, traduzindo um acréscimo de 872 milhões (5,7%) em comparação com 2022″, diz o CFP.

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Conselho das Finanças Públicas prevê défice de 1,1% em 2023

O conselho independente liderado por Nazaré da Costa Cabral antecipa um défice e uma dívida superiores aos números do Governo, mas sinaliza que pode haver cortes nas transferências de capital.

O défice público em 2023 deverá ser de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), projeta o Conselho das Finanças Públicas (CPF) no relatório de análise à proposta de Orçamento apresentado pelo Governo, um valor superior em duas décimas ao previsto pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. E a dívida pública deverá atingir os 111%, também ligeiramente acima do previsto. Mas o conselho liderado por Nazaré da Costa Cabral admite que os objetivos orçamentais poderão ser atingidos por outra via, a das transferências de capital para outros subsetores das Administrações Públicas.

O exercício de projeção do CFP realizado com base no cenário macroeconómico e nas medidas de política previstas na POE/2023 aponta para um défice de 1,1% do PIB e um rácio da dívida de 111% PIB. No entanto, esta projeção resultaria inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) para cada um daqueles indicadores, caso se admitissem os pressupostos do Ministério das Finanças para a redução da “outra despesa de capital”, nota o Conselho.

O CFP questiona estas despesas, salientando que está prevista uma redução de 1.746 milhões de euros na “outra despesa de capital”, “ainda que as medidas de política especificadas pelo MF não justifiquem um decréscimo tão expressivo”.

O cenário macroeconómico do Governo que está subjacente à proposta de Orçamento, recorde-se, prevê um crescimento real de 1,3% e uma evolução de inflação de 4%, e o Conselho das Finanças Públicas validou aquelas projeções.

E como é que o Conselho avalia a forma como o Governo vai atingir o défice projetado de 0,9% do PIB? “A dissipação dos efeitos de medidas de resposta à crise pandémica e ao choque geopolítico são responsáveis pelo maior contributo para redução do défice em termos absolutos (nominais), acompanhado em menor escala pelo cenário macroeconómico cujo contributo reflete essencialmente o efeito dos preços num contexto de inflação“.

Assim, “no conjunto, a dimensão no saldo daqueles contributos ascende a 8808 M€, mais do que suficiente para acomodar o impacto desfavorável no saldo das medidas discricionárias de natureza permanente explicitadas na POE/2023 (7280 M€) e o impacto igualmente desfavorável de uma maior despesa com medidas one-off em 2023 (436 M€)“, escreve o Conselho das Finanças Públicas nesta análise à proposta de Orçamento.

Já previsão do Governo para a diminuição da dívida pública é “fortemente influenciado pelo efeito PIB (-5,4 p.p. do PIB), e também pelo efeito saldo primário (-1,6 p.p. do PIB)”. “Estes contributos favoráveis para a redução do rácio da dívida pública anulam o impacto desfavorável do efeito juros (2,5 p.p.) e do ajustamento défice-dívida (0,3 p.p. do PIB)”, nota o CFP.

Quanto aos juros, o aumento previsto na proposta do Governo “reflete-se na subida da taxa de juro implícita da dívida pela primeira vez desde 2011”, sendo que o Ministério das Finanças prevê que a taxa de juro implícita da dívida se eleve de 1,8% em 2022 para 2,2% do stock médio da dívida em 2023.

O CFP admite que “é expectável que o atual contexto de aumento da inflação e consequentes medidas de normalização da política monetária, bem como a incerteza gerada pela guerra Rússia-Ucrânia, continuem a contribuir para a subida gradual dos custos de financiamento”, no entanto salienta que “a repercussão do aumento das taxas de juro no custo da dívida será efetivada de forma gradual, pois incide apenas sobre a proporção de dívida a refinanciar anualmente”.

Desta forma, “no exercício do CFP que incorpora os pressupostos subjacentes à POE/2023, projeta-se um peso dos juros inferior (2,2% do PIB) ao previsto pelo Ministério das Finanças para 2023 (2,5% do PIB)”.

(Correção da notícia sobre a referência a cortes de investimento no primeiro parágrafo do texto)

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Tal como a UTAO, também o CFP alerta para riscos orçamentais no OE2023

O Conselho das Finanças Públicas alerta para riscos como a possibilidade das perspetivas do Governo para o investimento não se materializarem, penalizando o crescimento.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) alerta para os riscos orçamentais que podem abalar as previsões do Governo inscritas no Orçamento do Estado, nomeadamente a possibilidade de que as poupanças estimadas pelas Finanças não atinjam o valor previsto. Organismo mostra incerteza quanto à redução prevista na despesa de capital, que tem impacto no défice e na dívida, cujas previsões são mais pessimistas, segundo é revelado no relatório de análise à proposta elaborada pelo Executivo.

Um cenário macroeconómico mais desfavorável do que o esperado “implicaria, desde logo, um menor volume de receita arrecadada e um maior montante de despesa pública, conduzindo a um maior défice orçamental e dívida pública“, nota o CFP no relatório divulgado esta terça-feira.

Outro dos principais riscos orçamentais é a possível necessidade de adotar novas medidas de política, ou prolongamento de outras já existentes, para apoiar famílias e empresas como resposta aos efeitos da guerra, e até a possível extensão de “algumas medidas de mitigação da crise pandémica, em resultado do surgimento de novas variantes”.

Um agravamento da situação económica nos principais países destino das nossas exportações de bens e serviços, incluindo de turismo, assim como um agravamento superior ao esperado dos preços, em particular os da energia e bens alimentares, constituem os principais riscos orçamentais, pelo impacto que teriam na arrecadação de receita e na necessidade de reforçar os apoios às famílias e às empresas.

Olhando especificamente para a previsão da despesa pública para 2023 em contabilidade nacional, o CFP destaca cinco “riscos não negligenciáveis”, que, para além dos efeitos do conflito e possíveis medidas para a pandemia, incluem também a possibilidade de que “as poupanças estimadas pelo MF para 2023 no âmbito do exercício de revisão da despesa não atinjam o valor previsto na POE/2023”.

Nas Parcerias Público-Privadas existe o “risco de que venham a ser atendidas as pretensões dos parceiros privados de compensação, indemnização ou reposição do equilíbrio financeiro dos respetivos contratos, que em termos globais totalizam um montante avultado”, sendo de salientar também o “risco decorrente da ativação de parte das garantias do Estado concedidas no âmbito de algumas das medidas de resposta à crise pandémica e energética, nomeadamente linhas de crédito a empresas”.

O CFP deixa ainda uma nota, feita também pela UTAO, sobre a falta de referência à TAP e ao Novobanco neste Orçamento do Estado.

Quanto ao défice e à dívida, o CFP aponta para um défice de 1,1% do PIB e um rácio da dívida de 111% PIB. No entanto, “esta projeção resultaria inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) para cada um daqueles indicadores, caso se admitissem os pressupostos do Ministério das Finanças para a redução da “outra despesa de capital”, nota o Conselho. O CFP salienta nesta rubrica que as medidas de política especificadas pelas Finanças não justificam um decréscimo tão expressivo.

No campo dos riscos, a guerra na Ucrânia e a inflação continuam a destacar-se enquanto ameaças à evolução económica, mas o Conselho das Finanças Públicas (CFP) salienta também que a aceleração que o Governo perspetiva para o investimento pode não se verificar e penalizar as estimativas. Depois de um ano em que o consumo privado foi o motor do crescimento, o foco volta-se para o investimento, apesar do ambiente para tal ser “desfavorável”.

Apesar de endossar a previsão macroeconómica do Governo, que aponta para um crescimento de 1,3% no próximo ano e uma inflação de 4%, o CFP admite que existem “riscos de natureza externa ascendentes em relação à inflação e os riscos descendentes sobre o crescimento“, na Análise da Proposta de Orçamento do Estado para 2023.

Entre estes fatores sobressai “a aceleração prevista pelo Governo da Formação Bruta de Capital Fixo num ambiente desfavorável ao investimento, induzido pela incerteza e pelo aumento dos custos de financiamento”, que “exigirá um acompanhamento ao longo do ano”. Isto já que esta dinâmica assenta também “na premissa de uma execução mais célere do PRR, que desapontou de forma evidente em 2022”.

“O CFP tem a expectativa que se tenham criado as condições para uma efetiva concretização desse programa em investimentos que reforcem o potencial produtivo da economia portuguesa”, sinaliza a instituição liderada por Nazaré Costa Cabral.

(Notícia atualizada às 17h45)

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Lula da Silva reafirma que se vencer Bolsonaro não tentará a reeleição

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

"Eu se eleito serei um Presidente de um mandato só. Os líderes se fazem trabalhando, no seu compromisso com a população", escreveu Lula da Silva.

O antigo presidente brasileiro Lula da Silva afirmou numa mensagem nas redes sociais que se vencer o atual Presidente, Jair Bolsonaro, nas eleições que definirão o próximo governante do Brasil, não tentará um quarto mandato.

“Eu se eleito serei um Presidente de um mandato só. Os líderes se fazem trabalhando, no seu compromisso com a população”, escreveu Lula da Silva na rede social Twitter.

O ex-presidente já havia declarado em julho que, se vencesse as eleições deste ano, preferia entregar a liderança do seu Governo “a gente nova” em 2026 e não assumir o seu mandato “pensando em reeleição”. O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) que lidera uma frente progressista formada por 11 partidos de esquerda já governou o Brasil por dois mandatos (entre 2003 e 2010).

Neste ano, Luiz Inácio Lula da Silva tenta novamente voltar ao poder no país sul-americano numa disputa contra Bolsonaro e, segundo as mais recentes sondagens, permanece cerca de cinco pontos percentuais à frente do atual mandatário, que tenta a reeleição.

Lula da Silva venceu a primeira volta das presidenciais com 48,4% dos votos face a 43,2% dos votos obtidos por Jair Bolsonaro. O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, aparece num vídeo publicado hoje pela campanha de Lula da Silva anunciando o seu apoio pessoal ao candidato do PT.

A segunda volta das eleições presidenciais brasileiras decorrem no próximo domingo.

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Congressistas democratas pedem a Biden para “repensar estratégia para a Ucrânia”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Outubro 2022

Numa carta enviada à Casa Branca na segunda-feira, o grupo de congressistas apela a Biden para que conjugue o apoio que o país está a dar à Ucrânia com um "empurrão diplomático proativo".

Um grupo de 30 democratas do Congresso dos EUA escreveu uma carta dirigida ao Presidente norte-americano, na qual apelam a Joe Biden que mude drasticamente a sua estratégia sobre a guerra na Ucrânia e procure negociar diretamente com a Rússia. É a primeira vez que membros proeminentes do Partido Democrata pressionam Biden a mudar a sua abordagem face ao conflito no leste da Europa.

A carta, enviada pelo grupo à Casa Branca na segunda-feira e publicada no The Washington Post, pode colocar mais pressão sobre Biden enquanto procura manter o apoio interno em relação ao papel dos EUA na ajuda a Kiev, visto que os republicanos têm ameaçado cortar o financiamento à Ucrânia se retomarem a maioria no Congresso na sequência das eleições intercalares de 8 de novembro.

No documento, os 30 democratas, liderados por Pramila Jayapal, apelam ao Presidente norte-americano para conjugar o apoio económico e militar que o país está a dar à Ucrânia com um “empurrão diplomático proativo, redobrando esforços para procurar um cenário realista para um cessar-fogo”.

Até agora, a posição da administração Biden tem sido inflexível, ao afirmar que cabe à Ucrânia decidir se e quando negociar com a Rússia, argumentando que os ucranianos, enquanto povo livre, devem decidir o seu destino.

Após a publicação da carta, muitos congressistas recuaram, o que levou Jayapal a fazer uma declaração mais tarde, ainda na segunda-feira, “clarificando” a posição dos democratas delineada no documento. Nessa declaração posterior, sublinhou que apoiavam a Ucrânia e o compromisso de Biden de assegurar que Kiev estivesse representada em quaisquer discussões sobre o seu futuro.

“Deixem-me ser clara: estamos unidos como Democratas no nosso compromisso inequívoco de apoiar a Ucrânia na sua luta pela sua democracia e liberdade face à invasão ilegal e ultrajante da Rússia“, disse Jayapal, ressalvando que “a diplomacia é um instrumento importante que pode salvar vidas – mas é apenas um instrumento”.

Alguns analistas russos consideram que Moscovo apenas negociará com os EUA. Nesse sentido, o grupo de congressistas defende que essa abertura ao diálogo deve ser aproveitada dada a devastação que o conflito está a ter, até porque “a alternativa à diplomacia é a guerra prolongada, com as suas certezas e riscos catastróficos desconhecidos”.

Além disso, o grupo notou que o próprio Presidente Joe Biden disse que eventualmente terá de haver um acordo negociado, embora nunca tenha dito quando. “Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. É o seu território. Não lhes vou dizer o que devem e não devem fazer”, disse o chefe de Estado dos EUA, em junho. “Mas parece-me que, a dada altura, vai ter de haver aqui um acordo negociado. E o que isso implica, não sei”, acrescentou.

Os democratas que subscreveram a carta assinalaram ainda que as consequências da guerra são cada vez mais sentidas muito para além da Ucrânia, incluindo os custos elevados dos alimentos e do gás nos Estados Unidos e os picos nos preços do trigo, fertilizantes e combustível que criaram carências alimentares a nível global, para não mencionar o perigo de um ataque nuclear por parte de Moscovo.

Em resposta à carta, o porta-voz da Casa Branca disse que a administração norte-americana “aprecia as suas preocupações muito ponderadas”, mas reiterou que os ucranianos devem estar no centro de quaisquer aberturas diplomáticas. “Não vamos ter conversas com a liderança russa sem que os ucranianos estejam representados”, afirmou John Kirby aos jornalistas, acrescentando que o Presidente ucraniano “consegue determinar – porque é o seu país – como é o sucesso e quando negociar”.

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Açores com 285 mil euros para melhorar eficiência energética no Pico

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

Governo dos Açores lança concurso público para “melhoria da eficiência energética” de nove imóveis na ilha do Pico, no valor de 285 mil euros, para "melhorar as condições de habitabilidade”.

O Governo dos Açores lançou um concurso público para a “melhoria da eficiência energética” de nove imóveis no Pico, no valor de 285 mil euros, para dar “maior conforto habitacional” e impulsionar a atividade empresarial, foi esta terça-feira anunciado.

Numa nota de imprensa divulgada no portal da internet do executivo açoriano, lê-se que a “empreitada será dividida em lotes, atendendo à localização geográfica dos imóveis”, tendo como objetivo a “melhoria da eficiência energética de cada habitação”.

A requalificação, orçada em 285 mil euros “acrescida de IVA”, vai ter um prazo de execução de 150 dias para o primeiro lote e de 180 dias para o segundo, “devendo obedecer ao cumprimento dos objetivos definidos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, assinala o executivo.

Citado no comunicado, o vice-presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), Artur Lima, realçou que as verbas do PRR destinadas à habitação no arquipélago destinam-se a “melhorar consideravelmente as condições de habitabilidade” e a “reforçar a oferta de habitações disponíveis”.

“Para o vice-presidente do governo, este investimento público, que visa a promover um maior conforto habitacional aos inquilinos da região, irá também contribuir para o impulsionamento da atividade das empresas de construção civil e outros setores económicos da ilha do Pico”, advoga o executivo.

Dos 580 milhões afetos aos Açores no âmbito do PRR, existem 60 milhões destinados a melhorar as condições do parque habitacional da região.

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Açores executaram até setembro 74% das verbas do programa Prorural+ de 2022

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

Açores executaram, até setembro, 74% das verbas de 2022 do programa de desenvolvimento rural Prorural+, com fundos comunitários, prevendo superar os 80% até ao final deste ano.

“Estamos com uma taxa de execução [até 30 de setembro] de 74%, quando a média europeia é de 65,5%. Na nossa previsão, quando chegarmos a 30 dezembro, será a maior taxa de execução anual, desde 2014”, adiantou o secretário regional da Agricultura, António Ventura. O titular da pasta da Agricultura nos Açores calcula superar os 80% até ao final deste ano.

O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural do executivo PSD/CDS-PP/PPM falava, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem da oitava reuniões do Comité de Acompanhamento do Prorural+.

No atual quadro comunitário, referente ao período entre 2014 e 2022, foram aprovadas candidaturas ao programa num valor superior a 300 milhões de euros, tendo sido pagos 272 milhões, até 30 de setembro.

No novo quadro comunitário de apoio, entre 2023 e 2027, a região terá uma “disponibilidade de investimento de 235 milhões de euros” para a Agricultura, dos quais 197 milhões de euros de fundos comunitários e o restante do orçamento da região.

É para este novo período 2023-2027 que estamos direcionados. Temos de ter uma legislação acessível, temos de ter uma administração regional, que seja célere e dê resposta rápida à intenção dos investidores”, afirmou António Ventura.

O secretário regional da Agricultura voltou a alertar para a possibilidade de os Açores perderem autonomia de decisão nas candidaturas a fundos comunitários. “Esta situação ainda não está esclarecida. Tenho estado em contacto com a ministra da Agricultura, que nos garante que não vai haver perda de proximidade, mas a verdade é que há alguns sinais que nos preocupam, designadamente pequenas decisões de gestão rotineiras, que não podem ser tomadas por Lisboa e que têm de ser tomadas nos Açores”, frisou.

Segundo António Ventura, “há uma vontade de centralizar a decisão” na aprovação dos projetos de investimento, mas isso pode provocar uma demora na análise dos processos. “Por exemplo, teremos de pedir autorização a Lisboa para abrir um aviso de candidaturas à modernização das explorações agrícolas”, referiu. “Para prorrogar este mesmo aviso teremos de pedir autorização. Até agora isso não era necessário. Não queremos que o sistema fique mais complexo, com mais burocracia. Isso era um passo atrás”, apontou. Até porque, alertou, “quem decide à distância, nunca decide bem”.

O governante comprometeu-se a reforçar o número de técnicos da direção regional do Desenvolvimento Rural para “garantir que entre a apresentação da candidatura, a análise e a decisão haja um período o mais curto possível”. António Ventura sublinhou que “um investidor, quando apresenta uma candidatura ao seu investimento, não quer esperar dois nem três anos pelo resultado”.

Segundo o responsável, a tutela tem vindo a contratar técnicos, mas a formação “não acontece de um dia para o outro”. Aliás, reforçou, “os técnicos têm de ser formados e certificados pelo IFAP [Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas] para a análise dos diferentes projetos, quer seja na produção, na transformação ou na comercialização, na floresta ou no ambiente”.

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Urgência da cibersegurança e acelerar caminho para a Cloud

  • ECO Seguros
  • 25 Outubro 2022

João Veiga, Helena Leite e Leandro Fernandes, especialistas em tecnologia dirigida aos seguros analisaram o estado da digitalização e aconselharam os passos a dar para tornar o setor mais eficiente.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
Diana Rodrigues, do ECOseguros, moderou o painel que juntou João Veiga, Helena Leite e Leandro Fernandes.Hugo Amaral/ECO

Tecnologia e seguros – O que esperar dos aumentos de eficiência e de novas oportunidades foi painel de debate na 3ª Conferência ECOseguros, realizada na passada quinta-feira. João Veiga (Country Manager da MPM Software), Helena Leite (COO da Cleva Insurance Solution at Inetum), Leandro Fernandes (CEO da lluni), trocaram as suas diferentes experiências tecnológicas no mercado nacional.

Hoje a tecnologia faz coisas impensáveis há uns anos por isso há que rever processos de negócio criados há 30 anos, usando os avanços tecnológicos para fazer melhores profissionais e a recomendação para os profissionais de seguros migrarem os seus dados para a Cloud, até por motivos de cibersegurança.

O painel pode ser visto aqui:

A 3ª Conferência ECOseguros conta com o apoio do Grupo Ageas Portugal, Allianz, Caravela Seguros, CA Vida, Cleva Inetum, EY, Fidelidade, Innovarisk, lluni, MPM, Real Vida Seguros e Tranquilidade.

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Aumento dos preços no gás regulado por falhas da Nigéria? “Duvido que impacto seja significativo”, admite Cordeiro

Duarte Cordeiro considera que a "Galp deve ir ao mercado comprar gás" para substituir aquele que não irá receber da Nigéria e rejeitou aumento na fatura dos clientes no mercado regulado.

O Governo salientou que a Galp terá que cumprir com as “responsabilidades legais” no que toca ao fornecimento de gás no mercado regulado e, por isso, alertou que a petrolífera, ainda liderada por Andy Brown, terá que ir ao mercado comprar gás para substituir aquele que não será entregue pela Nigeria LNG no final deste mês. Questionado sobre se as falhas no abastecimento terão impactos no preço do gás para os clientes no mercado regulado, Duarte Cordeiro garante que não, argumentando que “o preço do gás está muito mais baixo nos últimos dias”.

“A empresa Galp terá que comprar para satisfazer os clientes e, naturalmente, aquilo que são as suas responsabilidades legais com a tarifa regulada e comprar no mercado do gás”, disse esta terça-feira Duarte Cordeiro, à margem da reunião dos Ministros da Energia da União Europeia, em Luxemburgo.

Em resposta aos jornalistas, o ministro do Ambiente e da Ação Climática referiu que atualmente o preço do gás no mercado está mais barato, uma vez que “muitos países já têm o armazenamento de gás preenchido” e, portanto, existe mais oferta do que procura. “Aquilo que a Galp tem que fazer é: se tem falhas de entregas, deve ir ao mercado comprar gás”, sublinhou.

Questionado sobre se isso terá impacto na fatura dos clientes no mercado regulado, o governante rejeita, argumentando que “o preço do gás está bastante mais baixo nos últimos dias”. “Neste momento, duvido que o impacto [nas faturas] seja significativo”, vincou.

Esta segunda-feira, durante uma chamada com analistas, na sequência da apresentação de resultados, a Galp Energia admitiu que iria ficar sem uma entrega de gás natural liquefeito (GNL) que a Nigeria LNG deveria deixar em Sines no final de outubro. Apesar de não estarem previstas mais falhas, a petrolífera já assegurou a aquisição de gás natural no mercado para compensar o volume que deveria chegar por navio no final deste mês

No mesmo momento, Andy Brown admitiu que, no próximo ano, podem ser revistos em alta os preços do gás que recebe da Nigéria, “o que poderá significar que o preço para o cliente regulado pode aumentar”. Brown, que já se havia manifestado contra a decisão do Governo português de permitir o regresso ao mercado regulado do gás às famílias e pequenos negócios, voltou a reforçar a discordância. Até ao momento, 90 mil clientes já pediram para transitar do mercado livre para o mercado regulado.

Para o gestor britânico, a decisão anunciada pelo Governo para enfrentar o aumento de custos no mercado livre “foi muito inesperada” e que, “de muitas formas, não é apropriado da parte do Governo” fazer com que a Galp forneça gás tendo em conta “um certo preço de gás” a que a Galp não contrata.

Portugal, Espanha e França ainda não assinaram acordo para “corredor verde de energia”

Duarte Cordeiro rejeitou as críticas proferidas pelo PSD sobre o acordo anunciado, na semana passada, por Portugal, Espanha e França relativamente à criação de um “corredor verde de energia”, o projeto BarMar, em substituição da construção de um gasoduto que ligava estes três países à Europa, o MidCat. Para o ministro do Ambiente e da Ação Climática, havia um “bloqueio” quanto ao projeto inicial (que o próprio considera ter sido “uma mão cheia de nada” que não seria financiado pela Comissão Europeia) e, por isso, “o que se procurou fazer entre os três países foi desbloquear a interligação a gás”.

“O BarMar permitiu desbloquear isso. Os países mantêm as intenções de alargar as ligações elétricas. Não há prejuízo para Portugal”, frisando, no entanto, que ainda não foi assinado nenhum acordo, formalmente, pelos três chefes de Estado, Emmanuel Macron, Pedro Sánchez e António Costa, tal como aconteceu com o acordo celebrado em Madrid, em 2015, referente à construção do MidCat.

Não assinamos nada. Houve um comunicado de imprensa que resultou de um entendimento” frisou, acrescentando que o acordo deverá ser assinado no dia 9 de dezembro, durante uma cimeira, em Alicante. “O objetivo da reunião era desbloquear a ligação a gás e não abordar as interligações elétricas”, sublinhou.

Questionado se esse acordo será suficiente para concretizar a construção desta interconexão que passa a ligar a Península Ibérica à Europa, através de uma ligação marítima entre Barcelona e Marselha, o governante explica que o bloqueio inicial prendia-se a “motivos ambientais” argumentados pelo governo francês mas sendo agora a ligação por mar, “à partida, acreditamos que está desbloqueado essa limitação que França tinha relativamente ao gasoduto“, explica Duarte Cordeiro.

Além dos motivos ambientais, o ministro do Ambiente ressalva que sendo esta infraestrutura, agora, “virada para o futuro” – uma vez que servirá para transportar não só gás natural, mas, também, hidrogénio e outros gases renováveis – conta também com o apoio da Comissão Europeia. “Se não fosse um “corredor de energia verde”, não tinha o apoio da Comissão porque já não são financiados projetos, exclusivamente, de combustíveis fosseis”, afirmou.

Notícia atualizada às 16h35 com mais informações

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Carlos Moedas quer Lisboa na corrida para novo centro de inovação da Ryanair

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

Carlos Moedas quer Lisboa na corrida para novo centro de inovação da Ryanair e anuncia parceria com a companhia aérea para a Fábrica de Unicórnios.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou, esta terça-feira, que a cidade quer estar na corrida para a localização do novo centro de inovação da Ryanair e anunciou uma parceria com a companhia aérea para a Fábrica de Unicórnios.

“Farei tudo para que a Ryanair também se estabeleça aqui. Mais um centro de inovação em Lisboa; acho que isso é importante. Portanto, vamos tentar estar nesta corrida”, disse Carlos Moedas aos jornalistas, à margem da cerimónia do 20.º aniversário da Ryanair, na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, que contou com a presença de vários representantes do setor.

O autarca sublinhou que a concorrência para a localização do novo centro é “entre cidades de toda a Europa” e defendeu que Lisboa “tem de criar essa atratividade”.

No início de setembro, o presidente executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O’Leary, referiu, num encontro com jornalistas, em Dublin, Irlanda, que a Ryanair quer abrir um novo centro de treinos para pilotos e tripulantes de cabine na Península Ibérica e considerou o Porto como sendo uma das hipóteses.

Vamos anunciar a Fábrica de Unicórnios, aquele que é o meu grande projeto de inovação, para que Lisboa seja a capital da inovação da Europa, e tive a boa notícia que a Ryanair vai também participar neste projeto.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

No entanto, esta terça-feira, o presidente executivo da companhia de aviação, Eddie Wilson, avançou que a decisão deverá ser tomada nos próximos três meses e que Madrid se apresenta como uma opção com melhores conexões. O responsável disse ainda que a empresa está a analisar a hipótese de abrir instalações em Lisboa para a equipa de tecnologias de informação, que pretende reforçar.

Carlos Moedas aproveitou o momento para anunciar que a Câmara de Lisboa e a Ryanair vão ser parceiros no desenvolvimento da Fábrica de Unicórnios, que deverá ser anunciada na próxima semana, na Web Summit. “Vamos anunciar a Fábrica de Unicórnios, aquele que é o meu grande projeto de inovação, para que Lisboa seja a capital da inovação da Europa, e tive a boa notícia que a Ryanair vai também participar neste projeto”, afirmou o autarca. Carlos Moedas adiantou que serão estabelecidos acordos “com várias empresas”, de “diferentes áreas”.

Na cerimónia desta terça-feira, a Ryanair apresentou um relatório da PwC, sobre a contribuição da empresa para a economia portuguesa nos últimos 20 anos.

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Conselho de Energia chega a acordo “menos ambicioso” que a proposta da Comissão, admite comissária

Hidrogénio verde, eficiência energética e propostas como a compra conjunta de gás, estiveram em discussão entre os Estados-membros.

Os ministros da Energia da União Europeia reuniram-se para analisar as últimas propostas da Comissão Europeia para combater os elevados preços da energia que afetam o Velho Continente. A comissária da Energia, Kadri Simson, afirma que “o acordo de hoje é menos ambicioso que a proposta original da Comissão, mas é um passo em frente”.

Em relação à iniciativa de avançar com compras conjuntas de gás, houve um “forte apoio” entre os ministros. Este deverá estar pronto para voltar a encher as reservas de gás após este inverno. Deverá cobrir pelo menos 13,5 mil milhões de metros cúbicos de gás, “de forma a ser atrativo para os fornecedores e significativo para o mercado”, explicou a Comissária.

No que diz respeito aos preços elevados do gás, foi pedido à ACER (a Agência para a Cooperação dos Reguladores de Energia) para desenvolver até 31 de março uma nova referência europeia para os preços do gás, complementar ao atual TTF, “que adequadamente reflita a situação atual do mercado”. Há um “consenso alargado de que isto é um passo útil” para aumentar a transparência e a previsibilidade dos preços. Já Jozef Síkela, ministro checo da Indústria e Comércio, que também participou na conferência dado que a República Checa detém atualmente a presidência da União Europeia, indicou que ainda existem “diferentes visões sobre o mecanismo”.

Enquanto esta alternativa não está pronta, a ideia é implementar, mais imediatamente, um teto dinâmico no índice TTF. “A Comissão vai trabalhar rapidamente nos detalhes desta proposta” de forma a assegurar a segurança de abastecimento e a evitar um aumento no consumo de gás.

Tal como havia sido noticiado antes da conferência de imprensa, a replicação do mecanismo ibérico a nível europeu está em cima da mesa. “Iremos examinar mais a fundo se um teto no gás usado para a produção de eletricidade”, confirmou Kadri Simson. A ideia é trabalhar em conjunto para que as medidas estejam prontas para adoção no próximo Conselho Extraordinário, indicou.

O ministro checo adiantou outros dois pontos que fizeram parte da discussão: gases renováveis, como o hidrogénio verde, e a eficiência energética. Afirma que houve acordo sobre a necessidade de ser criado o enquadramento legal adequado para os gases renováveis mas também a infraestrutura apropriada para a sua distribuição.

Em paralelo, foram avançadas novas metas em relação ao desempenho energético do setor imobiliário, ao qual está associado 40% do consumo de energia, indicou Síkela. O Conselho concordou que em 2030 todos os novos edifícios devem ter zero emissões, e que o parque imobiliário existente deve ser transformado para ter zero emissões até 2050. Para os edifícios residenciais, o uso de energia deve situar-se pelo menos na classe D, e em 2040 será definida nova meta, consoante a evolução. Para os edifícios não residenciais, os Estados membros devem renovar 15% do parque com pior desempenho energético até 2030 e 25% até 2034.

(Notícia atualizada pela última vez às 16:45 com mais informação)

 

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