Bruxelas vai analisar “com cuidado” extensão de mecanismo ibérico a toda a UE

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

Porta-voz da Comissão Europeia refere que estão a ser estudados os impactos da adoção de um mecanismo semelhante ao modelo ibérico para limitar os preços da luz no mercado europeu.

A Comissão Europeia vai analisar “com muito cuidado” os impactos de uma eventual extensão do mecanismo ibérico, para limitar o preço de gás na produção de eletricidade, a toda a União Europeia (UE), para evitar “efeitos secundários involuntários”.

“O mecanismo ibérico é algo que estamos a analisar com muito cuidado. Estamos a recolher dados em termos do impacto que tem tido e há uma série de considerações que precisamos de analisar em termos do que aconteceria se o aplicássemos a um nível europeu mais vasto”, declarou o porta-voz do executivo comunitário para a Energia, Tim McPhie.

Falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, em resposta a uma questão da Lusa, o responsável explicou que “isso tem a ver principalmente com os diferentes cabazes energéticos nos diferentes Estados-membros”, pelo que teria de se evitar “um desequilíbrio” nos países e nos fluxos transfronteiriços para além da União Europeia.

“Esta é uma questão tecnicamente complicada, penso que também politicamente, pelo que estamos a tomar o tempo necessário para continuar a discuti-la com os Estados-membros, para nos certificarmos de que vamos fazer uma proposta equilibrada e que não tem quaisquer efeitos secundários involuntários”, adiantou Tim McPhie.

A posição surge depois de, esta manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter defendido que o mecanismo ibérico “merece ser considerado” ao nível da UE, embora “ainda haja questões a serem respondidas”, garantindo analisar todas as soluções para baixar preços.

A posição contrasta, contudo, com a comunicação publicada pela Comissão Europeia na terça-feira, na qual a instituição argumentava que a extensão a toda a UE do mecanismo temporário existente na Península Ibérica “comporta alguns riscos”, preferindo outra “solução para todos”.

Desde meados de junho passado, está em vigor um mecanismo temporário ibérico para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 50 euros por Megawatt-hora, que foi solicitado por Portugal e Espanha em março passado devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético.

Falando em conferência de imprensa na terça-feira, Ursula von der Leyen afirmou que o mecanismo ibérico tem “ajudado muito” a aperfeiçoar potenciais modelos para toda a UE, funcionando como “uma espécie de projeto de campo para obter alguma experiência e dados agregados”, embora acarrete impactos “que merecem realmente uma análise profunda”.

Numa entrevista à Lusa divulgada na terça-feira, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson apontou que “a medida ibérica funciona para um mercado específico, as infraestruturas específicas e a situação de abastecimento da Península”.

“Os Estados-membros da UE são muito diversos no que diz respeito aos seus cabazes energéticos, ligações e sistemas de energia, [pelo que] um mecanismo a nível da UE teria de funcionar para todos eles”, adiantou a responsável.

Kadri Simson admitiu ainda que a Comissão Europeia ainda está reticente sobre imposição de tetos nos preços do gás natural, pelos riscos na segurança do abastecimento nomeadamente pela Rússia, e sobre limites no preço do gás na produção de eletricidade, pelas suas desvantagens.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu desde logo porque a UE depende dos combustíveis fósseis russos, como o gás, e teme cortes no fornecimento este inverno.

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Centros comerciais da Sonae Sierra vão apagar luzes de Natal durante o dia

No âmbito do plano de poupança energético, o Colombo e o NorteShopping anunciam que vão desligar as luzes de Natal durante o horário diurno até às 18 horas.

Os centros comerciais da Sonae Sierra vão apagar as luzes das decorações de Natal durante o dia, como parte do plano de poupança energético que foi adotado por Portugal no final do mês de setembro.

Segundo o documento, a recomendação de limitar as iluminações da quadra natalícia apenas se aplicava à administração pública central e local, indicando que estas só devem estar acesas entre as 18h e a meia-noite no período de 6 de dezembro a 6 de janeiro. No entanto, o Colombo e o NorteShopping já adotaram essa recomendação como parte da campanha “Energia Positiva”.

“Durante a época natalícia, teremos algumas medidas no que respeita à iluminação — redução da quantidade de luzes decorativas, a totalidade de iluminação será de alta eficiência (LED) e manteremos as luzes apagadas durante o horário diurno até às 18:00”, informa o comunicado, dando conta que a estratégia de poupança de energia adotada pela Sonae Sierra já permitiu alcançar poupanças de energia na ordem dos 22%, face a 2019.

Entre as medidas tomadas nos últimos anos para aumentar a eficiência energética dos centros comerciais geridos, estão a instalação de iluminação de elevada eficiência; a otimização dos horários de funcionamento da iluminação e dos equipamentos; e a gestão eficaz dos sistemas de ar condicionado, através da maximização da ventilação natural e da reutilização de recursos já instalados. “Todas as medidas foram tomadas garantindo o conforto e a segurança de visitantes e lojistas”, frisa a empresa na nota enviada às redações.

A gigante refere, no entanto, que a adoção de uma estratégia de operação mais sustentável começou “há mais de duas décadas” o que permitiu chegar a “resultados muito positivos na sua gestão eficiente de recursos, assim como na evolução das condições de segurança e saúde, mantendo sempre a ambição de melhoria”.

Em todos os centros geridos pela Sierra, a otimização contínua de recursos é feita com o apoio de um sistema centralizado de gestão do edifício (BMS – Building Management System). Recorrendo a inteligência artificial, este sistema permite a operação automatizada e contínua dos sistemas e equipamentos – como iluminação, ar condicionado, ventilação, elevadores ou escada rolantes –, de acordo com os fatores e parâmetros previamente especificados pelas equipas. Esta é uma das ferramentas que permitiram que, só em 2021, a Sierra tenha evitado 12,3 milhões de euros em custos com energia devido à aplicação de medidas de ecoeficiência.

Desde 2002, o consumo de eletricidade dos centros geridos pela Sierra reduziu 66%. O consumo de água diminuiu 41% desde 2003 e a percentagem de água reciclada e reutilizada situa-se nos 6%. A empresa reduziu as suas emissões de CO2 em 84% desde 2005.

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Rússia retira civis de Kherson e alerta para iminente ofensiva ucraniana

Autoridades russas na região de Kherson, no sul da Ucrânia, vão retirar mais de 50 mil civis perante o que consideram ser uma iminente ofensiva ucraniana. Kiev desmente e acusa Moscovo de propaganda.

As autoridades russas de ocupação na região de Kherson, no sul da Ucrânia, alertaram esta quarta-feira para uma iminente ofensiva ucraniana na região, pelo que recomendou aos civis que abandonassem a região. Kirill Stremousov, administrador pró-russo da região, refere que a “batalha por Kherson” irá começar num futuro “muito próximo”, noticia o The Guardian (acesso livre).

O chefe da administração de ocupação local, Vladimir Saldo, avançou que a Rússia já iniciou a retirada de civis da região, tendo como objetivo a transferência de mais de 50 mil pessoas para a margem esquerda do rio Dnieper, em Kherson. A transferência será feita ao ritmo de dez mil pessoas por dia e os civis deverão ser levados para a Rússia, disse na rede de mensagens Telegram.

Em paralelo, as autoridades russas estão a proibir a entrada de civis na região durante sete dias, mas garantem dispor dos meios para manter a cidade de Kherson na sua posse, noticia a Reuters (acesso condicionado).

O general russo, Sergei Surovikin, que tem presentemente a seu cargo as operações na Ucrânia, admitiu que a situação continua “muito difícil” para as forças na região sul e em Kherson, visto estarem a ser alvo de ataques ucranianos dirigidos às “infraestruturas sociais, económicas e industriais”.

Em reação, o chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak, negou o envolvimento das forças ucranianas nos bombardeamentos na cidade de Kherson, conforme sugerido pelas autoridades russas e acusou Moscovo de divulgar propaganda destinada a assustar a população.

Já a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu os ataques russos à infraestrutura energética ucraniana como “atos de puro terror”, equivalentes a crimes de guerra. Através da rede social Twitter, a líder europeia referiu que privar “homens, mulheres e crianças de água, eletricidade e aquecimento”, num contexto marcado pela chegada do inverno, são atos de “puro terror” que não devem ser descritos de outra forma.

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Qatar reforça extração de gás, mas não se compromete em enviar mais para a Europa

Apesar de estar a aumentar a capacidade de extração de GNL, a QatarEnergy frisa que irá cumprir com os contratos iniciais e apenas enviar para a Europa quantidades de gás com que se comprometeu.

Apesar de a QatarEnergy estar a trabalhar para expandir as suas operações de produção e comercialização de gás para fazer face ao aumento da procura a nível global, a energética árabe garante que não irá aumentar os carregamentos de gás para a Europa, comprometendo-se com os volumes contratualizados.

A garantia, dada esta terça-feira pelo CEO Saad al-Kaabi chega numa altura em que a Comissão Europeia se esforça para diversificar as suas fontes de abastecimento de gás, uma vez que o fornecimento russo encontra-se suspenso desde o início de setembro. Em causa estão as ruturas nos gasodutos do Nord Stream 1 e 2.

“O Qatar está absolutamente comprometido com a santidade dos contratos. Quando assinamos com um comprador asiático ou europeu, cumprimos esse acordo”, cita a Reuters as declarações de Kaabi, que é, também, ministro de Estado da Energia do país. “Portanto, o volume [de gás] que vai ser enviado para a Europa será aquele que ficou acordado”, frisou, descartando por completo a possibilidade de desviar gás de compradores asiáticos. “Não vai acontecer”, garantiu.

A fase dois da expansão do projeto North Field, no Qatar, inclui a construção de seis unidades de liquefação de gás natural que deverá aumentar a capacidade de extração de 77 milhões de toneladas por ano para 126 milhões de toneladas até 2017. Com este reforço da QatarEnergy, o país pretende posicionar-se como um dos mais exportadores de GNL do mundo.

Apesar de não se comprometer em aumentar os envios de gás para a Europa, o ministro da Energia considera que a Europa terá gás suficiente para enfrentar o próximo inverno. Segundo os dados da Comissão Europeia, as reservas de gás do bloco para o inverno já ultrapassaram a margem de segurança de 90% relativamente às reservas de gás necessárias para este inverno, encontrando-se atualmente nos 92%. O problema, para Kaabi, em entrevista ao Financial Times, será o próximo ano se o inverno for mais exigente.

“Neste próximo inverno, como a capacidade de armazenamento está cheia, está tudo bem. Reabastecer as reservas, ou o armazenamento, para o próximo ano, o seguinte ou até mesmo 2025, é que será o problema“, cita o Financial Times as declarações do responsável.

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Já são conhecidos os quatro candidatos à presidência da CPAS

José António Patrício, Oliveira Gomes, Pedro Dias Pereira e Victor Alves Coelho vão disputar a presidência da direção da CPAS e substituir assim Carlos Pinto de Abreu.

Terminado o prazo para a entrega de candidaturas, já são conhecidos os candidatos aos órgãos da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) para o triénio 2023-2025. José António Patrício, Oliveira Gomes, Pedro Dias Pereira e Victor Alves Coelho vão disputar a presidência da direção CPAS e substituir assim Carlos Pinto de Abreu.

Já para o Conselho de Fiscalização os candidatos são Berta Martins, Isabel da Silva Mendes, Lara Paixão e Nuno Cerejeira Namora.

As votações para a CPAS e para os órgãos da Ordem dos Advogados irão decorrer eletronicamente entre as 0h00 do dia 28 de novembro e as 20h00 do dia 30 de novembro. No último dia de votação, ou seja dia 30, funcionarão mesas de apoio ao ato eleitoral, entre as 10h00 e as 19h00, em cada sede dos Conselhos Regionais, com exceção do de Lisboa, cuja mesa funcionará na sede da OA.

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Programa UPskill reforça aposta na requalificação com criação de plataforma de gestão de RH

As empresas vão poder registar as suas necessidades de talento de forma contínua na plataforma SAPU, criada especificamente para o programa.

Está lançada aquela que já é a terceira edição do Programa UPskill Digital Skills & Jobs. Até 7 de novembro serão recolhidas as necessidades das empresas em termos de talento, seguindo-se, em meados do mês, o arranque das candidaturas dos formandos. Nesta edição as empresas vão poder registar as suas necessidades de talento de forma contínua numa plataforma (SAPU) criada para o efeito.

“O SAPU permitirá facultar dados que permitem fazer um diagnóstico das necessidades das empresas, das tecnologias e das regiões com maior procura; comparar essas necessidades de talento com a capacidade formativa instalada nas diferentes regiões; efetuar uma caracterização da população desempregada ou em situação de subemprego que se manifesta interessada em participar; e analisar as ofertas de emprego que se concretizam depois de concluída a formação, o que permite realizar análises posteriores de empregabilidade na área das tecnologias digitais”, detalha o UPskill em comunicado.

Desenvolver esta plataforma — o Sistema de Apoio ao Programa UPskill (SAPU), cofinanciada pelo Programa Operacional de Assistência Técnica (POAT)– tornou-se imperativo devido à complexidade de todo o processo e a experiência das duas anteriores edições do Programa. Será através dela que as empresas vão registar, sempre que o quiserem, as suas necessidades de talento, em número, tecnologia e região; e que os candidatos formalizam a respetiva candidatura, podendo acompanhar a evolução da sua jornada no programa, mesmo quando passarem a formandos.

“O UPskill representou uma viragem muito positiva no modelo de investimento na qualificação de pessoas. Tem demonstrado que a formação ao longo da vida é um investimento verdadeiramente com impacto. E que Estado, empresas e academia podem atuar em conjunto para criar valor acrescentado para o país. Hoje, é uma aposta verdadeiramente ganha. Conseguiu, de facto, o aumento líquido do emprego qualificado e resolver o problema da procura das empresas”, acrescentou o secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campolargo.

Sendo na sua essência uma iniciativa de requalificação de talento, o Programa UPskill diferencia-se de outras iniciativas destinadas a reforçar as competências digitais pelo facto de assentar num diagnóstico concreto realizado pelas empresas interessadas das suas necessidades de recursos humanos para reforçar equipa, assim como no seu envolvimento ao longo de todo o processo. Assim, não só participam ativamente na fase de formação em Academia, como assumem o compromisso de, no final, recrutarem pelo menos 80% dos recursos solicitados, com um vencimento mensal mínimo de 1.200 euros (subsídio de alimentação incluído), para além de suportarem os custos da formação em contexto de trabalho.

O Programa UPskill é uma iniciativa que resultou de uma parceria entre as empresas, através da APDC, o IEFP e as Instituições de Ensino Superior, contando com o apoio do Governo e inserindo-se no “Plano de Ação para a Transição Digital de Portugal”.

Na primeira edição, que se iniciou em 2020, candidataram-se mais de 5.300 pessoas, tendo-se selecionado 430 formandos para 25 ações de formação em sete localidades, em seis instituições de ensino superior. Foram contratados mais de 80% dos formandos que concluíram com sucesso.

Já na segunda edição, lançada em outubro de 2021, que decorreu por ciclos, foram selecionados 300 formandos para 20 turmas no primeiro ciclo e 580 formandos para 29 ações de formação, que se iniciaram em janeiro deste ano em 13 localidades do país e 11 instituições de ensino superior, envolvendo mais de 60 empresas. Este segundo ciclo termina em fevereiro de 2023, prevendo-se que as metas de contratação sejam também alcançadas.

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Taxas Euribor sobem a três e seis meses para novos máximos e caem a 12 meses

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

Taxas que servem de indexante nos contratos de crédito à habitação voltaram a subir a três e a seis meses para novos máximos, mas prazo a 12 meses inverte tendência e desce 0,014 pontos.

As taxas Euribor subiram esta quarta-feira a três e a seis meses para novos máximos respetivamente desde dezembro de 2011 e fevereiro de 2009 e desceram a 12 meses.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo a 6 de junho, avançou esta quarta-feira, para 2,057%, mais 0,019 pontos e um novo máximo desde fevereiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 0,837% em agosto para 1,596% em setembro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também avançou esta quarta-feira, ao ser fixada em 1,462%, mais 0,006 pontos do que na terça-feira e um novo máximo desde dezembro de 2011. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 0,395% em agosto para 1,011% em setembro.
  • Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a Euribor recuou esta quarta-feira, ao ser fixada em 2,684%, menos 0,014 pontos, contra o máximo desde janeiro de 2009, de 2,698%, verificado a 18 de outubro. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 1,249% em agosto para 2,233% em setembro.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Dreamforce 2022: o poder da inovação

  • ECO + Salesforce
  • 19 Outubro 2022

No ano em que se assinala a 20ª edição do Dreamforce, o maior evento da Salesforce que acontece em São Francisco, foram vários os anúncios que o mercado nacional irá conhecer no Innovation Day, dia 25

De São Francisco para Lisboa. É essa a trajetória das novidades da Salesforce, fornecedor mundial de aplicações empresariais, apresentadas no evento Dreamforce 2022, que decorreu nos Estados Unidos no passado mês de setembro. Agora serão dadas a conhecer ao mercado nacional, no próximo dia 25 de outubro, no Innovation Day, que se realiza em Lisboa.

O evento norte-americano, que durou três dias, contou com a presença de um notável grupo de oradores, desde o político Al Gore, o cantor Bono, a antropóloga Jane Goodall, o ator Matthew McConaughey e a atriz Jennifer Hudson. Aquele que foi o maior encontro empresarial desde a COVID 19, apresentou mais de mil sessões que contaram com a presença de uma centena de CEOs no local. Ao todo, entre o online e presencial, foram mais de 150 mil as pessoas registadas, sendo que o Executive Summit, um evento paralelo apenas para executivos seniores, chamou a atenção de mais de 450 participantes.

O Dreamforce, que proporcionou uma experiência virtual durante três dias de transmissão, com 72 horas de conteúdo ao vivo e mais de 200 sessões on-demand, gerou uma receita em São Francisco de 40 milhões de dólares.

A fechar o encontro, e porque nem só de negócios se faz um grande evento, os Red Hot Chilli Peppers atuaram no Dreamfest em Ball Park para terminar em grande estilo uma nova edição deste significativo evento tecnológico.

A Genie..lidade

Mas vamos aos lançamentos. O primeiro grande destaque foi para a Genie, apresentada como “a primeira plataforma de dados CRM em tempo real” que alimenta toda a plataforma Salesforce Customer 360. Segundo a empresa, com a Genie, todas as empresas podem agora “transformar dados em magia, oferecendo experiências altamente personalizadas em vendas, serviços, marketing e comércio, que se adaptam continuamente às informações e necessidades do cliente em tempo real”.

Este anúncio é particularmente interessante se levarmos em conta que 71% dos consumidores esperam que cada interação com uma empresa seja personalizada, isto quando os dados permanecem isolados e duplicados na maioria das organizações. “As empresas, em média, têm 976 aplicações separadas para administrar os seus negócios – potencialmente 976 versões de um único cliente, levando a experiências digitais desconectadas. Responder às necessidades dos clientes em tempo real é mais crítico do que nunca, mas está a tornar-se mais desafiante, pois a quantidade de dados criados, captados, replicados e consumidos a cada ano deve mais que dobrar até 2026”, explica a Salesforce.

Mas este foi apenas um dos anúncios feitos em São Francisco. No evento Dreamforce, a empresa também anunciou um marketplace para a compra de créditos de carbono e inovações e integrações no Slack.

Créditos de Carbono

O Net Zero Marketplace, apresentado em São Francisco, é uma plataforma que torna simples e transparentes as compras de créditos de carbono, permitindo que as empresas acelerem o seu impacto positivo no clima. Segundo dados divulgados pela empresa norte-americana, estima-se que o mercado global voluntário de carbono cresça para os 50 mil milhões de dólares até 2030, à medida que muitas empresas correm para alcançar os seus compromissos líquidos zero. “No entanto, as empresas nem sempre sabem como construir um portfólio de créditos de carbono – ou mesmo por onde começar. Além disso, o caminho para a compra de créditos de carbono é complexo e os compradores querem confiar que os projetos de crédito de carbono tenham um impacto positivo”.

Assim, o Net Zero Marketplace, construído na Commerce Cloud da Salesforce, conecta compradores e ecoempreendedores – empreendedores com foco ambiental que lideram e impulsionam ações climáticas em todo o mundo – oferecendo um catálogo de créditos de carbono classificados por terceiros e uma experiência de comércio eletrónico perfeita para comprá-los. “O Net Zero Marketplace também apresenta um hub de ação climática onde qualquer pessoa – empresas ou indivíduos – pode aprender sobre questões climáticas”.

O evento permitiu ainda o anúncio de novidades e integrações da plataforma Slack, nomeadamente com uma ligação direta ao Salesforce Customer 360, assim como o Slack Canvas, uma nova superfície no Digital HQ que vai transformar a forma como as equipas podem selecionar, organizar e partilhar recursos. “Juntamente com a plataforma Slack, qualquer pessoa pode personalizar um ecrã com automações que poupam tempo e extraem dados de sistemas de registo, como o Customer 360”.

Parceria com o WhatsApp

No evento foi ainda divulgada uma parceria estratégica com o WhatsApp, que permitirá que as empresas que utilizem Salesforce possam conectar-se com os seus clientes, criando experiências de mensagens no WhatsApp. “As primeiras mensagens comerciais do WhatsApp vão permitir que as empresas possam fornecer experiências mais modernas, convenientes, integradas e personalizadas entre pessoas e organizações em todo o mundo”, diz a empresa. A ideia é que esta integração transforme a forma como as marcas se conectam com os consumidores, através do envolvimento conversacional em interações de marketing, comércio e serviços.

As empresas poderão ainda ativar os seus clientes diretamente através do já mencionado Salesforce Genie, passando a poder segmentar os públicos, através de dados em tempo real, que informam anúncios Click-to-WhatsApp no ​​Facebook e Instagram, para direcionar os clientes para uma experiência de mensagens individualizada.

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Subida de preços na produção industrial abrandou em setembro

Recuo dos custos da energia abranda crescimento dos preços na produção industrial face ao período homólogo e baixa valor face a agosto.

O índice de preços na produção industrial subiu 19,6% em setembro face ao mesmo mês de 2021, para 133,07 pontos. No entanto, na variação face ao mês anterior, verificou-se uma redução de duas décimas. A descida dos custos da energia explica a segunda redução consecutiva do índice de preços na produção industrial.

A variação do índice de preços na produção industrial registou um abrandamento no crescimento, de menos 2,8 pontos percentuais, entre agosto de 2022 e agosto de 2021, refere o Instituto Nacional de Estatística.

Em setembro, o único agrupamento que teve uma subida na taxa de variação homóloga foi dos bens de consumo, de 14,8%. Em agosto, a variação tinha sido de 13,9%. Nos outros agrupamentos, o caminho é inverso, com o maior abrandamento a registar-se na área da energia, que teve uma variação de 34,9% — o que compara com os 49,7% de agosto de 2022.

Na variação mensal, o agrupamento de energia caiu 2,5% face a agosto — entre agosto e julho, a variação tinha sido de -4,7%. A componente que mais acelerou entre agosto e setembro foi dos bens de consumo, com mais 1%.

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All4Integrity lança a 2ª edição do programa RedEscolas AntiCorrupção

A associação All4Integrity lançou a 2.ª edição do programa RedEscolas AntiCorrupção. Esta iniciativa promove o desenvolvimento de uma "cidadania esclarecida e ativa junto dos jovens".

A associação All4Integrity lançou a 2.ª edição do programa RedEscolas AntiCorrupção. Esta iniciativa promove, no quadro dos valores de uma democracia participativa, o desenvolvimento de uma “cidadania esclarecida e ativa junto dos jovens. As inscrições estão abertas até ao dia 31 de outubro e podem ser feitas aqui.

Nesta 2.ª edição o nosso propósito principal é fortalecer e alargar a rede de escolas participantes – nomeadamente na diáspora, com as Escolas Portuguesas no Estrangeiro e as Escolas com Ensino do Português no Estrangeiro“, refere a associação. Este programa vem reforçar a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção que estabelece a prevenção como prioridade central do combate à corrupção e a educação para a cidadania como um dos lugares centrais para melhorar o conhecimento em matéria de transparência e integridade.

O programa está dividido em três fases. A primeira é “Conhecer para Agir” em que é divulgado o programa pelos professores e alunos responsáveis junto da comunidade educativa. Na segunda fase “D’Olho na Corrupção” o objetivo é trabalhar, em sala de aula, os principais conceitos, cenários e atores do tema da corrupção, consciencializando os alunos para as consequências e números do fenómeno, bem como para as medidas de transparência e de integridade já em curso a nível nacional e internacional.

Por fim, na terceira fase “Cidadão em Ação” pretende-se promover condições que permitam aos alunos ter um contacto mais estreito com pessoas e instituições e daí desenvolverem práticas de cidadania individual e coletiva. “Incentivar contactos com o poder local e central, através de entrevistas, visitas, vídeos, tratando o tema da (anti)corrupção e dos planos de transparência na prática”, explicam.

Os destinatários deste programa são os alunos entre o 9.º e o 12.º ano, tanto de ensino público como privado. As temáticas presentes no plano de ação desta 2.ª edição são a corrupção, lobbying, conflito de interesses, tráfico de influências, suborno, ética, transparência, integridade, entre outros temas subjacentes.

A 1ª edição da RedEscolas AntiCorrupção que decorreu durante o ano letivo 2021/2022 contou com a participação de 17 escolas (16 em Portugal e uma em Macau). “Todos os trabalhos revelaram criatividade, flexibilidade e a capacidade de tratar o tema da “cultura de integridade” de forma interdisciplinar”, explicaram.

A All4Integrity é uma associação apartidária criada a partir de uma iniciativa individual de André Corrêa d’Almeida, Columbia University, lançada nas ruas de Nova Iorque no dia 5 de outubro de 2020, sob a designação #libertemomeupaísdacorrupção.

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Mafalda Serralha assume cargo de people & culture manager na Think Attitude

A profissional é licenciada em Psicologia Organizacional pela Universidade Autónoma e acumula mais de 17 anos de experiência em consultoria de recursos humanos.

A Think Attitude anunciou a nomeação de Mafalda Serralha para o cargo de people & culture manager da organização% portuguesa especializada em soluções de recrutamento e seleção. A profissional pretende contribuir para que a empresa consolide no mercado o seu posicionamento de parceiro estratégico na área do recrutamento e gestão de profissionais, não só na área das tecnologias da informação, mas também noutras áreas de negócio.

“Para atingir estes objetivos, Malfada Serralha conta com o “apoio de toda uma equipa que, com elevados anos de experiência no mercado recrutamento e gestão de profissionais na área das TI”, o que lhe permite “ter uma visão global das necessidades neste setor tão específico ao nível do mercado de trabalho e apoiar os clientes a encontrar a melhor solução para as suas necessidades”, lê-se em comunicado.

Para além disso, a e empresa pretende alargar as suas áreas de intervenção ao nível dos recursos humanos e áreas de negócio, “começando a ter uma atuação mais global e transversal nas suas organizações”.

Mafalda Serralha é licenciada em Psicologia Organizacional pela Universidade Autónoma e acumula mais de 17 anos de experiência em consultoria de recursos humanos, tendo trabalhado em organizações do setor dos RH como a Egor ou a Multitempo e com empresas do setor agroalimentar como a Delta Cafés.

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Governo enviou para o Ministério Público auditoria sobre compra de aviões da TAP

Pedro Nuno Santos revelou no Parlamento que enviou para o Ministério Público uma auditoria feita pela companhia à compra de aviões na altura em que David Neeleman era o principal acionista.

O Governo enviou para o Ministério Público uma auditoria feita pela TAP à compra de aviões após a entrada de David Neeleman no capital da companhia aérea. A revelação foi feita esta quarta-feira por Pedro Nuno Santos no Parlamento, durante a audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação requerida pelo PCP e o Chega sobre a privatização da TAP.

O ministro das Infraestruturas e Habitação criticou o processo de reprivatização da companhia em 2015, feito pelo Executivo de Pedro Passos Coelho. “O PSD quando foi Governo vendeu a TAP por dez milhões, responsabilizando-se por dívidas passadas e futuras”, começou por dizer Pedro Nuno Santos. “O acionista privado injetou 224 milhões na TAP. O que os senhores não explicaram ainda é se houve uma capitalização ou um endividamento maior do que esta capitalização”, acrescentou mais tarde.

Pedro Nuno Santos afirmou que foram enviadas aos bancos financiadores da companhia cartas de conforto em que o Estado se comprometia a recomprar a TAP, se a transportadora entrasse em incumprimento. “Se o negócio correr mal, nós estamos aqui”, ironizou.

“Em vez de vender a um acionista que capitalizasse a empresa, vendeu a um acionista que a endividou”, referiu, acrescentando que, na altura, a TAP “suspeitou que estaríamos a pagar mais pelos aviões do que os concorrentes”. A companhia pediu uma auditoria, que entretanto foi entregue ao Governo. “Perante as dúvidas da auditoria, enviámos para o Ministério Público“, revelou Pedro Nuno Santos.

“Prometeram uma capitalização que não se traduziu em capitalização, mas em endividamento e em dificuldades que hoje estamos a ter que pagar. Aparentemente, para não ser mais taxativo, a pagar mais pelos aviões do que estão a pagar os nossos concorrentes“, reforçou o ministro.

O antigo acionista privado da TAP, David Neeleman, renegociou o contrato da TAP com a Airbus para a compra de 12 aviões A350, alterando a encomenda para a aquisição de cerca de 50 aeronaves A320 neo e A330 neo. Segundo noticiou o semanário Sol em junho de 2019, o empresário recebeu 70 milhões de euros da Airbus pela alteração, dinheiro que terá usado para adquirir a participação de 61% na companhia, através da Atlantic Gateway.

David Neeleman entrou no capital da companhia portuguesa durante a reprivatização levada a cabo pelo último Governo do PSD, em 2016. A Atlantic Gateway, o consórcio por si liderado e que integrava também Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, ficou com 61% da TAP.

O empresário brasileiro abordou o negócio numa entrevista à revista Visão. “O que eu fiz foi ir à Airbus e dizer que não queria os A350, porque não faziam falta à TAP. Mas queria os A330 e os A321 LR (Longo Alcance) porque são mais rentáveis. A TAP pode, com os A321 LR, voar para Toronto, Boston, Nova Iorque e até Chicago, com custos mais baixos”, afirmou David Neeleman. “Eu não tirei nada da TAP. Estou a trazer este valor todo e não posso tirar um cêntimo enquanto a dívida bancária da TAP não estiver toda paga”, acrescentou.

PSD critica divulgação da auditoria na comissão Parlamentar

A resposta do PSD veio de Paulo Rios Oliveira. “Esta narrativa que está cada vez mais colada à sua pele é sempre repetida. Já percebeu que não vai dar, que não vai conseguir descentrar a discussão da sua privatização para o PSD. Não vai conseguir fazer isso”, afirmou o deputado.

O deputado exprimiu a “absoluta oposição e condenação pela forma leviana e dissimulada como este processo se tem vindo a desenrolar. O processo TAP é uma novela censurável que o PSD não deixa de denunciar. Este processo é feito de teimosia, alguma cegueira ideológica, alguns ajustes de contas do Governo e muita desinformação”, afirmou Paulo Rios Amorim, criticando o Executivo por passar a defender uma privatização que antes não assumia. “Disseram aos portugueses a quem querem dar 125 euros que tiraram 320 euros a cada um”, atirou.

Mais à frente na audição, Paulo Rios Amorim pediu ao presidente da comissão para “esclarecer que uma participação ao Ministério Público não é suscetível de ser divulgada nesta sala. E portanto é perder tempo falar nisso”.

Já com António Costa ao leme do Governo, foi negociada uma reversão parcial da privatização da TAP, com a Atlantic Gateway a reduzir a sua participação para 45%. O Estado ficou com 50% e os trabalhadores mantiveram 5%. David Neeleman deixou de ter qualquer participação em 2020, com a aquisição da participação pelo Estado.

A TAP SA foi totalmente nacionalizada no final de 2021 e o Governo pretende agora voltar a privatizá-la. Pedro Nuno Santos repetiu na audição desta terça-feira o que tinha dito no debate parlamentar da semana passada, afirmando que “não se iniciou nenhum processo de privatização neste momento. Não tenho nada mais para dizer num processo que não se iniciou”. O ministro voltou também a defender a entrada de um acionista privado: “Nós entendemos que a TAP é uma companhia num setor altamente globalizado e que a melhor forma de garantir a viabilidade a longo prazo é estar integrada num grupo de grande dimensão.”

“[Entrada de um acionista privado] é a forma de garantir que a TAP não anda de 10 em 10 anos ou de 15 em 15 com a morte em cima da cabeça.

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

Perante as críticas de Paula Santos, deputada do PCP, à intenção de privatizar a companhia, que poderá em causa os interesses e a soberania nacionais, Pedro Nuno Santos defendeu que a entrada de um acionista privado é a forma de “garantir que a TAP não anda de dez em dez anos ou de 15 em 15 com a morte em cima da cabeça“.

“Explicou ao PCP que uma empresa privada pode cumprir melhor o serviço público que uma empresa pública, que é o caso da TAP. Concordo e acho muito bem e gostaria que aplicasse o critério a outras empresas do país”, ironizou Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal.

“Só há duas informações que poderiam mudar este debate em relação àqueles que temos tido nas últimas semanas, a primeira é o ministro Pedro Nuno Santos dizer-nos o que vai fazer com a TAP, a segunda é o PSD dizer o que teria feito com a TAP. Como nem o ministro diz o que vai fazer, nem o PSD o que teria feito, resta-nos este espetáculo, às vezes mais cómico, às vezes mais triste, é a fruta da época”, afirmou Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, que também criticou a opção pela privatização.

A polémica sobre a contratação de uma amiga da CEO da TAP, Isabel Nicolau, para o cargo de diretora de Melhoria Contínua, Sustentabilidade e Real Estate foi levantada pelo Chega, que também está contra a privatização. “A TAP com uma boa gestão é rentável e o senhor sabe. É rentável com uma gestão rigorosa, e não a cortar aos colaboradores e em contrapartida pagar salários principescos a administradores que não têm formação em engenharia aeronáutica e a diretores que são amigos do personal trainer e vão para a TAP ganhar 15 mil euros”, afirmou Filipe Melo. A companhia aérea rejeitou o envolvimento da CEO na contratação.

Pedro Nuno Santos não respondeu à polémica, mas admitiu a possibilidade de uma reversão antecipada dos cortes salariais na TAP. “Há uma alternativa que é conseguirmos rever os AE dando garantias de sustentabilidade pós-2025 e isso também permitiria anteciparmos o fim dos cortes salariais. Neste momento, isso ainda não é possível. A empresa apesar de já ter resultados operacionais positivos, ainda dá prejuízo”, explicou.

(notícia atualizada às 13h30)

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