Reino Unido e EUA começam a retirar diplomatas de Kiev. Ucrânia considera decisão “prematura”
Depois dos EUA, também o Reino Unido começou a retirar funcionários da sua embaixada em Kiev. A Ucrânia considera a decisão de "cautela excessiva". UE não está a pensar seguir a mesma decisão.
Funcionários da embaixada do Reino Unido em Kiev começaram a sair da Ucrânia face à “crescente ameaça” de uma invasão da Rússia, anunciou esta segunda-feira o Governo britânico, um dia depois de os Estados Unidos ordenarem às famílias dos seus diplomatas que abandonem a Ucrânia.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, citado pela AFP, “alguns funcionários da embaixada” e os seus familiares “estão a retirar-se de Kiev em resposta à crescente ameaça da Rússia”. Mas a embaixada em Kiev “permanecerá aberta e continuará a levar a cabo as suas tarefas essenciais”.
O anúncio do Reino Unido segue-se à decisão dos Estados Unidos de ordenar às famílias dos seus diplomatas que abandonem a Ucrânia “devido à ameaça persistente de uma operação militar russa”. O pessoal local e não-essencial pode deixar a embaixada se desejar e os norte-americanos residentes na Ucrânia “devem agora considerar” abandonar o país vizinho da Rússia em voos comerciais ou por outros meios de transporte, disse o Departamento de Estado num comunicado divulgado no domingo.
“A situação de segurança, especialmente ao longo das fronteiras ucranianas, na Crimeia ocupada pela Rússia e na região de Donetsk, controlada pela Rússia, é imprevisível e pode degradar-se a qualquer momento”, acrescentou.
A Rússia concentrou cerca de dez mil soldados na sua fronteira com a Ucrânia nos últimos meses, o que levou os Estados Unidos e os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) a acusar Moscovo de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter ocupado e anexado a Crimeia em 2014.
Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), o espanhol Josep Borrell, disse esta segunda-feira que a UE não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a menos que os EUA partilhem “mais informação” que justifique tal medida.
Ainda antes do anúncio da saída de funcionários da embaixada britânica, a Ucrânia considerou “prematura” e de “cautela excessiva” a decisão dos Estados Unidos. “Respeitando o direito dos Estados estrangeiros de garantir a segurança das suas missões diplomáticas, consideramos tal ação dos Estados Unidos prematura e uma demonstração de cautela excessiva”, disse o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, num comunicado.
Apesar da tensão atual, “a situação de segurança não sofreu nenhuma mudança radical nos últimos tempos: a ameaça de novas ondas de agressão russa permanece constante desde 2014 e o aumento de tropas russas na fronteira (ucraniana) já começou em abril último”, acrescentou Nikolenko. O porta-voz ucraniano apelou “à calma”, entretanto, e denunciou os “esforços” de Moscovo para “desestabilizar a situação interna na Ucrânia”.
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