Composto de canábis para já só trava a Covid no tubo de ensaio
Estudos preliminares feitos em tubos de ensaio sugerem que o CBD poderá ajudar a prevenir ou tratar a Covid-19. Investigadores dizem que são necessários ensaios clínicos mais rigorosos.
Estudos preliminares feitos em tubos de ensaio sugerem que o CBD (canabidiol), composto não psicoativo derivado da canábis, poderá ajudar a prevenir ou tratar a Covid-19, avança a Reuters (acesso condicionado, conteúdo em inglês). Investigadores dizem que são necessários ensaios clínicos mais rigorosos.
Um dos estudos foi realizado pela Universidade de Chicago e sugere que o CBD pode ajudar a conter o SARS-CoV-2 em células infetadas, segundo demonstraram os ensaios experimentais. “As nossas descobertas não garantem que isso funcionará em pacientes. As nossas descobertas são um forte argumento para se avançar para os ensaios clínicos”, afirmou Marsha Rosner, que liderou a equipa de investigadores deste estudo. “O objetivo é ter a menor dosagem eficaz possível”, acrescentou Rosner, justificando que dado que o medicamento é filtrado pelo fígado pode provocar efeitos colaterais.
Este não foi o único estudo divulgado que aponta que o CBD poderá ter resultados promissores no tratamento de pacientes infetados por Covid-19. Um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Oregon State University, também nos Estados Unidos, revelou que altas dosagens de CBG e CBD, duas componentes presentes na canábis, conseguiram impedir o Sars-CoV-2 de entrar nas células humanas saudáveis em testes feitos em laboratório.
Richard van Breemen, um dos cientistas que participou neste estudo, explicou à Reuters que ficou demonstrado que as dosagens testadas pelos investigadores não eram tóxicas para as células, contudo, ainda não é claro se estas seriam seguras para os humanos.
No entanto, outro estudo realizado no Brasil, em que participaram 105 voluntários com doença leve e moderada e que receberam CBD ou o placebo por 14 dias, revelou que este composto da canábis não teve um efeito aparente, de acordo com o relatório divulgado em outubro pela Cannabis and Cannabinoid Research.
Importa sublinhar que muitos dos estudos experimentais feitos em laboratório e que se mostraram promissores — como por exemplo a hidroxicloroquina e vários outros medicamentos usados para tratar o cancro ou outras doenças — acabaram por não se demonstrar benéficos para o tratamento de pacientes infetados por Covid-19 quando avançaram para ensaios clínicos.
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