Regras Covid obrigaram à demissão do comissário europeu. Caso foi agora arquivado pela justiça
Foram arquivadas as acusações contra os organizadores do evento que ficou conhecido como "Golfgate", por resultar na demissão do ex-comissário europeu Phil Hogan e outros políticos irlandeses.
Em agosto de 2020, o irlandês Phil Hogan demitiu-se do cargo de comissário europeu do Comércio na sequência de uma polémica, conhecida como “Golfgate”, que o envolvia num jantar que juntava mais pessoas do que o permitido pelas restrições à Covid-19 da altura na Irlanda. O caso esteve em tribunal durante 18 meses e terminou na quinta-feira com o arquivo das acusações contra os organizadores do evento.
O jantar em causa ocorreu a 19 de agosto de 2020 no Clifden Station House Hotel, em Clifden, na Irlanda, e terá envolvido 81 pessoas, quando as restrições apenas permitiam um máximo de 50 pessoas em espaços fechados. Entre os participantes no evento, destacavam-se o ex-comissário europeu Phil Hogan e outros políticos irlandeses, como a ex-ministra Dara Calleary, que também se demitiu face às críticas da população.
A juíza Mary Fahy levou menos de cinco minutos a apresentar o seu veredicto, rejeitando as acusações contra o antigo senador Donie Cassidy, os gerentes hoteleiros John e James Sweeney e o político independente de Galway West, Noel Grealish, que organizaram o evento. “Boas pessoas perderam bons empregos”, disse a juíza.
Os 81 participantes estiveram reunidos numa sala de grandes dimensões, que, por sua vez, estaria dividida por uma divisória de parede até ao teto. Foram reunidas provas de que a divisória tinha duas aberturas, uma usada pelo staff para transitar de um lado para o outro durante o serviço, enquanto a outra estava perto do palco onde os discursos eram feitos. A divisória terá ainda sido puxada para trás para que os discursos permitissem a ambos os lados da sala ver o orador.
A juíza concluiu que a sala podia acomodar normalmente 200 pessoas, e aceitou que ocorreram dois eventos separados, um de cada lado da divisão. “Estou satisfeita por os organizadores terem feito tudo para cumprir – não num tribunal de opinião pública, mas no tribunal de direito, na minha opinião“, disse.
“O evento foi um passo político em falso, mas nunca foi remotamente criminoso. Não houve nenhuma tentativa flagrante de violar os regulamentos. De facto, havia provas de que os organizadores tinham transferido o evento para o maior hotel para garantir o cumprimento [das restrições]”, declarou ainda a juíza, citada pelo Irish Times (acesso pago/conteúdo em inglês).
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