Dona do Facebook ameaça encerrar serviços na UE após decisão judicial
A Meta, que controla as redes sociais Facebook e Instagram, disse que pode ter de encerrar os seus serviços na União Europeia, devido a sentença judicial que impede transferência de dados para os EUA.
A empresa que controla o Facebook e o Instagram ameaçou segunda-feira encerrar os serviços nos países da União Europeia (UE), devido a uma sentença judicial que impede a transferência dos dados dos utilizadores europeus para os EUA.
No seu último relatório entregue à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), a Meta, sediada em Menlo Park (Califórnia), explica que a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), em 16 de julho de 2020, pode ter consequência para a sua “capacidade de prestação de serviços”.
“Se não tivermos permissão para transferir os dados entre países e regiões em que operamos, ou se formos impedidos de partilhar os dados entre os nossos produtos e serviços, a capacidade para promover os nossos serviços poderá ser afetada”, indicou a empresa dirigida por Mark Zuckerberg.
A razão fundamental para o possível “impacto” nos serviços é dificuldade que as maiores restrições de privacidade representam para poder personalizar os anúncios online, que é a principal fonte de rendimento da Meta.
Especificamente, a empresa que até outubro de 2021 se chamava Facebook citou a anulação pela justiça europeia do chamado “escudo de proteção”, um acordo entre a UE e os EUA para que as empresas possam transferir dados de utilizadores entre continentes.
O “escudo de proteção” foi invalidado pelo TJUE em julho de 2020, considerando que permitia a ingerência nos direitos fundamentais dos cidadãos europeus cujos dados são transferidos para os EUA e não concedia o nível adequado de garantias que o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) da EU pretende assegurar.
Em virtude do acordo, as empresas norte-americanas que processassem dados pessoais provenientes da UE deveriam ser registadas no sistema no Departamento de Comércio dos EUA e respeitar compromissos como informar o titular dos dados sobre o direito, se pretendessem transferi-los a terceiros e os motivos, ou nunca utilizar os dados para outra finalidade que não a original.
A decisão do tribunal obriga a Comissão Europeia (CE) a rever os regulamentos, que trabalhar para adaptar o RGDP ao caso específico dos EUA, onde está sediada grade parte das multinacionais tecnológicas, como a Meta.
A CE também está a manter negociações abertas com a Casa Branca para chegar a um novo acordo – herdeiro do “escudo de proteção” – que cumpre a decisão judicial, segundo as últimas informações do ‘site’ oficial na Internet.
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