Países europeus apelam aos seus cidadãos para abandonarem a Ucrânia
França, Alemanha, Áustria e Reino Unido pediram aos seus cidadãos que abandonem a Ucrânia, o mais rápido possível, numa altura em que se acentuam os receios de uma invasão da Rússia.
Há já vários países europeus, nomeadamente França, Alemanha, Áustria e Reino Unido, a apelar aos seus cidadãos que abandonem a Ucrânia, o mais rápido possível, numa altura em que se acentuam os receios de uma invasão da Rússia à Ucrânia.
A Alemanha foi o primeiro país a emitir um comunicado nesse sentido, com o Ministério das Relações Exteriores alemão pedir aos seus cidadãos que deixem “imediatamente” a Ucrânia, referindo que um “conflito militar é possível a qualquer momento”, segundo o comunicado, citado pelo jornal alemão Der Spiegel (acesso livre).
Além disso, o governo alemão referiu ainda que uma vez que o consolado em Donetsk está encerrado, o Ministério das Relações Exteriores aconselha que os cidadãos alemães contactem a Embaixada em Kiev ou o ministério em Berlim “em caso de emergência”.
Segundo o jornal francês Le Monde, a companhia aérea alemã Lufthansa anunciou a suspensão dos seus voos para Kiev e Odessa, com efeitos a partir de segunda-feira, 21 de fevereiro. A decisão vai prolongar-se por uma semana.
Também a Áustria está a fazer um apelo semelhante aos seus cidadãos, sublinhando que é provável “uma deterioração significativa da situação”, de acordo o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pelo Der Spiegel. De acordo com a imprensa alemã, há cerca de 180 austríacos a viver na Ucrânia.
A posição é semelhante em França, com o ministério dos Negócios Estrangeiros a recomendar a todos os cidadãos franceses que não tenham motivos suficientemente relevantes para permanecerem na Ucrânia a deixarem o país. “No contexto das tensões criadas pela concentração de tropas russas nas fronteiras da Ucrânia e pelo ressurgimento das violações do cessar-fogo ao longo da linha de contacto no leste do país, recomenda-se uma maior vigilância e não ir ao áreas fronteiriças no norte e leste do país”, sublinha ainda o governo francês, em comunicado. Além disso, o país aconselha os seus cidadãos a adiarem todas as viagens previstas à Ucrânia.
Também o governo britânico já emitiu um comunicado no mesmo sentido, referindo que os cidadãos britânicos devem abandonar a Ucrânia, “enquanto as opções ainda estão disponíveis”. “No caso de uma incursão militar, é provável que as rotas comerciais para fora da Ucrânia sejam severamente interrompidas e as estradas na Ucrânia possam ser fechadas”, avisa o governo liderado por Boris Johnson.
UE vai enviar ajuda à Ucrânia
Entretanto, no final da tarde deste sábado, a Comissão Europeia emitiu um comunicado a anunciar que a União Europeia (UE) vai enviar ajuda humanitária para a Ucrânia, na “sequência de um pedido do Governo ucraniano”. A ajuda dos Estados-membros visa “apoiar os esforços de preparação da Ucrânia para todos os cenários possíveis”, lê-se.
Entre os materiais que vão ser disponibilizados estão máscaras descartáveis, luvas esterilizadas, geradores elétricos, antibióticos e desinfetantes doados pela Eslovénia, Irlanda, Roménia e Áustria.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho. Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, sendo que este sábado um segundo soldado ucraniano foi morto em confrontos com os separatistas apoiados pela Rússia no Leste da Ucrânia, anunciou o exército de Kiev. Em comunicado, o exército ucraniano dá também conta de quatro soldados feridos e hospitalizados e acusa os separatistas da região de Donetsk de 70 violações da trégua em vigor.
A nível europeu vários líderes políticos têm apelado a uma resolução diplomática, sendo que este sábado a presidente da Comissão Europeia alertou o Kremlin de que um ataque à Ucrânia custará à Rússia “um futuro próspero”, referindo-se ao pacote de sanções económicas que estão a ser preparadas em caso de invasão. Entre as sanções estará a imposição de restrições às companhias de energia, incluindo o uso do dólar nas transações, e o congelamento do projeto Nordetream 2, ou sanções pesadas para os bancos, nomeadamente a exclusão do país do sistema de pagamentos internacional SWIFT, como aconteceu com o Irão.
(Notícia atualizada com o comunicado da Comissão Europeia às 18h11)
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