Eventos climáticos extremos custaram em 2021 quase 300 mil milhões de euros
Só em Portugal e Espanha, o mau tempo que se registou nos meses de maio e junho do ano passado originou custos de mais de 130 milhões de euros, revela estudo da Aon.
O ano de 2021 foi o terceiro ano com maiores perdas económicas associadas a eventos climáticos, de acordo com o relatório global “2021 Weather, Climate and Catastrophe Insight”, divulgado pela consultora de risco e corretora de seguros Aon.
De acordo com o documento, que apresenta os principais números do impacto dos desastres naturais a nível económico, o ano passado registou um total de mais de 300 mil milhões de euros em perdas económicas, sendo que quase 288 mil milhões resultam de eventos climáticos.
Apesar de o número de catástrofes naturais até ter diminuído para 401, face às 416 registadas em 2020, estas perdas económicas elevadas são justificadas pela maior gravidade dos eventos climáticos, que se tornam, por isso, mais caros (só 38% dos desastres de 2021 foram cobertos por seguros).
“À medida que os eventos catastróficos aumentam em gravidade, a maneira como avaliamos e nos preparamos para esses riscos não pode depender apenas dos dados que temos do passado. Precisamos de olhar para a tecnologia, como a inteligência artificial e modelos preditivos, que estão constantemente a aprender e a evoluir, para mapear a volatilidade de um clima em mudança”, afirmou, em comunicado, Eric Andersen, presidente da Aon.
Entre os desastres naturais de 2021, o relatório destacou o furação Ida, que assolou os Estados Unidos e as Caraíbas, por ter sido o desastre que mais perdas económicas gerou no último ano, num total de mais de 65 mil milhões de euros.
As cheias de julho na Europa Ocidental e Central também estão destacadas pelo relatório da Aon, que as reconhece como a catástrofe mais cara de que há registo neste continente, com custos perto dos 39 mil milhões de euros.
Também as cheias sazonais na China surgem na lista, com perdas de cerca de 26 mil milhões de euros.
Portugal e Espanha também constam entre os países que sofreram eventos climáticos no ano passado, mais precisamente entre 29 de maio e 14 de junho do ano passado, um período de mau tempo que causou perdas económicas na ordem dos 131 milhões de euros.
“Apesar do crescente compromisso de empresas, estados e do próprio setor segurador em trabalhar no sentido de responder à crise climática, este novo relatório vem demonstrar que ainda nos encontramos no início da jornada. É, por isso, necessário desenharmos novas soluções de proteção que consigam atenuar o impacto financeiro espoletado pelas catástrofes climáticas e, consequentemente, assegurar a sustentabilidade dos negócios e países”, concluiu, no mesmo comunicado, Anabela Araújo, Chief Broking Officer e Claims Director da Aon Portugal.
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