Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares “absolutamente” preocupada com situação na Ucrânia
Ao aumento generalizado dos preços acresce a tensão internacional entre a Rússia e a Ucrânia, que já está a ter os seus reflexos, aponta a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares.
A Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) está “absolutamente” preocupada com a tensão entre a Rússia e a Ucrânia, que num cenário “mais gravoso” vai ter um impacto em todas as cadeias internacionais, disse à Lusa o diretor-geral.
Pedro Queiroz sublinhou que, ao aumento generalizado dos preços, que está a impactar a indústria, acresce a tensão internacional entre a Rússia e a Ucrânia, que já está a ter os seus reflexos.
“Se tudo isto se mantiver [aumento dos preços], agravado por uma situação que nos preocupa bastante, que é esta tensão entre a Ucrânia e a Rússia”, que “pode no mais gravoso dos cenários conduzir a um conflito de dimensões internacionais”, o impacto será imprevisível, referiu o diretor-geral da FIPA.
“Essa, sim, preocupa-nos bastante porque vai ter um impacto – esse então absolutamente imprevisível – em todas as cadeias internacionais”, alertou o responsável. “Isto pode, inclusivamente, mudar a ordem internacional caso atinja – nós não queremos antecipar esse cenário –, mas caso atinja o cenário mais gravoso”, prosseguiu.
Independentemente deste cenário, “só esta tensão já tem impacto: continua a pressionar o aumento do petróleo, por exemplo, vai certamente pressionar muito o aumento do gás natural, vai conduzir a aumentos de matérias-primas muito provavelmente”, referiu.
“Sabemos que a Ucrânia é considerada o celeiro da Europa e, portanto, vai ter aqui um impacto ao nível das matérias-primas”, destacou Pedro Queiroz. Perante isto, “estamos absolutamente preocupados com esta situação”, rematou.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na segunda-feira à noite o reconhecimento da independência das regiões separatistas pró-russas do leste da Ucrânia e o envio de tropas para as mesmas. A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
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