Pfizer duplica lucros com vacina Covid-19

A vacina Covid-19 da Pfizer fez aumentar os lucros da multinacional farmacêutica, que recentemente anunciou ganhos de 21,979 mil milhões de dólares (cerca de 19,5 mil milhões de euros) em 2021, contra 9,159 mil milhões de dólares (cerca de 8,1 mil milhões de euros) em 2020.

O seu volume de negócios duplicou, de 41,651 mil milhões de dólares no ano anterior para 81,288 mil milhões de dólares em 2021, impulsionado pela venda de vacinas, que foi a mais alta quantia bruta (42,625 mil milhões de dólares em comparação com 6,575 mil milhões de dólares em 2020). Especificamente, a sua vacina Covid-19, conhecida comercialmente como Cominarty, gerou receitas de mais de 32 mil milhões de dólares (cerca de 28,7 mil milhões de euros).

Entretanto, a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, que teve um volume de negócios de 37,417 mil milhões de dólares (mais 41% em 2020), registou receitas da vacina Covid-19 inferiores a 10% do seu volume de negócios, ascendendo a 3,965 mil milhões de euros em 2021.

Aquando deste anúncio, recordou que a vacina é vendida numa base sem fins lucrativos, como refletido no impacto zero nos lucros, cumprindo o seu compromisso de acesso amplo e equitativo com a entrega de 2,5 mil milhões de doses para fornecimento global.

Enquanto se aguarda que outros fabricantes de vacinas apresentem os seus resultados, tais como a empresa de biotecnologia Moderna, a Pfizer regista receitas da sua vacina Cominarty pelo menos nove superiores às da concorrência.

Em resposta aos resultados financeiros da Pfizer, a Oxfam reagiu numa declaração em que recorda que “os resultados da Pfizer são provas claras de como a empresa utilizou o seu monopólio para enriquecer os seus acionistas à custa de quase metade da população mundial que ainda não tem acesso a vacinas que salvam vidas”, e considera “obsceno que tenhamos permitido que empresas farmacêuticas como a Pfizer colocassem os seus lucros à frente do bem da humanidade enquanto a pandemia se arrasta”.