Choque energético: Governo terá medidas de apoio à indústria em “duas semanas”
Secretário de Estado da Energia revelou que Governo está a preparar "bateria de medidas" para apoiar a indústria mais afetada pelo choque energético e poderá anunciar dentro de "duas semanas".
“A nossa maior preocupação é com a indústria, seja na eletricidade ou no gás. É a nossa prioridade”, afirmou esta sexta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, reagindo ao atual choque energético, adiantando que o Governo deverá anunciar uma “bateria de medidas” de apoio “nas próximas duas semanas”.
“Ainda estamos a discutir. O ministro da Economia já falou numa linha de crédito de apoio à tesouraria. Queremos medidas concretas de apoio ao preço do gás, mas com particular incidência nos setores mais expostos, no têxtil, mas sobretudo cerâmica e vidro”, frisou João Galamba na conferência ECO Talks sobre a “Guerra na Europa e o choque energético”.
Uma das medidas passará por uma descida nas tarifas de acesso às redes do gás, tal como já tinha ocorrido na eletricidade. Contudo, ao contrário da eletricidade, esta medida terá um “peso muito pequeno” no alívio da fatura do gás para as empresas, pelo que terá de haver mais medidas, considerou o governante.
“Enquanto nos domésticos, na eletricidade chegou a representar 60% [com a redução das tarifas de acesso], aqui [no gás] é uma gota de água. Portanto, tem de haver medidas concretas. Estamos a avaliar isso tudo”, revelou.
O Governo está a avaliar a possibilidade de se introduzir leilões de gás “análogos” àqueles que ERSE já faz no setor elétrico, com os chamados leilões PRE “que serve sobretudo para os comercializadores de menor dimensão, mais vulneráveis e que estão com posições longas com os seus clientes”.
"A nossa maior preocupação é com a indústria, seja na eletricidade ou no gás. É a nossa prioridade.”
Os leilões de gás terão como objetivo apoiar “os setores mais expostos”, configurando num instrumento seletivo para apoiar “diretamente o preço do gás” junto dos setores “que verdadeiramente precisam”, de acordo com João Galamba.
Além disso, Galamba também revelou que o Governo está “a discutir o alargamento do gasóleo profissional ao setor dos transportes”, designadamente aos transportes coletivos de passageiros.
“O objetivo é que nenhuma empresa feche por causa dos preços da energia e é nisso que estamos a trabalhar” em “diálogo intenso entre Ministério do Ambiente, Ministério da Economia e Ministério das Finanças”.
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