INE confirma taxa de inflação de 4,2% em fevereiro
A taxa de inflação em Portugal acelerou para 4,2% em janeiro, acima dos 3,3% registados em janeiro. É o valor mais elevado desde outubro de 2011 (4,2%).
A taxa de inflação em Portugal acelerou de 3,3% em janeiro para 4,2% em fevereiro, em termos homólogos, de acordo com a segunda estimativa divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Este é o valor mais elevado desde outubro de 2011 (4,2%), segundo a série histórica. Na Zona Euro, a taxa de inflação fixou-se nos 5,8% em fevereiro.
“A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 4,2% em fevereiro de 2022, taxa superior em 0,9 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, revela o gabinete de estatísticas, notando que a variação média dos últimos doze meses (taxa de inflação anual) foi 1,8% (1,5% em janeiro).
A inflação core, que exclui componentes mais voláteis, já está acima dos 3%. “O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação homóloga de 3,2% (2,4% em janeiro)”, destaca o INE.
A influência dos preços da energia continua a ser assinalável, apesar de o aumento dos preços começar a ser mais abrangente. O gabinete de estatísticas revela que a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos foi de 15% em janeiro, acima dos 12,1% registados em janeiro. No caso dos produtos alimentares não transformados, o crescimento também acelerou de 3,4% para 3,7%.
Há também uma aceleração das taxas de variação homóloga nos transportes, de 6,2% para 8,5% em fevereiro, assim como nos restaurantes e hotéis onde os preços subiram 5,2% (3,6% em janeiro). Porém, também há desacelerações em categorias como as comunicações, o lazer e a cultura. “Pelo terceiro mês consecutivo, todas as classes registaram variações homólogas positivas“, assinala o INE.
Na proposta original do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o Governo esperava uma taxa de inflação de apenas 0,9% este ano, a mesma taxa que estimavam para 2021 (o valor final foi 1,3%). Este é um dos números que terá de mudar significativamente na nova proposta que o próximo Executivo de António Costa deverá entregar no Parlamento no início de abril.
Na comparação de Portugal com a União Europeia, é utilizado o IHPC (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) em vez do IPC (Índice de Preços no Consumidor). Nesse indicador, a inflação fixa-se ligeiramente acima, nos 4,4% em janeiro, face aos 3,4% em janeiro. Na Zona Euro, o IHPC ficou-se nos 5,8%, um máximo histórico, o que deverá ter consequências na ação do Banco Central Europeu — cujo conselho de governadores reúne-se esta quinta-feira — em termos de política monetária.
Apesar de manter uma diferença significativa face à taxa de inflação média da Zona Euro, essa distância tem diminuído: “Esta diferença tem-se reduzido desde novembro de 2021, quando se situava em 2,3 p.p.“, nota o INE, referindo que “Portugal é atualmente o país da área do euro com a quarta menor taxa de variação homóloga do IHPC”.
Mais curioso ainda é que a inflação core em Portugal é superior à registada na Zona Euro. “Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 3,4% em fevereiro, superior à taxa correspondente para a área do euro que se fixou em 2,9%”, sublinha o gabinete de estatísticas. Tal sugere que as componentes não tão voláteis do índice de preços estão a ser mais afetadas em Portugal do que nos outros países europeus.
A próxima estimativa rápida do INE relativa à inflação deste mês será divulgada a 31 de março.
(Notícia atualizada às 11h35 com mais informação)
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