Galp recusa “contribuir para financiar as atrocidades” russas na Ucrânia
O CEO da petrolífera portuguesa acredita que a invasão russa à Ucrânia vai acelerar a transição energética para as energias renováveis e mantém o objetivo de deixar de vender petróleo em 2050.
O CEO da Galp Energia acredita que a invasão russa à Ucrânia vai acelerar a transição para energias renováveis. Em entrevista ao El País, Andy Brown mantém o objetivo de deixar de vender petróleo em 2050 e justifica o corte de relações comerciais com a Rússia.
“Não queremos contribuir para financiar as atrocidades que estamos a ver na Ucrânia“, afirma o CEO da petrolífera portuguesa, acrescentando que a Galp se sente “feliz” e “orgulhosa” por ter tomado a decisão de deixar de comprar petróleo a fornecedores russos, que “pode ter impacto” no negócio da empresa.
Andy Brown sublinha ainda que a invasão da Rússia à Ucrânia impulsionou uma “mudança para fornecedores alternativos” e vai acelerar a transição para as energias renováveis. “É pouco provável que a maioria dessas vendas perdidas voltem: a Rússia está a cortar as relações com alguns dos seus melhores clientes”, acrescenta.
Numa altura, em que a União Europeia está a discutir uma eventual proibição às importações do “ouro negro” russo e apesar de alguns Estados-membros se continuarem a opor à medida, o CEO da Galp avisa que “será um grande desafio sobretudo para a Europa Central” sobreviver sem o gás e petróleo russos, contudo, sinaliza que a “Comissão Europeia tem muito boas propostas” para acabar com esta dependência, mas admite que “reterem tempo para implementar”. Recorde-se que a Rússia é responsável por cerca de 25% das importações de petróleo da UE, bem como responsável por cerca de 40% do fornecimento de gás.
Por fim, o CEO da Galp espera que em 2030 metade do negócio da empresa derive das energias renováveis e mantém o objetivo de chegar a 2050 com emissões zero. “Em 2050 não venderemos ou venderemos muito pouco petróleo: venderemos eletricidade, hidrogénio ou biocombustíveis, mas não combustíveis fósseis.”
Quanto ao hidrogénio verde, Andy Brown sublinha que a “Península Ibérica é um dos lugares mais atrativos do continente para produzir hidrogénio verde”, contudo avisa, que a longo prazo “terá que competir com o hidrogénio verde do Brasil ou de países do Médio Oriente, que será transportado em estado líquido”.
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