Hoteleiros dizem que aumento dos preços nos hotéis “já está a acontecer”

  • Lusa
  • 24 Março 2022

"Não se pode internalizar custos destes", diz Cristina Siza Vieira, que antecipa uma retoma "à séria" no verão, esperando receitas entre 14 e 15 mil milhões de euros este ano.

O aumento dos preços nos hotéis, devido à subida de custos relacionados com a inflação, matérias-primas e outros, agravados pela guerra, “já está a acontecer”, disse à Lusa a vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

Segundo Cristina Siza Vieira, é “evidente que o aumento de preços já está a acontecer. Mesmo durante a pandemia não foi o preço que caiu e sim a taxa de ocupação”, destacou. “Não houve sacrifício do preço e agora muito menos, não se pode internalizar custos destes” e “é normal” que sejam refletidos nos clientes, sublinhou, salientando que cresceu o custo das matérias-primas, salários e alimentos e que “o preço do alojamento vai subir e já está a subir”.

Quanto às expectativas para a Páscoa, Cristina Siza Vieira referiu que “não há para já nada que frustre as expectativas que já havia relativamente à Páscoa”, ou seja, de que “fosse o início da retoma e parece que assim se confirma”. “Este ano estimamos uma retoma, depois de um dezembro, janeiro e fevereiro muito mauzinhos. Contamos que a partir de março houvesse alguma retoma e que pudéssemos fechar o ano a 80%, 85% das receitas de 2019”, indicou.

No dia 15 de março, o presidente da AHP disse que, apesar da dificuldade criada pela conjuntura, a retoma “à séria” pode acontecer no verão, esperando receitas entre 14 e 15 mil milhões de euros este ano, ainda abaixo de 2019.

É facto que a recuperação, a retoma, digamos assim, começou no ano passado, ou no verão. Primeiro na Madeira, depois no Algarve, depois nas cidades, com Lisboa e Porto, com o interior sempre com mais afluência e mantendo uma boa procura”, no entanto, quando se estava a começar a recuperar, veio “a quinta vaga dificultar muito a situação”, lembrou Raul Martins em entrevista à Lusa.

Dezembro, janeiro e fevereiro foram maus, foram muito maus por força da pandemia. Março já está em boa recuperação e, sucessivamente, abril será razoável e teremos retoma à séria, digamos, a partir do verão. Penso que o verão será já em plena retoma e depois na segunda metade [do ano] continuaremos essa retoma”, estima o responsável.

Com isto, a AHP diz que 2022 será um ano que “não é todo ele de uma retoma maior” porque houve “um início destes primeiros três meses muito baixos, que vão influenciar aquilo que vai ser a segunda metade ou os nove meses que faltam” para acabar o ano, mas que pensa que venham a ser “muito bons por força da procura que se pretende”.

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