Bancos de Macau preparam aliança com bancos lusófonos

  • Lusa
  • 27 Março 2022

A Associação de Bancos de Macau quer criar uma aliança com os bancos lusófonos para “melhorar as ligações de Macau com a China e os países de língua portuguesa".

A Associação de Bancos de Macau (ABM) quer criar uma aliança com os bancos dos países de língua portuguesa, disse à Lusa o vice-presidente da ABM, Sam Tou. A nova direção da ABM decidiu criar uma comissão dedicada aos serviços financeiros entre a China e os mercados lusófonos, liderada pelo Banco Nacional Ultramarino (BNU), que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos.

A nova comissão inclui ainda a sucursal em Macau do Banco da China, que tem presença em Portugal, Brasil, Angola e Moçambique, o Banco Well Link, que incorporou o Novo Banco Ásia, e a sucursal em Macau do Haitong Bank, o sucessor do Banco Espírito Santo Investimento.

Sam Tou disse que a comissão tem dois principais objetivos: “melhorar as ligações de Macau com a China e os países de língua portuguesa e tornar-se uma plataforma de serviços financeiros”.

Objetivos que passam pela criação de uma aliança que reúna os bancos de Macau e dos países de língua portuguesa, explicou o também diretor executivo do BNU.

A ABM está a preparar o terreno e em fevereiro teve uma reunião online com o secretariado executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, adiantou Sam Tou.

O executivo disse que a associação “tem estado a trabalhar ativamente com as suas congéneres nos países de língua portuguesa e estabeleceu uma rede muito estreita de contactos e cooperação”.

Sam Tou lembrou que a ABM assinou em maio de 2019 um acordo de cooperação com associações de bancos de Portugal, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

O acordo previa a criação de uma aliança para apoiar o lançamento na China de produtos financeiros dos países de língua portuguesa e para oferecer serviços financeiros a empresas chinesas interessadas em investir em mercados lusófonos.

Apesar dos obstáculos criados pela pandemia, o interesse chinês na “cooperação comercial e económica e no investimento” nos países de língua portuguesa “não diminuiu”, disse à Lusa Cai Chun Yan.

O diretor-geral adjunto da sucursal do Banco da China em Macau disse que “há algumas décadas” que as empresas chinesas se aventuraram “sozinhas” em mercados como Portugal, Brasil e Angola.

Mas atualmente, “mesmo alguns grandes grupos domésticos”, preferem ir através de Macau, aproveitando “o conhecimento sobre os países de língua portuguesa” na cidade, defendeu Cai Chun Yan.

Na direção oposta, disse Sam Tou, países como Moçambique, Cabo Verde, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe estão “cada vez mais atentos” à ajuda que Macau lhes pode dar a identificar “oportunidades de desenvolvimento” na China.

O BNU abriu em 2017 uma sucursal em Hengqin (ilha da Montanha), adjacente a Macau, que pode ajudar o banco a aproveitar o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, disse o executivo.

Sam Tou disse que o BNU quer ter uma maior presença na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e está a ponderar abrir uma nova agência em Guangzhou ou Shenzhen.

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