Atelier que produz para a Louis Vuitton sobe 5,1% salários. Atepeli está a recrutar 300
No passado a Atepeli atingiu mil colaboradores nos três ateliers de marroquinaria em Ponte de Lima, Penafiel e Santa Maria da Feira.
A Atepeli aumentou este ano em 5,1% o salário mínimo de entrada, para 720 euros, e em 3% os trabalhadores em funções operacionais. O atelier, que produz componentes de marroquinaria para marcas de luxo como a Louis Vuitton, fechou no ano passado com mil colaboradores. Este ano quer recrutar 300 artesãos.
“Pretendemos integrar até ao final do ano mais 300 colaboradores distribuídos pelos três ateliers, das quais já preenchemos 25% até ao momento e como objetivo do primeiro trimestre”, revela Rui Moreira, general manager da Atepeli, à Pessoas. “Estas oportunidades destinam-se essencialmente a artesãos (operadores de produção). As demais estão relacionadas com as nossas áreas técnicas, nas quais se incluem perfis de engenharia, financeira, recursos humanos, por exemplo”, detalha o responsável.
Num momento em que se discute a escassez de talento para diversos setores da economia, a empresa, que no ano passado atingiu os mil colaboradores nos três ateliers — Ponte de Lima, Penafiel e Santa Maria da Feira –, tem vindo a adotar estratégias para ultrapassar a escassez de mão de obra, envolvendo-se com a comunidade local, quer seja através do contacto com instituições públicas e privadas — do IEFP, aos Gabinetes de Inserção Profissional, escolas básicas, secundárias e profissionais, universidades, passando pela câmara de comércio e indústria luso-francesa — quer em eventos de cariz lúdico e solidário promovidos por IPSS e outras entidades locais.
“Estas ações objetivam acima de tudo a visibilidade local, pretende-se dar a conhecer a Atepeli, a forma de estar no contexto de cada localização assim como a participação no crescimento e desenvolvimento de cada instituição que colaboramos ou realizamos projetos”, explica Rui Moreira.
“Quando vamos a uma universidade dar uma aula sobre um tema específico é uma oportunidade de participar no desenvolvimento de alunos e na relação ensino-mercado de trabalho, mas também uma partilha dos estágios que disponibilizamos e do resultado que podem obter ao participarem. As empresas de renome nacional ou de cariz tecnológico são à partida mais apetecíveis e atrativas para o início de carreira de profissionais, logo temos de promover o que fazemos e como fazemos para que seja possível a atração e procura dentro das nossas ofertas e no nosso setor de indústria“, concretiza.
A empresa investe ainda na formação. Só no ano passado realizaram mais de 50 mil horas, não só para a transmissão do saber técnico, como aulas de francês. “Há, em cada atelier, uma equipa de formadores dedicados responsáveis pela transmissão do savoir-faire e pelo acolhimento em chão de fábrica dos novos profissionais. Por outro lado, apostamos na formação das nossas chefias intermédias, através do programa Leadership Equation da Porto Business School, por exemplo”, destaca o general manager.
Salários sobem este ano
A companhia reforçou igualmente a comunicação interna, tendo criado um programa de referências com a atribuição de um prémio de 100 euros em cartão aos colaboradores e a abertura de oportunidades de carreira interna e exclusivas para os seus trabalhadores.
Os salários este ano também subiram. “Em 2022 salário base de entrada da Atepeli passou para os 720 euros — 15 euros acima do Salário Mínimo Nacional — tendo havido assim uma evolução de 5,11% face ao ano anterior, uma vez que que o salário mínimo da Atepeli já se encontrava nos 685 euros”, adianta Rui Moreira.
Além de esta revisão ao salário mínimo de entrada, no início deste ano a empresa aumentou “cerca de 3% todos os colaboradores em funções operacionais” e “ainda em janeiro procedemos ao aumento do subsídio de alimentação, em 1.30 euros dia, passando dos 4.70 euros para seis euros líquidos/dia e pagos em cartão”, enumera o general manager da Atepeli.
Já em fevereiro, decorrente do processo de avaliação de desempenho anual, a Atepeli realizou uma “revisão salarial por mérito (individual) tendo tido um impacto positivo e significativo na componente salarial“, adianta Rui Moreira, destacando que a companhia tem ainda implementado complemento adicional que premeia a assiduidade, aos quais estão associados seguros de saúde e de vida. “Anualmente, os nossos colaboradores têm um incremento salarial de 275 euros correspondente à sua assiduidade.”
Os seguros de vida e de saúde fazem parte do pilar “Physical Well-being” do atelier, reforçado com programas de bem-estar e ginástica laboral diária. “Promovemos também a cultura de espaços de trabalho seguros e limpos com ações internas de mobilização das equipas nessas atividades”, diz.
A nível do bem-estar e saúde mental, a empresa tem uma Linha de Apoio Psicológica. “Uma parceria com uma entidade externa especializada que nos dá suporte, para onde os nossos colaboradores podem recorrer quer por telefone quer por videoconsulta ou mesmo por chat. Permitindo assim todo o apoio e mantendo a confidencialidade, assegurando o acompanhamento médico de qualquer profissional que o solicite, trabalhamos assim a prevenção na área dos riscos psicossociais”, assegura Rui Moreira.
Pilar a que se junta o “Social Well-being”. “Promovemos e mobilizamos os colaboradores para diversas contribuições sociais, como recentemente uma caminhada pelo IPO, a doação de diversos bens que articulamos com entidades locais, doações de sangue dentro dos nossos ateliês, diversas comemorações com ações durante o dia de trabalho (Carnaval, Halloween, Natal, Árvore dos Desejos, Dia internacional da Mulher, Oferta de Castanhas no S Martinho, gelados no verão, e muitas mais associadas às diversas épocas no ano), ações que permitem criar um forte espírito de equipa e humanizar cada vez mais as relações sociais.”
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