Maioria absoluta não é “poder absoluto”, alerta Marcelo
Presidente deu posse ao novo Governo com 17 ministros e 38 secretários de Estado. Marcelo alertou Costa que maioria absoluta, “não há desculpas ou álibis para não fazer o que tem de ser feito".
O novo Executivo de António Costa toma posse esta quarta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, dois meses depois das legislativas de 30 de janeiro, que o PS venceu com maioria absoluta.
Um Governo com 17 ministros e 38 secretários de Estado é o mais paritário de sempre, e tem a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, como “número dois” na hierarquia governativa.
O Presidente da República fez um discurso cheio de recados ao Executivo, desde agir para proteger os “custos dos bens básicos”, a não ter desculpas para não agir tendo em conta a maioria absoluta. Mas maioria absoluta não é “poder absoluto” ou “ditadura da maioria”, frisou. Para o primeiro-ministro deixou ainda um alerta: “Não será politicamente fácil que esse rosto que venceu de forma incontestável e notável as eleições possa ser substituída por outra a meio do caminho”. Marcelo Rebelo de Sousa tenta assim travar a eventual tentação que António Costa possa ter de substituir Charles Michel enquanto presidente do Conselho Europeu, cujo mandato termina em novembro de 2024.
O primeiro-ministro reconheceu que a maioria absoluta do PS corresponde a responsabilidade absoluta de quem governa e que estabilidade não é sinónimo de imobilismo e prometeu diálogo político e social e solidariedade institucional com o Presidente da República. António Costa revelou que o programa de Governo vai ser aprovado quinta-feira em Conselho de Ministros. “Temos pronta a proposta de Orçamento do Estado para este ano, honrando os compromissos assumidos, como o aumento extraordinário de pensões com efeitos retroativos, a redução do IRS para a classe média ou o início da gratuitidade das creches”, disse Costa no seu discurso.
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