Simoldes investe 45 milhões em nova fábrica em Espanha

Grupo de Oliveira de Azeméis, que fatura mais de 800 milhões de euros e tem 6.500 trabalhadores, constrói terceira unidade de injeção de plásticos em Espanha para abastecer indústria automóvel.

A Simoldes vai construir uma nova fábrica em Espanha para fornecimento da indústria automóvel, com o grupo de Oliveira de Azeméis a prever um investimento total de 45 milhões de euros neste projeto industrial.

A instalar em Ólvega, na província de Sória, pertencente à comunidade de Castela e Leão, a primeira fase desta nova unidade fabril vai envolver um investimento de 20 milhões de euros e a criação de entre 150 e 200 postos de trabalho.

Esta nova unidade da Simoldes Plásticos — a empresa do grupo dedicada à injeção de peças em plástico, criada em 1981 e atualmente administrada por Domingos Pinto — vai abastecer componentes para fábricas de automóveis localizadas em Martorell (Barcelona), Pamplona e Saragoça.

Stellantis (Citroën, Peugeot, DSAutomobiles, Opel), aliança Renault Nissan Mitsubishi, Grupo VW (Volkswagen, Audi, Porsche, Seat, Škoda), BMW, Toyota, Scania e Mercedes-Benz são os principais clientes da Simoldes Plásticos, que fora do ramo automóvel fornece marcas como a Amtrol-Alfa, Dorel, Cotesi, DS Smith, Bodum ou Hexagon.

Com abertura prevista até 2024, esta será a terceira empresa do grupo nortenho no país vizinho e a 25ª a nível global. A multinacional fundada em 1959 por António da Silva Rodrigues, um dos homens mais ricos de Portugal, é também fabricante de moldes de injeção, exporta 95% da produção e tem presença direta em nove países.

António da Silva Rodrigues recebeu António Costa na fábrica da Simoldes em Oliveira de AzeméisJOSÉ COELHO/LUSA 29 Maio, 2015

Uma dezena de fábricas estão situadas em Portugal, onde emprega metade dos perto de 6.500 funcionários do grupo. Vai passar a ter três em Espanha, está neste momento a construir a segunda unidade na Polónia (na cidade de Zory, num investimento a rondar os 27 milhões de euros) e tem outras na França (2), Alemanha, República Checa (2), Marrocos, Brasil (3) e Argentina.

Nos planos do grupo oliveirense, que fatura mais de 800 milhões de euros por ano e tem o grosso das vendas assente na componente de injeção de plásticos, está ainda a expansão industrial da Simoldes Plásticos para outras três novas geografias — Roménia, México e Estados Unidos da América –, a completar num horizonte de três anos.

No caso da nova fábrica na localidade espanhola de Ólvega, a 120 quilómetros de Saragoça, a confirmação do investimento aconteceu “depois de oito anos de um trabalho demorado, muitas negociações e muito esforço de todas as partes, entre o investidor, a autarquia e a Junta de Castela e Leão”, como destacou o responsável regional com a pasta da Economia e da Competitividade, Carlos Martín Tobalina, citado pela imprensa local.

Depois de oito anos de um trabalho demorado, muitas negociações e muito esforço de todas as partes, podemos confirmar com satisfação que a Simoldes decidiu implantar esta unidade produtiva.

Carlos Martín Tobalina

Vice-ministro da Economia e Competitividade da Junta de Castela e Leão

Na sessão de apresentação do projeto, realizada em Espanha e onde estiveram presentes António da Silva Rodrigues e o filho Rui Paulo Rodrigues, vice-presidente do grupo português, também a autarca de Ólvega, Elia Jiménez, aludiu a “negociações que foram duras e prolongadas no tempo” e que envolveram “todos os instrumentos disponíveis e aplicáveis ​​a este tipo de investimento”, mas que “acabaram por dar os seus frutos”.

Com o objetivo de reforçar a aposta na inovação, no verão de 2021, a “private equity” C2 Capital Partners (ex-Capital Criativo) injetou cerca de 15 milhões de euros na Simoldes. A consultora Clearwater International avançou que esse investimento direcionado às divisões de ferramentas e de plásticos iria focar-se em “projetos de I&D para melhorar a posição do grupo no mercado mundial através de produtos inovadores e de maior valor acrescentado”.

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Estagflação é “certa no imediato”, mas controlo de preços não é a resposta, diz Teodora Cardoso

A ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas considera que é inevitável que a economia mundial entre em estagflação. Sobre Portugal, alerta para os desafios e desaconselha o controlo de preços.

Teodora Cardoso acredita que “não é apenas provável, mas certo no imediato” que a economia mundial vá viver um período de estagflação. Num duro artigo de opinião publicado esta segunda-feira no ECO sobre as políticas económicas adotadas em Portugal, em específico nos Governos de António Costa, a ex-presidente do Conselho das Finanças desaconselha o controlo de preços, pede medidas que protejam os mais vulneráveis e critica a retórica de “contas certas”.

Um período de estagflação da economia mundial, ou seja, de fraco crescimento económico em simultâneo com subida da inflação já não é apenas provável, mas certo no imediato“, afirma a economista, argumentando que “a escassez e o correspondente aumento do custo da energia, dos cereais e de matérias-primas essenciais tornam-no inevitável”. A culpa é da guerra e da pandemia, mas também das políticas “macroeconómicas expansionistas”, acrescenta, sugerindo que entende que a política orçamental e monetária foram além do necessário nas economias avançadas.

A ex-quadro do Banco de Portugal defende que foi dada uma preocupação constante à procura e “insuficiente atenção aos problemas da oferta”, nomeadamente tendo em conta o “impacto das novas tecnologias, ambiente, energia e mesmo da geopolítica”. Agora, para resolver a atual crise, exigem-se “enormes investimentos, tanto na área da defesa, como para responder aos problemas ambientais e para tirar partido da evolução tecnológica, cuidando simultaneamente de atenuar os seus impactos no domínio social, agora agravados pela escassez e carestia de bens essenciais”.

O ponto de partida dessa mudança consiste em reconhecer que não estamos perante uma crise da procura, mas sim da oferta, e que é desta que depende a capacidade de manter as políticas sociais que todos desejam”, considera Teodora Cardoso, pedindo aos agentes políticos que consigam usar o financiamento europeu — leia-se Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 — de forma “eficiente”, além de “evitar casos de corrupção”.

Ao mesmo tempo, a economista pede ao Governo que proteja “os mais vulneráveis dos efeitos da inflação, que incide sobre bens essenciais como a alimentação ou a energia”, até porque esta é “uma obrigação do Estado”. Já o controlo de preços é “uma medida a excluir”, aconselha, explicando que “fixar preços para controlar a inflação começa por ter o resultado perverso de não incentivar, nem do lado da procura, nem da oferta, a poupança e o uso mais eficiente de recursos escassos, exatamente o objetivo que é necessário promover”.

Um eventual controlo de preços — o Governo pondera fazê-lo nas margens dos combustíveis e no mercado ibérico da eletricidade em conjunto com Espanha — irá “prolongar a crise, em vez de resolvê-la”, alerta, recordando um episódio do passado em que se gerou dívida por causa da diferença entre o custo de produção e o preço de venda. “A solução que Portugal adotou em 2006 para o preço da eletricidade, com a designação ambígua de ‘défice tarifário’, correspondeu a atribuir essa dívida aos consumidores, daí derivando várias consequências perversas”, relembra.

Fora também das recomendações de Teodora Cardoso está a hipótese de as regras europeias continuaram a estar suspensas em 2023. “O apelo ao prolongamento da suspensão das regras orçamentais e à mutualização da dívida, no contexto de um vazio programático em todas essas áreas, apenas prenuncia o aprofundamento da estagnação, agora acompanhada de inflação, um termo que não merece qualquer referência no Programa do XXIII Governo Constitucional“, termina, não sem antes recordar que as receitas do Estado vão beneficiar “significativamente” da inflação.

Teodora Cardoso arrasa retórica das “contas certas”

É sem meias palavras que a ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas critica os Governos PS de António Costa, a começar por um dos trunfos eleitorais dos socialistas: as “contas certas”. A economista escreve que a falta de políticas para estimular a oferta cativou a capacidade de manter políticas sociais que, “em áreas como a saúde e a educação, evidenciam já os efeitos perversos de ignorar essa premissa, em função de uma opção de ‘contas certas’ que só não deve designar-se de contabilística porque tal seria ofensivo para o papel da contabilidade“.

Baseada num aumento de receitas cada vez menos preocupado com a sua transparência e impacto económico, e em cortes discricionários de despesa, geridos em função do (não) impacto mediático e da miopia dos mercados financeiros, as ‘contas certas’ cumpriram o objetivo de assegurar o acesso a fundos europeus”, começa por dizer, referindo-se ao cumprimento das regras europeias, o que deu boa fama a Portugal em termos internacionais. Porém, o modo como os fundos foram usados “tornou insignificante o seu contributo para a prosperidade da economia e para a sustentabilidade do Estado social”. A prova, acrescenta, é a ultrapassagem económica de países que também recebem apoios comunitários.

Esta evolução não pode explicar-se pelas habituais desculpas das crises internacionais ou das regras orçamentais europeias“, diz, argumentando que a explicação é o “facto de, à perda da taxa de câmbio como instrumento de regulação da competitividade, não terem correspondido, com a necessária pertinência e persistência, as medidas de política económica necessárias para a promover num ambiente internacional tornado muito mais exigente pela abertura ao comércio das economias da Ásia e do Leste Europeu”.

Após as críticas, Teodora Cardoso aponta o caminho do que considera serem as soluções: “Em Portugal, do que se trata é de desenhar e pôr em prática um conjunto coerente de reformas, devidamente programadas e sujeitas a prestação de contas (não só contabilística), que tenha em vista a competitividade e o crescimento da economia no novo enquadramento internacional, tecnológico e demográfico que o país enfrenta e a que não pode escapar“. O processo orçamental, a política fiscal e o papel atribuído à administração pública, mas também à justiça, à regulamentação do trabalho (incluindo o dos emigrantes e refugiados), à educação e à saúde são as áreas que devem ser reformadas.

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“Tão bonito quanto Seattle, mas é em Portugal”. Jeff Bezos passou a Páscoa em Portugal

  • ECO
  • 17 Abril 2022

Jeff Bezos e a namorada escolheram Portugal como destino para passar a Páscoa. O casal publicou várias fotografias no Instagram.

Lauren Sánchez, namorada de Jeff Bezos, fundador da Amazon e um dos homens mais ricos do mundo, partilhou várias vezes fotografias no Instagram onde é possível ver o casal a passear por várias zonas de Portugal.

“Quando finalmente chega o fim de semana e podes divertir-te e descobrir novas águas”, lê-se numa das publicações de Lauren Sánchez, onde partilha fotografias do casal em Portugal.

Uma utilizadora do Instagram questionou Sánchez se as fotografias eram de Seattle, nos Estados Unidos, tendo a jornalista respondido que “é tão bonito quanto Seattle, mas não, é em Portugal”.

Jeff Bezos foi ultrapassado este ano por Elon Musk como o homem mais rico do mundo, ocupando agora o segundo lugar com 171 mil milhões de dólares.

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Angolana ENSA desce lucro 64% no último ano antes da privatização

  • António Ferreira
  • 17 Abril 2022

Seguradora angolana cresceu 16% em volume bruto de prémios, beneficiou da redução de sinistros e continuou a reforçar capital próprio no ano em que falhou o calendário da 1ª fase de privatização.

ENSA, maior companhia no mercado angolano de seguros em volume de negócio, apresentou resultados relativos a 2021, anunciando “desempenho positivo na generalidade dos indicadores,” nomeadamente “aumento dos prémios brutos emitidos, redução dos sinistros e da taxa de sinistralidade, diminuição da despesa e aumento do ativo”.

A Ensa – Seguros de Angola SA fechou o último exercício com um resultado (antes de impostos) que ascendeu a 9,3 mil milhões de kwanzas (cerca de 14,6 milhões de euros ao câmbio de 31/12/2021). Depois dos impostos (cujo montante mais que decuplicou face ao exercício anterior), o lucro apurado cifrou-se em 6,32 mil milhões de kwanzas, em queda anual de 64%. Além de maior peso na parcela fiscal, o resultado reflete ainda agravamento significativo no resultado de resseguro cedido, custos que foram parcialmente compensados pela descida da taxa de sinistralidade.

Num ano em que também cedeu alguma quota de mercado (passando de 37% em 2020 para 34% em 2021), o volume de prémios brutos emitidos ascendeu a 97,77 mil milhões de kwanzas (cerca de 153,8 milhões de euros), um incremento de 16% comparativamente com a produção de seguro direto no anterior, mas a desacelerar face ao aumento de 33% reportado em 2020 (face a 2019).

Entre os ramos de maior significado operacional, seguros Saúde, Petroquímica, Acidentes de Trabalho e Automóvel representam 89,3% do total dos prémios brutos emitidos. Em variação anual, o seguro Petroquímica cresceu 12,5%: Saúde progrediu 14%, “mantendo o peso de 39% no total de prémios brutos,” enquanto Automóvel registou um “crescimento expressivo de 36,1%” e o seguro de Acidentes de Trabalho apresentou “um crescimento menor, mas mantendo o peso de 11% na estrutura dos prémios brutos emitidos.”

O desembolso em indemnizações ascendeu a 39,1 mil milhões de kwanzas, menos 15% do que em 2020, com declínio de aproximadamente 46% em petroquímica, descendo mais de 56% em Automóvel e a subir 68% em Saúde. O resultado técnico de seguro direto apurado foi de 54,9 mil milhões AOA (kwanza) contra 33,5 mil milhões em 2020.

A margem de solvência, agora calculada em 160%, recuou 55pp face aos 213% apresentados ano anterior, mas está “significantemente acima dos limites regulatórios,” refere a seguradora estatal angolana.

O ativo bruto da empresa totaliza 198,01 mil milhões de kwanzas, praticamente estabilizado face a 2020, enquanto o capital próprio aumentou 17%, para 44,83 mil milhões, reforçado em dobro (114%) nos últimos 2 anos. Esperando ainda por concretizar a primeira fase de privatização, que estava prevista ser no ano passado, a seguradora que se mantém sob controlo direto do Estado terminou 2021 com 552 colaboradores, contando com 28 agências (no canal direto) distribuídas pelas províncias do país, 102 parcerias; 118 mediadores, 30 corretores, um call center com 10 operadores.

Numa breve referência às perspetivas para 2022, o documento divulgado no website da companhia resume: “Mudança para a nova sede; Reformulação digital; Lançamento de novos produtos”.

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Swiss Re e Munich Re deverão suportar 1.000 milhões pelos danos da guerra na Ucrânia

  • ECO Seguros
  • 17 Abril 2022

Duas maiores no setor global de resseguro suportarão fatura individual a rondar 500 milhões de dólares em consequência da destruição causada pela guerra na Ucrânia, prevê o banco Jefferies.

Será 1 000 000 000 de dólares o custo aproximado a suportar pelas duas maiores companhias de resseguro por conta da guerra, segundo estima o banco de investimento Jefferies, com base na previsão de que a indústria de resseguro registará 5 mil milhões de dólares de impacto negativo da destruição causada pelo ataque da Rússia à Ucrânia.

Pesando os 10% de quota que a Swiss Re tem do negócio global do setor, a companhia suíça suportará cerca de 500 milhões da fatura em resseguro, podendo dispersar este montante pelas contas dos dois primeiros trimestres do ano, consideram os analistas do grupo financeiro nova-iorquino notando ainda que, aos custos da guerra, a resseguradora vai somar ainda contabilização de perdas pelos riscos das catástrofes naturais.

A estimativa para a companhia suíça difere pouco dos cálculos realizados pela mesma casa de investimento relativamente à fatura da concorrente Munich Re. De acordo com o site Insurance Day (Informa UK Ltd), que cita o exercício dos analistas da Jefferies, a guerra na Ucrânia, considerando as perdas incorridas (mas ainda não reportadas), custará aproximadamente 544 milhões de dólares à companhia alemã, um impacto provavelmente que será contabilizado nas contas deste 2º trimestre.

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Lionesa retoma expansão imobiliária de 100 milhões até ao mosteiro de Leça

Centro empresarial de Matosinhos duplica espaço até 2025. Projeto prevê construção de nova área de escritórios, ligação a zona verde e edifício de coliving com capacidade para 160 alojamentos.

O Lionesa Business Hub (LBH) vai avançar com o projeto de expansão para sul, fazendo a ligação entre o lote original da antiga fábrica de sedas e o Mosteiro de Leça do Balio, em Matosinhos. O projeto de expansão até aos 110 mil metros quadrados, que mais do que duplica a área atual, representa um investimento superior a 100 milhões de euros e prevê a construção de uma nova área de escritórios e também de um edifício de coliving.

Foi há quase cinco anos, em junho de 2017, na presença do então secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, que o centro empresarial nortenho apresentou um masterplan da autoria do arquiteto António Leitão Barbosa, que incluía um hotel ou a edificação de uma torre de 25 pisos. Após uma reformulação de conceitos, nomeadamente na parte residencial, o projeto está agora “em processo de concurso para avançar ainda este ano” e mantém o prazo de conclusão em 2025.

“Decidimos crescer aqui por várias razões: pela envolvente e pela escala, que faz com que tenhamos outra credibilidade e outro peso a nível internacional. O corredor central vai continuar até ao Mosteiro. Do lado direito vamos ter coliving e alguns edifícios de escritórios e de apoio, como restauração ou ginásios. E do lado esquerdo vamos ter um grande projeto paisagístico, que está a ser desenvolvido em conjunto com a reabilitação do Mosteiro pelos arquitetos Siza Vieira e Sidónio Pardal”, resume Eduarda Pinto, diretora geral do LBH.

O terreno já pertence desde 2016 à família do empresário Pedro Pinto, acionista única deste centro empresarial criado em 2002 para revitalizar o antigo espaço industrial da Lionesa, que faliu no final dos anos 1990. O parque de estacionamento que funciona naquele local vai passar a ser subterrâneo e os novos edifícios vão surgir por cima. “Não estamos a falar em construção de escala nem de altura. Pelo contrário, será tendencialmente baixa para ir ao encontro desta visão para o Mosteiro”, sublinha.

Terreno para expansão da Lionesa até ao Mosteiro de Leça do Balio, atualmente ocupado com estacionamento à superfície, pertence desde 2016 à família do empresário Pedro Pinto

“Ainda este ano queremos executar, pelo menos, metade das garagens. Estamos a falar em mais de 20 mil metros quadrados. Quando lançámos isto, pensámos em 2025 e esse é um prazo que está em cima da mesa. Mas mais do que o prazo, pretendemos consolidar o nosso conceito. Se para isso tivermos de sacrificar prazo, vamos sacrificar”, admite a gestora deste centro empresarial em que a FedEx vai instalar um centro de serviços partilhados com 700 pessoas.

Nova área residencial com 160 unidades

A nova área de escritórios vai contar com três infraestruturas distintas, concebidos por vários arquitetos a título individual, mas que estão “a trabalhar em conjunto porque, se um dia um inquilino quiser ocupar a área toda, os edifícios têm de ser capazes de conviver entre si”. “Tem de haver flexibilidade total porque todos os nossos espaços são customizados, tudo é feito em função do cliente”, esclarece Eduarda Pinto, notando que “cada vez mais o foco é captar as grandes empresas, embora as pequenas também sejam importantes e a diversidade é fundamental”.

Já o projeto de coliving, que deverá estar pronto em 2024, terá capacidade para 100 unidades de alojamento, com a possibilidade de ter ainda mais cerca de 60 apartamentos. Terá soluções para estadas de curta duração, como quartos ou estúdios, ou para estadas mais prolongadas, associando serviços como a lavandaria. A exploração desta componente residencial da futura Lionesa vai ser entregue a terceiros, estando a administração da Lionesa já a negociar com diferentes operadores.

Eduarda Pinto, diretora geral do Lionesa Business Hub

A opção pelo modelo de coliving é explicada com a “necessidade das empresas, que muitas vezes fecham o contrato de trabalho e oferecem residência ao colaborador”. Por outro lado, “quando implementam aqui uma nova operação, trazem sempre os expatriados e não é confortável estarem numa lógica de hotel, daí a ideia de ser um espaço em que possam estar numa residência com serviços associados e estar em comunidade”, completa a diretora geral.

Outro dos “propósitos” deste coliving é integrar um espaço de trabalho partilhado (coworking). Contando atualmente com uma comunidade de 7.000 pessoas, de 40 nacionalidades, este centro empresarial no concelho de Matosinhos, com perto de 125 empresas instaladas, é “cada vez mais procurado por pessoas individuais que querem estar integradas num ecossistema” deste género.

“Começa a ser um serviço que é fundamental termos. Por outro lado, muitas vezes quando as multinacionais vêm, pela primeira vez, para o país, gostam de começar por ocupar menos área, perceber como as coisas funcionam, ter meia dúzia de colaboradores pivô e depois começarem a crescer e a expandir. O coworking permite também gerir esse tipo de situações”, contrapõe Eduarda Pinto.

O tema do teletrabalho mata quando há a preocupação da retenção do talento. Cada vez mais, as empresas têm de estar próximas das pessoas e isso tem de ser feito de forma física.

Eduarda Pinto

Diretora geral do Lionesa Business Hub (LBH)

Na lista de tendências no mercado dos espaços de trabalho, a responsável da Lionesa coloca a existência de “cada vez mais espaços colaborativos e iniciativas que promovam o engagement e a passagem da cultura empresarial aos colaboradores”. Uma das apostas passa pelo desenvolvimento do conceito de business club, disponível para toda a comunidade, com o objetivo de estimular o network, a troca de experiências, os encontros pós-laborais e a realização de atividades, como eventos ou aulas de ioga e de surf.

E o teletrabalho não é uma ameaça para um negócio de acolhimento de empresas? “O tema do teletrabalho mata quando há a preocupação da retenção do talento. Quando vamos para casa trabalhar, tanto me faz trabalhar para A como para B, se é o mesmo tipo de trabalho que estou a desenvolver. Cada vez mais, as empresas têm de estar próximas das pessoas e isso tem de ser feito de forma física. De uma forma remota não é fácil passar muitas das coisas”, responde a diretora do LBH.

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UE vai oferecer um interrail pela Europa a 35 mil jovens. Saiba como se candidatar

  • ECO
  • 17 Abril 2022

Jovens com 18 anos podem candidatar-se a um interrail de um mês pela Europa, com viagens de comboio oferecidas pela Comissão Europeia. Candidaturas terminam a 21 de abril.

A Comissão Europeia está à procura de, pelo menos, 35 mil jovens com 18 anos para lhes oferecer um passe de interrail de até um mês pela Europa. O passe oferece viagens de comboio (preferencialmente) e descontos em várias atividades, transportes locais, alojamento e alimentação. As candidaturas estão abertas até ao dia 21 de abril e são feitas através do preenchimento de um formulário.

A iniciativa chama-se “DiscoverEU” e faz parte do programa Erasmus+. O objetivo é “oferecer aos jovens de 18 anos uma experiência de viagem que promova o sentimento de pertença à União Europeia, permitindo-lhes explorar a diversidade da Europa, o seu património cultural e histórico, conectar-se com pessoas de todo o continente e, finalmente, descobrir-se”, refere o site do programa.

Bruxelas vai, assim, oferecer passes de viagens para explorar a Europa entre 1 de julho de 2022 e 30 de junho de 2023 por um período máximo de um mês. “Os candidatos premiados viajarão, como regra básica, de comboio”, avisa a organização, contudo, “para garantir o acesso mais amplo possível, o projeto oferece meios de transporte alternativos como autocarros quando necessário”. “Em casos excecionais, e quando não houver outros meios de transporte disponíveis, serão permitidas viagens de avião”.

Os participantes escolhidos receberão ainda um cartão de descontos DiscoverEU, cuja validade será a mesma da viagem que pretendam fazer, e que vai oferecer “descontos para visitas e atividades de cultura, aprendizagem, natureza, desporto, transporte local, alojamento, alimentação, etc.”.

Para concorrer é preciso ter nascido entre 1 de julho de 2003 e 30 de junho de 2004. Para além disso, o candidato tem de ser cidadão ou residir legalmente num dos vários 27 Estados-membros da União Europeia ou em países terceiros associados ao programa Erasmus+. As informações podem ser consultadas aqui e a candidatura é feita através deste formulário.

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APS lança curso de Análise de Riscos no ramo Acidentes de Trabalho

  • ECO Seguros
  • 17 Abril 2022

Academia da APS abriu inscrições para profissionais de seguros e quadros de empresas. Conteúdo programático oferece conhecimentos e competências técnicas no âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho.

Para além da reparação e da reabilitação, também a prevenção dos acidentes de trabalho é cada vez mais uma preocupação das seguradoras e, também, necessidade de especialização pelos profissionais dos seguros e de quadros técnicos que, nas empresas e outras organizações, se ocupam da área de Saúde e Segurança no Trabalho.

Neste âmbito, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS), através da Academia Portuguesa de Seguros, preparou um Curso de especialização em “Análise de Riscos para o Ramo de Acidentes de Trabalho,” um programa intensivo que vai decorrer entre os dias 27 de abril e 29 de junho. A proposta formativa proporciona aos formandos conhecimentos e competências técnicas básicas no âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho, que lhes possibilitem a realização de análises de risco orientadas para o ramo de Acidentes de Trabalho. Entre outros objetivos, o curso pretende:

  • Explicar os conceitos base em matéria de segurança e saúde no trabalho;
  • Indicar os principais diplomas legais da segurança e saúde no trabalho e seguro de acidentes de trabalho;
  • Identificar os meios de proteção vitais para a mitigação de riscos exigidos pelas diferentes máquinas e equipamentos de trabalho, e a especial perigosidade de algumas máquinas como os equipamentos automotores de movimentação de cargas;
  • Diferenciar análise de riscos de avaliação de riscos;
  • Usar uma metodologia de análise riscos em acidentes de trabalho para o setor segurador;

Com base no conteúdo programático, os módulos que focam legislação e máquinas e equipamentos de trabalho são os que justificam maior número de horas letivas.

A especialização dirige-se sobretudo a colaboradores do setor segurador das áreas de subscrição, gestão de produto e sinistros de acidentes de trabalho; Técnicos Analistas de Riscos Industriais; e outros colaboradores do setor segurador que pretendem melhorar conhecimentos na análise de riscos de acidentes de trabalho. Também se podem candidatar Peritos Averiguadores de sinistros de Acidentes de Trabalho e quadros técnicos de empresas e/ou instituições cuja atividade profissional se relaciona com a Segurança e Saúde no Trabalho.

O curso é coordenado por Hélder Azevedo Ferreira, estando previstos workshops com a participação de vários oradores. A formação está planeada para se realizar em modo síncrono híbrido (sessões presenciais e sessões online), tem a duração de 70 horas (26 h presenciais e 44 horas online, via zoom) e irá decorrer usualmente à 3ª feira em horário pós-laboral (17.15h às 20.15h) e à 4ª feira em horário laboral (9.15h às 17.15h).

Inscrições e outras informações acessíveis aqui

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Portos da Madeira com 21 escalas e 11.556 passageiros na semana da Páscoa

  • Lusa
  • 17 Abril 2022

Porto do Funchal “tem estado todos os dias cheio nesta semana de Páscoa” e está "muito perto dos números de escalas de 2019".

Os portos do Funchal e do Porto Santo registaram 21 escalas de navios cruzeiros, 11.556 passageiros e 8.032 tripulantes entre o último domingo e este, anunciou a Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM).

Em comunicado, a APRAM salienta que o Porto do Funchal “tem estado todos os dias cheio nesta semana de Páscoa”, acrescentando que, “a este movimento, juntam-se também sete escalas de megaiates/veleiros com escala não só no Porto do Funchal como no Porto Santo e Caniçal”.

“Tem sido um período excelente para os nossos portos. Estamos muito perto dos números de escalas de 2019. A nível do movimento de passageiros, ainda não e vai levar mais algum tempo, certamente a situação irá mudando, conforme a pandemia for perdendo força”, afirma a presidente da APRAM.

Paula Cabaço refere também que muitos dos navios que têm visitado a região “são mais pequenos e isso, naturalmente, reflete-se no movimento global de passageiros”.

Nesta semana, passaram pelos Portos do Funchal e Porto Santo os navios “World Explorer”, “Europa 2”, “Club Med 2”, “AIDAnova”, “Scenic Eclipse” – uma estreia – “Le Champlain”, “Vasco da Gama”, “Norwegian Epic”, “Hanseatic Inspiration”, “Le Dumont D´Urville”, “Marella Explorer”, “Sea Cloud Spirit”, “World Voyager” e “Mein “Schiff 3”. Hoje, estão no Porto do Funchal o “Mein Schiff 4”, o “Seven Seas Voyager” e, novamente, o “Scenic Eclipse.”

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Falência da economia russa é uma “questão de tempo”, diz Von der Leyen

"Esta manhã, não conseguimos negociar um cessar-fogo nas rotas de evacuação", disse a vice-primeira-ministra ucraniana.

As autoridades ucranianas anunciaram este domingo a suspensão dos corredores humanitários no leste da Ucrânia para evacuação de civis por ausência de acordo com a Rússia para garantir a segurança das operações. “Esta manhã, não conseguimos negociar um cessar-fogo nas rotas de evacuação. É por isso que, infelizmente, não vamos abrir hoje os corredores humanitários”, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.

A situação é especialmente dramática em Mariupol, onde cerca de 100.000 habitantes permanecem retidos depois de várias centenas de civis terem sido retirados nos últimos dias. No sábado à noite, a Rússia pediu a rendição dos militares ucranianos que estão em Mariupol, exigindo que depusessem as armas a partir das 4h de Lisboa. Os russos garantiram que as vidas dos militares nesta cidade seriam poupadas.

O Presidente ucraniano instou o mundo a “preparar-se” para a eventual utilização pela Rússia das suas armas nucleares. “Não devemos esperar pelo momento em que a Rússia decida utilizar as suas armas nucleares. Devemos preparar-nos para isso”, declarou Volodymyr Zelensky em entrevista a meios de comunicação ucraniana.

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Coreia do Norte diz que testou novo sistema que aumentará eficácia de armas nucleares

  • Lusa
  • 17 Abril 2022

Kim Jong-un supervisionou o teste da nova arma tática que irá aumentar o poder de fogo da artilharia de longo alcance.

A Coreia do Norte testou um novo sistema de armamento que permitirá aumentar a eficácia das suas armas nucleares táticas, indicaram este sábado os media norte-coreanos estatais, sem especificar a data exata da operação.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, supervisionou o teste da nova arma tática que irá aumentar o poder de fogo da artilharia de longo alcance e irá melhorar “a eficiência operacional das armas nucleares táticas da RPDC (República Popular Democrática da Coreia) e a diversificação das (suas) missões de poder de fogo”, segundo avançou a agência de notícias KCNA.

O líder norte-coreano presidiu a uma marcha civil, em Pyongyang, na quinta-feira, para assinalar o 110.º aniversário do nascimento do avô e fundador do país, Kim Il-sung, segundo noticiaram os meios de comunicação estatais.

Vários observadores tinham previsto a realização de um grande desfile militar nesta data, numa altura de tensão crescente devido aos recentes testes de projéteis de Pyongyang, que pela primeira vez, desde 2017, lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM) em março, um gesto ao qual Washington respondeu com o envio de um porta-aviões para as águas ao largo da península, pela primeira vez em cinco anos.

Na segunda-feira, Estados Unidos e Coreia do Sul dão início às habituais manobras militares de primavera, momento de grande tensão entre os vizinhos da península coreana. Norte e Sul continuam tecnicamente em guerra, uma vez que a Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.

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Marine Le Pen acusada em relatório europeu de combate à fraude

  • Lusa
  • 17 Abril 2022

Candidata presidencial francesa e pessoas próximas dela são acusadas de ter desviado cerca de 600.000 euros de dinheiro público europeu durante os respetivos mandatos como eurodeputados.

A candidata presidencial francesa da extrema-direita Marine Le Pen e pessoas próximas dela são acusadas de ter desviado cerca de 600.000 euros de dinheiro público europeu durante os respetivos mandatos como eurodeputados.

A acusação provém do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), segundo um novo relatório divulgado no sábado pelo portal de informação francês Mediapart e enviado à justiça francesa. Questionado pela agência de notícias francesa AFP, o Ministério Público de Paris confirmou ter recebido a 11 de março este relatório, que está agora a ser analisado.

“Estou espantado com o momento escolhido para a revelação” e a sua “instrumentalização”, reagiu Rodolphe Bosselut, o advogado de Marine Le Pen, que se encontra em campanha para a segunda volta das eleições presidenciais em França, que se realizará a 24 de abril, e em que enfrentará o atual chefe de Estado, o centrista Emmanuel Macron.

Bosselut declarou-se também “consternado com a forma como o OLAF está a atuar, sem contraditório” e em relação a “factos antigos, com mais de dez anos” nalguns casos. Marine Le Pen “não foi intimada por qualquer autoridade judicial francesa”, acrescentou, lamentando ainda que nem ele nem a sua cliente tenham recebido o relatório final. A investigação do OLAF está em curso desde 2016 e Le Pen foi interrogada por correio em março de 2021.

O novo relatório do OLAF, do qual o Mediapart publicou excertos, diz respeito a ajudas que os grupos políticos podem utilizar no âmbito do seu mandato de deputados europeus e que Marine Le Pen e pessoas próximas dela terão utilizado para fins políticos nacionais, despesas pessoais e subsídios a empresas próximas do seu partido, então chamado Frente Nacional (FN, atualmente União Nacional), e do grupo parlamentar de extrema-direita Europa das Nações e das Liberdades (ENL).

O OLAF implica Marine Le Pen, outros três ex-eurodeputados franceses — o seu pai, Jean-Marie Le Pen, o seu antigo companheiro, Louis Aliot, e Bruno Gollnisch, membro do secretariado nacional da FN — e o ENL. O organismo acusa-os de terem desviado cerca de 600.000 euros, cujo reembolso pretende que seja feito. Segundo o relatório, a candidata da Frente Nacional terá pessoalmente desviado cerca de 137.000 euros de dinheiro público do Parlamento de Estrasburgo quando foi eurodeputada, entre 2004 e 2017.

Desde junho de 2017, Marine Le Pen é também perseguida judicialmente no âmbito do inquérito em curso em Paris sobre suspeitas de criar empregos fictícios no Parlamento Europeu para assistentes do partido. Neste momento, está, portanto, indiciada por “desvio de fundos públicos” e “cumplicidade” no crime em causa neste inquérito.

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