Consumo de eletricidade cresce 7,1% em abril, mais de metade com origem renovável
O consumo de eletricidade cresceu 7,1% em abril, em termos homólogos, com a energia renovável a abastecer mais de metade do consumo. Produtividade hidroelétrica continuou muito abaixo do normal.
O consumo de eletricidade em abril cresceu 7,1% face ao mesmo mês de 2021, com mais de metade do abastecimento a ter origem em energia renovável (54%). A não renovável correspondeu a 27% da produção, enquanto os restantes 19% foram abastecidos por energia importada, mostra o último balanço da REN. Corrigindo os efeitos da temperatura e do número de dias, o consumo subiu, ainda assim, 5,5%.
A empresa sublinha que, no mês passado, “manteve-se um regime hidroelétrico seco”. As afluências foram menos de metade “dos valores normais para esta altura do ano”, nomeadamente um índice de 0,49, que compara com a média histórica de 1. Aliás, ainda está em vigor a suspensão imposta pelo anterior Governo à geração elétrica em cinco barragens, em 1 de fevereiro, numa altura em que os níveis baixos de água nas albufeiras começaram a suscitar preocupação.
Pelo contrário, os regimes nas eólicas e fotovoltaicas “foram mais favoráveis”, aponta a REN, ambos ligeiramente acima da média histórica.
Analisando o período de janeiro a abril, o consumo de energia elétrica em Portugal cresceu 2,6% em termos homólogos, ou 3,2% com correção da temperatura e dias úteis. Nestes quatro meses, o índice de produtividade hidroelétrica foi de 0,34, que compara com a média histórica de 1. A produtividade eólica cifrou-se em 0,96, enquanto a solar foi de 1,06, ambas também com médias históricas iguais a 1.
De acordo com a REN, nestes quadrimestre, a produção renovável abasteceu metade do consumo de eletricidade em Portugal, repartida em 28% de eólica, 12% de hidroelétrica, 6% de biomassa e 4% de fotovoltaica. A REN destaca que, apesar de esta última ainda ser “a tecnologia menos representativa”, continua a apresentar “crescimentos muito elevados”, de 73% face ao mesmo período de 2021, com pontas diárias acima dos 1.200 MW (megawatts).
Neste período, o gás natural abasteceu 30% do consumo e os restantes 20% corresponderam ao “saldo importador”, regista a REN.
Analisando o mercado de gás natural, o abastecimento em abril foi praticamente todo assegurado pelo terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Sines. Em concreto, atracaram no país seis navios metaneiros, que transportaram 5.041 GWh (gigawatts-hora) de energia. Quase 56% deste valor teve origem em importações da Nigéria, enquanto perto de 44% teve origem nos EUA.
Não atracou nenhum navio com origem na Rússia, de acordo com dados recolhidos pelo ECO no data hub da REN.
Balanço do terminal de GNL (entradas):
Segundo a empresa, “no mercado de gás natural, registou-se em abril uma contração homóloga de 19%, com recuos tanto no segmento convencional (menos 21%), em linha com o que se tem verificado nos meses anteriores, como no segmento de produção de energia elétrica (menos 16%), neste último caso contrariando a tendência dos últimos meses”.
Mantiveram-se as exportações através da interligação com Espanha em abril, “que representaram este mês cerca de 8% do consumo nacional”, frisa a companhia.
Entre janeiro e abril, o consumo de gás natural acumulado caiu 0,5%. O crescimento de 66% no segmento de produção elétrica não foi suficiente para compensar o recuo de 23% no segmento convencional.
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