BE avança com propostas para combater inflação e quer taxar lucros extraordinários
Bloquistas acusam Governo de quebrar promessas de aumento de rendimentos ao longo de 2022 (e de 2023 se não mudar) e de diminuir o peso dos salários no PIB.
O BE vai propor no Orçamento do Estado para 2022 a tributação de lucros extraordinários, a redução do IVA da eletricidade e a atualização dos salários à inflação, acusando o Governo de ter quebrado as suas “duas grandes promessas”.
“Há um conjunto de propostas alternativas que podemos concretizar já no OE2022, nomeadamente a tributação de lucros extraordinários, a redução do IVA da eletricidade, a questão do preço dos transportes públicos, assim como a atualização de salários e rendimentos em linha com a inflação. Estas medidas serão apresentadas no Orçamento do Estado pelo BE”, anunciou a deputada Mariana Mortágua.
Em conferência de imprensa, na sede do partido em Lisboa, a deputada do BE Mariana Mortágua apresentou um relatório técnico elaborado pelo partido que pretende “desmontar os argumentos do Governo sobre a inflação”, acusando o executivo liderado por António Costa de escolher “impor uma perda salarial ao trabalho para não fazer uma atualização de salários”.
Criticando as “medidas paliativas” avançadas pelo Governo para fazer face à inflação uma vez que estas não evitam “a perda permanente do poder de compra dos portugueses” nem tocam no preço da energia, Mariana Mortágua propôs um conjunto de medidas alternativas, algumas das quais o partido vai apresentar na especialidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
De acordo com as contas apresentadas pelos bloquistas, e com uma inflação de 4%, “se toda a economia se comportasse como o Governo, com aumentos salários de 0,9% e uma produtividade de 3,5%, os salários desceriam no PIB 6,6%”.
“Estamos perante a quebra das duas grandes promessas que o Governo fez: os rendimentos não vão aumentar ao longo de 2022 (nem de 2023 se a situação se mantiver) e o peso dos salários do PIB vai ser reduzido”, acusou.
Na análise da deputada do BE, o “Governo encontrou um argumento que é dizer que se aumentasse os salários iria aumentar mais a inflação e as pessoas ficariam pior”.
“Este argumento é falso, este argumento serve um propósito: o Governo não quer atualizar os salários à inflação porque se o fizesse perdia uma parte da redução extraordinária do défice que vai além das metas inicialmente previstas e não é esse o objetivo do Governo”, condenou.
Mariana Mortágua criticou ainda o Governo por ter escolhido “recuar na promessa que tinha feito” já que “o peso dos salários no PIB vai descer”.
“Aquilo que nós procurámos demonstrar aqui é que as causas da inflação na energia. seria de esperar que se o Governo está tão determinado em controlar os preços fosse tão disciplinado e tão duro a controlar os preços da energia como é a conter os salários. mas não é isso que vemos”, sintetizou.
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