Indústria da Moda vai duplicar investimento em tecnologia até 2030
Estudo indica ainda que os 50 maiores investimentos em tecnologia relacionados com a indústria da moda cresceram 66% em 2021 face a 2019, totalizando os 16,2 mil milhões de dólares.
Se no ano passado, o investimento em tecnologia das empresas ligadas à indústria da moda representava entre 1,6% e 1,8% das vendas totais, até 2030 estas empresas tencionam duplicar o investimento para entre entre 3% e 3,5% do seu volume de negócios, de acordo com o relatório “The State of Fashion: Technology”, divulgado pelo The Business of Fashion (BoF) e pela consultora McKinsey & Company.
“No ano passado, as empresas de moda investiram entre 1,6% e 1,8% das suas receitas em tecnologia. Estamos convencidos de que, até 2030, esse número aumentará para entre 3% e 3,5%”, adianta Carlos Sánchez, sócio da consultora norte-americana, citado em comunicado, acrescentando que este reforço do investimento ajudará “as marcas a criar uma vantagem competitiva em atividades de contacto direto com o cliente”, bem como nas operações e a resolver questões de sustentabilidade”.
Segundo o relatório, no ano passado os 50 maiores investimentos em tecnologia relacionados com a indústria da moda cresceram 66% em 2021 face ao valor pré-pandemia, isto é, em 2019, totalizando os 16,2 mil milhões de dólares (cerca de 15,15 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual). O comércio online, que ganhou um novo folgo devido à pandemia e na sequência dos lockdowns, foi um dos mais beneficiados, tendo recebido cerca do 55% do investimento total.
Quanto ao montante restante “correspondeu, em grande parte, a tecnologias de pagamento – incluindo empresas compre agora, pague mais tarde –, comércio social e revenda, seguidas por empresas de cadeia de fornecimento e logística e as que trabalham em NFTs ou tecnologias como realidade virtual”, lê-se.
Apesar de ainda haver poucas marcas a investir em tecnologia, o estudo conclui que entre as que investem têm obtido resultados promissores. Entre as empresas que estão já a incorporar tecnologias de inteligência artificial (IA), por forma a melhorar a eficiência do negócio e a relação com os clientes, estima-se que “poderão obter um aumento potencial cumulativo de 118% no cash flow até 2030“. Já para as empresas que estão ainda no início, “a implementação de iniciativas impulsionadas pela IA até 2030 poderá gerar um aumento de 13% no cash flow” na próxima década.
Da fast fashion ao segmento de luxo, investimentos e avanços tecnológicos estão a ter impacto em todos os segmentos da indústria da moda, embora de formas diferentes. No segmento de luxo, por exemplo, 80% das vendas “são influenciadas por pontos de contacto digitais, os serviços pessoais e presenciais permanecem no centro da experiência de compra” e as apps e outras ferramentas semelhantes estão tornar-se parte integrante da interação com as marcas, segundo este estudo.
Pandemia acelerou compras online e interação com as marcas
O engagement dos consumidores digitais aumentou drasticamente durante a pandemia, com os consumidores a passarem mais tempo online, terem sido criados novos hábitos de consumo e um crescente interesse em jogos e mundos virtuais. Em 2021, os consumidores passaram, em média, menos de quatro horas no telefone, o que inclui cerca de duas horas e meia em redes sociais. Entre os consumidores de moda que começaram a comprar online, quase metade (48%) justificaram esta mudança dos hábitos de consumo devido às restrições aplicadas no âmbito da pandemia, 27% disseram que foi por “conveniência” e 11% mencionaram a disponibilidade e as promoções dos artigos online.
A par da mudança nos hábitos de consumo, a Covid também deu um novo folgo à comunicação entre as marcas e os clientes, com 72% dos inquiridos a relatarem que interagiram com as marcas online em 2021. O estudo da BoF e da McKinsey, antecipa ainda que este ano a interação digital deverá estabilizar nos 66%, na sequência da retirada de medidas restritivas em vários países.
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