Hotéis na Madeira, Açores e Algarve esperam superar receitas de 2019 no verão
Hotelaria está com taxas de ocupação entre os 40% e os 59% para o verão. Setor espera superar números de 2019 nas ilhas e no Algarve.
A hotelaria está com boas perspetivas para o verão. O setor está com taxas de ocupação entre os 40% e os 59% para os meses mais quentes do ano, sobretudo nos hotéis localizados nas ilhas e no Algarve. O inquérito mais recente feito pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) indica que o mercado nacional vai continuar a liderar, seguido do espanhol e do francês. Para a totalidade do ano, a maioria dos players do setor acredita que será possível no final de 2022 ou início de 2023 alcançar os números registados em 2019, naquele que foi um ano recorde para o turismo nacional.
Num verão que será marcado por reservas last minute, ou seja, em cima da hora, e ainda com possibilidade de cancelamento, o setor hoteleiro aponta para taxas de ocupação entre os 40% e os 59% em julho, mas também em agosto e setembro.
Ainda assim, o Centro é a região “que tem perspetivas menos otimistas em termos de reservas”, explicou a CEO da AHP, Cristina Siza Vieira, esta segunda-feira, numa apresentação aos jornalistas. “Atingiremos os resultados de 2019, com exceção do Centro, que estima que a taxa de ocupação em 2022 seja pior do que em 2019, ainda que igual à de 2021”, notou a responsável.
Em termos de nacionalidades, os portugueses continuam a ter um papel de peso e a marcar presença no top 3 para 80% dos inquiridos pela AHP. Atrás aparecem os turistas espanhóis e franceses, deixando o Reino Unido fora do top 3.
Quanto ao preço médio, “embora a média nacional face a 2019 seja o mesmo preço médio, nos Açores, Madeira, Algarve e Alentejo vamos suplantar o preço médio de 2019“, disse Cristina Siza Vieira, ressalvando que o Centro vai igualar o preço médio de 2019. “O que se sacrificou mais na pandemia não foi tanto o preço médio. Houve uma maior quebra na taxa de ocupação do que no preço médio”, explicou a responsável.
Relativamente às receitas, “sem grandes surpresas”, a associação espera “igualar as receitas alcançadas em 2019”, com a Madeira, os Açores e o Algarve com uma “expectativa de superarem as receitas médias de 2019”, indicam os dados da AHP. “Face a 2021, a única região que se destaca pela negativa é o Centro”, notou a CEO.
Páscoa com taxas de ocupação superiores a 81%
Os dados da Páscoa já estão fechados e o inquérito da AHP revela que a taxa de ocupação média entre 11 e 18 de abril se fixou entre os 81% e os 90% a nível nacional, sendo ainda mais elevada (91% a 100%) na região da Madeira, Lisboa, Algarve e Norte. O Centro foi a região estrela na Páscoa e a Madeira “foi a campeã em termos de taxa de ocupação”, disse Cristina Siza Vieira.
Naquele período, o preço médio nacional ficou entre os 121 euros e 140 euros, enquanto Lisboa, Algarve e Alentejo tiveram um preço médio superior. A estada média fixou-se em 2,6 noites, sendo superior nos Açores, Madeira e Algarve. Para 82% dos inquiridos, o mercado nacional foi o principal mercado emissor, seguido pelo mercado espanhol.
“Relativamente a 2019, já atingimos uma taxa de ocupação igual no mesmo período em 2019”, disse a CEO da associação. “O preço médio por quarto foi melhor, mas não muito melhor do que em 2021. Relativamente a 2019, atingimos o preço médio por quarto que tínhamos atingido em 2019″, notou.
Retoma deverá acontecer no final de 2022 ou início de 2023
Se em 2020 apenas 1% dos inquiridos da AHP acreditava que a retoma (isto é, o regresso aos números de 2019) ia acontecer no segundo semestre de 2021, em 2021 já se contavam 36% dos inquiridos que acreditavam num retomar da atividade apenas no segundo semestre de 2022.
Neste inquérito, 47% dos inquiridos apontam para o mesmo. “O grosso (…) considera que no segundo semestre de 2022 conseguiremos recuperar o ano de 2019”, disse Cristina Siza Vieira, durante a apresentação.
O inquérito da AHP revela ainda que a subida da inflação e a escassez de mão-de-obra são os principais fatores apontados como constrangimentos pelo setor. A isto soma-se a instabilidade geopolítica, isto é, a guerra na Ucrânia.
(Notícia atualizada às 16h28 com mais informação)
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