Situação de seca extrema no país vai piorar em junho
Depois de em maio ter sido alertado que 97% do território estava em situação de seca severa, o IPMA revela que se vai verificar um "aumento da área em seca extrema" em de junho.
As temperaturas em território nacional já começam a dar sinais da chegada do verão. Isto, numa altura em que os fracos sinais de precipitação em Portugal durante o mês de junho deverão contribuir para o aumento das áreas em situação de seca extrema.
Ao ECO/Capital Verde, o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA), a propósito do Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação, revela que as previsões para o mês de junho sugerem “valores de precipitação inferiores ao normal pelo que é expectável, no final do mês, um agravamento da intensidade da seca meteorológica em todo o território”.
Na mesma nota, a entidade frisa que se vai verificar “um aumento da área em seca extrema”, isto depois do índice meteorológico de seca (PDSI) ter revelado que, em maio, 97% do território encontrava-se em situação de “seca severa”, 1,5% em seca moderada e 1,4% em seca extrema. No final de abril, 8,5% de Portugal Continental estava em seca fraca e 4,3% em seca severa. Na altura, não se registavam áreas em seca extrema.
Questionado sobre se esses períodos serão semelhantes àquele assistido no início do ano, altura em que todo o território nacional se encontrava em estado de seca agravada, o IPMA considera ser “prematuro” fazer essa comparação, sendo que tal só será possível ser feito quando o atual período de seca meteorológica terminar.
Ainda que Portugal se encontre, atualmente, numa situação vulnerável, o IPMA recorda que, para já, o período de seca mais intenso, e com maior abrangência no território do continente, ocorreu entre 2004 e 2005, tendo sido registado durante 9 meses consecutivos, situações de “seca severa e/ou extrema”.
Atendendo ao aumento das temperaturas, que coincidem com a aproximação do período dos incêndios, o IPMA aponta as regiões do interior Norte-Centro como as mais vulneráveis, uma vez que as últimas previsões indicam uma “anomalia positiva para o valor médio mensal da temperatura do ar” que poderá alcançar valores de 2 graus centígrados (°C).
“O aumento do calor nos meses de julho e agosto faz agravar o perigo de incêndio rural de uma forma geral, mas existem oscilações no estado do tempo ao longo desses meses que fazem igualmente oscilar os valores dos índices meteorológicos de incêndio”, explica a entidade.
Onda de calor
Os satélites do sistema europeu de vigilância Copernicus, detetaram que Espanha e França vão ser os principais países afetados pela onda de calor que tem atravessado a Europa Ocidental, com origem num sistema de baixas pressões entre as ilhas dos Açores e da Madeira, que tem empurrado o ar quente para esta região. Segundo a Agência Estatal de Meteorologia espanhola (AEMet), desde 1981 que não existiam registos de temperaturas tão elevadas tão cedo no ano, e é apenas a terceira vez que se verificam estas ondas de calor antecipado que marcam o começo do verão entre 20 a 40 dias mais cedo do que há 50 anos.
No passado dia 15 de junho, a Copernicus alertava que estava em curso “o segundo evento de calor extremo do ano (…) na Europa Ocidental, com temperaturas que atingem valores que normalmente não são registados até julho ou agosto”, pintando, a vermelho, um mapa onde se verifica França, Espanha e também parte de Portugal. O alerta notava ainda que “foram quebrados recordes meteorológicos em França e Espanha: para esta última, as temperaturas do início de junho foram as mais quentes registadas nos últimos 20 anos”.
Ao ECO/Capital Verde, o IPMA esclarece que estes eventos não são anormais em Portugal, referindo a título de exemplo que em junho de 2017 foi o “mês no qual foi registado uma onda de calor com intensidade e magnitude elevada”.
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