Alemanha regressa à austeridade em 2023 e fala em “sinal para BCE”
Ministro das Finanças alemão anuncia medidas de redução do défice com diminuição de 1,5% de pessoal e cortes nos orçamentos de sete ministérios; defende ser “um sinal para o Banco Central Europeu".
O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, deu esta sexta-feira conta dos planos do país para o regresso à austeridade em 2023, com a redução da dívida, afirmando ainda que isto é “um sinal para o Banco Central Europeu” (BCE).
Segundo o governante, citado pela Efe, na apresentação de uma primeira versão do orçamento da Alemanha para 2023, este é “um sinal para o BCE”, referiu. “Queremos que este orçamento envie uma mensagem e que seja esse o nosso contributo para a luta contra a inflação, com a redução da dívida”, destacou, sublinhando que “o BCE deve fazer o que considerar apropriado”.
Os planos da Alemanha para 2023 contemplam o cumprimento do chamado “travão da dívida” pela primeira vez desde 2019. O travão da dívida, que está na Constituição alemã, exige que em tempos de normalidade económica o défice não exceda 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB). “Este Governo tem a ambição de voltar ao travão da dívida. Isto é algo que requer um grande esforço”, indicou o ministro.
De acordo com a Efe, para isso, é necessário passar de um défice de 140.000 milhões de euros previsto para 2022 para um défice de 17.200 milhões de euros em 2023.
Lindner salientou ainda que, além da necessidade de cumprir uma norma constitucional, existem razões económicas para voltar à austeridade, como o aumento dos juros.
“O aumento das taxas de juro é um sinal claro dos mercados que não pode continuar como nos últimos anos. Não podemos continuar a permitir-nos dívidas elevadas. As dívidas de hoje são os aumentos de impostos de amanhã”, disse. “As dívidas também geram inflação e não quero gerar mais inflação”, realçou.
Entre as medidas previstas para a redução do défice estão uma diminuição de pessoal de 1,5% e cortes nos orçamentos de sete ministérios. Ainda assim, Lindner descartou possíveis aumentos de impostos, alegando que seriam “uma sabotagem da recuperação económica”.
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