Alemanha reduz iluminação pública e raciona água quente face à crise energética
Os municípios da Alemanha estão a colocar em prática medidas como reduzir a intensidade da iluminação pública e racionar água quente para poupar gás para o inverno.
Depois de a Rússia ter reduzido drasticamente o fornecimento de gás natural à Europa no mês passado, gerando escassez e fazendo aumentar os preços, a Alemanha está a racionar água quente, a diminuir a intensidade da iluminação pública e a encher piscinas com água mais fria à medida que o impacto da crise energética começa a espalhar-se da indústria para escritórios, centros de lazer e habitações, noticia o Financial Times.
Este cenário mergulhou a maior economia europeia na sua pior crise energética desde o choque dos preços do petróleo em 1973, com os importadores de gás e os serviços públicos a lutar pela sobrevivência enquanto as faturas dos consumidores estão a subir.
“A situação é mais do que dramática”, disse Axel Gedaschko, chefe da federação de empresas de habitação alemãs, ao jornal britânico. “A paz social da Alemanha está em grande perigo“, acrescentou.
A crise energética no país pode agravar-se ainda mais face ao encerramento do Nord Stream 1. Moscovo vai fechar o principal gasoduto para a Alemanha a partir de segunda-feira, alegando uma manutenção programada de dez dias, mas em Berlim receia-se que o gás nunca mais volte a fluir.
Ainda em junho, a Alemanha ativou a segunda fase do seu plano de emergência de gás, que passa pela reativação das centrais térmicas a carvão e uma monitorização mais apertada do mercado. Ao tomar este passo crucial para o racionamento de gás, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, alertou que “a situação está tensa” e não pode “garantir que não irá piorar”.
“De agora em diante, o gás é um recurso escasso (…). Os preços já estão elevados e devemos preparar-nos para mais aumentos. Isto terá um efeito na produção industrial e pesará bastante nos consumidores”, reforçou o governante.
O racionamento de água quente, a diminuição da temperatura de aquecimento central das habitações, entre outras medidas, poderão tornar-se rotina nas próximas semanas. Helmut Dedy, chefe da Associação Alemã de Vilas e Cidades, disse que “toda a sociedade” deve agora reduzir o seu consumo de energia, poupando no verão para terem “apartamentos quentes no inverno”.
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