Há “um aumento desmesurado dos custos de tudo”, diz Rui Miguel Nabeiro. Custos energéticos do grupo sobem 800%
Rui Miguel Nabeiro diz que a subida dos custos energéticos na empresa é de 800%.
O presidente executivo (CEO) do grupo Nabeiro – Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro, afirmou esta terça-feira que se sente “um aumento desmesurado dos custos de tudo”, sendo que na empresa a subida dos custos energéticos é de 800%. Rui Miguel Nabeiro falava com os jornalistas à margem do lançamento da nova máquina da Delta Q desenhada pelo francês Philippe Starck, que decorreu no Capitólio, em Lisboa.
Questionado sobre o impacto do aumento dos custos no consumo, o gestor salientou que para já o grupo não está a sentir abrandamento. “Nós, do ponto de vista do consumo, não estamos a sentir esse abrandamento, acho que hoje ainda não se sente um abrandamento económico“, afirmou Rui Miguel Nabeiro. Mas “o que se sente é um aumento desmesurado dos custos de tudo, só para terem a noção, os custos energéticos para nós aumentaram em 800%”, prosseguiu o presidente executivo, afirmando que “isto não é muito fácil de acomodar” naquilo que são margens do grupo.
“Seguramente vamos ter o melhor ano de sempre de vendas, mas isso não vai significar de modo algum que vai ser o melhor ano de sempre de resultados, longe disso, recuperamos para resultados positivos seguramente este ano, depois de dois anos com resultados negativos”, acrescentou. No entanto, “é um caminho difícil porque não é possível passar para o consumidor a totalidade dos aumentos de preços que estamos a sofrer e infelizmente não sentimos esse aumento de preços a abrandar hoje, nem dos custos energéticos”, considerou.
Aliás, “não se espera que os custos energéticos vão baixar de todo”, pois “com a chegada do inverno e o tema da guerra espera-se um agravar dessa mesma situação”, referiu Rui Miguel Nabeiro. Portanto, “diria que temos de estar cautelosos com a forma como vamos fazendo negócios, do ponto de vista do consumo não sentimos ainda abrandamento mas temo que não fique assim, porque os preços estão a aumentar e as pessoas não estão a ganhar mais, esta é uma matemática muito simples de fazer”, sublinhou.
Agora, “vamos ver quais são as medidas que vêm para ajudar a ultrapassar este momento difícil para as famílias [pois] se as pessoas não tiverem com o que viver não têm como gastar”, referiu. Questionado sobre que as medidas que gostaria de ver aplicadas, o gestor escusou-se a comentar o tema. Atualmente, o grupo trabalha 17 categorias diferentes: “Hoje já não temos só marcas de café, temos marcas em bebidas e também em comidas“.
Uma das apostas do grupo é a salicórnia, “uma aposta muito séria com os nossos parceiros de Aveiro e na agricultura de Aveiro de salicórnia”, uma “alternativa saudável ao sal” onde o grupo também se quer posicionar. Além de Portugal, o grupo está presente em Espanha, França, Luxemburgo, Suíça, Angola, Brasil e China, onde opera diretamente. No total, são 35 países onde vendem além daqueles.
Na Polónia, onde está em parceria com a Jerónimo Martins, Rui Miguel Nabeiro disse acreditar que no próximo ano ser o maior para onde exportam além daqueles onde estão presentes. O grupo conta atualmente com cerca 3.800 colaboradores, “em crescimento numa época complexa como esta”, rematou.
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