Provedora de Justiça rejeita que criação de base de dados para fins criminais seja “inviável”

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

A Provedora de Justiça refutou a ideia de que a jurisprudência europeia impossibilita a constituição de uma base de dados para efeitos de investigação criminal.

A Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, refutou esta quarta-feira a ideia de que a jurisprudência europeia impossibilita a constituição de uma base de dados para efeitos de investigação criminal, defendendo que essa solução nunca foi considerada “impossível”.

“Não há nada que nos diga (…) que a opção por uma imposição legal de conservação de dados para efeitos de investigação criminal esteja arredada”, afirmou Maria Lúcia Amaral durante uma audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias, no âmbito do grupo de trabalho sobre metadados.

A Provedora de Justiça abordava a proposta de lei sobre metadados apresentada pelo Governo, que prevê a utilização das bases de dados de faturação das operadoras para fins de investigação criminal, uma vez que, segundo o diploma proposto pelo executivo, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) impossibilita a “conservação de dados com o único intuito de investigar, detetar e reprimir a comissão de crimes”.

Para Maria Lúcia Amaral, “não é de maneira nenhuma isso que se retira de toda a discussão que tem havido no espaço jurídico europeu”.

“Dizer que esta jurisprudência implicou o seguinte: ‘é impossível constituir uma base de dados só para efeitos de investigação criminal’, isto não é verdade. Não é impossível, o Tribunal não disse que era impossível”, sublinhou.

Maria Lúcia Amaral defendeu que a criação de uma base de dados unicamente para fins de investigação criminal não é “inviável” e a “prova de que não é assim é que o diálogo com o TJUE continua a fazer-se e o TJUE continua a definir critérios”. “Se fosse inviável, esse diálogo já tinha acabado”, vincou.

Relembrando o processo que levou a que a própria tivesse enviado a chamada “Lei dos Metadados” ao Tribunal Constitucional em 2019, requerendo a sua inconstitucionalidade – o que acabou por acontecer em maio deste ano –, Maria Lúcia Amaral sublinhou que a legislação em vigor era contrária ao determinado por um acórdão do TJUE.

O acórdão em questão, segundo Maria Lúcia Amaral, determinava que era desproporcionada a conservação de dados “generalizadamente e indiferenciadamente, sem nenhum critério de seleção, pondo toda uma população de um certo território sob vigilância”.

A Provedora de Justiça defendeu assim que a “Lei dos Metadados” falhava precisamente neste ponto, por prever a conservação indiscriminada de dados durante um ano para fins de investigação criminal, e reiterou que o recurso aos metadados não pode ser usado como “moeda corrente”.

“O que a mim me parece que, de todo o caso, nós não podemos fazer e não devemos fazer – e não era necessário que o TJUE nos dissesse – (…) é que isto não pode ser um instrumento quotidiano da investigação criminal”, defendeu.

Questionada assim por vários deputados como é que, uma vez que a lei não pode ser aplicada indiscriminadamente e em qualquer lugar, se deve escolher os grupos ou localizações geográficas para investigações criminais sem violar o princípio de igualdade, Maria Lúcia Amaral reconheceu esse ser o problema “mais difícil”, mas rejeitou que seja “um obstáculo”.

A Provedora da Justiça sublinhou que essa categorização pode ser feita com base na “memória” e na “experiência do passado”, partindo dessa experiência para se estabeleceram “categorias de risco”.

“As categorias de risco são desde tipos infraestruturais – de infraestruturas – até tipos de acontecimentos que impliquem, previsivelmente, e de acordo com a nossa experiência passada, grandes aglomerações”, acrescentou, dando como exemplo a vinda a Lisboa do Papa Francisco, em agosto de 2023, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.

Apesar de reiterar que este problema é, “de todos, o mais difícil”, a Provedora da Justiça sublinhou que não considera que “não possa ser, com o melhor esforço, com a melhor serenidade de espírito e profundidade de convicções, suprido”.

Questionada ainda, pela deputada do PSD Mónica Quintela, sobre os prazos de preservação de dados que consideraria adequados para fins de investigação criminal, Maria Lúcia Amaral respondeu que essa questão deve ser colocada “a quem está no terreno”.

Deve ser feita a “quem tem o domínio da utilidade concreta que todos estes dados têm para o combate à investigação criminal e a que tipo de investigação criminal, sendo que a única que posso dizer é que não é toda e qualquer uma. Não pode ser toda e qualquer uma”, reforçou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Abaco Consulting contrata Hugo Ferreira para liderar Human Experience Management

Com mais de 20 anos de experiência em consultoria SAP, Hugo Ferreira é formado em Informática de Gestão, pela Universidade Autónoma de Lisboa e pós-graduado pela Universidade Católica Portuguesa.

A Abaco Consulting acaba de anunciar a contratação Hugo Ferreira como business unit manager da nova área de Human Experience Management (HXM) da empresa.

“É com enorme orgulho e satisfação que assumo a liderança desta nova área numa organização que, ao longo dos últimos anos, tem evoluído fortemente, reforçando a sua posição no mercado nacional e apostando numa estratégia sustentada de crescimento internacional, apoiada pelo grupo Valantic”, afirma Hugo Ferreira, SAP HXM delivery unit manager da Abaco Consulting, em comunicado.

Com mais de 20 anos de experiência em consultoria SAP, Hugo Ferreira é formado em Informática de Gestão, pela Universidade Autónoma de Lisboa e pós-graduado pela Universidade Católica Portuguesa. Iniciou o seu percurso profissional em 1999 como consultor técnico de SAP na Tecnidata, tendo, posteriormente, integrado a Aceplus, a Hyfas, a AMT Consulting e a Pwc Portugal, onde trabalhou como team leader, business development, service delivery management, entre outros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Grupo Violas paga oito milhões pela sede da Sovena em Miraflores

Family office nortenho dedicado a investimentos imobiliários comprou edifício que acolhe desde 2012 a dona do azeite Oliveira da Serra ou do óleo Fula, que tem contrato de arrendamento até 2030.

O edifício onde a Sovena está sediada desde 2012 foi vendido pela Arquimelo, participada pela MelloRDC, ao histórico Grupo Violas Ferreira, fundado por Manuel de Oliveira Violas em 1969 e que é atualmente um family office de investimentos imobiliários, focado na área de escritórios e com presença também no residencial, retalho e logística. O valor da operação não foi revelado, mas o ECO apurou junto de fontes do mercado imobiliário que o negócio se fechou por cerca de oito milhões de euros.

Segundo a informação divulgada esta quarta-feira pelas consultoras JLL e CBRE, que mediaram esta operação com o mandato do family office detido por António Ribeiro da Cunha – opera em Portugal e na Polónia e investe também no agroindustrial e private equity –, a líder mundial no setor do azeite vai manter-se no imóvel situado em Miraflores (Oeiras).

O contrato de arrendamento da Sovena está em vigor até 2030. O edifício tem um total de 3.500 metros quadrados de escritórios distribuídos por seis pisos e 62 lugares de estacionamento. No complexo de escritórios Arquiparque, localizado na franja da A5, estão instaladas as sedes de outras empresas multinacionais, como a L’Oreal, a GlaxoSmithKline ou a Accenture.

Tiago Violas Ferreira, CEO da Violas Ferreira, destaca em comunicado a satisfação por “poder contar no portefólio com a sede de um líder mundial no seu setor de atividade, sendo também um grupo familiar português com valores com que [se identificam]”. Por outro lado, acrescenta, “trata-se de um imóvel com uma localização excelente, em ótimas condições e com uma arquitetura muito flexível e funcional”.

“Foi um processo de venda bastante disputado e concretizado por um family office nacional. Este imóvel cativou os investidores por estar integrado num parque de escritórios consolidado, com um contrato de longo prazo e um inquilino muito sólido”, resumiu Salvador Leite Castro, Head of Private Wealth da JLL, citado no mesmo comunicado.

Já Nuno Nunes, que é Head of Capital Markets da CBRE, apontou esta transação como “um ótimo exemplo de que, apesar do contexto de maior incerteza em que nos encontramos, o setor imobiliário, e sobretudo os ativos core com inquilinos de grande notoriedade com compromisso de longo prazo com os ativos, continuam a ser oportunidades de investimento muito atrativas”.

(Notícia atualizada às 17h57 com valor da operação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon junta Ageas, LV e Co-op em loja de seguros

  • ECO Seguros
  • 19 Outubro 2022

A Amazon vai lançar um portal de comparação de seguros casa na Grã-Bretanha e juntou a Ageas, LV=General Insurance e Co-op, no que se revela como um avanço do gigante no ramo serviços financeiros.

A Amazon, a maior retalhista online do mundo, irá fornecer simulações de preços de seguros casa da Ageas UK, Co-op e LV=General Insurance, parte da Allianz, na sua nova plataforma, “com a promessa de mais seguradoras incluídas nos próximos meses”, disse o gigante digital.

Isto é apenas o início“, declarou Jonathan Feifs, Diretor-Geral da Divisão de Produtos de Pagamento Europeus da Amazon. “Ainda não se sabe se a empresa se irá expandir para mais mercados ou oferecer outros tipos de seguros”, disse o responsável. “Há muitas categorias diferentes de seguros e estamos certamente sempre a ouvir os clientes para encontrar outras formas de ir de encontro às expectativas e facilitar-lhes a vida”, afirmou Feifs.

A Amazon Insurance Store vai disponibilizar classificações com estrelas, revisões de clientes e taxas de aceitação de reclamações para as seguradoras, semelhantes ao que ocorre com os outros produtos à venda no website. A Amazon receberá uma comissão das seguradoras pelas apólices vendidas sobre a plataforma.

Segundo a Reuters, as seguradoras preocupam-se que as empresas tecnológicas afetem os negócios, e estão interessadas em estabelecer parcerias com elas, oferecendo-lhes comissões pela venda dos seus produtos.

A Amazon tem vindo a considerar o lançamento de um website de comparação na Grã-Bretanha há vários anos. A Reuters informou sobre os planos em 2018.

A líder big tech fez uma parceria com o corretor do Lloyd’s Superscript no ano passado para oferecer seguros a pequenos e médios clientes empresariais do Reino Unido.

A revelação do serviço de comparação de seguros casa da Amazon chega uma semana depois de a Apple ter anunciado uma nova conta poupança de alto rendimento com a Goldman Sachs.

A Amazon já oferece pagamentos online, cartões de crédito, cartões de oferta e serviços de empréstimo a prestações, incluindo uma parceria “comprar agora, pagar mais tarde” com o Barclays no Reino Unido.

Nos seguros, oferece garantias alargadas a alguns produtos adquiridos através da sua loja online e, na Índia, seguro automóvel através de uma parceria com a Acko.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Putin declara lei marcial nas regiões ucranianas ocupadas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia

Vladimir Putin declarou a lei marcial nas regiões ucranianas ocupadas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia. Anúncio surge em intervenção no Conselho de Segurança da Federação Russa.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou esta quarta-feira a lei marcial nas quatro regiões ucranianas anexadas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia, anunciou no final de um encontro com o Conselho de Segurança. A notícia é avançada pela Reuters.

Numa intervenção no Conselho de Segurança da Federação Russa, Vladimir Putin deu instruções ao Governo para que constitua um comité de coordenação, sob a liderança do primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, para reforçar os esforços da Rússia na Ucrânia.

O objetivo é dar novo fôlego ao lado russo, em concertação com diferentes regiões do país, na guerra que resultou da invasão à Ucrânia desencadeada por Moscovo em fevereiro. A ocupação dos quatro territórios ucranianos não é reconhecida pela Ucrânia nem pelos aliados ocidentais.

A lei marcial permite a transferência dos poderes de administração civil para as forças militares, ficando a formulação e aplicação das leis a cargo do exército.

Vladimir Putin alega que as medidas anunciadas se destinam a aumentar a estabilidade da economia, indústria e produção, em apoio daquilo a que tem chamado de “operação militar especial”.

O anúncio surge no seguimento dos avisos lançados pelas autoridades russas na cidade ucraniana de Kherson. Na manhã desta quarta-feira, as autoridades russas alertaram para uma iminente ofensiva ucraniana na região e instaram os civis a abandonar a cidade.

(Notícia atualizada às 13h53)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Luís Cancela é o novo líder da Cooltra em Portugal

O novo responsável da Cooltra em Portugal tem mais de 20 anos de experiência, na área hoteleira e alimentar, tendo parte da sua atividade sido exercida no mercado asiático.

Luís Cancela é o novo regional manager da Cooltra em Portugal, assumindo a responsabilidade do desenvolvimento da atividade da empresa de motosharing e pela implementação da sua estratégia no mercado nacional. O profissional assume o cargo até aqui ocupado por Miguel Pinto.

“Este novo desafio é uma oportunidade de crescimento tanto pessoal como profissional. A Cooltra assumiu, desde a sua criação, um forte compromisso com a sustentabilidade e é pioneira na mobilidade elétrica em duas rodas na Europa. Tendo em conta os seus propósitos, a sua capacidade de expansão e os valores que defende, é gratificante fazer parte deste projeto e poder contribuir com o meu know-how para fazê-lo crescer no nosso país”, afirma Luís Cancela, citado em comunicado.

Luís Cancela

 

O profissional reporta a Damían Martin, general manager B2BO da Cooltra. O novo responsável da Cooltra em Portugal tem mais de 20 anos de experiência, na área hoteleira e alimentar, tendo parte da sua atividade sido exercida no mercado asiático. Antes de integrar a Cooltra, o profissional dirigia a área de operações da The Green Olive, distribuidora e exportadora de produtos alimentares, em Hong Kong; e foi cofundador e managing partner da Frostimo, marca de sobremesas congeladas, na China.

Em Portugal, a Cooltra tem uma frota de 1.500 motos em Portugal, para os segmentos B2B e B2C e conta com 26 colaboradores

No primeiro semestre de 2022, o volume de negócios de Portugal representava 7% do total do grupo. As vendas do primeiro semestre rondam os 1,5 milhões de euros. Os resultados do primeiro semestre, em comparação com o período homólogo, representam um crescimento de 64%”, adianta fonte oficial da empresa à Pessoas. Para consolidar posição no mercado português, a Cooltra abriu, em agosto, uma nova loja.

Luís Cancela é formado em Gestão Hoteleira Internacional pela London Metropolitan University.

(notícia atualizada às 14h09 com mais informação sobre a operação da Cooltra em Portugal)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

LaLiga cresce mais do que a Premier League na distribuição audiovisual

  • Servimedia
  • 19 Outubro 2022

Desde a temporada 16/17 até agora, a LaLiga teve um crescimento na distribuição audiovisual acima dos 15%. Este aumento faz com que tenha ultrapassado os números da Premier League.

A LaLiga registou um crescimento significativo de 15,15% na distribuição de direitos audiovisuais desde a temporada 16/17 até à 21/22, acima mesmo da Premier League, de acordo com o ‘Marca’, noticia a Servimedia.

A competição nacional passou de distribuir um total de 1.390 milhões de euros há seis anos para 1.601 milhões de euros na época de 21/22. No que diz respeito ao campeonato inglês, a Premier League passou de £2.398,5 milhões em 16/17 para £2.536,9 milhões em 21/22, uma diferença que em euros seria equivalente a 158,1 milhões, e que reflete um crescimento de 5,77%, ou seja, uma diferença de 9,38 pontos percentuais a favor de LaLiga.

Os números revelam a atratividade da competição espanhola como um valor crescente, uma vez que está a crescer a um ritmo muito superior ao da Premier League a este respeito, e que quebra a perceção geral do poder económico da liga inglesa em relação a outras competições continentais, como a espanhola.

O relatório do jornal ‘Marca’ explica ainda que a diferença entre o que os clubes da Premier League e LaLiga ganham pelos seus direitos se deve às diferenças entre os dois mercados, com uma maior penetração de subscrições pagas no caso britânico, bem como a uma população maior, que também goza de um rendimento per capita mais elevado.

Esta tendência é, também, justificada pelos modelos de negócio antagónicos dos dois concursos. Neste sentido, os clubes da Premier League podem fazer transferências com prejuízo, enquanto que em LaLiga prevalece o modelo de controlo económico, permitindo assim a sustentabilidade dos clubes através de contas saudáveis.

Neste sentido, entre os clubes que ganharam mais dinheiro com direitos de transmissão na época passada, o Real Madrid está na 7ª posição com 160,8 milhões de euros e o Barça na 8ª posição com 160,1 milhões de euros, num ranking liderado pelo Manchester City, que ganhou 176 milhões de euros.

Por seu lado, o Atlético de Madrid está em 15º lugar no ranking, com 130,3 milhões de euros, ultrapassando outros clubes europeus históricos como o Bayern de Munique, em 16º lugar com 90 milhões de euros, ou o PSG em 21º lugar, que apesar das suas novas contratações e renovações de números estratosféricos, só conseguiu ganhar 58,3 milhões de euros na época 21/22.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Greenvolt vai construir cinco novas centrais solares em Portugal

Os cinco parques em fase de construção situam-se no centro e sul do país e juntam-se, assim, ao projeto de Cantanhede, que conta com uma capacidade instalada de 10 MW.

A Greenvolt vai avançar com a construção de mais cinco parques solares fotovoltaicos em Portugal. De acordo com a nota divulgada esta quarta-feira, estes projetos vão adicionar, a curto prazo, uma capacidade adicional de geração de energia renovável de cerca de 70 megawatts (MW), que se juntarão aos 10 MW já em operação em Cantanhede.

“Num momento em que é importante diversificar as fontes de energia, mas também procurar fontes sustentáveis, a Greenvolt decidiu acelerar os projetos que tem em desenvolvimento em Portugal”, escreve a empresa liderada por João Manso Neto, em comunicado.

Os cinco parques em fase de construção situam-se no centro e sul do país e juntam-se, assim, ao projeto de Cantanhede que, segundo a nota, terá uma capacidade de alcançar uma produção estimada de 16 gigawatts-hora (GWh) por ano.

Estes projetos vêm assim reforçar o portefólio da Greenvolt cuja capacidade total instalada alcança os 243 MW, dos quais cerca de 160 MW se encontram em avançado estado de desenvolvimento. A Greenvolt detém 50% destes projetos.

A par da produção de energia a partir de biomassa, a partir de resíduos florestais e resíduos lenhosos urbanos, em Portugal e no Reino Unido, a Greenvolt dá conta de projetos eólicos e solares fotovoltaicos, com atuação em vários mercados europeus e no mercado americano, com um pipeline de 6,7 GW. Destes, 2,9 GW encontram-se em estado avançado de desenvolvimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas vai analisar “com cuidado” extensão de mecanismo ibérico a toda a UE

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

Porta-voz da Comissão Europeia refere que estão a ser estudados os impactos da adoção de um mecanismo semelhante ao modelo ibérico para limitar os preços da luz no mercado europeu.

A Comissão Europeia vai analisar “com muito cuidado” os impactos de uma eventual extensão do mecanismo ibérico, para limitar o preço de gás na produção de eletricidade, a toda a União Europeia (UE), para evitar “efeitos secundários involuntários”.

“O mecanismo ibérico é algo que estamos a analisar com muito cuidado. Estamos a recolher dados em termos do impacto que tem tido e há uma série de considerações que precisamos de analisar em termos do que aconteceria se o aplicássemos a um nível europeu mais vasto”, declarou o porta-voz do executivo comunitário para a Energia, Tim McPhie.

Falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, em resposta a uma questão da Lusa, o responsável explicou que “isso tem a ver principalmente com os diferentes cabazes energéticos nos diferentes Estados-membros”, pelo que teria de se evitar “um desequilíbrio” nos países e nos fluxos transfronteiriços para além da União Europeia.

“Esta é uma questão tecnicamente complicada, penso que também politicamente, pelo que estamos a tomar o tempo necessário para continuar a discuti-la com os Estados-membros, para nos certificarmos de que vamos fazer uma proposta equilibrada e que não tem quaisquer efeitos secundários involuntários”, adiantou Tim McPhie.

A posição surge depois de, esta manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter defendido que o mecanismo ibérico “merece ser considerado” ao nível da UE, embora “ainda haja questões a serem respondidas”, garantindo analisar todas as soluções para baixar preços.

A posição contrasta, contudo, com a comunicação publicada pela Comissão Europeia na terça-feira, na qual a instituição argumentava que a extensão a toda a UE do mecanismo temporário existente na Península Ibérica “comporta alguns riscos”, preferindo outra “solução para todos”.

Desde meados de junho passado, está em vigor um mecanismo temporário ibérico para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 50 euros por Megawatt-hora, que foi solicitado por Portugal e Espanha em março passado devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético.

Falando em conferência de imprensa na terça-feira, Ursula von der Leyen afirmou que o mecanismo ibérico tem “ajudado muito” a aperfeiçoar potenciais modelos para toda a UE, funcionando como “uma espécie de projeto de campo para obter alguma experiência e dados agregados”, embora acarrete impactos “que merecem realmente uma análise profunda”.

Numa entrevista à Lusa divulgada na terça-feira, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson apontou que “a medida ibérica funciona para um mercado específico, as infraestruturas específicas e a situação de abastecimento da Península”.

“Os Estados-membros da UE são muito diversos no que diz respeito aos seus cabazes energéticos, ligações e sistemas de energia, [pelo que] um mecanismo a nível da UE teria de funcionar para todos eles”, adiantou a responsável.

Kadri Simson admitiu ainda que a Comissão Europeia ainda está reticente sobre imposição de tetos nos preços do gás natural, pelos riscos na segurança do abastecimento nomeadamente pela Rússia, e sobre limites no preço do gás na produção de eletricidade, pelas suas desvantagens.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu desde logo porque a UE depende dos combustíveis fósseis russos, como o gás, e teme cortes no fornecimento este inverno.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centros comerciais da Sonae Sierra vão apagar luzes de Natal durante o dia

No âmbito do plano de poupança energético, o Colombo e o NorteShopping anunciam que vão desligar as luzes de Natal durante o horário diurno até às 18 horas.

Os centros comerciais da Sonae Sierra vão apagar as luzes das decorações de Natal durante o dia, como parte do plano de poupança energético que foi adotado por Portugal no final do mês de setembro.

Segundo o documento, a recomendação de limitar as iluminações da quadra natalícia apenas se aplicava à administração pública central e local, indicando que estas só devem estar acesas entre as 18h e a meia-noite no período de 6 de dezembro a 6 de janeiro. No entanto, o Colombo e o NorteShopping já adotaram essa recomendação como parte da campanha “Energia Positiva”.

“Durante a época natalícia, teremos algumas medidas no que respeita à iluminação — redução da quantidade de luzes decorativas, a totalidade de iluminação será de alta eficiência (LED) e manteremos as luzes apagadas durante o horário diurno até às 18:00”, informa o comunicado, dando conta que a estratégia de poupança de energia adotada pela Sonae Sierra já permitiu alcançar poupanças de energia na ordem dos 22%, face a 2019.

Entre as medidas tomadas nos últimos anos para aumentar a eficiência energética dos centros comerciais geridos, estão a instalação de iluminação de elevada eficiência; a otimização dos horários de funcionamento da iluminação e dos equipamentos; e a gestão eficaz dos sistemas de ar condicionado, através da maximização da ventilação natural e da reutilização de recursos já instalados. “Todas as medidas foram tomadas garantindo o conforto e a segurança de visitantes e lojistas”, frisa a empresa na nota enviada às redações.

A gigante refere, no entanto, que a adoção de uma estratégia de operação mais sustentável começou “há mais de duas décadas” o que permitiu chegar a “resultados muito positivos na sua gestão eficiente de recursos, assim como na evolução das condições de segurança e saúde, mantendo sempre a ambição de melhoria”.

Em todos os centros geridos pela Sierra, a otimização contínua de recursos é feita com o apoio de um sistema centralizado de gestão do edifício (BMS – Building Management System). Recorrendo a inteligência artificial, este sistema permite a operação automatizada e contínua dos sistemas e equipamentos – como iluminação, ar condicionado, ventilação, elevadores ou escada rolantes –, de acordo com os fatores e parâmetros previamente especificados pelas equipas. Esta é uma das ferramentas que permitiram que, só em 2021, a Sierra tenha evitado 12,3 milhões de euros em custos com energia devido à aplicação de medidas de ecoeficiência.

Desde 2002, o consumo de eletricidade dos centros geridos pela Sierra reduziu 66%. O consumo de água diminuiu 41% desde 2003 e a percentagem de água reciclada e reutilizada situa-se nos 6%. A empresa reduziu as suas emissões de CO2 em 84% desde 2005.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rússia retira civis de Kherson e alerta para iminente ofensiva ucraniana

Autoridades russas na região de Kherson, no sul da Ucrânia, vão retirar mais de 50 mil civis perante o que consideram ser uma iminente ofensiva ucraniana. Kiev desmente e acusa Moscovo de propaganda.

As autoridades russas de ocupação na região de Kherson, no sul da Ucrânia, alertaram esta quarta-feira para uma iminente ofensiva ucraniana na região, pelo que recomendou aos civis que abandonassem a região. Kirill Stremousov, administrador pró-russo da região, refere que a “batalha por Kherson” irá começar num futuro “muito próximo”, noticia o The Guardian (acesso livre).

O chefe da administração de ocupação local, Vladimir Saldo, avançou que a Rússia já iniciou a retirada de civis da região, tendo como objetivo a transferência de mais de 50 mil pessoas para a margem esquerda do rio Dnieper, em Kherson. A transferência será feita ao ritmo de dez mil pessoas por dia e os civis deverão ser levados para a Rússia, disse na rede de mensagens Telegram.

Em paralelo, as autoridades russas estão a proibir a entrada de civis na região durante sete dias, mas garantem dispor dos meios para manter a cidade de Kherson na sua posse, noticia a Reuters (acesso condicionado).

O general russo, Sergei Surovikin, que tem presentemente a seu cargo as operações na Ucrânia, admitiu que a situação continua “muito difícil” para as forças na região sul e em Kherson, visto estarem a ser alvo de ataques ucranianos dirigidos às “infraestruturas sociais, económicas e industriais”.

Em reação, o chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak, negou o envolvimento das forças ucranianas nos bombardeamentos na cidade de Kherson, conforme sugerido pelas autoridades russas e acusou Moscovo de divulgar propaganda destinada a assustar a população.

Já a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu os ataques russos à infraestrutura energética ucraniana como “atos de puro terror”, equivalentes a crimes de guerra. Através da rede social Twitter, a líder europeia referiu que privar “homens, mulheres e crianças de água, eletricidade e aquecimento”, num contexto marcado pela chegada do inverno, são atos de “puro terror” que não devem ser descritos de outra forma.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Qatar reforça extração de gás, mas não se compromete em enviar mais para a Europa

Apesar de estar a aumentar a capacidade de extração de GNL, a QatarEnergy frisa que irá cumprir com os contratos iniciais e apenas enviar para a Europa quantidades de gás com que se comprometeu.

Apesar de a QatarEnergy estar a trabalhar para expandir as suas operações de produção e comercialização de gás para fazer face ao aumento da procura a nível global, a energética árabe garante que não irá aumentar os carregamentos de gás para a Europa, comprometendo-se com os volumes contratualizados.

A garantia, dada esta terça-feira pelo CEO Saad al-Kaabi chega numa altura em que a Comissão Europeia se esforça para diversificar as suas fontes de abastecimento de gás, uma vez que o fornecimento russo encontra-se suspenso desde o início de setembro. Em causa estão as ruturas nos gasodutos do Nord Stream 1 e 2.

“O Qatar está absolutamente comprometido com a santidade dos contratos. Quando assinamos com um comprador asiático ou europeu, cumprimos esse acordo”, cita a Reuters as declarações de Kaabi, que é, também, ministro de Estado da Energia do país. “Portanto, o volume [de gás] que vai ser enviado para a Europa será aquele que ficou acordado”, frisou, descartando por completo a possibilidade de desviar gás de compradores asiáticos. “Não vai acontecer”, garantiu.

A fase dois da expansão do projeto North Field, no Qatar, inclui a construção de seis unidades de liquefação de gás natural que deverá aumentar a capacidade de extração de 77 milhões de toneladas por ano para 126 milhões de toneladas até 2017. Com este reforço da QatarEnergy, o país pretende posicionar-se como um dos mais exportadores de GNL do mundo.

Apesar de não se comprometer em aumentar os envios de gás para a Europa, o ministro da Energia considera que a Europa terá gás suficiente para enfrentar o próximo inverno. Segundo os dados da Comissão Europeia, as reservas de gás do bloco para o inverno já ultrapassaram a margem de segurança de 90% relativamente às reservas de gás necessárias para este inverno, encontrando-se atualmente nos 92%. O problema, para Kaabi, em entrevista ao Financial Times, será o próximo ano se o inverno for mais exigente.

“Neste próximo inverno, como a capacidade de armazenamento está cheia, está tudo bem. Reabastecer as reservas, ou o armazenamento, para o próximo ano, o seguinte ou até mesmo 2025, é que será o problema“, cita o Financial Times as declarações do responsável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.