Mísseis russos terão atingido Polónia. Primeiro-ministro polaco convoca reunião de emergência
Depois de mísseis russos terem, ao que tudo indica, atingido a Polónia, o primeiro-ministro do país convocou reunião de emergência com o comité para os assuntos de segurança e defesa nacional.
O primeiro-ministro da Polónia convocou, esta terça-feira, uma reunião de emergência com comité para os assuntos de segurança e defesa nacional, avança a Reuters (acesso condicionado, conteúdo em inglês). Reunião acontece depois de ter sido conhecido que mísseis russos terão cruzado a fronteira da Ucrânia com a Polónia, que é membro da NATO, e provocado pelo menos dois mortos.
De acordo com órgãos de comunicação polacos, duas pessoas morreram esta terça-feira à tarde, depois de um projétil ter atingido uma zona agrícola em Przewodów, uma vila polaca perto da fronteira com a Ucrânia.
Em comunicado, citado pelo The Guardian, o ministério da Defesa russo já veio negar o ataque, apelidando os relatos de “provocação deliberada para escalar o conflito”. “Nenhum ataque a alvos perto da fronteira ucraniano-poloca foi feito por mísseis russos. Os destroços publicados pelos media polacos na vila de Przewoduv não têm nada a ver com armas russas”, garante o governo russo.
O primeiro-ministro da Polónia já convocou uma reunião de emergência do comité para os assuntos de segurança e defesa nacional, segundo avançou o porta-voz do Governo, através do Twitter. De acordo com a AP, o porta-voz do Executivo polaco não confirmou a informação de que os mísseis terão origem russa, mas adiantou que a reunião acontece devido a uma “situação de crise”.
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Perante esta notícia, o ministro da Defesa da Letónia, Artis Pabriks, já reagiu, deixando uma mensagem de condolências aos “irmãos de armas polacos”. “O criminoso regime russo disparou mísseis que atingiram não apenas os civis ucranianos, mas também atingiram o território da NATO na Polónia. A Letónia apoia totalmente os amigos polacos e condena este crime“, lê-se numa publicação de Artis Pabriks, no Twitter.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu que a queda de mísseis na Polónia é um “ataque à segurança coletiva” e uma “escalada muito significativa” no conflito. “Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um que esteja ao alcance dos mísseis russos. Para disparar mísseis em território da NATO. Este é um ataque de mísseis russos à segurança coletiva! Esta é uma escalada muito significativa. Devemos agir”, salientou o chefe de Estado ucraniano numa mensagem na rede social Telegram.
Ao mesmo tempo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Estónia disse, no Twitter, que “as últimas notícias da Polónia são preocupantes” e que o país está pronto “para defender cada centímetro do território da NATO” e em “total solidariedade” com a Polónia. A Hungria convocou o Conselho de Defesa, revelou o porta-voz do Governo húngaro, no Twitter.
Já o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, disse esta terça-feira que os EUA ainda não estão em condições de confirmar se os mísseis terão origem russa, adiantando que estão a investigar.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro português disse que “qualquer que seja a origem do míssil é sempre um motivo de maior preocupação” e sublinhou que “o facto de ser um país que estava em paz é um preocupação acrescida“. “Mas a preocupação não é menor quando os mísseis caem na Ucrânia”, acrescentou António Costa, em declarações transmitidas pela RTP3.
Já João Gomes Cravinho classificou como uma “irresponsabilidade” de Putin as informações sobre a queda em território polaco de mísseis. “Se se confirmarem estas notícias, eu não tenho ainda conhecimento, confirmação, mas se se confirmarem, representam mais uma irresponsabilidade por parte do Presidente Putin, por parte das autoridades russas e que, naturalmente, não ficará sem a devida resposta”, disse à agência Lusa o chefe da diplomacia portuguesa.
Esta terça-feira, a Rússia realizou um ataque em larga escala contra várias cidades ucranianas entre as quais a capital, Kiev. As consequências do ataque chegaram à Moldávia, que registou “enormes cortes de eletricidade em todo o país”, afirmou o ministro das Infraestruturas moldovo, Andrei Spinu. O fornecimento de energia já foi retomado.
(Notícia atualizada pela última vez às 20h18)
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