Comissão de trabalhadores da Autoeuropa quer cancelar greve. Sindicatos mantém pré-aviso
Administração da Autoeuropa aberta a “encontrar soluções” marca nova reunião a 25 de novembro. Comissão de Trabalhadores quer cancelar a paralisação, mas sindicatos criticam.
A administração da Autoeuropa enviou uma mensagem aos trabalhadores onde mostra abertura para “encontrar soluções” para “colmatar as dificuldades económicas” sentidas e a comissão de trabalhadores quer cancelar a greve agendada para 17 e 18 de novembro. Uma decisão que a administração aplaude, mas que vai contra a posição dos sindicatos que entendem que a abertura da é uma forma de pressão para que os trabalhadores não adiram à greve.
“A direção da fábrica está na disposição de reunir com a comissão de trabalhadores” em novembro para “encontrar soluções para as medidas salariais e ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores colmatando as dificuldades económicas, atualmente sentidas pelas famílias da Volkswagen Autoeuropa”, diz a mensagem enviada aos trabalhadores.
Mas a administração faz questão de sublinhar que as medidas “deverão ser consideradas como aditamento ao acordo laboral vigente”. “Continuamos empenhados em assegurar a estabilidade dos empregos através de um diálogo construtivo”, acrescenta a administração.
Perante esta abertura, o coordenador da comissão de trabalhadores da Autoeuropa, Rogério Nogueira, revelou à Lusa entender que deve cancelar a greve e marcar presença na reunião já marcada para o próximo dia 25 de novembro. Uma decisão que a administração aplaude. A empresa “congratula-se com a decisão da comissão de trabalhadores de desconvocarem a greve e deseja que a reunião de dia 25 seja positiva e frutuosa”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.
Mas para os sindicatos a greve é a “forma de luta” porque a via do diálogo “está esgotada”, assim como a da “negociação com soluções concretas”. Num comunicado, o sindicato defende que a mensagem da administração é “um apelo a que os trabalhadores não avancem para a greve na quinta-feira”. “A Administração está em condições de evitar o conflito, teve o tempo necessário para estudar e encontrar uma solução que evite este caminho”, diz o SITE Sul num comunicado enviado esta terça-feira aos trabalhadores.
Apesar da marcação da reunião a 25 de novembro e do desejo da comissão de trabalhadores de desmarcar a greve, o SITE Sul manteve o pré-aviso de greve emitido “por não ver razões para o retirar”, disse ECO o sindicato. Esta terça-feira estava agendada uma reunião entre a comissão de trabalhadores e este sindicato que foi desmarcada porque o SITE Sul não desconvocou a greve.
Também o STASA, Sindicato dos Trabalhadores do Setor Automóvel, promete manter o pré-aviso de greve para as próximas quinta e sexta-feira, de acordo com a Lusa.
A comissão de trabalhadores pede um aumento de 5% em dezembro com retroativos a julho e uma nova atualização em janeiro de 2023, que conjugue os dados da inflação deste ano e o acordo laboral. Assim se a taxa de inflação em 2022 for de 8%, os trabalhadores querem uma atualização, no início do ano, de 2% relativos ao acordo e mais 1% que reflete a inflação.
(Notícia atualizada às 13h35 com posição de Comissão de Trabalhadores, novamente atualizada às 14h03 com a reação da Autoeuropa e mais uma vez com a posição dos sindicatos em não desconvocar a greve)
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