Prestação da casa sobe até 250 euros em dezembro. Calcule aqui a sua
Euribor dão sinais de abrandamento na tendência de subida. Ainda assim, a prestação da casa vai voltar a agravar nos contratos que forem revistos no próximo mês, com subidas entre 10% e 55%.
Dezembro não traz boas notícias para quem tem crédito à habitação e vai ver as condições do contrato novamente revistas pelo banco. Embora as taxas Euribor deem sinais de algum abrandamento em relação à tendência de subida acelerada que vinham registando este ano, a prestação da casa vai voltar a agravar-se de forma expressiva no próximo mês, antecipando-se subidas entre 10% e 55% no próximo mês, de acordo com as simulações feitas pelo ECO.
O aumento dos encargos com a casa surgem num momento particularmente desafiante para as famílias, que estão a lidar com o aumento do custo de vida por via da inflação galopante que supera os 10%. Para lidar com o efeito da subida dos juros, o Governo acabou de lançar medidas que visam agilizar a renegociação do crédito com o banco para evitar situações de incumprimento e despejo.
As Euribor, que são calculadas nos empréstimos que os bancos fazem entre si e usadas depois como indexantes nos contratos financeiros, como os empréstimos para a compra de casa, têm estado em forte aceleração desde o início do ano, com o mercado a antecipar um forte aperto do banco central para controlar a espiral de subida dos preços.
O aumento destas taxas impacta diretamente nos contratos com taxa variável, que representam mais de 90% do mercado do crédito à habitação em Portugal, correspondendo a mais de 1,3 milhões de contratos.
Quanto é que a prestação vai subir? Vamos às contas, tomando como cenário base um empréstimo de 150 mil euros e com um spread de 1%:
- Euribor a 3 meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá subir para cerca de 617 euros, mais de 62 euros (+11%) em relação à prestação que pagava desde setembro;
- Euribor a 6 meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses irá subir para mais de 657 euros, um aumento de cerca de 164 euros (+33%) em relação à prestação que pagava desde junho;
- Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para mais de 700 euros, quase mais 251 euros (56%) em relação à prestação que pagou no último ano.
O impacto da subida das Euribor vai ser maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos era de 61.513 euros em setembro, o que significa que, em termos médios, o efeito da subida das Euribor vai ser mais baixo do que aquele que mostra a simulação do ECO – que teve em consideração um empréstimo de 150 mil euros.
Na semana passada, o Banco de Portugal antecipou que a prestação da casa vai subir mais de 90 euros em termos médios até final de 2023, assumindo que a Euribor vai atingir os 3% no final daquele período.
O ECO preparou um simulador para calcular a prestação da casa. Faça as contas para o seu caso.
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Ainda que as subidas previstas para dezembro sejam expressivas e tenham impacto no bolso de milhares de famílias portuguesas, a evolução da prestação da casa em dezembro mostra uma tendência de abrandamento em relação ao mês anterior nos casos dos contratos associados às taxas Euribor a 3 meses e a 6 meses.
Isto é o reflexo das expectativas do mercado em relação à condução da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que durante o mês de novembro especulou se a autoridade liderada por Christine Lagarde iria abrandar no ritmo de subida das taxas diretoras daqui em diante, perante uma economia que começa a dar sinais de recessão.
Euribor em alta
Fonte: Reuters
Desde junho, o BCE já subiu as suas taxas em 200 pontos base e tem a próxima reunião marcada para 15 de dezembro. Esta semana, Lagarde avisou que a inflação ainda não atingiu o pico e que será necessário continuar a apertar as condições financeiras para trazer a inflação para o objetivo de médio prazo mesmo que isso implique uma recessão.
Para as famílias que sentirem uma deterioração do seu orçamento familiar devido ao aumento da prestação da casa, o Governo avançou com novas regras para permitir uma renegociação do crédito à habitação mais tempestiva, definindo critérios mais concretos (taxa de esforço acima dos 36%) em que os bancos poderão desencadear um processo de negociação dos termos do contrato com o cliente. As medidas já entraram em vigor.
Mas pode sempre tomar a iniciativa e tentar negociar diretamente com o seu banco no sentido de rever as condições do empréstimo da casa.
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